Quadribol.
*Electra*
Enquanto seguíamos para o jardim Lena contava que passara a tarde com Peter Duff, um primeiranista da Lufa-lufa, e por isso não vira os testes. Al estava despontado por ela não ter visto como ele acertou o alvo. Ele foi realmente impressionante, mesmo o alvo se mexendo ele acertou, forte a ponto de despedaçá-lo.
Passamos a tarde fazendo as lições que os professores tinham passado, eram muitas, embora fossem fáceis. Depois fui tomar um banho.
- até que enfim!- exclamou Lena quando voltei do banho- Que demora. Vamos, o jantar é daqui a pouco.
Terminei o jantar rápido porque tinha uma aula extra de poções com Tiago.
- vamos, paixão?- chamou quando viu que eu tinha terminado.
Seguimos em silêncio até a sala da Prof.ª Chang. Paramos em frente à porta e ela se abriu. Eu, sinceramente, não gosto dela. Ela é simpática, claro, mas é muito falsa. Quando entramos, ela nos mandou sentar.
- como está seu pai, Tiago?- perguntou quando se aproximou para nos entregar alguns frascos.
- ele vai bem- respondeu, a professora sorriu-. E minha mãe, a Sra. Potter, também- seu sorriso se azedou- se quiser, mando um abraço seu para ela- Tiago sorriu falso.
- ah, claro- disse sem emoção. Quando se virou, Tiago deu uma risada silenciosa e não pude evitar sorrir também.
A aula foi simples, a professora mandou cada um fazer uma poção de alto nível diferente. Quando terminamos, a professora conferiu se estava tudo certo e nos liberou.
- “como esta seu pai, Tiago?”- eu ria enquanto Tiago fazia imitações da Prof.ª Chang- “Ele vai bem, Tiago?... Sua mãe morreu, Tiago?”
Quando chegamos à Torre, subi para o dormitório e deitei. Pensei um pouco em Tiago e me irritei. Por que ele é tão arrogante e metido? Pensei no garoto lufano que ele zoara há alguns dias, Podia ser só um pouquinho menos prepotente. Ele seria mais legal, pensei Que seja. Acabei pegando no sono depois de meia hora.
- que horas vai sair o resultado do teste de vocês?- perguntou Lena, na manhã seguinte.
- vai estar no quadro de avisos, depois do almoço- respondeu Al-. Tiago disse que foi fácil escolher.
- isso é bom?
- provavelmente sim- respondeu-. Electra foi a melhor. Só não me garanto, teve outro garoto que também acertou o alvo.
- mas você foi melhor, Al- avaliei-. Seu balaço foi mais preciso, e ele não segurava o bastão direito.
- é- sorriu ele-. Espero que você esteja certa.
- eu sempre estou certa- disse eu, com falsa arrogância. Dei risada-. Vamos, o Prof.º Longboton já vai começar a aula.
Depois do almoço subimos para a Torre para ver os resultados do teste. O quadro de avisos estava cercado por estudantes, de todos os anos.
- não acredito que não entrei- uma primeiranista reclamou-. Seria a oportunidade perfeita para me aproximar do Potter. Que droga.
Abrimos espaço entre as pessoas e lemos os nomes.
- uhuul!!- comemorou Al- conseguimos, Black. Conseguimos- Al sorria de orelha a orelha. Comecei a dar risada, Lena comemorou também.
- que bom que vocês entraram- disse Mira, um pouco atrás de nós- eu tentei, mas não consegui. É uma pena.
- talvez na próxima, loirinha- disse Felipe, que tinha acabado de chegar. Deu uns tapinhas na cabeça dela, e se dirigiu a nós-. Parabéns, Al. Parabéns, Black- sorriu-. Tiago ficou bem feliz que vocês entraram.
- obrigada.
- valeu.
- os treinos começam sábado de manhã- avisou- não faltem sem motivos, okay?- nós dois concordamos com a cabeça e ele saiu.
A partir daí o tempo passou mais rápido. Cumpri mais algumas detenções, por ter azarado uma garota da Sonserina, e por enfeitiçar o zelador Amos, que estava sempre pegando no meu pé.
Logo chegou novembro, então fiquei ocupada ajudando o pessoal a estudar para os Exames, e com os treinos. Como o campeonato estava muito próximo os treinos eram quase todos os sábados.
- temos o melhor time- disse Teddy, uma semana antes do campeonato- e vamos arrebentar aqueles sonserinos- o time deu um grito e assim acabou o treino.
No dia do jogo acordei 6h e pulei da cama. O jogo seria às nove. Fui tomar um banho para acordar e, quando voltei Lena trocava de roupa. Assim como todas as outras meninas, colocava uma roupa vermelha e dourada, em apoio ao time. Descemos para a Sala Comunal e os garotos faziam uma algazarra.
- vamos fazer eles rastejarem como cobras- dizia Hugo, primo de Al e Tiago. Ele também tinha entrado no time. Fomos todos para o Salão e, quando o horário do jogo se aproximou o time foi para o vestiário.
As arquibancadas estavam enchendo, de um lado verde e do outro, vermelho.Teddy fez um pequeno discurso e entramos no campo.
- montem suas vassouras- disse a Prof.ª Robinson. Montei na minha Firebolt 2000. Os capitães apertaram as mãos e a professora soou o apito. Todos levantaram vôo.
- E o jogo começou. Sonserina está com a posse da bola...Não está mais, Tiago Potter pegou a bola e passa para Teddy- narrava uma garota da Corvinal.- Teddy se aproxima do gol,Marcos Smith, goleiro da Sonserina se prepara e,- Smith estava no aro do centro, mas estava com a vassoura mais virada para o aro da direita, Teddy percebeu isso e rapidamente atirou no aro da esquerda- ponto para Grifinória
A torcida da Grifinória de um urro de comemoração, a torcida verde gemeu.
Avistei o pomo de ouro. Espere até conseguirmos uma quantidade significativa de pontos, Teddy dissera. Como o apanhador da Sonserina, Scorpius Malfoy, não deu sinal de ter visto o pomo também, não o segui.
- ponto para a Sonserina- a torcida verde urrou-. Teddy passa para Felipe. Ele se aproxima do aro e... Não foi dessa vez. Ótima defesa de Smith. Alvo Potter redireciona um balaço e quase acerta Scrum, o capitão sonserino.
Tiago marcou um gol. Vinte à dez. Depois foi a vez de Felipe. Trinta. Os artilheiros adversários tentaram mais alguns gols, Hugo defendia a maioria, mas mais um passou. Trinta à vinte.
Scorpius fez um movimento brusco, tinha avistado o pomo, estava lá embaixo. Inclinei a vassoura para frente e desci, veloz.
De repente a vassoura começou a ziguezaguear, sem meu comando. Okay, continue seguindo o pomo, disse a mim mesma, Não se dê ao luxo de perder seu primeiro jogo.
O pomo subiu e o segui. A vassoura continuava a ziguezaguear, isso me atrasava. Malfoy chegava mais perto. Ah, por Merlin, pensei, E se...isso é loucura. Vou morrer, com certeza. É arriscar ou perder. Malfoy me alcançou. Melhor tentar.
Coloquei o pé no cabo da vassoura louca. O cabo era pouco largo, mas mesmo assim me levantei e fiquei em pé, como se estivesse em uma daquelas pranchas que os trouxas usavam para voar na água.
Desespero, isso com certeza define o que eu sentia. Não deixar Malfoy pegar o pomo e ganhar o jogo, tampouco eu ganharia se caísse dali. Estava desequilibrada na vassoura. Eles vão amortecer minha queda, tentei me consolar. O pomo estava na minha frente. Me preparei, estiquei o braço, quase. É, sem chance, desse jeito. Eu iria cair, de qualquer jeito. Peguei um impulso e pulei. Minha mão se fechou em volta do pomo e ganhei velocidade para o chão.
Bendito seja o Al. Ele tentou me segurar, não conseguiu por muito tempo, enquanto me segurava sua vassoura ia em direção ao chão.
- solta, Al- gritei para ele-. Confia, por favor- ele soltou.
Quando meus pés tocaram o solo, senti uma pontada forte em meu tornozelo, cambaleei alguns metros antes de parar. Os jogadores desceram e me cercaram.
-AI!- gritei quando tentei me levantar. Tanto meu braço direto quanto meu tornozelo doíam.
- Você é louca?- Tiago se aproximou, preocupado- Você podia ter morrido!
- mas não morri- respondi, meu corpo todo doía, na verdade. Fechei os olhos, tentei esquecer a dor, não funcionou. Fiz uma careta- Meu braço.
- deixe-me ver- disse baixinho, examinou-. Acho que está quebrado. E seu tornozelo também- olhei para o seu rosto- Nunca mais faça isso, por favor- pediu.
- ela pegou o pomo?- perguntou um dos jogadores, não consegui identificar quem.
Abri minha mão direita, o pomo abriu as asas e voou alguns centímetros.
- VITÓRIA DA GRIFINÓRIA- anunciou a narradora. A torcida da Grifinória explodiu em comemoração- Cento e oitenta à vinte.
- agora- Teddy se aproximou-, fique quietinha. Daqui a pouco Madame Graziela chega e conserta seu braço e tornozelo. Você foi muito bem, mas não se arrisque desse jeito de novo, tá?
Cinco minutos depois Madame Graziela, a enfermeira da escola, chegou e consertou meus ossos. Ela entregou uma poção para o caso de eu sentir uma forte dor onde ela consertara, e disse para o ocorrido não se repetir.
Quando voltamos para a Torre comemoramos nossa vitória sobre a Sonserina.
- você é louca, Black- disse Felipe, em meio ao barulho da comemoração-. Isso é legal e perigoso- sorriu- não me surpreende ouvir tantos comentários- e saiu
- da próxima vez que quiser me matar do coração, Black- começou Tiago, se aproximando- prefiro que me lance direto uma Maldição da Morte.
- não pretendo te matar ainda, Potter- respondi.
- então você não vai precisar fazer nenhum esforço, paixão.
- não me chame assim. E pelo menos ganhamos.
- realmente- concordou-. Você foi incrível. Mas, prefiro você inteira quando começarmos a sair, em breve.
- você é tão convencido- disse-. É uma pena que esteja tão errado.
- veremos, estrelinha- sorriu, levantou e saiu.
Quando fomos dormir, passava de uma hora. Embora estivesse feliz pela vitoria, não deixava de pensar no jeito que minha vassoura me desequilibrara. Ela estava agora no meu guarda-roupa, sem nenhum arranhão, não era normal uma vassoura como aquela começar a ziguezaguear do nada. Dormi pensando nisso.
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