Volta às aulas

*Electra*

Dia 1° de setembro voltamos para a Estação King’s Cross. Passei pela plataforma 9 ¾ e imediatamente vi o Expresso vermelho.

- Electra - começou minha mãe-, não quero que você...

- me atrase?- interrompi- Pois é! Eu também não. Tchau mãe!- sai correndo antes que ela me impedisse.

Escondi-me atrás de uma parede. Vi minha mãe dar um grito de raiva e dei uma risadinha.

- Electra?- chamou alguém próximo a mim.

Tiago se aproximou pelo outro lado da parede em que eu estava.

- sua mãe?- assenti com a cabeça- Certo. Vem cá?

- o que?- perguntei

Ela mostrou a esfera que eu tinha lhe dado.

- vi você correndo da sua mãe- explicou- a outra está com Al. Acho que você não quer ficar escondida aqui até o Expresso partir, quer?

- não- concordei

- vamos, paixão?- disse colocando a mão em minha cintura.

- não me chame... – fomos sugados- assim. - completei quando aparecemos na frente dos Potter

- oi Electra!- cumprimentaram eles.

- Electra!- Lena veio correndo e me abraçou

Quando entramos no Expresso Lily contou que estava com medo de não ser boa como os irmãos.

- relaxa maninha!- disse Tiago- Você não precisa se preocupar.

-ele está certo- concordou Al sorrindo- Você já é ótima!

- já até fez algumas mágicas.

- te adoramos Lily- Al falou

- e nada vai muda isso!- concordou Tiago- A não ser que você vá para a Sonserina…

- Tiago!- Al brigou

Tiago deu risada.

- brincadeira!- disse

Alguns garotos chamaram Tiago e ele se foi.

Entramos em um vagão vazio.

Will entrou na metade da viagem e ficamos conversando. Will era legal, mas seu problema era com os nascidos trouxas. Ainda espero que ele mude...

Quando o Expresso parou ouvimos Hagrid chamando os primeiranistas. Lily foi até o lado com os outros novatos.

Lena, Al fomos por outro caminho, indo em direção a carruagens que aguardavam os veteranos.

Alguma coisa estava atada as carruagens. Me aproximei. Era um cavalo fantasmagórico com asas coriáceas. Tinha um aspecto medonho.

Eu tinha lido algo sobre esses cavalos. Acho que se chamava testrálio (?), não sei.

Um testrálio olhou diretamente para mim. Tinha olhos brancos, cintilantes e inexpressivos.

Fiquei surpresa que eu o pudesse ver. Sei que eu teria que presenciar uma morte, mas não achei que aquela vez contasse.

Talvez tenha sido idiotice minha, mas estiquei a mão devagar. O testrálio tocou suas narinas na minha palma, senti ele a farejar. Como ele não arrancou minha mão, o acariciei. Subi na carruagem junto a Al e Lena.

- por que você demorou tanto?- perguntou Lena

- testrálios- expliquei

- são eles que puxam as carruagens?- perguntou surpresa

- pelo jeito… - respondi

- você vê os testrálios?- perguntou Al, curioso

- sem a menor dificuldade. – respondi

Al parecia querer perguntar mais, mas entendeu que não era um assunto que eu quisesse tocar.

Entramos no Salão Principal e nos sentamos à mesa da Grifinória.

 Os primeiranistas entraram um tempo depois e se reuniram em uma fila a frente da mesa dos professores.

Foi posto um banquinho com um chapéu e formato de cone.

Foram chamados alunos para serem selecionados para a Casa que melhor se encaixavam

- Lilian Luna Potter!- chamou depois de um tempo- Grifinória- ouve uma explosão de comemoração em nossa mesa

Lily correu e abri um espaço ao nosso lado. Ela se sentou e nos abraçamos

- tive medo de ir para a Sonserina- disse aliviada

- sensata!- lhe disse sorrindo

Quando todos foram selecionados a diretora McGonagall se levantou e todas as conversas cessaram.

A diretora fez um discurso entediante e depois anunciou a saída da professora Chang, de Poções.

-... O Prof.º Pendragon assumirá o cargo. - disse ela. Um homem magro com cabelos cor de areia se levantou. Todos aplaudiram.

Passamos o domingo no jardim praticando alguns feitiços.

         Vanessa Prado, uma terceiranista grifinoriana se aproximou com mais algumas garotas.

         - ora, se não é a idiota da Black- disse ela. As amigas não pareciam interessadas em estar ali

- ora, se não é a Vanessa cara de cavalo- cumprimentei.

- esta fedendo aqui, não?

- deve ser porque você abriu a boca- algumas garotas abafaram um risinho

- ainda está em cima do Tiago?- perguntou, a raiva brilhava em seus olhos.

- quem fica babando em cima dele é você- respondi

- ele gosta de mim, Black...- disse com arrogância.

- de você e de todas as outras.

- você é uma idiota estúpida Black- disse- você nunca...

- ah!- cortei- Cale a boca!

- nunca vai ter Tiago- continuou

- como se eu quisesse- soltei uma risada irônica

Vanessa abriu a boca para falar, mas fechou assim que viu alguém atrás de mim.

- oi Tiaguinho!- Vanessa começou a enrolar a ponta dos cabelos no indicador

- e ai?- cumprimentou Tiago

- o-oi Felipe – uma garota corou enquanto alisava os cabelos nervosamente

- beleza, Lari?- disse Felipe enquanto colocou o braço folgadamente em volta do pescoço de Al

- e aí maninho?- Tiago se dirigiu a Al

- beleza?

Tiago me olhou e deu um sorriso sedutor irritante.

- como vai, estrelinha?- perguntou

- bem, Potter- ignorei o apelido- e você?

- melhor agora

Vanessa parou de enrolar os cabelos e cerrou os punhos.

- SUA…- começou ela puxando a varinha.

Fui mais rápida. Mirei minha varinha nela

- Expeliarmus!- lancei. O feitiço foi forte a ponto de ela ser empurrada e cair longe. Sua varinha veio parar aos meus pés.

- oopa!- Tiago e Felipe abafaram um riso.

As garotas correram para aparar a amiga. Ela tinha desmaiado. Acho que batera a cabeça forte no chão... As meninas levaram Vanessa para a enfermaria.

Depois de jantarmos subimos para a Torre da Grifinória.

- olá, estrelinha- Pirraça voou sobre mim com um balão d’água.

- nem ouse!- avisei

- ah, mas esse não é para você, pequena marotinha- sorriu por entre as pernas. – é para alguém menos divertido

- Amos, certo?

- Electra, cuidado!- avisou Lena. Acabei batendo a cabeça em um quadro.

- qual seu problema, garotinha?- perguntou o velho do quadro- Por que não olha por onde anda?

- é que eu queria te beijar. Estou bem carente, sabe?- respondi

O homem no quadro revirou os olhos “esses jovens” resmungou ele.

A nova senha da Mulher Gorda era Bona Fortuna­.

Quando terminei de arrumar minhas coisas fiquei lendo O Pasquim.

 

Na manhã seguinte descemos para o café da manhã e vimos nosso horário. Nossas duas primeiras aulas seriam de Poções, junto a Sonserina.

 Descemos até as masmorras.

Quando entramos na sala o Prof.º Pendragon pediu que sentássemos. Ele tinha um sorriso simpático e olhos acolhedores.

- Bom dia!- cumprimentou animadoramente- Como é nossa primeira aula, irei fazer um pequeno teste- a turma gemeu, ele soltou uma risada solidária- Calma! Não será um teste difícil- disse ele- Trata-se de cada aluno preparar a poção que escolher.

- nós mesmos vamos escolher?- perguntou Mira surpresa

- desde que vocês saibam prepará-la. – respondeu- Se precisarem os ajudarei, obviamente. E também tem ingredientes no armário, caso sua poção precise.

Com a ordem do professor todos começaram a procurar os ingredientes na mochila.

Pensei em qual poção prepararia. Por que não uma poção da verdade?

Todas as poções da verdade eram feitas com os mesmos ingredientes. Portanto a eficácia da poção dependia de como era preparada.

Não segui as instruções do livro. Simplesmente segui o que achei que daria mais certo, como sempre fazia.

Quando comecei a mexer o liquido no caldeirão segui o padrão de sete vezes no sentido horário e sete no anti-horário.

Naturalmente a poção deveria demorar a clarear, mas ela assumiu um tom cristalino depois de apenas alguns minutos.

O professor passou ao meu lado. Ele deu uma risada gostosa.

- vejam só! – disse feliz- A senhorita aqui já teve resultados- anunciou-. Poção da verdade? Que estranho- me olhou com interesse- posso pegar um pouco?

Assenti. Ele pegou um frasquinho e encheu com minha poção. Foi até sua mesa e começou a examinar. Depois de uns poucos minutos abriu um enorme sorriso

- um soro bastante poderoso, mocinha. - disse- Tem os mesmos efeitos de Verisatium, feita com mais rapidez e, - se levantou- por uma bruxinha muito nova. 50 pontos para a Grifinória.

Os grifinorianos comemoraram. Ouvi um muxoxo de Rigel.

- duvido que ao menos funcione- comentou para Scorpius Malfoy.

 O professor ouviu.

- se não confia em minha capacidade de avaliação, - disse em voz alta- você irá querer beber para testar por si próprio, é isso?- Rigel recusou e ficou quieto. Depois Pendragon se dirigiu a mim:- Como se chama, minha cara?

- Electra Black- respondi.

- é um prazer tê-la como aluna- piscou e foi ajudar os demais.

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