Não há mais amizade



A Claridade do Sol entrava pelas cortinas que balançavam ao ritmo do vento. Puxou a coberta um pouco mais pra cima, cobrindo um pouco mais dos ombros e sem querer, aparecendo os pés. Virou o rosto para o outro lado da cama, e a luz o atingiu fazendo-a soltar um resmungo.

Virou-se para cima e espreguiçou com vontade, finalmente abrindo os olhos. Lá fora, fazia-se um céu azul bonito, sem nuvens, e parecia ser mais um dia daqueles bem quentes.

Levantou-se manhosa, ainda bocejando, e foi até a cozinha preparar café. Olhou de esguelha para sala, que tinha livros e xícaras espalhadas pelo chão, já que passara boa parte da noite anterior estudando e tomando café para não cair no sono tão cedo. Na lareira restava algumas fagulhas de madeira. Apanhou a varinha na estante do corredor, e murmurou um feitiço colocando tudo em ordem.

Era tão boa a tranqüilidade e a paz da manhã. A corujinha do jornal bicou o vidro da janela, que com apenas um aceno de mão abriu-se sozinha, fazendo com que a ave entrasse, deixando o jornal do lado de sua xícara.

Folheou-o rapidamente, e nada de novo.

Voltou-se a tranqüilidade novamente, bebericando o café, quando escutou o mesmo barulho anterior de bicadas e voltou-se para a janela, vendo Píchi agitada do lado de fora com um pergaminho no bico. Foi pessoalmente abrir a janela, desta vez, e pegar o bilhete. Só poderia ser algo importante há essa hora.


Gina,

Não se desespere. Está tudo sob o controle.

John se meteu em uma briga ontem à noite, e teve que vir até St. Mungus, mas ele já está melhor.

Fique tranqüila, nós já estamos aqui, não precisa ter pressa.

Abraços,

Rony.



“O que?” – pensou incrédula. “John se meteu em brigas?”.
Releu mais duas vezes para comprovar de que não era brincadeira da sua imaginação. Largou o café na mesa, e foi rapidamente vestir alguma roupa, antes de ir a St. Mungus.


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Harry passou as mãos pela cabeça, soltando o ar pela boca, com a culpa pesando-lhe. Estava sentado no banco de espera do St. Mungus, juntamente com Carlinhos, Rony e Hermione.

Fora uma atitude irresponsável, não pensara duas vezes antes de fazer a besteira de socá-lo daquela maneira. Aquilo não era uma atitude dele. Fora uma coisa incontrolável.

- Como você pôde fazer uma burrada dessas, Harry? – Já era a milésima vez, que Hermione repetia o mesmo discurso indignado, falando da tamanha irresponsabilidade que ele tivera. E da atitude completamente infantil de uma briga trouxa entre dois bruxos.

- Você tem noção da confusão que isso vai causar? – Ela encarou aborrecida, de braços cruzados. – Tem noção de que será você que vai sair mal em tudo isso? – Disse ela se aproximando ainda mais dele. – É claro, porquê ele irá se fazer de coitado e tudo que ele disser será o que a Gina levará em consideração. – Ela apontou pro corredor. Tinha a leve impreensão de que Mione também não ia muito com a cara dele.

– E mesmo sabendo que você só estava tentando defendê-la, isso não é desculpa para uma atitude dessas! – Ela o encarou ainda mais incrédula, ao ver que ele não respondia nada.

- Eu sinto muito. Me descontrolei. Foi só. Não estou pedindo que a Gina venha até mim agradecer por tê-la defendido. – Disse ele, finalmente levantando os olhos e dizendo sem emoção a Hermione, como se fosse a milésima vez que repetia aquilo.

Hermione bufou inconformada. Era impressionante o cinismo dos dois, em fingir que não se importavam um com o outro. Impressionante e óbvio.


A atenção de todos foi atraída para a chegada de Gina ofegante, mostrando que havia corrido para chegar até o hospital. Seu olhar fixou primeiro em Hermione que se mantinha em pé, e agora trocara a expressão nervosa de antes para a de “ Sinto Muito.”

- O que aconteceu? – Ela olhou para Rony, que estava sentado ao lado de Carlinhos sem saber o que dizer, mas também por não querer entregar Harry antes da hora. – Recebi a mensagem falando de uma briga...

E então seu olhar fixou os de Harry, que demonstrava um pouco de culpa, e ela entendeu o que realmente havia acontecido. Seu olhar preocupado se transformou num de raiva, e ela soltou uma exclamação furiosa, e virou-se de costas, ainda não acreditando de que aquilo podia ter acontecido. Só isso poderia explicar o porquê de Harry estar ali.

Não podia acreditar de que ele seria capaz de fazer um absurdo daqueles.

- Gina. – Levantou Harry chamando-a, mas ela nem se mexeu da posição que estava. – Eu sinto muito, ok? – disse ele pesaroso. – Não era a intenção...

- Como não era intenção? Você estava sobre Imperius por acaso? – Ela virou-se de frente, as bochechas avermelhadas de raiva. Ela colocou as mãos na cabeça, os olhos brilhando em lágrimas. – Porque você fez isso, Harry? – Ela disse num fio de voz, o desespero transparecendo em sua voz. Isso só deixou Harry ainda mais nervoso.

- Eu estava tentando te defender! – Começou a sentir revolta. – Você não faz idéia das coisas que ele disse! Ele disse absurdos sobre você!

Gina virou as costas novamente, como se não estivesse acreditando em nada daquilo. Harry ficou incrédulo em como alguém poderia ser tão cega. Ela ainda achava que o John era o santo do qual ele fazia ser.

- Merlin, isso é ridículo! – resmungou Harry irritado, passando as mãos pelos cabelos, achando a situação um absurdo.

- Harry! – chamou-o Gina de volta, um pouco menos vermelha. – Não interessa o que ele tenha dito, pouco me importa isso agora! - ela disse, mas ainda sem acreditar. – Aliás, ainda não entendi o porquê de você ter se importado tanto com isso. – disse ela ironicamente, tentando atingi-lo. – Deveria ter dado a mínima, não é mesmo?

- Quer saber? – ele disse depois de um tempo sem saber o que dizer. – Eu sou um estúpido mesmo! Devia ter deixado ele falar o que quisesse de você. – foi até o lugar onde estava sentado, e pegou o casaco. – Agi impulsamente, como um idiota. – ele foi até a porta e falou antes de sair. – Fique tranqüila, não cometerei de novo uma burrada dessas, quanto mais a de cruzar seu caminho novamente.

Gina ficou olhando para o espaço vazio da porta, pelo qual ele havia passado, incrédula. Ele queria fazê-la acreditar de que ela estava errada? De que ela estava sendo injusta? De que era sua culpa?

Como ousa...

- Gina... olhe – Hermione tocou seu ombro. – Ele não quis...


Gina se afastou subitamente, indo por onde Harry havia percorrido, atrás dele. Escutou alguém chamando-a atrás de si, mas já estava longe pra responder. Como ele ousava fazer isso? Deixá-la sentindo culpada? Correu inda mais rápido quando o viu, um pouco distante, já atravessando a rua com o casaco nos ombros.

- EI! – gritou atraindo sua atenção, um pouco antes de chegar até ele. – Eu não sei o que ele disse a você – apontou o dedo para ele. – mas você não me deixará sentindo culpada pelo o que aconteceu. Você bateu nele, e eu nem estava perto pra tentar impedir. – Ela fixou seu olhar no dele. – E você sabe que não devia ter feito isso.

A rua estava cheia de gente agitada, andando apressadamente, dando pequenos empurrões em quem estava parado. Eles estavam perto demais um do outro já que mal se tinha lugar para passar perto deles. Gina ficou presa àquele olhar, como se soubesse o que ele queria dizer, no meio daquela multidão, mesmo sem utilizar palavras. Seu olhar era semelhante ao do dia em que estivera na festa. Então olhou para os lábios deles, já sentindo a famosa sensação do frio na barriga.

- Eu sei.– Ele começou a dizer. – E eu não estou tentando te fazer sentir culpada. Aliás, porque motivos acreditaria em mim? – Gina bufou. Harry começou a dizer um pouco mais grosseiramente. – Eu me descontrolei, foi impulso, mas você sabe que eu não faria isso sem nenhuma razão. – O que era verdade. – Olha, eu não quero perder meu tempo e acho que você também não gostaria de fazer isso. – Ele disse, virando-se para acompanhar a multidão, mas Gina o segurou pelo braço.

- Ok, vamos supor que seja isso que tenha acontecido. O que você espera que eu faça? – disse confusa. – Que eu lhe diga obrigada?

- Óbvio que não. – tinha o cenho franzido, sem saber o que dizer. – Você não precisa dizer nada. Só... não pense que eu fui o grande culpado da história. – Gina levantou as sobrancelhas irônica. Harry bufou. – Que eu fui o único culpado da história.

Naquele momento, Gina sentiu uma vontade inexplicável de sorrir. Aquela cara lembrava alguns momentos que eles haviam passado. Sempre quando cometia uma besteira, e sabia que ela não iria gostar, Harry tentava se desculpar fazendo essa mesma cara. Sem se controlar, ela riu de leve ainda olhando para suas íris. Algo pareceu despertar as mesmas lembranças nele, já que ele não segurou, lançando um pequeno sorriso nos lábios, timidamente.


- Gina! – Uma voz por trás da multidão atraiu a atenção deles. – Gina. – Era Carlinhos. Ele olhou um instante para os dois, de forma estranha... ou desconfiada. – John acordou. Ele disse... – continuou um pouco sem jeito. – que precisa falar contigo.

Gina olhou para Harry, sem saber o que dizer.

- Er, agora. – apressou-se em dizer, Carlinhos.

- É melhor você voltar. – falou Harry ainda com o sorriso, e sem mais palavras, virou-se, perdendo na multidão.



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Estava na beira da cama de John, observando alguns de seus machucados. Ele parecia bem melhor, já que a maioria dos ferimentos foi curada em segundos com apenas uma poção. Ele ainda dizia que se sentia mal, mas Gina desconfiava que era só para deixá-la mais tempo, ali perto dele.

- Sinto muito, Gina. – ele dizia, apertando sua mão.

- Que isso, John. Tudo bem. – respondeu um pouco sem graça, dando um sorriso tímido.

- Não Gina, não queria que isso tivesse acontecido. Também nunca imaginaria uma coisa dessas. Eu realmente sinto...

- Olhe. Está tudo bem. Mesmo. – respondeu carinhosamente. – Não se preocupe. – ele sorriu tranqüilizado.

- Não queria ter que fazer você vim pra cá. Até agora não entendi porque estou aqui. – disse ele lamentavelmente. – Não sei o que deu naquele cara para ele reagir daquele jeito. A agressividade que ele me atacou? Não deu tempo nem pra reagir. – o sorriso de Gina havia desaparecido.

- Você não deu nenhum motivo para isso? – disse Gina, desconfiada, mas sem demonstrar.

- Não. Juro que não. – respondeu abismado. – Fiquei completamente sem reação quanto à atitude dele. – ele olhou de forma amorosa para Gina e acariciou seu rosto. Gina se sentiu um pouco incomodada com aquilo.

- Não sei, mas... a única explicação que eu encontrei... foi o ciúmes que ele deve sentir de você. Eu imagino o quanto ele devia gostar de você. – disse ele sério. – Então, descobrir o quanto estamos bem um com outro... Deve ter sido...

- Espere. – Gina, soltou a mão dele. – O que disse? – O que ele queria dizer com isso?

- Gina, é óbvio que o cara ainda gosta de você. Então ele deve ter ouvido, ou ter ficado sabendo por algum parente o quanto nós estávamos nos dando bem. – Gina continuava com o cenho franzido. – Ele deve ter ficado louco ao saber que estamos juntos.

- Espere, John. – ela se levantou confusa. – Nós não estamos juntos.

- Gina... – começou ele com um sorrisinho sarcástico. – Digamos que tecnicamente nós ainda não tenhamos voltado. Mas pelo o que sentimos um pelo outro, isso não vai demorar a acontecer.

- John. – incrédula. – Eu... Eu gosto de você como amigo.

O sorriso de John, foi caindo devagar pelo rosto. Sua expressão se tornou séria e confusa.

- Quê? – ele disse. – Não era isso que parecia ser.

- Como? – respondeu Gina, começando a ficar indignada. – John, eu nunca disse que eu queria voltar com você. Eu nunca te dei esperanças disto.

- E quando nós fomos ao restaurante juntos? Aqueles olhares não significavam nada? – disse ele incrédulo.

- Que olhares John? – Gina estava abismada. Que olhares? – John, eu sempre te tratei como um grande amigo. Me desculpe se você achou que tinha algo mais nisso.

- Como você é cínica! – ele se revoltou. – Você sempre dava em cima de mim! - Gina estava mais abismada do que nunca. Ela tinha certeza que nunca tinha dado nenhuma esperança a mais do que amizade a ele. – Não venha me fazer de idiota, achando que vai conseguir me fazer pensar que eu vi coisas a mais! Eu tinha certeza de que logo você iria me pedir pra voltar!

Gina não conseguia ficar mais escutando aqueles absurdos. Pedir pra ele voltar? Quem ele pensa que é? Pegou a bolsa, e abriu a porta da sala, sem acreditar no que estava acontecendo.

- Eu pensei que podíamos ser grandes amigos, John. Mas pelo jeito, é impossível. – disse decepcionada.



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N/A: Té q enfim neh! hahaha
ai, gente não sei se ficou bem como eu queria, mas tá aí !
Não deixem de comentar tá!
adorei os comentarios! Brigadão aí!
Bjos pra vcs!

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