Natal.
*Alvo*
A manhã seguinte ao jogo foi barulhenta. Todos comentavam sobre o jogo. Sempre que tínhamos oportunidade jogávamos nossa vitoria na cara dos sonserinos. Mas tinha algo muito incomodo nesse jogo
Ganhamos, certo. Mas algo aconteceu antes de ganharmos. Admito que Electra superou seu limite de loucura ao pular para pegar o pomo, mas, pouco antes de pular sua vassoura começou a desequilibrá-la. Isso me preocupa, não acredito que Electra tenha feito a vassoura ziguezaguear de propósito, isso quase custou sua vida.
- e ai, Al?-cumprimentou Electra, se sentando ao meu lado na mesa do Salão Principal.
- beleza, Al?- Lena sentou do meu outro lado.
- Electra- comecei- o que aconteceu com sua vassoura? Antes de você se jogar?
- não sei, Al- respondeu-. Estive pensando, que alguém estivesse azarando, mas...
- quem?
- exatamente o que não sei- respondeu-. Não consigo imaginar ninguém.
- certo. Mas precisamos ver isso. Você teve sorte.
- é- concordou Lena-. Mas agora vamos aproveitar o dia, maluquinha.
O próximo jogo foi da Lufa-lufa contra Corvinal. Lufa-lufa venceu por 50 pontos. Depois Corvinal e Sonserina. Corvinal venceu por 30 pontos. Isso deixou Sonserina por ultimo.
Agora, 3 semanas depois, jogaremos contra a Lufa-lufa.
Vou ser sincero. Não teve jogo, no sentido de que não durou 5 minutos. Logo que o jogo começou os apanhadores viram o pomo, nisso não deu tempo de marcar nenhum gol. Rebati um balaço no artilheiro da Lufa-lufa e foi só. Electra pegou o pomo e ganhamos de 150 a 0. Isso nos custou mais um jogo. Contra a Corvinal.
No dia do jogo o Salão Principal estava mais barulhento do que nunca. Todos estavam ansiosos para ver qual casa ganharia o Torneio do ano. Quando fomos para os vestiários e colocamos o uniforme do time, Teddy fez um pequeno discurso e fomos para o campo.
- montem as vassouras- todos montaram. A Prof.ª Robinson soou o apito e todos subiram velozmente.
- e o jogo decisivo começou- narrava uma garota da Corvinal, Ana Corner- o clima de tensão paira sobre o time.Tiago Potter passa a bola para Felipe Mendes que o atira no aro...Defesa espetacular do Dieguinho- Ana ficou vermelha-. Diego Lestrange- se corrigiu.
O jogo continuou. Um balaço ia em direção a Electra. Subi e quando ele chegou bem perto, o rebati com força em Daniel Castilho, artilheiro com posse da goles, ele se desequilibrou e derrubou a bola. Tiago pegou a goles e marcou. A essa altura do jogo, o placar marcava 100 a 40 para a Grifinória. Electra subiu, Michael Oliver, apanhador do outro time, a seguiu. Um balaço foi para Tiago, Patrick, nosso outro batedor o redirecionou para Oliver que desviou por pouco. Electra agarrou o pomo e ergueu o braço
- GRIFINÓRIA GANHOU O CAMPEONATO- anunciou Ana.
O grito de vitória foi ensurdecedor. A torcida da Grifinória levantou um cartaz enorme com um Leão, ele rugiu alto e o time se abraçou no ar.
A comemoração na Torre durou o dia inteiro. Comemos doces, bolos e tomamos cerveja amanteigada e Hidromel.
Com o fim do Campeonato e dos Exames as férias de Natal e Ano Novo se aproximaram. Eu estava ansioso para passar o natal com minha família. Mas Electra com certeza não sentia o mesmo que eu.
Duas semanas antes das férias de natal ela teve uma briga com o irmão e a mãe, depois disso ela falou que passaria o natal em Hogwarts. Lena se ofereceu para passar o natal com ela, mas Electra disse que preferia que ela passasse o natal com a família, já que não tinha muito contato com eles por serem trouxas.
Mesmo dizendo que seria bom não ver a cara da família, Electra parecia um pouco desanimada por ter que passar o Natal sozinha em Hogwarts.
Uma semana depois emprestei um presente para dar para ela, pelo menos enquanto ela passava as ferias em Hogwarts. Fui procurá-la.
A encontrei no campo de Quadribol. Estava sentada no aro central. A vassoura dela estava encostada no suporte das balizas. Montei e subi ao seu encontro.
- por que diabos você está aqui em cima?- perguntou
- eu quem pergunto- sorri-. Você é louca. Parece que quer cair e se machucar feio. Desce daí. Tenho algo para te mostrar.
- tá- ela se pendurou na parte inferior do aro e segurou no suporte, deslizando até o chão- o que foi?
- aqui!- abri minha mão e lhe mostrei o pomo.
- por Merlin!- exclamou, sorrindo- eu posso ficar com isso?
- desde que você não perca até o próximo jogo- respondi- a Prof.ª Robinson disse que não tem problema.
- obrigada, Al!- ela me abraçou- você é incrível!
- certo. Mas agora vamos para dentro. Aqui ta congelando- coloquei o braço em volta de seu pescoço e fomos para a Torre.
Quando passamos pelo quadro e entramos na Sala Comunal vimos Tiago ajoelhado na frente da lareira. Nos aproximamos e vi meus pais nas chamas.
- oi, filho- cumprimentou meu pai.
- oi, pai
- Electra, justo quem eu queria ver- Tiago sorria
- que aconteceu, Potter?- perguntou Electra, desconfiada.
- temos quatro Potter’s aqui. Melhor me chamar de Tiago, estrelinha- Tiago sorriu
- certo- concordou- Tiago.
- você vai passar o natal com a gente- contou ele.
- o que?!- Electra se surpreendeu.
- se quiser, é claro- disse meu pai, sorrindo nas chamas.
- vamos, Electra- incentivei- vai ser divertido
- é...Claro- disse Electra, feliz.
- Tiago disse que você ia gostar- disse mamãe sorrindo- ele quem deu a ideia
- obrigada, Tiago!- Electra o abraçou e ele sorriu ainda mais. Depois ela o soltou e ficou um pouco vermelha, que raridade- hm desculpa... Obrigada.
- pode me abraçar o quanto quiser, paixão- disse Tiago sorrindo, um pouco sem jeito, mais raro ainda. Electra ficou ainda mais vermelha.
- Tiago!!- censurou minha mãe, sorrindo um pouco- Não faça isso com a menina.
- desculpa- ele não parecia arrependido
- certo- papai sorria também-. Agora, Electra- chamou-, arrume suas coisas, ta? Vamos adorar te conhecer.
- certo- Electra se levantou-. Tchau- ela subiu as escadas para os dormitórios.
- ela tem o sorriso de Sirius- disse meu pai, um pouco triste- se parece com ele em muito, pelo que disseram.
- ela é legal- disse eu, concordando-. Bem diferente do irmão dela, Rigel.
- ela é incrível- disse Tiago.
- dá para ver que vocês gostam bastante dela- mamãe olhou para papai-. Queridos, agora precisamos ir- disse pesarosa-, mas nos vemos em uma semana.
- até, meninos – despediu-se ele
- tchau.
- até lá- dito isso o rosto de mamãe e papai desapareceu do fogo.
Meia hora depois as meninas desceram. Ficamos conversando sobre Quadribol por um tempo. Electra estava com o pomo, ela o deixava voar um pouco e depois o pegava, até que Lena pediu para ela parar.
As aulas dessa semana foram mais tranquilas. Tiveram poucas tarefas e o conteúdo foi mais como uma introdução para depois das férias. Passávamos as tardes dentro do castelo, porque a neve cobrira os jardins.
Rosa e Electra começaram a conversar. Electra estava reclamando do Prof.º Strilbold e Rosa se solidarizou, então começaram a falar dos melhores e piores professores e aulas e ficaram um bom tempo conversando. Enquanto a amizade delas se desenvolvia Lena ficava em cima do idiota Duff. Ele é irritante, simplesmente irritante.
Quando as férias chegaram, Rosa e Hugo foram para a casa do tio Weasley bem cedo. Só tomaram café e foram. Lena foi pouco depois.
Quando deu nosso horário nós três fomos para frente do portão. Dez minutos depois um carro se fez visível no céu e desceu em nossa frente. A porta se abriu e meu pai saiu.
- oi, meninos- cumprimentou-. Vamos?- colocamos nossas malas e entramos.
A viagem até nossa casa foi rápida. Quando chegamos Lilian veio correndo nos abraçar. Quando viu Electra perguntou se era minha namorada.
- não, maninha- respondeu Tiago por mim- se fosse namorada de alguém seria minha- Electra revirou os olhos.
- vai sonhando, Potter
- certo, certo- papai interrompeu uma outra possível cantada de Tiago-. Entrem.
- como é seu nome?- perguntou Lily
- Electra Black- respondeu-. E o seu?
- Lilian Luna
Quando entramos na casa, Monstro, o elfo, nos cumprimentou com uma profunda reverencia.
- bom dia, meus senhores- disse ele- e senhoritas- completou olhando para Electra e Lily-. Eu sou Monstro, o elfo da família Potter- se apresentou.
- prazer- sorriu Electra-. Sou Electra Black- ao dizer isso Monstro ficou com uma expressão estranha, beirava surpresa, admiração e confusão. Ele fez mais uma reverência, ainda mais profunda e pediu licença para se retirar- okaaay. O que aconteceu?
- Monstro já serviu sua família- respondeu meu pai
- aaah!- ela pareceu confusa
- bom dia!- mamãe desceu as escadas- Olá, Black- sorriu.
ela nos deu um abraço e subiu com Electra e Lily para mostrar o quarto que ela ficaria. Depois de um bom tempo elas voltam e mamãe a chamava pelo primeiro nome.
Mamãe contou que os Weasley iam passar as férias de natal com a gente. Isso causou grande animação já que os tios Weasley e meus pais se dão tão bem. Felipe também viria depois do natal passar o ano novo com a gente.
A neve caia lá fora, Electra saiu e sentou em um banquinho no quintal. Sai e sentei ao seu lado.
- tá frio aqui fora- eu disse. Ela estava com um vestido fino preto por baixo de um casaco longo, com uma meia calça e uma bota. O pomo voava e ela o pegava, voava e o pegava-. Em que está pensando?
- na minha mãe- respondeu. Ela balançava os pés para frente e para trás. Não parava quieta-. E na sua também, ela é muito legal
- realmente. Minha família é legal
- queria uma família assim
- Tiago parece disposto a fazer esse favor- brinquei
- por Merlin- riu-eu nunca vou sair com o idiota do seu irmão
- não entendo por que- disse- vocês são parecidos
- não me compare com ele, por favor. Eu não azaro os mais fracos porque não são meus amigos. Não sou prepotente
- estou me referindo a serem impulsivos, e insolentes- sorri.
- ta, ta- ela riu- chega de defender seu irmão, Al- ela deixou o banco e se abaixou no chão-. Antes ficarei com você do que com ele- Electra fez uma bola grande de neve e atirou em mim.
Ei!- me abaixei e comecei a jogar neve nela também.
Depois de uma meia hora estávamos congelados. Entramos e ficamos na frente da lareira, a ponta do nariz de Electra estava vermelha e as bochechas coradas.
- Electra!- Rosa entrou na sala e abraçou a amiga- Que bom que vamos passar o natal juntas- oi, Al- me abraçou
- e ai, Rosa?- cumprimentei- e o Hugo?
- subiu- respondeu- ele falou para você ir lá também
- okay- levantei- tchau.
Sai da sala e subi as escadas. Electra e Rosa ficaram conversando sobre o que quer fosse
Entrei no quarto de Tiago. Era meio bagunçado. Tinha varias poções, livros, revistas e itens mágicos espalhados. Nas paredes tinham vários pôsteres do nosso time favorito de Quadribol, Harpias Holyhead.
- e ai?- me joguei na cama.
- maninho, maninho- Tiago tinha o sorriso travesso- Hugo é genial, maninho
- MUAHAHAHA- Hugo é meio doido, sinceramente, era como tio Jorge- tá, parei.
- o que vão aprontar?- perguntei, sorrindo. Eles sempre aprontavam com Lilian ou Rosa. Eu ajudava um pouco.
- bichos-papões!- respondeu Hugo, animado.
- tem certeza?- perguntei, um pouco receoso- Acho que brincar com o medo delas é um pouco demais. E menores de idade não podem usar magia fora de Hogwarts
- relaxa, Al- tranqüilizou Hugo-. Em primeiro lugar, Rosa ainda não aprendeu o feitiço contra o bicho-papão, e depois, o bicho-papão só vai ficar um por um tempinho, só para assustar elas
- é- Tiago começou-. Usamos um dos itens do tio Jorge. O bicho-papão vai ser sugado para dentro de uma caixa depois de algum tempo.
- e se elas usarem um feitiço?- perguntei- Rosa pode acabar tentando...
- minha irmã não seria imprudente usando um feitiço qualquer- Hugo argumentou
- Electra talvez saiba o feitiço- rebati.
- Electra não é o alvo- falou Hugo-. Rosa e Lily só se assustaram, não se preocupe.
- mesmo assim- comecei-, dessa vez eu não vou ajudar. Não é divertido brincar com o medo delas.
Desci as escadas e fui para sala. Rosa e Electra estavam jogando baralho bruxo e conversavam. Quando me viu, Rosa interrompeu o que estava falando.
- o que vão aprontar esse ano, priminho?- perguntou desconfiada
- só posso dizer que não estou dentro- respondi erguendo as mãos em gesto de rendição.
- ROSA!- chamou Lily, descendo as escadas- Tiago e Hugo pediram para a gente subir
- já venho- Rosa seguiu Lily
Suspirei e cocei a parte de trás da cabeça.
- o que eles aprontaram, Al?- perguntou desconfiada
- bicho-papão- respondi-. Mas não se preocupe- continuei quando ela arregalou os olhos e se levantou- não vai machucá-las, vai ser sugado para dentro de uma caixa depois de um tempinho.
- Al- Electra subiu as escadas correndo- Ela sabe o feitiço
Droga, ela vai acabar sendo expulsa. Corri atrás de Electra. Entramos no quarto em que as meninas estavam. Lily estava em um canto agachada, com medo. Rosa estava na frente dela, tinha um fantasma em sua frente, o Barão Sangrento. Segurava sua varinha em frente ao corpo, ia lançar o feitiço.
- não, Rosa- avisou Electra, se colocando em sua frente- guarda a varinha
O fantasma se confundiu. Craque, o fantasma mudou de forma, ficou maior, com um capuz negro e dedos enrugados e esqueléticos saiam da manga. Recuei um pouco
O dementador foi se aproximando, Electra se afastou um pouco das outras meninas, respirava rápido e sem ritmo. O bicho-papão sentia seu medo, me aproximei, mas Electra fez sinal para eu me afastar.
- então, docinho- Electra tentou um sorriso- achei que você ia me assustar- seu sorriso vacilou um pouco. O que essa louca está fazendo?- mas to vendo que não consegue nem fazer uma copia barata de um conto trouxa- deu uma risada. O bicho-papão estremeceu levemente- O capuz não era para ser vermelho?
Ela estava tentando derrotar o bicho-papão sem magia? Definição para louca atualizada.
- fora que você devia ser mais bonitinha- zombou ela- você está mais para um cruzamento de trasgo com múmia- riu. O dementador se confundiu- Se colocasse alguns laçinhos você ficaria mais estilosa- agora quem recuava era o dementador. Parecia estar diminuindo um pouco- tipo aquela Umbridge- Lily riu.
Tiago e Hugo apareceram na porta, atrás de mim, pareciam espantados. Hugo olhou para a cena e franziu as sobrancelhas, depois acordou (?) e jogou uma caixa na frente do bicho-papão. A caixa se abriu e o dementador foi sugado, a tampa fechou e o item estremeceu.
- qual é o problema de vocês?- Electra perguntou, irritada. Ela abriu espaço e desceu as escadas batendo os pés, Lily e Rosa a seguiram.
- o que aconteceu aqui?- perguntou Tiago.
Depois que expliquei a história os dois me olharam, incrédulos. Descemos as escadas e fomos para a sala.
- meninas- disse Tiago quando as viu conversando- desculpe
- certo- respondeu Rosa, com frieza
- a gente sabe que dessa vez exageramos- disse Hugo-. Então desculpa a gente, maninha.
- eu podia ter sido expulsa- disse Rosa, irritada- vocês fazem ideia, que eu podia ser expulsa por essa brincadeirinha?
- a gente não sabia que você conhecia o feitiço- respondeu Tiago-. Era só para assustar um pouco, depois o bicho-papão ia ser sugado pra caixa- Tiago deu um sorriso brincalhão- Eu prometo que vou pensar muito antes de pôr em risco sua vaga.
-é que a gente tinha esquecido o quanto você é inteligente- bajulou Hugo
- exato- Tiago abriu um sorriso maior- às vezes esqueço que você é tão genial- pegaram no ponto fraco, rosa deu um sorriso modesto- eu pensei “mas é um feitiço muito avançado, nem eu sei fazer”
- e isso que ele é como um prodígio- concordou Hugo
- ah, meninos- Rosa sorria-. Ta bem. Mas não façam de novo.
- e colocar em risco a vaga da melhor aluna que pisou em Hogwarts?- os olhos de Hugo brilhavam- Nunca nos perdoaríamos se fizéssemos isso, né Tiago?
- nunquinha- concordou
- okay- desculpou Rosa
- e você Lilyzinha?- perguntou Tiago
- acho que se Rosa desculpou, está tudo bem- respondeu, descruzando os braços e sorrindo
- Black?- Tiago sorria amável- Você foi incrível...
- me poupe de bajulações, Potter- cortou- não funcionam. Mas de qualquer forma, não passou de uma brincadeira.
- obrigado, Black- agradeceu Tiago sorrindo
Monstro entrou na sala e fez uma reverencia
- o almoço está pronto, senhores- todos se levantaram e foram para a cozinha
- obrigada, Monstro- disse Electra e fomos juntos.
O almoço foi bastante agitado, todos conversavam. Papai e mamãe perguntavam sobre Electra. Eles claramente a adoraram, papai iria mostrar algumas coisas que estavam no sótão depois.
A gente nunca ia ao sótão, sempre que íamos lá éramos recebidos com os gritos de uma mulher velha em um retrato. Realmente é estranho que ele a leve lá.
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*Electra*
- geralmente não gosto de ir até o sótão- falava o Sr. Potter enquanto subíamos as escadas- ela grita toda vez que alguém entra lá.
- ela?- perguntei, confusa
- você vai ver- piscou. Quando chegamos no ultimo andar vi um alçapão, o Sr. Potter o abriu e uma escada desceu. Quando subimos uma luz ascendeu no sótão.
- ESCÓR...- uma mulher começou, mas assim que me viu se interrompeu- quem é você?- perguntou a mulher velha, desconfiada.
Tinha olhos escuros e cabelos enrolados como os meus, era mais pálida e tinha um ar arrogante.
- Electra Black- respondi. Walburga Black, esse era o nome dela, estava em nossa arvore genealógica.
- finalmente alguém puro!- exclamou olhando com desprezo para o Sr. Potter- O que faz com esse traidor de sangue?
- ela veio ver os pertences da tão nobre e rica família- respondeu o Sr. Potter, antes que eu pudesse ao menos abrir a boca.
- finalmente reconhece nossa nobreza
- estou certo que demorei muito
Passamos pelo quadro e vi diversas jóias. Medalhões, taças, emblemas e coisas do tipo.
- Monstro guardou parte disso, e o resto herdei de Sirius, meu padrinho. Embora eu esteja certo que isso tudo pertence a sua família
- Sirius te deu, é seu Sr. Potter- respondi. Tinha muito disso no nosso cofre, no Gringotes. E devia ter também naquele cofre que minha mãe não conseguiu acesso...
- mesmo assim, alguns desses itens só funcionam para um Black, está bloqueado com magia de sangue, segundo aquela senhora velha ali- apontou para o quadro de Walburga as suas costas- um truque de família
Parei em frente a um espelho, a moldura era de prata com rubis, tinha um buraco na parte inferior, coloquei meu dedo. O espelho trincou e depois voltou ao normal.
- o feitiço de sangue se foi- disse a mulher no quadro
Toquei o vidro, foi como se tocasse o dedo em um lago calmo. Uma imagem apareceu, um homem com cabelos negros e pele bronzeada apareceu, segurava uma garotinha no colo.
- o que aconteceu?- perguntou Walburga, confusa- não é um acesso a memórias
- não?- perguntei. Agora o homem, meu pai, contava historias sobre a família para meu irmão e para mim
- é uma janela- respondeu a Sra. Black- você pode ver alguém pelo seu desejo
- é como o Espelho de Ojesed?- perguntou o Sr. Potter.
- não, seu ignorante- respondeu a senhora, arrogante- é mais poderoso, te mostra alguém no presente. Ás vezes você consegue até se comunicar
Eu sabia que não dava para me comunicar com ele, em nenhum caso, ele simplesmente não existe mais, mas queria vê-lo mesmo assim. As imagens iam passando, recordação por recordação. O Sr Potter se aproximou
- eu te amo, jubinha- ouvi. meus olhos arderam senti um aperto no peito. Meu pai deu um beijo na minha testa, eu estava com os cabelos armados e estava chorando- adeus
Não queria ver a próxima lembrança, virei o rosto. PAPAI, eu gritei na recordação. Ouvi um gemido de infelicidade. Acabou, pensei. Olhei para o espelho, ele trincou novamente e voltou a ser um espelho normal.
Suspirei. O Sr Potter me olhava pelo espelho, seu rosto misturava pena, compaixão e solidariedade.
- seu pai...- começou hesitante
- ...mereceu- completei amargurada
Walburga Black me olhava fixamente.
- sinto muito- disse o Sr Potter- muito mesmo- estava sendo sincero, podia ver em seus olhos
Sorri. Podemos descer agora? Perguntei
- vamos- respondeu e descemos as escadas.
Dois dias antes do natal fomos a Londres comprar os presentes. eu tinha que passar no Gringotes para pegar o dinheiro, então Gina e Hermione foram até o banco comigo.
Subimos as escadas de mármore e passamos pelo duende. Entramos no hall e como sempre, os duendes estavam sentados atrás do balcão em cadeiras altas.
- Electra Black- falei para o duende. Ele ergueu os olhos dos papeis.
- Black?- franziu o cenho- a Srta quer acesso a qual cofre?
- como assim?- eu não estava entendendo, até onde eu sabia não tínhamos acesso a outro cofre.
- a Srta tem acesso a dois cofres- disse o duende com impaciência-. O Sr. Black deu acesso a Srta, desde que seja Electra
- Electra- chamou Gina- o que aconteceu?
- minha mãe não conseguiu acesso a esse banco- pensei no que teria lá- de qualquer forma, quero o da família Black- eu iria lá sozinha, outro dia.
Descemos alguns quilômetros no carro com o duende Ergos. O numero era 750, portanto o duende precisou abrir com magia. Entrei no cofre, havia pilhas de galeões, sicles, e nuques, alem de algumas jóias. Enchi uma bolsinha com o dinheiro. Quando estava saindo, vi um anel com um pequeno diamante. Peguei e guardei na bolsa.
Quando saímos do Gringotes, nos encontramos com o resto do pessoal e comecei a procurar os presentes.
O Beco Diagonal era cheio de lojas com itens muito legais. Depois de andar algumas quadras, achei uma loja de livros mágicos. Achei um livro sobre criaturas mágicas que Lena falou uma vez, custava 15 galeões. Tinha também outro livro com uma capa simples.
- é um caderno de anotações- contou o Sr. Lee, o bruxo dono da loja-. Ele absorve o item e você faz anotações sobre ele. Só o proprietário pode escrever e abrir, ou quem tiver permissão.
O Sr. Lee tocou a capa. O livro se abriu. Todas as paginas estavam em branco.
- experiente- ofereceu ele.
Peguei o anel e coloquei sobre uma das paginas, uma luz circulou o anel e ele foi sugado para o livro, uma imagem do anel apareceu, algumas informações sobre ele apareceram. “composição: prata e diamante. Proprietários: família Black. Propriedade mágica: sem propriedades mágicas.”
- o livro se adapta ao dono- complementou o dono- não absorve coisas grandes demais, mas é muito útil
- vou levar esses dois- mostrei o livro de criaturas mágicas e o caderno.
O que eu poderia comprar para o Al? Um livro? Uma pena mágica? Não, não mesmo.
Eu ficaria quebrando a cabeça a tarde toda, mas achei um pequeno dragão de metal na loja Futuro. Alvo não tinha uma coruja. Entrei.
- olá- uma bruxinha velha me atendeu, seus olhos eram leitosos, era cega- sou a Sra. Swind- apresentou-se – gostou de alguma coisa, minha querida?
- do dragão de bolso- respondi
- decidida, hein?- sorriu- qual você quer?
- o dourado- respondi. Dei um tapa na minha testa. Ela é cega, sua burra
A mulher provavelmente ouviu. Deu uma gargalhada gostosa.
- certo, garotinha- sua voz era amável e gentil-. Refere-se ao menor com asas grandes?
- sim, senhora.
A mulher assobiou e o dragão voou para sua a palma de sua mão, já estendida. Fez um carinho e o entregou a mim
- só o dono apaga suas memórias e o dá a alguém- explicou ela-. É fiel e faz o que o dono mandar. E cospe fogo.
Paguei a bruxa e coloquei o dragão junto com meus outros presentes na bolsa- ela estava com feitiço extensor-. Agora não faltava muito para acabar. Achei um colar, não tinha nenhuma propriedade mágica, mas era lindo e Lily iria adorar. Custou apenas 1 galeão e 3 sicles na Biju Malu- comprem-.
Por mais que eu deteste o Tiago, me senti obrigada a comprar uma esfera de transporte para ele. Era um par, você era absorvido por uma e ia para onde a outra estava. Tinha um limite, 15 metros, mas seria o suficiente para ele escapar das roubadas que ele se metia quando ia aprontar com Felipe, assim ele perderia menos pontos para a Grifinória.
Voltamos e ficamos assistindo um filme trouxa.
- coloca Minions, papai- pediu Lily
- nem vem, a gente já assistiu quinhentas vezes- reclamou Tiago-. Coloca Gente Grande.
Dez minutos depois de uma discussão sobre qual filme iríamos assistir colocamos um filme chamado MIB.
Confissão: eu nunca tinha assistido um filme trouxa. Motivo: minha mãe odeia os trouxas. Opinião: achei MIB incrível.
Depois que o filme acabou, fui dormir. Eu estava dormindo com Rosa e Lily e como estavam cansadas da nossa saída desmaiaram rapidinho. Dormi uma hora depois.
Sonhei. Meu sonho foi uma lembrança na verdade.
Eu estava brincando no quintal e vi um cachorro grande e preto. Entrei correndo em casa e contei sobre o cachorro para minha mãe, quando ela foi lá fora ele tinha sumido. Depois de algum tempo eu estava brincando no balanço, quando estava no ponto mais alto pulei e desci lentamente em uma cambalhota. Aquela fora a primeira manifestação real da minha magia, aos 5 anos.
O cachorro negro reapareceu um ano depois, comecei a brincar bastante com ele, o adotei sem meus pais saberem, eles nunca o viam. Ele estava comigo sempre que eu saia escondida.
Alguns anos depois.
Eu estava com frio e minhas mãos começaram a ficar vermelhas e quentes, um vizinho trouxa apareceu com um objeto metálico e o apontava para mim.
- criatura diabólica- disse ele- sempre suspeitei. Mas você não vai mais sujar minha terra- seus olhos brilhavam com malicia-. Acabou
Ele apertou alguma coisa e um barulho se fez. Um vulto enorme e negro pulou na minha frente.
- Avada Kedavra- gritou alguém atrás de mim. Um raio verde atingiu o homem e ele caiu na neve.
O vulto era meu cachorro, estava caído e sangrava. Não se mexia, nem respirava. Ele estava morto. Estava morto. Tinha morrido para me proteger. Eu estaria morta. Eu. Não ele.
Acordei. Já eram 8 horas. Levantei.
Passamos a véspera do natal como passamos o resto das férias, jogando Quadribol. Eu ficava com Gina, Tiago e Rosa. Hermione era péssima, então equilibrava o jogo.
Depois do jantar subi as escadas e fui para o quarto. Peguei um cachecol da Grifinória, embrulhei e escrevi.
Mamãe e maninho,
Estou enviando a vocês meu presente de natal. Espero que gostem. Feliz natal.
Electra.
Despachei o embrulho pelo correio coruja e entrei.
No dia seguinte, quando acordei, tinham vários presentes nos pés da cama.
- Feliz natal- desejou Rosa quando me sentei
- feliz natal- dei um abraço nela
Peguei um embrulho na minha bolsa e entreguei a ela.
Ela o abriu e pegou o livro. Arregalou os olhos e sorriu
- Electra!- ela folheou o livro- livro de pesquisas!- estava bem excitada- Você é incrível, amiga
Ela se acalmou e apontou o presente dela. Pensei que seria um livro, mas não, eram ferramentas mágicas.
Deu um gritinho de felicidade. Finalmente um presente útil. Minha mãe sempre me dava coisas sem graça como bonecas que falam e andam e choram. Se eu quisesse cuidar de um bebê eu seria mãe, né?
Abri o próximo embrulho. Uma blusa de lã azul escuro com um ‘‘E’’ preto bordado.
- feliz natal- disse Lily sentando na cama- Que legal Electra. Mamãe também fez para você- ela mostrou o dela, era vermelho e tinha um L laranja bordado
As meninas começaram a abrir seus presentes. Lily deu um gritinho quando viu o colar.
Alguém bateu na porta.
- abre- disse Lily
Al, Tiago e Hugo entraram no quarto e se jogaram na cama de Rosa.
- e ai, meninas?- cumprimentou Al
- e ai?
- feliz natal
- maninha... - Tiago entregou um embrulho para Lily
- por favor, Tiago- Lily começou- não é nenhum boneco do Chucky, né?
Tiago e Hugo riram
- dessa vez é um presente normal, maninha- prometeu Tiago
Lily abriu o embrulho, receosa. Era um kit de varinhas de brinquedo da Gemialidades Weasley. Lily adorou óbvio.
Ela entregou o presente dela. Era um carro em miniatura.
- maninha!- ele sorriu e pulou em cima de Lily dando um abraço nela- Era o que faltava para minha coleção.
- eu também comprei um presentinho para você, Rosinha- disse Hugo, piscava os olhos angelicalmente- toma
Ele entregou uma caixa mal embrulhada a ela.
Rosa abriu e gritou. Um bonequinho de Voldemort saltara no rosto dela. Comecei a dar risada.
- calma, Rosa- disse, tentando segurar o riso- é só um bonequinho.
- VOCÊ É UM... - rosa começou
- esse aqui é o meu presente- interveio Al, entregando uma sacola. Era um perfume, Rosa adorou.
- Electra- chamou Al- aqui- ele me deu uma sacola com vários itens da Gemialidades Weasley novos.
Assobiei. Um pequeno dragão pousou na palma da minha mão.
- Electra- Al me deu um abraço-. Você é incrível.
Tiago nos olhava com uma expressão estranha. Olhou para o lado meio... Emburrado (?) e me entregou um embrulho.
Estava meio receosa que aparecesse um bonequinho do Voldemort ou Chucky, mas abri mesmo assim. Dentro tinha um anel e um colar, os dois com uma pedra azul.
- é um comunicador- disse ele- brilha quando alguém estranho se aproxima.
Por Merlin, aquilo era perfeito. Sorri e peguei um pacote com as esferas.
- obrigada- entreguei o presente. Ele abriu um sorriso.
Quando abriu o pacote sorriu ainda mais.
- Black- ele pegou as esferas- Isso é perfeito!-deixou uma das esferas ao meu lado.
Foi correndo para o outro canto do enorme quarto. Alisou a esfera e foi sugado.
- muahahaha- gargalhou- vamos ver se Amos vai me pegar agora.
Estávamos na sala quando Monstro, o elfo, entrou e fez uma profunda reverência a todos, depois se dirigiu a mim.
- com licença minha senhora- disse se aproximando. Carregava um pequeno embrulho nas mãozinhas-. Monstro fez- e me entregou o presente- para a senhorita.
- obrigada, Monstro- peguei uma caixinha com o anel do cofre- este é para você
Os grandes olhos de Monstro brilharam, sua voz estava carregada de emoção quando agradeceu (bastante) e se retirou.
Abri o pacotinho. Era uma corrente com pingente de estrela. Coloquei e o pingente brilhou um pouquinho.
O resto das férias passou rapidinho, logo voltamos para Hogwarts e recomeçamos nossas, nem um pouco entediantes, aulas.
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