Vai participar sim.



— Lory! – pelas costas Mallory ouviu alguém chamar.



Parou e virou-se. Frank se aproximou a passos rápidos da garota.



— oi, Frank! – cumprimentou. – Tudo certo?



— claro! Você viu James e Sirius? – perguntou ele.



— ahn… não, não desde a aula de Transfiguração. Por quê?



Frank bufou.



— os testes para o time. – respondeu ele. – Queria que eles fossem.



Mallory franziu as sobrancelhas.



— eles não foram ano passado, nem retrasado. Você acha que eles iriam esse ano? – indagou.



Frank fez uma careta.



— não custa eu tentar, né? – Mallory apenas deu de ombros. – Se você os vir, avisa eles? – pediu.



— claro!



— obrigado Lory. – virou um corredor. – Tenho que ir pra aula de Poções. Tchau!



Mallory foi para a biblioteca pegar alguns livros para um trabalho de Transfiguração.



— obrigada Madame Pince! – a garota saiu da biblioteca com os braços ocupados por vários livros.



Quando virou um corredor do quarto andar acabou trombando em alguém e derrubando os livros.



— desculpa! – pediu Mallory.



Tinha trombado em Sirius, que estava acompanhado dos três melhores amigos.



Mallory abaixou-se para pegar os livros, os garotos a ajudaram.



— sem problemas, princesa. – desculpou ele, entregando a Mallory um livro.



— obrigada. – depois fez uma careta. – E, por favor, não me chame de princesa.



Um dos livros foi mais longe, Peter fez menção a apanhá-lo, mas Lory usou o feitiço convocatório.



— quer que eu te ajude a levar esses livros, Lory? – ofereceu-se Peter.



— não precisa Peter, eu vou tomar mais cuidado. – dispensou ela. – obrigada.



Mallory ia passar por eles, mas então se lembrou do pedido de Frank.



— ah, garotos – chamou se dirigindo a Sirius e James. – Frank pediu para vocês irem aos testes pro time esse ano.



Sirius e James se olharam.



— ahn… não vai dar. – disse Sirius. – Vamos estar ocupados.



James sorriu concordando.



— você vai fazer o teste? – perguntou Remus, com um sorriso.



— você sabe que não, Remus.



 — e por que não? – intrometeu-se James.



Mallory comprimiu os lábios.



— não sou boa em Quadribol. – respondeu ela.



— que estranho. Você foi a melhor em vôo no primeiro ano. – lembrou-se Remus.



— é feio mentir, Loryta. – disse James, sorrindo.



Sirius colocou uma mão no queixo e sorriu.



— bem, então diremos a Frank que se você fizer o teste nós estaremos lá. – sugeriu ele. – Concorda James? – perguntou.



James deu um sorriso de aprovação.



— eu não vou fazer o teste. – disse Mallory, calmamente.



— então não vamos poder ir. – rebateu Sirius.



— é uma pena. – concordou James.      



 Remus abriu um sorriso como se pedisse desculpas. Mallory bufou.



— tchau.



Mallory desejou esquecer o teste completamente, mas com Frank foi impossível. Ele ficou enchendo o saco dela o tempo inteiro, por dois dias.



— Mallory, por favor! – pediu, pela qüinquagésima vez.



— Longboton, por que você quer tanto que eles vão? – questionou ela. – Eles nunca foram. Não vai fazer diferença!



— porque eles são do time. – respondeu. – A presença do time é importante!  



Mallory suspirou. A verdade era que já estava cansada de Frank no seu pé, e no fundo, bem no fundo, queria participar.



— tá. – cedeu ela.



O rosto de Frank se iluminou.



— sério?



— é. – repetiu. – Agora me deixe estudar, por favor.



Frank saiu sorrindo para contar a novidade a James e Sirius.



— eu não mereço. – reclamou Mallory para o livro.



 



No dia anterior ao teste para o Quadribol, Mallory foi a primeira a acordar.



— ai! – murmurou tocando a nuca.



Sua cabeça parecia que ia explodir.



Lilian acordou.



— bom dia! – olhou para a amiga. – Lory, você tá bem?



Uma janela explodiu. As outras garotas acordaram assustadas.



— AH MEU MERLIN! – Alice pulou da cama.



Lilian se levantou, tomou cuidado para não pisar no vidro estilhaçado e pegou sua varinha.



— reparo.



A janela se concertou.



— que aconteceu?! – quis saber Lola.



Mallory odiava quando isso acontecia. Era irritante, pois além de quase não ter controle, sua concentração tinha que estar completamente voltada a não machucar ninguém.



— acho que você devia visitar Madame Pomfrey. – sugeriu Alice, com um sorriso gentil.



Mallory não gostou da ideia, da ultima vez, no segundo ano, a Madame a obrigou a beber uma poção do sono potente, ela dormiu três dias seguidos.



— melhor não. – respondeu.



Arrumaram-se e foram ter suas aulas. A primeira foi História da Magia.



Mallory não se preocupava muito com essa matéria, tinha lido vários livros sobre o massacre dos duendes, o que a deu vantagem.



Depois foi Herbologia. Tudo certo.



A terceira aula era Transfiguração, todos os grifinórios já estavam na sala, só faltavam os corvinos.



Mallory estava sentada com a cabeça baixa em sua carteira, Lilian lendo ao seu lado.



— ei, Lory! – James se aproximou.



Lilian bufou e fixou ainda mais seus olhos no livro.



— só vim pra entregar isso. – deu a Mallory um pedaço de pergaminho. – São instruções pro teste amanhã. – explicou.



Sirius deixou uma garota corvina, que tinha vindo correndo da outra aula só para conversar com ele, e se aproximou.



— é desnecessário, mas imagino que Frank queira que a gente compense os dois anos de falta. – encarou Mallory um pouco. – Você está bem?



— James… tira o óculos! – foi tudo que conseguiu dizer.



James o tirou bem a tempo. Um segundo depois as lentes trincaram e estilhaçaram.



A Prof.ª McGonagall entrou bem na hora.



— Srta. Jeweller!



— d-desculpa. – pediu a James.



— me acompanhe, Srta. Jeweller. – chamou a professora.



Os corvinos chegaram.



— Srta. Evans e Sr. Lupin, tomem conta da sala enquanto saio.



McGonagall fechou a porta ao saírem. Começaram a se afastar da sala, para a escada.



— vou levá-la à ala hospitalar. – disse Minerva sem olhá-la.



Mallory olhou para a diretora apreensiva.



— diretora, eu estou bem!



Minerva parou, Mallory também.   



— o que a senhorita consideraria “bem”? – indagou encarando-a. – Estilhaçar o óculos do seu colega? Sinto que devo discordar Srta. Jeweller.



Mallory comprimiu os lábios.



— diretora, amanhã tem o teste para o Quadribol. Eu… eu disse que ia participar.



Minerva ficou pensativa. Quadribol era a palavra mágica da diretora.



— certo. – disse ela. – Mas a senhorita deve ir para a Torre e descansar. Se não melhorar, irá para a Ala hospitalar. Sem protestos!



Mallory obedeceu. Milagrosamente conseguiu dormir um pouco, até Lilian entrar preocupada no quarto.



— ah meu Merlin, Lory! – sentou-se na cama, de frente para Mallory. – O que a diretora disse?



— só me mandou descansar. Relaxe, eu to quase ótima.



Lilian não acreditou, mas apenas deu um suspiro.



— vamos almoçar.



Mallory acabou quebrando um copo, mas nada que um feitiço não concertasse. Dorcas Meadowes, monitora da Grifinória, passou um recado da diretora de que Mallory estaria livre de suas aulas pelo resto do dia.



Quando voltavam para a Torres, as garotas encontraram Horácio Slughorn e pararam para conversar com ele.



— como vão minhas aluna favoritas? – perguntou o professor alegremente para Mallory e Lilian.



— bem, professor. – respondeu Lilian. Mallory apenas sorriu. – E o senhor?



Slughorn deu uma risada alegre.



— ótimo, ótimo! As senhoritas irão à festa de hoje à noite, não?



Mallory deu um meio sorriso.



— eu gostaria, professor. Mas acho que não seria bom, estou com um problema de controle.



Slughorn pareceu um pouco desapontado.



— é uma pena. – disse ele. – Mas posso preparar uma poção para você. – ofereceu ele. – Lily pode levar, se for.



As garotas sorriram.



— eu vou sim, professor. – aceitou Lilian.



 



Quando deu a hora de ir para a festa, Lilian deixou seu livro e saiu. Mallory decidiu descansar para o dia seguinte.



Lilian chegou bem tarde, Alice e Lola já dormiam. Mallory já tinha dormido o suficiente, então ficou conversando com a amiga, que estava irritada por causa de um tal Lockhart.



 



No dia seguinte, quem ia para os testes acordou cedo e logo depois do café foram para o campo de Quadribol.



James e Sirius estavam perto das arquibancadas, onde Remus e Peter esperavam a vez de Mallory. Peter roia as unhas, estava mais ansioso que a própria Mallory.



— pare com isso, Peter. – censurou Sirius. – Se Remus disse que Mallory é boa não tem necessidade de ficar desse jeito.



Lilian se aproximou de Remus pela arquibancada.



— como vai, Lily? – cumprimentou Remus. Ela sentou ao seu lado.



— “como vai Lily?” – imitou James, sem nem olhá-los. Sirius deu uma risadinha e Lilian revirou os olhos. Antes que Lilian falasse qualquer coisa, chegou a vez de Mallory. – vai Lory! – torceu James.



Mallory montou sua vassoura, lembrou de James falar que as vassouras da escola eram horríveis, mas esta lhe parecia ótima. Subiu o mais alto possível, bem rápido.



Tinha que pegar a goles e marcar um gol em Josh McKinnon, não parecia tão difícil. Os dois artilheiros da Grifinória estavam executando um passe, se ela passasse no meio deles agora pegaria a bola e tentaria o gol.



Comprimiu seu corpo na vassoura e empurrou o cabo em direção aos artilheiros, com toda a velocidade que a gravidade e a capacidade da vassoura lhe ofereciam. Quando chegou perto esticou os braços e agarrou a goles, puxou o cabo para cima e se aproximou dos aros do goleiro.



Josh estava no aro central, mas sua vassoura estava ligeiramente voltada para o aro da direita. Mallory não pareceu entender o espírito dos artilheiros, porque se aproximou do aro central, o mais protegido, com velocidade.



Quando faltavam apenas dois metros para se chocar contra Josh, Mallory mudou a mira da goles, jogando com precisão no aro da esquerda. McKinnon não teve tempo de defender e o ponto foi marcado.



Mallory conseguiu fazer mais dois gols, garantindo a pontuação máxima. Quando desceu no chão, perto dos amigos, estava com os cabelos bagunçados e os olhos grandes bicolores brilhando animados.



— Lory! – Lilian deu abraço na amiga pela arquibancada. – Você foi ótima!



— concordo com a ruivinha. – disse James sorrindo. - Arrasou Lory!



Peter confirmou com a cabeça, balançando-a repetidas vezes, pra cima pra baixo, pra cima pra baixo.



Frank se aproximou.



— ei, Mallory, foi demais. Você provavelmente vai ser nossa artilheira. – contou sorrindo.



Sirius deu uma risada.



— ele só está fazendo suspense. – disse ele, afastando uma mecha de cabelo solto do rosto de Mallory.



A garota sorriu.



— obrigada. – disse a Remus e Sirius. Sem eles, ela não teria sido “obrigada” a fazer o teste.



Os dois entenderam, deram um sorriso em resposta.



Um pouco afastado do grupo, os outros participantes estavam conversando. Um deles olhava Mallory com ódio e desprezo.



— vagabunda. – murmurou ele.



O garoto cerrou os punhos. Viu o bastão jogado no chão ao seu lado, o balaço preso numa caixa por correntes. Empunhou o bastão e soltou o balaço.



— não vai ser tão boa agora, vadia. – bateu com toda a força no balaço, que foi com enorme precisão em direção a Mallory.



— McLaggen, não!  



O balaço não demorou muito a chegar até seu alvo, mas quando estava prestes a bater, ele explodiu. Os pedaços deram um choque em Mallory, mas nada tão ruim quanto seria se a tivesse acertado inteiro.



Os garotos olharam em volta. Sirius viu o grifinório com o bastão e se aproximou dele como um cão feroz. James também ia furioso até McLaggen, mas foi detido por Remus e Frank, que o seguraram desesperados.



Com Sirius não tiveram sorte, ele agarrou a camiseta do garoto e socou o rosto dele com tanta força que começou a sangrar. Quando foi desferir o segundo soco, várias mãos agarraram seu braço.



— Lory, você está bem? – perguntou Remus.



Mallory assentiu com a cabeça, um pouco em choque. O balaço explodira por causa da melhor parte involuntária de seu poder, mas sentira o impacto da bola mesmo assim, e agora sua cabeça voltara a doer.



— acabaram os testes! – dispensou Frank. – podem ir. – depois se voltou para Mallory. – Quer ir para a ala hospitalar?



— ahn… não obrigada. Mas acho melhor ele ir. – disse apontando McLaggen, o nariz agora estava do tamanho de uma berinjela, uma berinjela bem ensangüentada.



Frank lançou um olhar de desprezo ao garoto, mas o levou a ala hospitalar mesmo assim.



Lilian deu um meio sorriso para a amiga.



— ainda tem um pouco da poção do Slughorn. – disse como uma oferta.



— eu beberia um frasco inteiro. – deu uma risadinha e voltaram para o castelo.


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