Gato, rato e cão



Nota: O capítulo saiu o mais rápido que eu pude fazer, porque o ano mal começou e eu já estou cheia de coisa. Mas espero que gostem.
Izabella Bella Black~~> Oi! Obrigada! Espero que esse tenha ficado bom o suficiente.
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A cabeça de Harry se esvaziou


- Bem, nunca teve muita coisa mesmo - Fred deu de ombros.


- Ei! - Harry protestou.


com o choque.


- Achei que nada mais te chocasse depois de tudo que você passou - disse Lene.


- Bem, eu não estava acostumado a falhar sobre situações de vida e morte - explicou Harry.


Os três garotos ficaram paralisados


- Mas vocês precisam sair daí - lembrou Sirius. Eles não podiam ser pegos.


de horror sob a Capa da Invisibilidade.


- Pelo menos vocês estavam juntos - disse Alex.


Hermione sorriu para ele.


- É verdade.


Os últimos raios do sol


- De novo sol - Sirius revirou os olhos. Não aguentava mais a palavra.


poente lançavam uma claridade sangrenta


- Uma claridade sangrenta - repetiu Lene, incrédula - Você nasceu para ser um poeta, Harry.


sobre os imensos campos sombrios da escola.


- É horrível andar por aí de noite - comentou Lily.


Então, atrás deles, os garotos ouviram um uivo selvagem.


- Um uivo? - repetiu Dorcas - Por que isso não soa bem?


— Hagrid — murmurou Harry.


- Não acho que tenha sido ele quem fez isso - brincou Jorge.


E, sem pensar no que estava fazendo,


- Como sempre - resmungou Hermione.


fez menção de dar meia-volta,


- Harry! - Lily protestou.


- Eu queria ajudar meu amigo!


- Você realmente acha que poderia ajudar Hagrid?


- Bem... Sim.


Lily revirou os olhos.


mas Rony e Hermione o seguraram pelos braços.


- Sempre te impedindo de fazer algo estúpido - resmungou Rony.


- Eu mereço só por aguentar vocês brigando o tempo todo.


- Não é o tempo todo! - disse Hermione. Mas foi aceitar a derrota com o olhar de todos.


— Não podemos — disse Rony,


- Alguém tinha que ser racional.


- Não acredito que esse alguém foi você - disse Fred.


Rony ficou ofendido.


que estava branco como uma folha de papel.


Gina não pode evitar mas riu. Nunca tinha visto o irmão assim.


— Hagrid vai ficar numa situação muito pior se souberem que fomos à casa dele...


- Eu não tinha pensando nisso ainda - falou James.


Claro que não, pensou Snape, Potter é imprudente demais para isso.


A respiração de Hermione estava rasa e desigual.


- Foi o pânico - Hermione admitiu.


— Como... Puderam... Fazer... Isso?


Snape estava ficando impaciente. Claro, a morte fora horrível, mas era só um animal! Tinha muita coisa pior acontecendo.


— engasgou-se a garota. — Como puderam?


- Bem, depois de Lucius decidir não tinha muito o que pudessem fazer - Regulus deu de ombros.


— Vamos — disse Rony, cujos dentes davam a impressão de estar batendo.


- Era só impressão! - o ruivo se defendeu, mas ninguém acreditou.


- Você estava assim? - perguntaram os gêmeos e imitaram Rony batendo.


- Parem - resmungou o ruivo enquanto os outros riam.


Os três voltaram ao castelo,


- Finalmente - disse Lily, relaxando.


andando devagar,


- Um passo de cada vez - murmurou Alex.


para se manter escondidos sob a capa.


- É um complicado mesmo - falou Remus. James e Sirius concordaram. Tinham bastante prática e ainda tinham que se encolher mais porque Peter também andava com eles.


A claridade ia desaparecendo depressa agora.


- Só para complicar mais as coisas - resmungou Gina.


Quando chegaram à área ajardinada,


- Demorou, mas conseguimos.


a escuridão desceu, como por encanto,


- Você não devia falar coisas como por encanto quando você sabe que existe magia - murmurou Lene - Porque dá a impressão que é magia de verdade.


a toda volta.


- Não pode ter sido tão ruim assim - falou Lily, não convencida.


- Foi sim - Hermione respondeu.


— Perebas, fica quieto


- Ele ainda está tentando se soltar? - questionou Alice. Isso era muito estranho. Será que ele estava com medo de algo?


- Sim - resmungou Rony.


— sibilou Rony, apertando a mão contra o peito. O rato se debatia, enlouquecido.


- Parecia realmente que ele estava sob efeito de drogas - murmurou Rony.


- Teria sido melhor - murmurou Harry com ira.


Regulus o encarou preocupado. Era claro que algo muito ruim tinha acontecido para deixar Harry assim e ele estava com medo de saber o quê.


Rony parou de repente,


- Desistiu de lutar?


tentando empurrá-lo para o fundo do bolso.


- Infelizmente, não consegui - resmungou.


— Que é que há com você, seu rato burro?


- Rony! - Alice repreendeu.


Rony pensou se ela continuaria a defender o rato se soubesse que ele era um animago.


- Mas é uma boa pergunta - observou Lene.


Fica parado aí...


- Não acho que ele vá obedecer - disse Neville.


AI! Ele me mordeu!


- Parece que não de aranha que você devia ter medo, afinal - disse Jorge, divertido.


Rony o mandou um olhar assassino.


— Rony, fica quieto!


- Eu estava tentando! Só que tinha um rato louco!


— cochichou Hermione com urgência.


- Parecia que Rony não ouvia!


- E qual a novidade disso? - disse Harry, de repente se lembrando de como Rony não acreditara nele no quarto ano.


- Eu ouço sim! - protestou o ruivo.


— Fudge vai nos alcançar em um minuto...


- O problema não é ele - Harry revirou os olhos - Fudge provavelmente acreditaria em qualquer coisa que nós falarmos.


— Ele não quer... Ficar... Parado...


- Já entendemos isso.


- Você devia deixar o rato aí - disse Regulus - Depois ele te encontrava.


Perebas estava visivelmente aterrorizado.


- Por quê? - Alice perguntou triste.


- Porque é um covarde - respondeu Harry.


Ninguém, fora Rony e Hermione, entenderam a resposta de Harry.


Contorcia-se com todas as suas forças,


- Era uma coisa louca - Hermione balançou a cabeça.


tentando se desvencilhar da mão de Rony.


- Rony é a melhor chance de te proteger contra o que for - observou Alice.


— Que é que há com ele?


- Ingeriu veneno sem querer? - sugeriu Lene.


Mas Harry acabara de ver,


- A coisa que está assustando Perebas? - perguntou Sirius ansioso.


esquivando-se em direção ao grupo, o corpo colado no chão,


- Não literalmente colado - acrescentou Harry.


- Isso nós fomos capazes de imaginar, Harry - Gina revirou os olhos.


grandes olhos amarelos que brilhavam lugubremente no escuro, Bichento.


- É uma reunião de animais? - Snape resmungou.


- Esse seu gato é muito inteligente. Ele me assusta - falou Frank.


- Bichento puxou a dona - falou Rony.


Hermione sorriu para ele.


Se podia vê-los ou se estava seguindo os guinchos de Perebas,


- Talvez os dois - disse Harry, pensando seriamente no assunto.


- Os dois, com certeza - falou Alice.


Harry não saberia dizer.


- Você não sabe de nada - falou Fred.


— Bichento! — gemeu Hermione.


- Eu mal tinha ficado em paz com Rony, não queria brigas.


— Não! Vai embora, Bichento! Vai embora!


- Mostre que tem autoridade, Hermione - Gina aprovou.


Mas o gato se aproximava sempre mais...


- Ou não.


- Por que todos os animais resolveram ignorar as ordens dos donos? - questionou Lyssi.


- Eles começaram uma revolta - brincou Josh.


— Perebas... NÃO!


- E Perebas não ouve Rony de novo.


Tarde demais, o rato escorregou por entre os dedos apertados de Rony,


- Agora entendo porque ele teria medo - falou Alice, mas ela ainda estava um pouco confusa.


bateu no chão e fugiu precipitadamente.


- Corajoso - brincou Neville.


De um salto, Bichento saiu em seu encalço,


- Naturalmente.


e antes que Harry ou Hermione pudessem detê-lo,


- Ninguém parece ser capaz de deter ninguém ai.


Rony arrancara a Capa da Invisibilidade


- Cuidado com a relíquia! - James falou ultrajado. A Capa estava sendo tratada sem respeito algum por Harry.


e se arremessava pela escuridão.


- Isso foi corajoso, mas muito idiota - falou Fred preocupado. Sabia que o irmão ficaria bem (afinal, ele estava ali agora), mas mesmo assim estava nervoso.


— Rony — gemeu Hermione.


Sirius sorriu malicioso, mas não comentou nada.


Ela e Harry se entreolharam


- Eu disse que vocês só fazem se entreolhar.


e correram atrás do amigo;


Rony sorriu com a lealdade daqueles que amava.


era impossível correr com desenvoltura com a capa por cima;


- Então tira - falou Frank.


arrancaram-na


- Eu não estava falando sério! - disse Frank.


- Tarde demais - brincou Harry.


e ela ficou voando para trás como uma bandeira,


- Ninguém liga para como ela ficou.


quando os dois saíram desabalados atrás de Rony;


- Não podíamos deixar Rony sozinho nesse lugar a essa hora - falou Hermione.


ouviram os passos dele à frente


- Que passos fortes - observou Frank.


- Eu não estava tentando ser sutil.


- Até porque você não conseguiria.


Rony deu de ombros.


e seus gritos para Bichento.


- Então serviu de alguma coisa - Rony resmungou.


— Fique longe dele... Fique longe... Perebas, volta aqui...


- Parece uma luta perdida.


Ouviu-se um baque sonoro.


- Espero que o rato não tenha derrubado, Rony - brincou Dorcas.


- Quase isso - Rony riu.


— Te peguei! Dá o fora, seu gato fedorento...


- Meu gato não é fedorento! - Hermione respondeu, revoltada.


Harry e Hermione quase caíram em cima de Rony;


- Fico feliz que foi quase.


pararam derrapando diante dele.


- Só para chegar com estilo - brincou Hermione.


O amigo estava esparramado no chão,


- Que lindo - ironizou Gina.


mas Perebas já estava de volta ao bolso;


- Então já é algo.


Rony apertava com as duas mãos um calombo trepidante.


- Eu disse que fora difícil - disse Rony em resposta aos olhares incrédulos.


- Você é muito mole - disse Jorge.


— Rony... Vamos... Volta para baixo da capa...


- Já tinha até me esquecido da capa - falou Lene.


— ofegou Hermione. — Dumbledore... O ministro... Eles vão voltar para o castelo já, já...


- Vocês precisam voltar - concordou Josh.


Mas antes que pudessem se cobrir outra vez,


- Vocês realmente atraem problemas não? - Lene revirou os olhos.


antes que pudessem sequer recuperar o fôlego,


- Ficam fazendo corpo mole aí - brincou James.


eles ouviram o ruído macio de patas gigantescas.


- Patas? Mais um animal? - Lene reclamou - Isso é um circo agora é?


Algo estava saltando da escuridão em sua direção,


- Harry, sempre dramático.


um enorme cão negro de olhos claros.


James e Remus imediatamente olharam para Sirius. O cachorro cabia na descrição do amigo. Mas... Nem Sirius seria doido o suficiente a ponto de ir a Hogwarts quando era um dos criminosos mais procurado do mundo (talvez o mais), certo?


Sirius deu de ombros para os amigos. Não sabia a resposta para as perguntas silenciosas que eles estavam fazendo. Não sabia se era mesmo em Hogwarts ou somente mais um cão.


Harry tentou pegar a varinha,


- Só agora? - Frank questionou - Por que vocês não fizeram um feitiço para imobilizar Perebas antes, aliás?


Hermione, Harry e Rony trocaram olhares envergonhados.


- Não sabíamos nenhum.


- Bem, não é assunto do terceiro ano mesmo - disse Frank, tentando animá-los. Tinha esquecido que não ensinavam isso em Hogwarts.


mas tarde demais,


- Harry demorando para agir? - questionou Neville, surpreso. Lily não gostou nada disso.


Harry deu de ombros.


o cão investira dando um enorme salto,


- Enorme mesmo - acrescentou Harry.


- Já entendemos.


e suas patas dianteiras atingiram o garoto no peito;


Ok, agora Sirius tinha certeza que aquele cão não era ele. Nunca atacaria Harry.


James pareceu pensar o mesmo e sorriu aliviado.


Harry caiu para trás num redemoinho de pelos;


- Essa é nova.


sentiu o hálito quente do animal, viu seu dente de mais de dois centímetros...


- Não gosto do som disso - murmurou Lily, se aproximando ainda mais de James.


Mas a força do salto impelira o cão longe demais;


Lily e James suspiraram aliviados.


ultrapassara Harry.


- Talvez esse fosse objetivo - falou Hermione, pensativa.


Aturdido, com a sensação de que suas costelas tinham quebrado,


- Quebrou nada - falou Sirius - Você ia saber se tivesse.


o garoto tentou se levantar;


- Tentou?


ouviu o cão rosnar


- Som agradável.


e derrapar se posicionando para um novo ataque.


- Certo, vocês estão lidando com um cão assassino - murmurou Dorcas.


Rony estava de pé.


- Lutando até o final - Josh sorriu para Rony.


Quando o cão saltou contra os dois, ele empurrou Harry para o lado;


- Obrigada - murmurou Lily para Rony e o puxou para um abraço inesperado.


Rony entrou em pânico. Virou a cabeça e perguntou silenciosamente para Harry o que ele devia fazer.


- Abrace de volta - Harry revirou os olhos.


Rony fez o que foi mandado e Lily o soltou.


Hermione riu, divertida.


e, em vez de Harry, as mandíbulas do bicho abocanharam o braço estendido de Rony.


Todos olharam preocupados para Rony, especialmente os Weasleys.


Harry se atirou para cima dele,


- Eu estava com raiva - falou.


agarrou uma mão cheia de pelos do cão,


- Vai Harry! - disse Lene.


Sirius estava dividido entre torcer para Harry ou para o cão, seu igual. Ei, era difícil ser um cachorro!


mas o bruto foi arrastando Rony


- Para onde ele quer te levar? - Dorcas perguntou. Rony não respondeu - Ok...


para longe com a facilidade com que arrastaria uma boneca de trapos...


- Rony realmente não pesa.


- Mas esse cachorro deve ser forte também - observou Lene.


Então, ele não viu de onde, uma coisa atingiu seu rosto


- É horrível quando isso acontece - Neville falou. Ele tinha uma boa experiência.


com tanta força que ele foi novamente derrubado no chão.


- Harry, você está muito fraco - falou James.


- Não estou não!


Harry ouviu Hermione gritar de dor e cair também.


- Ok, talvez não esteja mesmo - concordou James.


O menino tateou à procura de sua varinha,


- Você já devia saber exatamente aonde ela estava - reprovou Regulus, seriamente preocupado com a segurança do garoto. Sempre tinha alguém querendo o matar e ele ainda andava sem saber onde estava a varinha dele?


- Eu sei - Harry assentiu. Era uma lição dura que tinha aprendido do jeito mais difícil.


piscando para limpar o sangue dos olhos...


- Sangue? - questionou Dorcas.


- Eu não acredito que você está sangrando de novo, Harry James Potter - Lily brigou.


— Lumus!


- Meu feitiço preferido - murmurou Dorcas. Foi o primeiro que ela tinha conseguido fazer.


— sussurrou.


- Não sei para que. Todos vão ver mesmo.


A luz produzida pela varinha mostrou-lhe um grosso tronco de árvore;


- Interessante.


tinham corrido atrás de Perebas até a sombra do Salgueiro Lutador,


Os Marotos trocaram olhares. Sabiam bem porque a árvore estava ali e reconheciam como podia ser perigoso alguém de fora conseguir entrar em Hogwarts.


cujos ramos estalavam como se estivessem sendo açoitados por um forte vento,


- Ele sempre foi assim, doido - comentou Lene.


avançavam e recuavam para impedir os garotos de se aproximarem.


- Exatamente - sussurrou Remus. Sentia-se culpado que tinha plantado algo tão violento para ele.


- Eu gosto da árvore - disse Sirius para animar Remus.


- Claro que gosta - Lene revirou os olhos.


E ali, na base do tronco, o cão arrastava Rony para dentro de um grande buraco entre as raízes


- Como o cão sabe? - questionou James, baixinho. Tinha certeza que o cão sabia sobre a casa.


– o garoto lutava furiosamente,


- Porque ele é um Weasley, duh - falou Gina.


mas sua cabeça e seu tronco foram desaparecendo de vista...


- Para onde você estava indo? - Frank questionou confuso.


— Rony! — gritou Harry, tentando segui-lo,


- Claro que eu estava tentando.


Lily sorriu. Tinha que admitir que a amizade Rony, Hermione e Harry era linda, apesar de todos serem doidos.


mas um pesado galho chicoteou ameaçadoramente o ar e ele foi forçado a recuar.


Remus sorriu culpado. Não acreditava que eles estavam em perigo por causa da árvore que plantaram para ele.


Agora estava visível apenas uma das pernas de Rony,


- Visão horrível - falou Gina, enjoada.


que ele enganchara em torno de uma raiz na tentativa de impedir o cão de arrastá-lo mais para o fundo da terra,


- É uma boa tentativa, mas não acho que irá funcionar - falou Frank.


mas um estampido terrível cortou o ar feito um tiro;


- Harry, não faça essas comparações - reclamou Lily, que já estava nervosa o suficiente.


a perna de Rony se partiu


- Não literalmente - disse Harry aos olhares chocados de todos, menos Rony e Hermione, claro.


e um instante depois, seu pé desaparecera de vista.


- Eu estou bem - falou ao olhar preocupado dos outros.


— Harry... Temos que procurar ajuda...


- Vocês só pensam nisso agora? - questionou Lyssi.


- O que você teria feito se fosse com você? - retrucou Harry.


- Eu teria chamado meu pai - ela disse com um sorriso divertido.


- Tenho certeza que ele conseguiria chegar em Hogwarts logo - falou Harry irônico.


- Ah, você não conhece o meu pai - Lyssi disse sorrindo. - Se tem alguém capaz de fazer isso, é ele.


- Ele parece ser uma boa pessoa - observou Harry.


- A melhor - Lyssi garantiu.


— gritou Hermione; ela também sangrava;


- Todos estão ferrados então - concluiu Alice.


o salgueiro a cortara na altura dos ombros.


- Eu mal senti - falou Hermione.


- Claro, você estava preocupada demais com Rony.


— Não! Aquela coisa é bastante grande para comer Rony;


- Eu não ia deixar ele me comer! - falou Rony.


- Claro que você ia conseguir impedir - falou Harry irônico.


não temos tempo...


- Vocês nunca tem tempo de nada - reclamou Neville.


- Estávamos meio ocupados no momento - reclamou Harry.


— Harry, nunca vamos conseguir entrar sem ajuda...


- Mas pode ser tarde demais para pedir ajuda - ponderou Frank.


Mais um galho desceu como um chicote em sua direção,


- Nada como fazer um exercício físico, não?


os raminhos curvados como articulações de dedos.


- Parece até que a árvore é um monstro que pensa - observou Lene.


— Se aquele cão pôde entrar,


- E ele pode.


nós também podemos


- Porque um cachorro ser mais inteligente não é legal - falou Frank.


— ofegou Harry, correndo para um lado e para outro,


- Você parecia um pouco louco - comentou Hermione.


tentando encontrar uma brecha entre os galhos que varriam com violência o ar,


- Tudo é violento - comentou Regulus.


mas não podia se aproximar nem mais um centímetro das raízes da árvore sem ficar ao alcance dos golpes que ela desferia.


- Isso não é nada bom - comentou Sirius.


— Ah, socorro, socorro — murmurava freneticamente Hermione,


- Eu disse que ele parecia um pouco louco - reforçou Hermione - E desesperado.


- Com motivo - disse Gina.


dançando no mesmo lugar — por favor...


- Não acho que vá vir ajuda.


Bichento disparou adiante dos garotos.


- Bem, não uma humana.


Deslizou por entre os galhos agressores como uma cobra


- Você está dizendo que um gato parecia uma cobra? - Regulus achou a comparação divertidíssima.


e colocou as patas dianteiras sobre um nó que havia no tronco.


James, Sirius e Remus se encararam assustados. Como um gato sabia que imobilizava a árvore por ali?


- Aliás, nunca entendi como ele fez isso - comentou Harry.


- Nem ideia - respondeu Hermione.


Abruptamente, como se a árvore tivesse se transformado em pedra,


- Harry e suas comparações - Hermione revirou os olhos.


ela parou de se movimentar.


- Porque isso não é esquisito - comentou Alice.


- Vivemos em um mundo mágico - comentou Remus - Tudo é meio esquisito - os sangue-puros ficaram ofendidos.


Sequer uma folha virava ou sacudia.


- Não sei que milagre foi esse - falou Frank - Mas vocês tem que agradecer muito.


— Bichento! — sussurrou Hermione insegura.


- Eu estava tentando protestar.


Ela agora apertava o braço de Harry com tanta força que provocava dor.


- Desculpe, eu nem tinha notado.


- Tudo bem.


— Como é que ele sabia...?


- Nunca soube.


— Ele é amigo daquele cão — respondeu Harry,


- Mas eu nunca entendi como eles conversavam - falou Harry pensativamente.


sombriamente. — Já os vi juntos.


- Harry, o cara que vê tudo - brincou Neville.


Vamos... E mantenha a varinha na mão...


- Agora você lembra - falou Regulus.


- Antes tarde do que nunca?


Os dois venceram a distância até o tronco em segundos,


- Já dá para se inscrever nas olimpíadas.


mas


- Sempre tem um mas - reclamou Sirius, e sentiu um déjà vu.


antes que pudessem alcançar o buraco nas raízes, Bichento deslizara para dentro


- Esse gato é estranho - comentou Fred.


com um aceno


- Pelo menos é educado - brincou Gina.


do seu rabo de escovinha.


- Não é de escovinha - protestou Hermione.


Harry entrou em seguida;


- Bem, você não podia ficar parado - murmurou Sirius.


avançou arrastando-se,


- Era difícil de andar - ele explicou sob o olhar de todos.


a cabeça à frente,


- Para trás é que não ia ficar - murmurou Josh.


e escorregou por uma descida de terra até o leito de um túnel muito baixo.


- Tem um túnel? - questionou Alice, incrédula. Quantas coisas mais ela não sabia sobre Hogwarts? Desde que tinha começado a ler o livro tinha descoberto várias coisas sobre a escolas, mas um túnel de baixo de uma árvore.


- Sim - Hermione assenti - É meio apertado, mas dá.


Bichento ia mais adiante,


- Esse seu gato é realmente estranho - murmurou Lene.


- Não é! - Hermione tentou defender seu amado animal de estimação.


os olhos faiscando à luz da varinha de Harry.


- O que não era muito - resmungou Harry. Tinha sido difícil de se locomover assim.


Segundos depois, Hermione escorregou para junto do garoto.


- Já estava demorando - sorriu Neville.


- Fui o mais rápido que pude.


— Onde é que foi o Rony? — sussurrou ela com terror na voz.


- Tão fofo o desespero de um pelo outro - sorriu Jorge.


- Ele era só meu melhor amigo na época - Hermione protestou.


Harry revirou os olhos.


- Eu fui uma velha por anos. Anos! - desabafou revoltado, desviando da almofada jogada por Rony.


— Por ali — respondeu Harry, caminhando, curvado, atrás de Bichento.


- Vai ficar com uma bela dor depois - comentou Rony.


- Estava fazendo por você.


- Obrigado.


— Onde é que vai dar esse túnel? — perguntou Hermione, ofegante.


- Nunca acabava - ela falou, se lembrando da sensação de estar perdendo Rony. Foi horrível.


— Eu não sei... Está marcado no Mapa do Maroto,


- Então vocês já sabiam disso - acusou Frank.


- Sim - admitiu Remus, culpado.


- Como...? - Lene começou a perguntar mas desistiu. Era claro que os Marotos sabiam de tudo de Hogwarts.


- Mas para onde isso dá? - questionou Dorcas.


- Vocês vão - disseram os Marotos trocando olhares.


mas Fred e Jorge disseram que ninguém nunca tinha entrado.


- Que nós soubéssemos - falaram os gêmeos, olhando para os Marotos.


Ele continua para fora do mapa,


- Por que vocês não colocaram todo? - questionou Frank.


- Não cabia - James deu de ombros - E já que sabíamos aonde ia acabar, não precisávamos.


mas parecia que ia em direção a Hogsmeade...


- Então era por aí que vocês conseguiam as bebidas! - Lily exclamou, satisfeita com a súbita revelação - Sempre quis saber como vocês conseguiam bebidas para as festas.


- Por que você não perguntava a James? - questionou Alex, confuso.


- James não respondia, dizia que isso era segredo dele com os meninos - Lily revirou os olhos, irritada. Odiava quando ficava curiosa.


- Ah. Entendo - falou Alex, compreensivamente. Se arrependeu de trazer a tona um assunto obviamente delicado para Lily e James.


- Era uma coisa minha com os Marotos! Eu não podia contar - falou James, irritado. Cada um tinha seus segredos, certo? Por que ele não podia ter os dele?


Sirius e Remus trocaram olhares culpados.


- Enfim, isso não importa - falou Remus apressadamente, para evitar uma discussão.


Os garotos caminharam o mais rápido que puderam,


- O desespero faz isso com as pessoas - comentou Frank.


- Embora Harry viva correndo - falou Gina.


- Eu só ando rápido - Harry discordou.


Gina levantou uma sobrancelha.


- Ok, talvez eu ande um pouco mais rápido que o normal, mas vocês também andariam se tivessem que viver com Dudley - Harry resmungou.


quase dobrados em dois;


- Eu disse que era apertado - falou Hermione.


à frente, o rabo de Bichento entrava e saía do seu campo de visão.


- Cuidado para não perder o guia de vocês - murmurou Neville.


- Se bem que é estranho o fato de um gato estar guiando vocês - comentou Lily.


E a passagem não tinha fim;


- E parte dramática de Harry retorna.


dava a impressão de ser no mínimo tão longa quanto a que levava à Dedosdemel.


- É mais longe - Remus falou. Ele usara tantas vezes as duas que podia afirmar com certeza.


Harry só conseguia pensar em Rony e no que aquele canzarrão podia estar fazendo com o seu amigo...


- Eu estou bem - assegurou o ruivo para todos, que estavam bem preocupados.


Ele respirava em arquejos curtos e dolorosos, correndo agachado...


- E eu achava que eu estava ruim - brincou Rony.


- Harry está fora de forma - falou Fred, falsamente desapontado.


- Eu devo ter relaxado porque Voldemort não estava tentando me matar nesse ano - brincou Harry.


Gina o olhou seriamente.


- Não faça piadas com isso. Eu não quero te perder - falou duramente.


- E você não vai. Eu prometo - Harry disse e tirou os cabelos ruivos de Gina da frente do rosto dela - Sempre vou estar com você. Sempre.


Gina queria acreditar nas palavras de Harry, mas não conseguia. Algo dizia para ela que talvez eles tivessem que se separar de novo um dia, algo que Harry não poderia controlar. E isso a destruía.


E então o túnel começou a subir;


- Quase um teste de resistência - brincou Rony.


momentos depois se virou e Bichento tinha desaparecido.


- Droga. Eu disse para não perder Bichento - disse Neville.


Em vez do gato, Harry viu um espaço mal iluminado por meio de uma pequena abertura.


- Pelo menos tem alguma iluminação - Dorcas tentou ser positiva.


Ele e Hermione pararam,


- Não acredito que vocês pararam enquanto eu corria risco de vida - brincou Rony, recuando diante dos olhares de Hermione e Harry.


procurando recuperar o fôlego,


- Vocês realmente precisam fazer mais exercício - comentou Sirius.


depois avançaram cautelosamente.


- É estranho ouvir a palavra cautelosamente sendo referida a Harry - falou Neville. Gina concordou com ele.


Os dois ergueram as varinhas para ver o que havia além.


- Então não esqueceram que são bruxos - murmurou Snape.


Era um quarto, muito desarrumado e poeirento.


- Lá vem mais uma das descrições encantadoras de Harry - comentou Lyssi.


O papel descascava das paredes; havia manchas por todo o chão;


- Manchas de quê? - perguntou Lene.


- Você não irá querer saber - respondeu Rony.


cada móvel estava quebrado como se alguém o tivesse atacado.


-Talvez alguém tenha - Remus murmurou culpado.


- Por que eu tenho a estranha sensação que vocês sabem algo sobre isso? - Lily perguntou, olhando acusadoramente para os Marotos.


- Não tenho a menor ideia - falou Sirius, fingindo uma expressão angelical. O que, claro, somente aumentou a desconfiança de Lily.


As janelas estavam vedadas com tábuas.


- Seja o que for que acontece aí, a pessoa não deve querer que os outros vejam - comentou Dorcas.


Remus olhou com um sorriso triste para ela. Queria contar a verdade, mas não podia. Não podia confessar o monstro que ele era.


Harry olhou para Hermione,


- Sempre em busca da minha salvação - Hermione revirou os olhos.


- Se você tem uma mente brilhante, eu tenho que aproveitar - Harry deu de ombros.


que parecia muito amedrontada,


- Talvez porque eu estava.


mas concordou com um aceno de cabeça.


- Isso que é um verdadeiro grifinório: tem medo, mas não deixar ele o controlar - falou Josh, sorrindo orgulhoso.


- Obrigada - murmurou Hermione.


Snape impediu o impulso de revirar os olhos.


Harry saiu pelo buraco, olhando para todos os lados.


- Harry ninja consegue olhar mais de uma coisa ao mesmo tempo - brincou Fred.


O quarto estava deserto, mas havia uma porta aberta à direita, que levava a um corredor sombrio.


- Claro que tem que ser algo sombrio - murmurou Lily - Qual seria a graça de não me matar do coração.


- Mas você nem estava lá - protestou Harry.


- Isso não impede que eu tenha um agora, filho.


- Mas... você está vendo que eu estou bem - Harry falou confuso.


- Tenha um filho e você irá entender - Lily deu de ombros.


Hermione, de repente, tornou a agarrar o braço de Harry.


- Vai deixar, Rony? - Sirius implicou, sem saber que um dos pesadelos de Rony era justamente que Harry e Hermione ficassem juntos.


- Não tem razão para não deixar - murmurou Harry olhando firmemente para o amigo que olhava para o chão.


- Jamais - Hermione prometeu ao namorado, o olhando com confiança.


Seus olhos arregalados percorreram as janelas vedadas.


- Tudo tinha um clima de filme de terror - falou Hermione.


- Isso porque vocês estavam juntos - falou Rony - Imagina eu sozinho.


— Harry — cochichou ela — acho que estamos na Casa dos Gritos.


- Não - falaram Alice, Dorcas e Lene juntas, chocadas demais.


- Casa dos Gritos? Casa dos Gritos, James Potter? - Lily se virou com um ar perigoso para James - Não acredito que esse tempo todo vocês sabiam onde era a entrada desse lugar - reclamou, se sentindo idiota. Agora sabia porque os Marotos sempre riam e trocavam olhares toda vez que ela falava do local.


James a olhou culpado.


- Ei Lilys, foi por um bom motivo - falou Sirius, a chamado pelo apelido que era pouco utilizado - Remus pode confirmar.


Remus balançou a cabeça, sério. Sério demais até para um menino de apenas 17 anos. E Lily entendeu que isso estava relacionado de algum modo com o fato de Remus ser um lobisomem (ela tinha descoberto essa informação esse ano).


Harry olhou a toda volta.


- Harry ninja está de volta - falou Fred.


Seus olhos se detiveram em uma cadeira de madeira, próxima.


- Pelo menos tem algum móvel - falou Alice, tentando achar algo positivo no lugar.


- Mas não dá para sentar - falou Hermione.


Havia grande pedaços partidos;


- Não quero nem saber como isso aconteceu - murmurou Frank.


uma das pernas fora inteiramente arrancada.


- Isso é... algo estranho - disse Frank, não conseguindo expressar o que queria dizer. Como alguém podia ter feito isso e para quê?


— Fantasmas não fazem isso — comentou ele calmamente.


- Você sempre se mantem calmo em horas assim - observou Regulus. Harry sorriu para ele - É um dom muito útil.


- Com certeza - Harry concordou se lembrando de todas as vezes que estava em perigo.


Naquele momento, os dois ouviram um rangido no alto. Alguma coisa se mexera no andar de cima.


- Deve ser o chão - falou Alice.


Harry confirmou.


Os dois olharam para o teto. Hermione apertava o braço de Harry


- Desculpe - murmurou Hermione. Harry simplesmente sorriu para ela.


com tanta força que ele estava perdendo a sensibilidade nos dedos.


- Hermione é muito forte - Harry resmungou.


- Eu nem percebi - Hermione falou num tom arrependido.


O garoto ergueu as sobrancelhas para ela;


- Eu não queria ser chato, mas estava ruim de aguentar - Harry se justificou.


- Você não foi chato - Hermione assegurou o amigo.


Hermione concordou outra vez e soltou-o.


- Foi um alívio - falou Harry - Passei a valorizar muito mais a minha circulação depois disso - brincou.


O mais silenciosamente que puderam,


- Harry ninja está de volta - falou Jorge.


- E ainda levou Hermione com ele - acrescentou Fred.


os dois saíram para o corredor e subiram uma escada desmantelada.


- Já entendemos que tudo é horrível nesse lugar - comentou Lily. Como os Marotos conheciam esse lugar?


Tudo estava coberto por uma espessa camada de poeira,


- Ótimo para quem tem alergia - falou Gina.


exceto o chão, onde uma larga faixa brilhante fora aparentemente limpa por uma coisa arrastada para o primeiro andar.


- Que no caso era eu - murmurou Rony.


- Não acredito que meu irmão é mais fraco que um cão - murmurou Jorge.


Eles chegaram ao patamar escuro.


- Essa frase ficou dramática - falou Alex.


— Nox — sussurraram ao mesmo tempo,


- Que fofinhos - Jorge ironizou.


e as luzes nas pontas de suas varinhas se apagaram.


- Ainda bem, porque se não apagasse vocês estariam num nível bem fraco de feitiço - murmurou Alice.


Havia apenas uma porta aberta.


- Bem, acho que vocês não tem muita escolha - falou Snape. Isso simplificava as coisas.


Ao se esgueirarem nessa direção, ouviram um movimento atrás da porta;


- Sons, sons e ninguém aparece - resmungou Sirius.


- Deixe de ser impaciente - Lene ralhou com ele.


um gemido baixo e em seguida um ronronar alto e grave.


- Isso parece outra coisa - murmurou James.


Eles trocaram um último olhar e um último aceno de cabeça.


- Vocês não estão indo para guerra - Lily revirou os olhos. Ok, a situação era muito estranha, mas isso não queria dizer necessariamente que era um perigo mortal.


- Ainda bem que não - Fred deu um sorriso frio, fazendo que todos se lembrasse que 1997 estava em guerra também e isso afetava todos desse tempo.


A varinha empunhada com firmeza à frente, Harry escancarou a porta com um chute.


- Você conseguiu mesmo abrir? - perguntou James impressionado. Era algo muito mais difícil que parecia.


- Sim - admitiu Harry - O desespero faz isso.


Numa imponente cama de colunas, com cortinas empoeiradas, encontrava-se Bichento,


- Ele é mesmo esquisito - murmurou Alice.


- Ele se achava o rei ali - sorriu Hermione.


que ronronou alto ao vê-los. No chão ao lado do gato, agarrando a perna estendida num ângulo estranho, encontrava-se Rony.


- Por que você estava assim?


- Quebrei a perna - murmurou Rony.


Harry e Hermione correram para o amigo.


- Depois de todo esse trabalho, era o mínimo.


— Rony... Você está bem?


- Ele parece estar bem? - retrucou Snape.


— Onde está o cão?


— Não é um cão — gemeu Rony.


- É um animago - concluiu Frank.


Seus dentes rilhavam de dor. — Harry, é uma armadilha...


- Acho que já percebemos isso - murmurou Remus.


— Que...


— Ele é o cão... Ele é um Animago...


- Eu disse - Frank sorriu.


- Ele está passando muito tempo com o seu namorado - Alice reclamou para Lene.


James e Remus trocaram olhares. Não queriam acreditar que Sirius podia arrastar Rony e o machucar, mas que outro Animago que era um cão saberia da Casa dos Gritos?


Rony olhava fixamente por cima do ombro de Harry.


- Nunca é algo bom quando alguém está aqui - comentou Gina.


Este se virou depressa. Com um estalo, o homem nas sombras fechou a porta do quarto.


- O animal - Alice disse, prendendo a respiração. Sabia que era difícil conseguir se transformar em um animago, portanto o bruxo deveria ser um pouco habilidoso no mínimo (ou muito determinado), então estava admirada. Mesmo que estivesse com medo de quem era esse cara e o que ele estava fazendo em Hogwarts. Estava com medo por Harry, Rony, Fred, Jorge, Hermione, Gina e claro, Neville. Por outro lado, todos estavam ali e pareciam estarem bem.


Uma massa de cabelos imundos e embaraçados caíam até seus cotovelos.


Harry olhou de relance para Sirius. O quão irritado o seu padrinho ficaria quando descobrisse que essa era a descrição dele?


Se seus olhos não estivessem brilhando em órbitas fundas e escuras,


Harry estremeceu, se lembrando de como o olhar de Sirius parecia com o de Bellatrix naquele momento.


ele poderia ser tomado por um cadáver.


- Parece estar em boa forma - ironizou Sirius.


A pele macilenta estava tão esticada sobre os ossos do rosto, que ele lembrava uma caveira.


- Que tal uma plástica? - sugeriu Lene.


Os dentes amarelos


- Achei que Snape era o único a ganhar uma descrição tão ruim - murmurou Fred, rindo.


estavam arreganhados num sorriso.


- Num sorriso assustador? Ou num normal?


- Err... Mais para assustador - falou Harry, desconfortável.


Era Sirius Black.


- O que eu estou fazendo aí? - Sirius perguntou, chocado. Foi a primeira coisa que pensou e então - Espere, eu realmente parecia tão ruim assim?


Harry não respondeu, fazendo Sirius ter a confirmação.


- Bem... Você parece bem diferente agora - murmurou Lene, tentando confortar Sirius.


Snape sorriu um pouco, se sentindo vingado. Era bom ver Black em um estado tão decadente.


- Você é um inconsequente - murmurou Regulus, irritado. O irmão era um foragido e escolhia ir logo para onde? Para Hogwarts, onde tinha duas das pessoas mais famosas do mundo mágico. E considerando que foi acusado de matar o pai de uma delas, era pedir para ser pego. Claro, isso esquecendo de Lupin, que era o seu melhor e iria o reconhecer.


— Expelliarmus! — disse com voz rouca, apontando a varinha de Rony para os garotos.


- Bom saber que eu ainda sei fazer algo - resmungou Sirius.


As varinhas de Harry e Hermione saíram voando de suas mãos


- Não acredito que vocês foram derrotados tão facilmente assim - Gina disse, incrédula.


e Black as recolheu.


- Deixar jogado eu não iria - resmungou Sirius, ficando cada vez mais irritado. O que ele estava fazendo lá?


Então se aproximou. Seus olhos estavam fixos em Harry.


- Sempre o centro das atenções - brincou Neville.


- Eu devia estar morrendo de vontade de falar com você - falou Sirius. Sabia que iria querer conhecer o filho de James, não importava o que tivesse acontecido com ele.


- Você estava - Harry sorriu.


— Achei que você viria ajudar seu amigo


- Sempre - disse Harry firmemente - Isso vale para vocês também: Regulus, Sirius, Lene, Alice, Dorcas, Frank, James e Lily - Todos citados sorriram para ele, emocionados. Mas não surpresos - Se você estivesse em perigo eu iria ajudar também - falou para Snape, surpreso com a própria descoberta.


— a voz dava a impressão de que havia muito tempo ele perdera o hábito de usá-la.


- A prisão não deve ser o lugar mais interativo do mundo - murmurou Alex.


— Seu pai teria feito o mesmo por mim.


- Claro que sim, seu idiota - murmurou James.


Sirius sorriu para ele.


- Agora acho que não foram as melhores palavras para Harry ouvir - murmurou Frank.


Foi muita coragem não correr à procura de um professor.


- Ou estupidez - falou Hermione.


Fico agradecido... Vai tornar as coisas muito mais fáceis...


- Você está falando de um jeito estranho - murmurou Lene, encarando o Sirius do presente como se quisesse entender em que ele iria se transformar.


A referência sarcástica ao seu pai


- Não era sarcasmo! - protestou Sirius.


- Agora eu sei.


ecoou nos ouvidos de Harry como se Black a tivesse gritado.


- Eu disse - falou Frank.


- Realmente, não foi o seu melhor momento - disse Dorcas, com pena de Harry. Ter que escutar isso...


Harry ainda se lembrava desse momento. Fora horrível. Ele odiara mais Sirius que Voldemort naquela hora. Mas agora sabia que ele tinha se enganado.


Um ódio escaldante explodiu em seu peito,


- Eu não sabia que você era capaz de sentir ódio - murmurou Josh.


- Então você não o conheceu no quinto ano - falou Jorge, sério. Todos os Weasleys, Neville e Hermione concordaram.


Harry deu de ombros. Admitia que não fora seu melhor momento, mas ele tinha tido razão em sentir raiva.


não deixando lugar para o medo.


- Isso não é nada bom - murmurou James. O temperamento de Harry era uma combinação do dele e do Lily. Nada bom.


Pela primeira vez na vida ele desejou ter a varinha nas mãos,


- O que é estranho, considerando o quanto uma varinha é essencial para um bruxo - falou Alex.


não para se defender,


- Mas... - Lene murmurou confusa.


mas para atacar...


- Harry... - Lily murmurou, não gostando em nada disso.


Para matar.


A sala ficou em um silêncio tenso, absorvendo as palavras de Harry. Ninguém imaginava que Harry fosse capaz disso, muito menos quando era sobre Sirius que estava falando.


- Sirius... - Harry tentou falar, tentou explicar. Aquilo era passado, não era verdade. Ele nunca quisera realmente matar Sirius.


Sirius estava chocado. Claro, tinha passado a leitura do livro três toda sabendo que Harry o odiava. Mas querer matá-lo a sangue-frio? Como Sirius tinha conseguido fazer com que Harry pensasse nele de uma forma pior que Voldemort? O que Sirius tinha feito de errado? Sirius era tão doente assim? Sempre soubera que tinha algo de errado com ele, mas chegar a esse ponto?


Regulus observou Sirius e Harry sem saber o que fazer. Queria acreditar que Harry não pensara seriamente em matar seu irmão, mas sabia que era verdade. Claro, o menino tinha motivos para querer isso. Porém, ainda era assustador imaginar Harry querendo uma coisa dessas. E era devastador. Regulus não queria que seu irmão morresse e muito menos que Harry desejasse a morte dele. Sentia um conflito entre concordar com as razões de Harry e perdoar o menino (afinal ele não fizera nada, pelo que parecia) ou seguir o instinto dele que dizia que devia odiar tudo que fosse mortal a quem amava.


Marlene não sabia o que pensar. Obviamente, Harry tinha de alguma forma resolvido seu ódio mortal por Sirius. Mas considerar matá-lo? Isso ela não podia perdoar. Não com aquele que ela amava mais que tudo.


Se alguém dissesse para James que ele teria que ouvir seu filho dizendo que queria matar o seu melhor amigo, James teria rido. Não tinha como isso acontecer. E ainda assim era o que estava acontecendo agora.


- Harry não quis dizer isso - Hermione tentou concentrar a situação, embora estivesse assustada. Nunca imaginou que Harry pensaria algo assim.


- Eu não ia te matar Sirius, de verdade - Harry falou - Eu te odiava, é verdade, mas eu não iria te matar. Nessa época, eu ainda achava que você tinha traído os meus pais. Você tem que entender - Harry falou desesperado.


- Eu entendo por que você queria me matar - Sirius replicou tristemente, sem realmente ouvir. Se ele fosse Harry ele também iria querer.


- Sirius... - murmurou Harry, nervoso - Você não é quem eu achava que fosse. Eu não te conhecia. Você entendeu?


Sirius balançou a cabeça, sem pensar.


Sem saber o que estava fazendo,


- Como sempre - falou Gina, tentando aliviar o clima.


começou a avançar,


James ficou pálido. Nunca acreditaria que o filho avançaria para matar seu melhor amigo, mesmo que ele não soubesse disso.


mas percebeu um movimento repentino de cada lado do seu corpo e dois pares de mãos o puxaram e o mantiveram parado.


- De nada - falou Rony.


- Obrigado - falou Harry sinceramente. Seus amigos o tinham impedido de matar a única pessoa que foi como um pai para ele.


— Não, Harry! — exclamou Hermione num sussurro petrificado;


- Não use essa palavra - falou Hermione, se lembrando do segundo ano.


Rony, porém, se dirigiu a Black.


- Corajoso - os Weasleys pareciam orgulhosos com Rony.


— Se você quiser matar Harry, terá que nos matar também!


- Embora seja uma linda prova de amizade - Regulus ironizou - Se Sirius fosse realmente um assassino isso não mudaria nada.


— disse impetuosamente,


- Eu fico feliz que Harry tenha amigos tão bom - observou Lily.


- Família. Eles são família - corrigiu Harry.


Rony e Hermione sorriram para Harry. Não havia como descrever o quão forte era a amizade deles.


embora o esforço de ficar de pé tivesse acentuado sua palidez e ele oscilasse um pouco ao falar.


- Isso foi realmente corajoso - falou Dorcas sorrindo.


- E estúpido - acrescentou Frank.


Alguma coisa brilhou nos olhos sombrios de Black.


- Seus olhos são lindos, não sombrios.


- Bom saber - Sirius replicou com uma sombra de um sorriso.


- Eu não sei se deveria ficar assustada ou aliviada com isso - comentou Alice, preocupada com o namorado da amiga.


— Deite-se — disse brandamente a Rony.


- Eu estava sendo legal - comentou Sirius, surpreso.


- Você é legal, Sirius - Lene afirmou firmemente - A pessoa mais legal de todas.


Ele sorriu para ela.


— Você vai piorar a fratura nessa perna.


- Então você não queira o machucar - falou Remus aliviado. Claro que sabia que o amigo não era uma pessoa ruim, mas ele era altamente imprudente e sem noção ás vezes.


- Claro que não - falou Sirius horrorizado.


— Você me ouviu? — disse Rony com a voz fraca,


- Todos ouviram - Hermione disse sorrindo, orgulhosa.


- É fofo como vocês se importam - disse Lyssi, sorrindo.


- Eles são a minha vida - falou Rony.


Hermione e Harry sorriram.


embora se apoiasse dolorosamente em Harry para se manter de pé.


- Isso não soa nada bem - disse Gina, incapaz de evitar lançar um olhar preocupado para o irmão.


- Eu estou bem.


- Pelo menos, ele ainda consegue ficar de pé - observou Frank.


— Você vai ter que matar os três!


- Ou ninguém - falou Lily - Ninguém soa tão melhor.


- Se bem que é Sirius quem eles estão falando - falou James - Ele não tem a capacidade de matar nada.


Sirius sorriu para o amigo.


— Só vai haver uma morte aqui hoje à noite — disse Black,


- Sirius...


- Eu não sei de quem eu estava falando - Sirius disse nervoso. Não acreditava no que ele iria se transformar.


- De alguém que merecia - Harry resmungou, causando confusão.


- Quem? - perguntou Lene.


Mas Harry se recusou a responder.


e seu sorriso se alargou.


- Meio psicopata.


— Por quê? — perguntou Harry com veemência, tentando se desvencilhar de Rony e Hermione.


- A pessoa tenta ajudar o seu amigo, mas parece que ele quer se matar - resmungou Rony.


- Desculpem.


— Você não se importou com isso da última vez, não foi mesmo?


- Harry, se alguém está tentando te matar, você não quer fazer com que ele tenha vontade de matar mais pessoas - Sirius resmungou, ignorando que ele seria o assassino.


- Mas realmente seria uma coisa estranha, se você fosse mesmo um assassino - comentou Regulus.


Não se importou de matar aqueles trouxas todos para atingir Pettigrew...


Harry sentiu o ódio aumentar enquanto se lembrava de como Pettigrew era um covarde. Ele tinha traído os amigos e causado a morte de James e Lily. Pessoas que agora Harry podia dizer com toda certeza que eram simpáticas, inteligentes, leis e corajosas. Pessoas que não mereciam morrer tão jovens, ainda mais por culpa de um daqueles em que confiavam mais.


Que foi que houve, amoleceu em Azkaban?


- Aposto que ninguém amolece em Azkaban - falou Jorge.


- Harry é louco - observou Fred.


- Um pouco mais para descontrolado - corrigiu Gina.


- EI!


— Harry! — choramingou Hermione. — Fica quieto!


- Alguém com bom senso - resmungou Snape.


— ELE MATOU MINHA MÃE E MEU PAI!


Sirius olhou para o chão, incapaz de pensar no que tinha feito.


- Isso não é verdade - Harry falou firmemente, mas o Black não ouviu.


—bradou Harry, com grande esforço, se desvencilhou de Hermione e Rony que o retinham pelos braços,


- Tentando impedir você de fazer uma loucura, mas não, vá em frente - resmungou Hermione.


e avançou...


Harry era incapaz de encarar qualquer um na sala. Mesmo sabendo que na época tinha todos os motivos para odiar Sirius, não acreditava no que tinha feito.


Harry esquecera a magia,


- Esse parece ser um problema recorrente entre vocês três - murmurou Neville.


Regulus olhou preocupado para Harry. Independente do que o outro fizera, magia era para ser o primeiro instinto. Algo natural. Algo que faz parte dele. Não somente algo usado em sala e para diversão. Magia era vida. Era morte. Era tudo.


esquecera que era baixo e magricela


- Mas tenha certeza que nós não - brincou Fred.


e tinha treze anos,


- Você nunca agiu de forma normal mesmo - comentou Gina.


enquanto Black era um homem alto e adulto,


- Isso é discutível - brincou Dorcas.


- A parte de adulto eu não sei, mas a do homem... - Lene interrompeu com um sorriso malicioso.


- Não preciso ficar ouvindo isso - choramingou Alice.


- Calada, Lice.


ele só sabia que queria ferir Black da maneira mais horrível que pudesse


- Você não é o primeiro - Sirius falou amargamente, se lembrando de Orion, seu querido pai. Punições sempre foram a sua especialidade.


e não se importava se fosse ferido também...


- Você é realmente incapaz de se preocupar com a sua própria saúde, não? - comentou Lene.


- Tenho alguns problemas - Harry admitiu.


- Se chama loucura - Fred o ajudou.


Talvez fosse o choque de ver Harry fazer uma coisa tão idiota,


- Acho que isso não acontece para quem passou mais de uma hora com ele - resmungou Hermione. Seu amigo era meio excêntrico.


mas Black não ergueu as varinhas em tempo.


- Ou talvez, ele não se importe que você o atinga - falou Regulus, olhando para o irmão. Sabia que Sirius pensava rápido e nunca ia deixar um menino de treze anos o atacar se não quisesse.


Uma das mãos de Harry segurou seu pulso magro,


James olhou horrorizado para o filho. Será que ele estava prestes a quebrar o pulso de Sirius?


forçando as pontas das varinhas para baixo;


James suspirou aliviado. Embora ruim, isso era bem melhor.


o punho de sua outra mão atingiu o lado da cabeça de Black


Não acho que exista muito para se estragado aí, pensou Snape.


e os dois caíram


- Espero que não tenha doído.


- Nem lembro.


de costas contra a parede...


- E então perceberam o quanto estavam sendo idiotas? - perguntou James, esperançoso.


- Não exatamente.


 


Hermione gritava; Rony berrava;


- Não vejo muita diferença entre os dois - comentou Dorcas.


- Vamos ficar felizes que Harry não estava gritando - falou Fred, ainda traumatizado com os gritos de Harry no quinto ano.


houve um relâmpago ofuscante quando as varinhas na mão de Black emitiram um jorro de fagulhas no ar


- Normalmente, feitiços assim são inofensivos - falou Frank, esperançoso.


que, por centímetros, não atingiu o rosto de Harry.


- O importante é que não atingiu - disse Harry para acalmar Lily, que parecia prestes a surtar.


- Quantas vezes você ser obrigada a ouvir sobre você se metendo em situações perigosas?


- Bem... pedi a conta - admitiu Harry honestamente, fazendo os outros rirem.


O garoto sentiu o braço magro sob seus dedos se torcer furiosamente,


- Doí muito. Mais do que quebrar - comentou James.


mas continuou a segurá-lo,


- Isso que é determinação - falou Lily, enjoada.


a outra mão socando cada parte do corpo de Black que conseguia alcançar.


Harry não conseguiu encarar o padrinho, envergonhado. Ele não acreditava que aquela pessoa violenta era ele.


Mas a mão livre de Black encontrou a garganta de Harry...


James arregalou os olhos. Não era possível que seu melhor amigo estivesse preste a matar seu filho. Não.


— Não — sibilou ele. — Esperei tempo demais...


Harry estremeceu, pensando em como Sirius estava querendo matar Peter. Ele realmente não deixaria nada entrar no caminho.


- Sirius tem uma péssima escolha de palavras - falou Rony.


Seus dedos intensificaram o aperto, Harry ficou sem ar,


- Sirius... - Lily murmurou horrorizada.


Sirius a olhou culpado.


- Lily, eu...


- Eu estou bem - interrompeu Harry - Nada para ser discutido, então.


Lily evitou olhar para Sirius ou para o filho.


seus óculos entortaram no rosto.


- Não que eles nunca tenham sido tortos - comentou Hermione.


Então ele viu o pé de Hermione, vindo não sabia de onde, erguer-se no ar.


- Não acredito - falou Gina, sorrindo.


- Foi o desespero - Hermione falou.


- Você me chutou? - Sirius questionou, incrédulo. Esqueceu por um segundo tudo sobre ele ser um assassino.


- Eu fiz o que eu precisava fazer - disse Hermione, firmemente.


- Fico feliz por isso - murmurou Harry.


Black largou Harry com um gemido de dor;


- Odeio dizer isso, mas você mereceu - murmurou Remus.


- Eu sei.


- Não mereceu. Sirius estava só se defendendo.- Harry se intrometeu.


Rony se atirara sobre a mão com que Black segurava as varinhas


- Muito bem - falaram os Weasleys orgulhosos.


- E ninguém faz um feitiço, só luta física - murmurou Regulus, incrédulos.


- Estávamos sem varinha, lembra? - questionou Harry.


- Tinha esquecido.


e Harry ouviu uma batida leve...


- Mais alguém? - questionou Gina, confusa. Quem faltava?


- Só espero que não seja mais um animal - falou Josh.


Ele lutou para se livrar dos corpos embolados


- Isso já virou uma confusão total.


e viu sua varinha rolando pelo chão;


- Desperdício de varinha - murmurou Snape.


atirou-se para ela mas...


- Já falou que eu odeio "mas"?


- Várias vezes, Sirius.


— Arre!


Bichento entrara na briga;


- Pronto, era só o que faltava - murmurou Alice.


- Seu gato é muito estranho - Lily ainda estava incrédula.


o par dianteiro de garras se enterrou fundo no braço de Harry;


- E claro que o gato de Hermione não está do lado de vocês - falou Neville, num tom de voz indiferente - Faz total sentido.


- Se ele ainda tivesse entrado na luta para proteger Hermione, ok, dava para entender, mas... - Lyssi murmurou confusa.


- Ele estava tentando me proteger de um jeito, eu acho.


o garoto se soltou,


- Bom saber que um gato não é mais forte e esperto que você - falou James.


- Se não você iria me deserdar?


- Talvez.


Harry olhou incrédulo para o pai, até que James riu.


mas agora o gato corria para sua varinha...


- Só falta ele ser capaz de lançar feitiços - murmurou Josh.


— NÃO VAI NÃO! — berrou Harry,


- Eita, não sei como vocês não estão surdos - falou Jorge.


- O que vocês tem como Harry e os gritos dele? - perguntou Dorcas, curiosa.


- Você vai quando chegarmos no quinto ano de Harry.


Lily se perguntou porque parecia que aquele ano não fora nada feliz.


mirou um pontapé no gato que o fez saltar para o lado,


- Não sei se eu deveria ficar irritada com isso - Hermione ponderou.


- Eu estava tentando me salvar - falou Harry.


- É o meu gato!


Silêncio.


- E?


Hermione revirou os olhos.


bufando;


- Então o gato não sentiu dor? - questionou Neville, incrédulo - Só tá reclamando aí?


- Claro que meu bebê sentiu dor - falou Hermione.


Rony balançou a cabeça. Hermione era um caso perdido.


o garoto agarrou a varinha,


- Finalmente - murmurou Regulus.


virou-se e...


— Saiam da frente! — gritou para Rony e Hermione.


- Então, essa é uma das razões pela quais Rony é surdo - murmurou Gina.


- Realmente, não sei como ainda estou ouvindo - resmungou Rony.


Não foi preciso falar duas vezes.


- Ainda bem, porque eu não teria aguentado seu grito duas vezes - falou Hermione.


Harry revirou os olhos.


- Eu estava bem feliz com a chance de sair da frente de Harry - falou Rony - Pelo menos do jeito que ele estava na hora.


Hermione, ofegante, a boca sangrando, atirou-se para o lado,


- Tive sorte de não ficar machucada - falou ela.


ao mesmo tempo em que recuperava as varinhas dela e de Rony.


- Agora sim - falou Josh. Bruxos sem varinhas... parecia errado.


O garoto arrastou-se até a cama de colunas e largou-se sobre ela,


- Acho que o momento de mais alívio da minha vida - murmurou Rony.


arquejante, o rosto pálido agora se tingindo de verde,


- Uma visão não muito linda - murmurou Hermione.


as mãos segurando a perna quebrada.


Todos olharam preocupados para Rony. Ele não devia estar ali assim.


Black estava esparramado junto à parede.


- Pelo menos, eu não lutando contra vocês - murmurou Sirius.


Seu peito magro subia e descia rapidamente


- Como normalmente acontece quando a pessoa respira.


enquanto observava Harry se aproximar devagar,


- Harry tentando ser dramático - Fred brincou, tentando aliviar o clima.


a varinha apontada para o seu coração.


James fechou os olhos. Não queria ouvir que seu melhor amigo, seu irmão, estava apontando uma varinha diretamente para o coração do seu filho.


— Vai me matar, Harry? — murmurou ele.


- Não tente as pessoas que  querem te matar - Lene murmurou nervosa.


- Essa é uma lição de vida boa - ponderou Sirius.


- Uma bem simples, que você podia seguir - rosnou Regulus. Custava muito para o irmão não oferecer oportunidades para ser morto?


- Não teria graça se fosse assim - brincou Sirius, mas recuou com o olhar assassino do irmão.


O garoto parou bem em cima de Black,


- Não partam para a violência física - implorou Lily.


a varinha ainda apontada para o seu coração, encarando-o do alto.


- Harry sendo metido - murmurou Neville.


Um inchaço pálido surgia em torno do olho esquerdo do homem e seu nariz sangrava.


James, Remus, Lene e Lily olharam super preocupados para o irmão/namorado/amigo.


Sirius sorriu um pouco ao ver que todos se importavam com ele, mas achava desnecessário isso. Era só um pouco de sangue e ele já sofrera coisa pior. Era só perguntar a Orion Black.


— Você matou meus pais — acusou-o Harry,


- Se eu tivesse feito isso, eu não precisaria que ninguém me dissesse - murmurou Sirius. Ele não conseguiria viver com a culpa. A vida de James era muito mais importante que a dele e a de Lily também.


- Você nunca faria. Nunca - prometeu James. Sirius era o irmão dele.


com a voz ligeiramente trêmula,


James balançou a cabeça, um pouco desapontado. Esperava que a voz de Harry nunca falhasse como o Potter que era, mas entendia que na situação era justo.


mas a mão segurando a varinha com firmeza.


- Você precisará dela se quer me matar - falou Sirius calmamente, como se falasse do clima.


- Então eu devia ter jogado a varinha fora - replicou Harry.


Sirius sorriu para ele.


Black encarou-o com aqueles olhos fundos.


- Olhos lindos - Lene relembrou.


Sirius sorriu.


— Não nego que matei — disse muito calmo.


- O quê? - todos falaram surpresos, menos o Trio.


- Você se sente culpado pela morte de James e Lily, por isso que você disse isso, mas não foi culpa sua - explicou Harry.


- Por que eu me sinto culpado?


- Por confiar na pessoa errada - disse Harry com um olhar frio.


Regulus sentiu a tensão de Harry e colocou uma mão no ombro do garoto, tentando o reconfortá-lo. Harry sorriu para ele, mais calmo. Trazido de volta para a realidade. Peter não estava ali.


— Mas se você soubesse da história completa...


- Eu ia te amar do jeito que eu amo - respondeu Harry. Sirius sorriu para ele, emocionado. Mas não falou nada.


— A história completa? — repetiu Harry, os ouvidos latejando furiosamente.


- Isso não é um bom sinal - cantarolou Fred.


— Você vendeu meus pais a Voldemort.


- Nunca - falou Sirius, horrorizado. Jamais faria isso.


- Sabemos que você nunca faria isso, Sirius - Dorcas o tranquilizou. Claro, ela não entendia nada do que estava acontecendo. Mas...


É só isso que preciso saber.


- Só que não é verdade - falou Harry.


— Você tem que me ouvir — disse Black, e havia agora uma urgência em sua voz.


- Você finalmente descobriu que eu não sabia - falou Harry.


- Sabia o quê?


- Você vai falar.


— Você vai se arrepender se não me ouvir...


- Muito. Para o resto da minha vida - concordou Harry - Que bom que eu ouvi.


Você não compreende...


- Ninguém entendia, fora Sirius - murmurou Hermione.


— Compreendo muito melhor do que você pensa — disse Harry,


- Ou não - falou Rony.


Harry deu de ombros.


e sua voz tremeu mais que nunca.


- Nessas horas, os gritos de Harry somem - reclamou Jorge. Eles tinham que aguentar Harry gritando, mas não o cara que era o suposto assassino dos pais? Justo.


— Você nunca a ouviu, não é?


- Ela quem? - Lyssi perguntou confusa.


Minha mãe...


- Na verdade, ouvi - brincou Sirius - Ela já gritou algumas vezes com James.


Tentando impedir Voldemort de me matar...


- E eu tentaria mil vezes - falou Lily sem hesitar. Harry era o seu filho e ela faria tudo por ele. Ainda mais vendo a pessoa bondosa e inteligente que ele se tornou. Ele era um herói para ela. Um exemplo. Mesmo sabendo que deveria ser o contrário.


- Não seria a única - falou James, firme.


- Com certeza não - falou Remus.


- Você sempre foi uma pessoa gentil, principalmente com o meu filho. Claro que te salvaria - falou Alice. Frank a apoiou.


- Eu daria minha vida pela sua, Harry. É estranho para mim falar isso, porque não tinha percebido até agora, mas cada um de vocês já parecem parte da minha família - falou Lene sincera - Até você, Snape. É um daqueles parentes antissociais, que você não sabe porque, mas suporta - Dorcas concordou com a amiga.


Snape olhou emocionado para as duas. Não acreditava no que estava ouvindo.


Regulus não precisou falar nada, simplesmente olhou para Harry. Sabia que o Potter tinha entendido o que ele tinha falado. Somos irmãos e não há nada que me pararia enquanto você estivesse em perigo e eu tivesse uma chance de te salvar.


Harry olhava para todos, sem saber o que fazer.


- Obrigado. Vocês também são minha família - falou sincero - Mas eu realmente espero que ninguém mais morra por mim.


- Não vão - prometeu Gina, confortando o namorado.


E foi você que fez aquilo... Você é que fez...


- Não. Foi uma pessoa bem diferente - falou Harry baixo, tentando se controlar.


Antes que qualquer dos dois pudesse dizer outra palavra,


- Vocês ficam conversando enquanto um quer matar o outro, teoricamente. Isso é estranho - murmurou Frank.


uma coisa alaranjada passou correndo por Harry;


- Espero que não seja o que eu estou pensando - Hermione estreitou os olhos.


Bichento saltou para o peito de Black


- Harry Potter! Você acabou de chamar meu gato de coisa?


- Não? - Harry tentou.


e se sentou ali, bem em cima do coração.


- Um lugar bem normal - Fred comentou.


O homem pestanejou e olhou para o gato.


- Nem tente entender, esse gato não faz sentido.


— Saia daí — murmurou o homem, tentando empurrar Bichento para longe.


- Será que mais uma pessoa vai perder para esse gato? - perguntou Neville.


Mas o gato enterrou as garras nas vestes de Black e não se mexeu.


- Aparentemente sim - murmurou Josh.


Então virou a cara amassada e feia


- Você odeia meu gato - murmurou Hermione.


- Não - falou Harry - Só o acho... excêntrico.


para Harry e encarou-o com aqueles grandes olhos amarelos...


- Amarelo não é nada comparado ao vermelho - brincou Harry e se escondeu do olhar mortal de Gina.


À sua direita, Hermione soltou um soluço seco.


- Foi só para lembrar que vocês ainda estão ali.


Harry encarou Black e Bichento,


- Decidindo qual destruir primeiro - brincou Sirius.


- Harry não ia destruir meu gato! - protestou Hermione.


Lene encarou a Granger sem acreditar.


- Harry não ia te destruir, Sirius - Lene falou.


apertando com mais força a varinha na mão.


- Lembrando que é bruxo.


- Nunca esqueci.


E daí se tivesse que matar o gato também?


- Isso foi um pensamento... bem assassino - comentou Lily, assustada.


- E você não pode matar animais - falou Alice.


- Eu não matá-lo mesmo - Harry resmungou.


O bicho estava mancomunado com Black...


- Nunca achei que um gato fosse gostar de Sirius - murmurou Remus para James que riu.


Se estava disposto a morrer para proteger o homem, não era de sua conta...


- Você não acha isso nem um pouco curioso? - perguntou Frank.


- Não - Harry deu de ombros.


Se o homem queria salvá-lo, isso só provava que se importava mais com Bichento do que com os pais de Harry...


- Nunca - falou Sirius ofendido. Nada contra animais, mas era a vida de James e Lily que eles estavam falando.


- Ou talvez ele não seja um assassino - murmurou Alex. Estava tão na cara.


O garoto ergueu a varinha. Agora era o momento de agir.


- Ou de ouvir - falou Rony.


Agora era o momento de vingar seu pai e sua mãe. Ia matar Black.


- Harry - falou James, severamente - Mesmo que Sirius tivesse nos matados, não iriamos querer vingança. Vingança não serve para nada.


- Certamente não iria nos trazer de volta.


Tinha que matar Black.


- Você não tem que fazer nada - disse Lene, enjoada.


Era a sua chance...


- De se tornar um assassino? - questionou Dorcas. Estava meio desapontada com Harry. Esperava mais dele.


Os segundos se alongaram.


- Isso quer dizer que no fundo você não quer fazer isso - suspirou Regulus aliviado.


E Harry continuou paralisado ali, com a varinha em posição,


- Mas você não é um assassino - Lily falou suavemente.


Black olhando para ele,


- Isso já é prova suficiente que Sirius não é um assassino. Ele podia te derrubar facilmente e estava sem fazer nada - Lene falou.


com Bichento sobre o peito.


- Ainda acho isso estranho.


Ouvia-se a penosa respiração de Rony próximo à cama; Hermione guardava silêncio.


- Vocês não tentaram impedir o melhor amigo de você de matar alguém? - falou Lyssi incrédula.


- Não sabíamos muito o que fazer - murmurou Hermione, envergonhada - E em parte era algo de família.


- Não quando envolve a vida de alguém! - falou Josh, revoltado. Lene sorriu para ele.


Então ouviu-se um novo ruído...


- Não me diga que mais alguém chegou - Snape revirou os olhos - Mais um animal.


Passos abafados ecoaram pelo chão,


- Todo som é ampliado na casa - murmurou Remus.


alguém estava andando no andar de baixo.


- Só espero que seja alguém que irá ouvir Sirius - falou Lily, ansiosa.


- Podemos dizer isso - Harry sorriu


— ESTAMOS AQUI EM CIMA! — gritou Hermione de repente.


- Nem foi tão de repente assim.


- Mas para o silêncio que estava.


— ESTAMOS AQUI EM CIMA... SIRIUS BLACK... DEPRESSA!


- Você teria sido morta se eu fosse um assassino - murmurou Sirius.


- Que bom que você não é.


Black fez um movimento assustado que quase desalojou Bichento;


- Alguém vai explicar um dia essa amizade?


- Na verdade, nunca entendi muito bem - admitiu Harry.


Harry apertou convulsivamente a varinha.


- Você não fará nada - afirmou Regulus, com certeza.


Aja agora, disse uma voz em sua cabeça.


Harry estremeceu. Conhecia bem essa voz. Era estranho, porque parecia uma voz de uma pessoa diferente. Mas isso era loucura, certo?


Mas os passos reboavam escada acima e Harry ainda não agira.


- Tarde demais - falou James, mas sorria como se tivesse ganhado na loteira.


A porta do quarto se escancarou com um jorro de faíscas vermelhas


- Só para entrar de modo mais dramático.


e Harry se virou na hora em que o Prof. Lupin


- Ainda bem que é você - quase todos suspiraram aliviados.


- E eu ainda não acredito que você me chama de Lupin - falou Remus pensativo.


Harry deu de ombros.


irrompeu no quarto, seu rosto exangue,


Sirius e James trocaram olhares. Seria Lua Cheia?


a varinha erguida e pronta.


- Mas para quem?


Seus olhos piscaram ao ver Rony, deitado no chão, Hermione encolhida perto da porta, Harry parado ali com a varinha apontada para Black, e o próprio Black, caído e sangrando aos pés do garoto.


- Não deve ter uma cena bem normal - comentou Neville.


- Só um pouco inusual.


— Expelliarmus! — gritou Lupin.


- A questão é para quem.


A varinha de Harry voou mais uma vez de sua mão;


- Harry não consegue manter a varinha por um segundo - resmungou Sirius.


as duas que Hermione segurava também.


- Respondido.


Lupin apanhou-as agilmente


- Ele é mais rápido que parece - falou James, se lembrando das noites de Lua Cheia.


- Definitivamente - Sirius concordou.


e avançou pelo quarto, olhando para Black,


- O que você fará comigo? - falou Sirius.


- Eu estou totalmente perdido.


que ainda tinha Bichento deitado numa atitude de proteção sobre seu peito.


- Bem, você parece apegado ao gato - observou Alice.


Harry ficou parado ali, sentindo-se subitamente vazio.


- Começou o momento de filosofia - falou Rony.


Eu entendo, pensou Alex. Imaginava bem como deveria ser.


Não agira.


- E por isso você foi mais feliz do que jamais poderia ter sido se tivesse agido - falou Hermione, suavemente.


Harry sorriu para ela.


Faltara-lhe a coragem.


- Ou sobrará - falou Neville, sério. Poucos teriam feito o que Harry fez.


Black ia ser entregue aos dementadores.


- Isso já é ruim o suficiente - Lene falou triste.


Então Lupin perguntou com a voz muito tensa.


- Lupin já é tenso - falou Frank.


Remus olhou ofendido para ele, que deu de ombros.


— Onde é que ele está, Sirius?


- Ele quem? - Lily perguntou confusa.


Harry olhou depressa para Lupin.


- Porque você tinha medo de que eu fugiria se olhasse por outro lado.


- Bem... Você fugiu de Azkaban - Harry se desculpou.


Não entendeu o que o professor queria dizer.


- Agora você sabe como é ser como nós - falou Dorcas - Tendo que aguentar "você vão entender" - falou imitando a voz de Harry.


Harry revirou os olhos, mas não aguentou e riu depois.


De quem estava falando?


Harry fechou a cara. Peter.


Virou-se para olhar Black outra vez.


- É obsessão já - brincou Sirius.


O rosto do homem estava impassível.


- Algo que aprendi a fazer em família - falou Siruis.


Regulus deu de ombros.


Por alguns segundos, Black nem se mexeu. Depois, muito lentamente, ergueu a mão vazia e apontou para Rony.


- Agora entendi tudo - ironizou Dorcas.


Aturdido, Harry se virou para Rony, que por sua vez parecia confuso.


- Todos estão confusos, ótimo - Lene reclamou.


— Mas, então... — murmurou Lupin, encarando Black com tal intensidade que parecia estar tentando ler sua mente


- Não tenho esse dom - falou Remus.


- Não tenho certeza que isso é um dom - murmurou Harry, se lembrando de todas as vezes que achava que Dumbledore tinha lido sua mente. Eram algumas.


— por que ele não se revelou antes?


- Porque é um rato.


- Como assim?


- Vocês vão ver.


- E você fez de novo, Harry.


- Desculpa, Dorcas.


A não ser que... — os olhos de Lupin se arregalaram, como se estivesse vendo alguma coisa além de Black, alguma coisa que mais ninguém podia ver


- Um conhecimento - apostou Frank.


— a não ser que ele fosse o... A não ser que você tivesse trocado... Sem me dizer?


- Essa frase faz muito mais sentido agora - comentou Hermione.


- Para vocês - falou Lily.


Muito lentamente, com o olhar fundo cravado no rosto de Lupin, Black confirmou com um aceno de cabeça.


- Foi algo sério - falou James, assustado. O que Remus tinha descoberto que Sirius já sabia?


— Professor — interrompeu Harry, em voz alta


- Harry, se Sirius realmente quisesse te matar, como você acreditava, você devia ter ficado quieto e saído - falou Alice.


Harry deu de ombros.


- Precisava saber o que eles estavam falando.


— que é que está acontecendo...?


- Uma conversa em códigos.


Mas nunca chegou a terminar a pergunta,


- Não gostei dessa frase - falou Lily.


porque o que viu fez sua voz morrer na garganta.


- Pressinto mais problemas - falou Alice.


Lupin estava baixando a varinha, os olhos fixos em Black.


Remus sorriu, sabendo o que faria. Mesmo sem entender mais nada.


O professor foi até Black, apanhou a varinha dele, levantou-o de modo que Bichento caiu no chão e abraçou Black como a um irmão.


- É porque ele é meu irmão - falou Remus.


- Irmãos - concordou Sirius.


- Agora... Não estou entendendo nada do que está acontecendo - falou Dorcas.


- Não é a única - falou Regulus.


Harry sentiu como se o fundo do seu estômago tivesse despencado.


- Acreditávamos que o único que podia nos salvar estava abraçando o cara que queria me matar. Foi meio desesperador - falou Harry.


- Desculpe por não explicar o que eu tenha descoberto - falou Remus, mesmo não tendo feito isso ainda.


- Tudo bem, eu entendo. Embora teria sido legal saber logo.


— EU NÃO ACREDITO! — berrou Hermione.


- Foi um choque mais profundo para Hermione, considerando o amor dela por autoridades - explicou Rony.


Lupin soltou Black e se virou para a garota.


- Hermione atrapalhou o momento reconciliação - falou James, desapontado.


Ela se erguera do chão e estava apontando para Lupin, de olhos arregalados.


- Mas sem varinha, certo? - perguntou Dorcas preocupada com Remus.


- Eu não fiz nada - Hermione a tranquilizou.


— O senhor... O senhor...


- Eu mesmo.


— Hermione...


- Vocês vão ficar falando sem dizer nada para o outro mesmo? - perguntou Frank, impaciente.


... O senhor e ele!


- Somos amigos - Remus deu de ombros.


— Hermione, se acalme...


- Não acho que essa seja a melhor frase - falou Gina.


— Eu não contei a ninguém! — esganiçou-se a garota.


- Contar o quê?


— Tenho encoberto o senhor...


- Hermione, acobertando algo que não seja Harry e Rony? - Fred perguntou interessado.


— Hermione, me escute, por favor! — gritou Lupin. — Posso explicar...


- Uma explicação muito interessante, com certeza - falou Jorge.


Harry sentia o corpo tremer, não com medo, mas com uma nova onda de fúria.


- Isso não é nada bom - repetiu Lily.


— Eu confiei no senhor — gritou ele para Lupin,


- E você estava certo em confiar, Harry.


- Eu sei.


sua voz se descontrolando


- Compreensível.


— e o tempo todo o senhor era amigo dele!


- Na verdade, desde antes - falou Frank, pensativo.


— Você está enganado — disse Lupin. — Eu não era amigo de Sirius,


- EI! - Sirius falou ofendido.


mas agora sou... Deixe-me explicar...


- Explique logo ao invés de ficar pedindo para explicar - Regulus revirou os olhos.


— NÃO! — berrou Hermione. — Harry não confie nele, ele tem ajudado Black a entrar no castelo,


- Eu não preciso de ajuda - falou Sirius arrogantemente.


ele quer ver você morto também...


- Nunca - falou Remus.


Ele é um lobisomem!


Um momento de silêncio.


- Isso é verdade? - Lene perguntou, chocada.


- Sim - admitiu Remus - Mas eu nunca machuquei ninguém - falou ansioso - Fui mordido quando era uma criança ainda.


- Está tudo bem, Remus - falou Dorcas. Agora finalmente entendia melhor o rapaz, o que ele escondia - Você não tem culpa de ser quem é.


Alice, Lene e Frank concordaram e Remus suspirou mais aliviado.


- Não tem nenhum problema, enquanto você não ferir ninguém - falou Alex. Josh e Lyssi concordaram.


- Vocês já sabiam? - perguntou Lene para os outros.


- Já - falaram James, Sirius, Lily, Harry, Rony, Hermione, Jorge, Fred e Gina.


- Só eu não sabia? - reclamou Neville.


Houve um silêncio audível.


- Foi uma revelação chocante - falou Harry.


Os olhos de todos agora estavam postos em Lupin, que parecia extraordinariamente calmo, embora muito pálido.


- Ele sempre se manteve calmo nas piores situações.


- E pálido ele sempre foi - falou Dorcas - O que, pensando agora, pode ser explicado pelo fato dele ser lobisomem.


- Ele tem um probleminha peludo - falou James.


— O que disse não está à altura do seu padrão de acertos, Hermione.


- Um jeito elegante de dizer que eu não estou muito correta - falou Hermione.


Receio que tenha acertado apenas uma afirmação em três.


- Deixa eu adivinhar... a do lobisomem? - questionou Jorge.


Eu não tenho ajudado Sirius a entrar no castelo


- Eu falei.


e certamente não quero ver Harry morto...


- Ainda bem - falou James - Se não ia complicar um pouco minha vida.


Regulus preferiu evitar apontar o fato que ele estava morto lá.


— Um estranho tremor atravessou seu rosto.


- Talvez pensando em Voldemort me matando ou na amizade de vocês - sugeriu Harry.


Remus deu de ombros.


— Mas não vou negar que seja um lobisomem.


- É como dizem, você não podem negar o que é.


- Tem alguém que precisa aprender isso - murmurou Regulus, olhando para Sirius. Um Black.


Rony fez um corajoso esforço para se levantar outra vez, mas caiu com um gemido de dor.


- O que valeu foi a tentativa - consolou Gina.


Lupin adiantou-se para ele, parecendo preocupado,


- Porque eu estava!


- Agora sabemos.


mas Rony exclamou:


- O que é uma coisa preocupante - falou Jorge - Rony falando. Daqui a pouco vai começar a raciocinar.


— Fique longe de mim, lobisomem!


- Essa foi a pior frase - falou James, com um olhar sombrio. Queria matar Rony por ele ter dito isso, sabia o efeito que isso causaria em Remus. Como o Lupin não deixaria de pensar nisso pelo resto da vida. Mas entendia também que Rony não sabia quem Remus realmente era e estava só se defendendo.


- Desculpe - falou Rony.


- Não precisa pedir desculpas - falou Remus, mas tinha um olhar duro. Tinha sido atingido.


Lupin se imobilizou.


- Você conseguiu o que queria - falou Sirius, com raiva. A frase de Rony tinha insinuado um preconceito.


Depois, com óbvio esforço, virou-se para Hermione


- Minha última esperança, aparentemente.


e perguntou:


— Há quanto tempo você sabe?


- Era de se esperar que Hermione fosse descobrir - falou Gina, sorrindo para a amiga.


— Há séculos! — sussurrou Hermione. — Desde a redação do Prof. Snape...


- Essa redação foi muito sacanagem - murmurou Lily, lançado um olhar para Snape. Desculpa, ele murmurou as palavras para ela. Lily sorriu.


— Ele ficará encantado — disse Lupin tranquilo.


- Você não parece muito preocupado com o seu segredo - observou Lene.


- Eu acho que eu estava cansado.


— Passou aquela redação na esperança de que alguém percebesse o que significavam os meus sintomas.


- Nada como dar dicas anônimas de que o professor é um lobisomem - falou Gina, bem humorada.


Você verificou a tabela lunar e percebeu que eu sempre ficava doente na lua cheia?


- Um pouco fora do estilo de Hermione - falou Neville.


Ou você percebeu que o bicho-papão se transformava em lua quando me via?


- Agora faz mais sentido - falou Frank.


— Os dois — respondeu Hermione em voz baixa.


- Você é muito atenta.


- Obrigada, Frank.


Lupin forçou uma risada.


- Não deve ter soado nem um pouco convincente.


- Não soou.


— Você é a bruxa de treze anos mais inteligente que já conheci, Hermione.


Lily se sentiu traída por Remus.


- Obrigada - ironizou.


- Você só descobriu depois - Remus deu de ombros.


- Você tá é tentando ganhar Hermione, isso sim - murmurou Lily.


— Não sou, não — sussurrou Hermione.


- É sim. Não precisa de falsa modéstia.


— Se eu fosse um pouco mais inteligente, teria contado a todo mundo quem o senhor é!


- Por que não contou? - perguntou Lyssi, curiosa.


- Não via para quê. Remus parecia uma boa pessoa e todos tem segredos.


— Mas todos já sabem. Pelo menos os professores sabem.


- É muita gente - falou Remus, preocupado. Como podia ter certeza que todos guardariam segredo?


— Dumbledore contratou o senhor mesmo sabendo que o senhor é um lobisomem?


- Sim, porque ele percebeu que você é excelente, independentemente... do seu problema peludo - falou Rony, utilizando a expressão de James.


— exclamou Rony. — Ele é louco?


- Disso não há dúvidas. Mas não por isso - falou Frank, sorrindo para Lupin.


— Alguns professores acharam que sim — respondeu Lupin. — Ele teve que trabalhar muito para convencer certos professores de que eu sou digno de confiança...


James deu um sorriso triste para o amigo. Remus não merecia estar passando por nada disso.


- Não sei para que Dumbledore precisou contar - murmurou Harry - Considerando que vários professores esconderam algo e os outros não notaram.


- Precação - murmurou Hermione.


— E ELE ESTAVA ENGANADO! — berrou Harry.


- Não - os gêmeos choramingaram - Ninguém merece Harry gritando.


— O SENHOR ESTEVE AJUDANDO ELE O TEMPO TODO!


- E ele continua.


O garoto apontou para Black, que, de repente atravessou o quarto em direção à cama de colunas e afundou nela, o rosto escondido em uma das mãos trêmulas.


- Não parece com um assassino - murmurou Dorcas.


Bichento saltou para junto dele e subiu no seu colo, ronronando.


- Sério, cara, o que tá rolando? - perguntou James para Sirius.


O Black deu de ombros.


- Não faço a menor ideia.


Rony se afastou devagarinho dos dois, arrastando a perna.


- Você devia ficar parado - repreendeu Gina.


- E deixar meus amigos em perigo? Não.


— Eu não estive ajudando Sirius — respondeu Lupin.


- Ninguém nunca ajudaria Sirius com nada - brincou Remus.


— Se você me der uma chance, eu explico.


- Deem logo essa chance - falou Regulus.


Olhe...


- Não ia falar?


O professor separou as varinhas de Harry, Rony e Hermione e devolveu-as aos donos.


- Se isso não foi uma prova de confiança cega, não sei o que é - murmurou Regulus.


Harry apanhou a dele, espantado.


- Harry concorda comigo.


- Claro.


— Pronto — disse Lupin, enfiando a própria varinha no cinto.


Snape encarou Lupin incrédulo. Ele era burro?


— Vocês estão armados e nós, não.


- Percebemos.


Agora vão me ouvir?


- Isso tudo só para chamar atenção. Tá difícil hein.


Harry não sabia o que pensar. Seria um truque?


- Ouça logo o homem - Lyssi disse impaciente.


— Se o senhor não esteve ajudando — disse, lançando um olhar furioso a Black — como é que soube que ele estava aqui?


- O mapa - respondeu James na hora.


- Já tinha me esquecido que Remus estava com ele - falou Frank.


— O mapa. O Mapa do Maroto. Eu estava na minha sala examinando-o...


- Ou seja, estava entediado - falou Sirius.


Remus deu de ombros.


— O senhor sabe trabalhar com o mapa? — indagou Harry desconfiado.


- Claro que sei. Eu que fiz - falou Remus.


— Claro que sei — disse Lupin


Remus ficou espantado com a sua própria semelhança.


fazendo um gesto impaciente com a mão. — Ajudei a prepará-lo.


- Ajudou muito - concordaram James e Sirius.


- Acho impressionante que vocês tenham criado esse mapa ainda - falou Dorcas - E ainda mais que tenham tido a ideia para prepará-lo.


Os Marotos sorriram orgulhosos.


- Cuidado, Do, não fale demais ou eles vão começar a se achar mais ainda - falou Lily.


- Falando tudo isso só para não admitir que concorda com ela - provocou James.


Eu sou Aluado, esse era o apelido que meus amigos me davam na escola.


- Era muito mais que um apelido e você sabe disso - falou James.


Os três Marotos trocaram olhares profundos.


— O senhor preparou...?


- Ele já disse que sim.


- Mas eu entendo como você se sente, Harry. Também fiquei chocado - falou Jorge.


— O importante é que eu estava examinando o mapa atentamente hoje à noite, porque imaginei que você, Rony e Hermione poderiam tentar sair, escondidos, do castelo para visitar Hagrid antes da execução do hipogrifo.


- E eles fizeram isso. E você não fez nada - falou Lily.


- Eu acho que eu queria mais assegurar que ninguém os visse - falou Remus, envergonhado.


E estava certo, não é mesmo?


- Você já sabe que sim.


Lupin começara a andar para cima e para baixo do quarto, com os olhos fixos nos garotos. Pequenas nuvens de pó se levantavam aos seus pés.


- Bom fazer uma limpeza ai.


— Você poderia estar usando a velha capa do seu pai, Harry...


- Claro que estava.


— Como é que o senhor sabia da capa?


James, Sirius e Remus tiveram uma crise de risos pensando em tudo que já fizeram com a capa.


- Você ainda não entendeu que somos amigos?


— O número de vezes que vi James desaparecer debaixo da capa...


- Foram muitas. As melhores eram as que ele usava para deixar Lily doida - e Remus contou várias histórias, fazendo os outros rirem.


— disse, fazendo outro gesto de impaciência com a mão.


- Não é o único impaciente - falou Sirius.


— A questão é que, mesmo quando a pessoa está usando a Capa da Invisibilidade, ela continua a aparecer no Mapa do Maroto.


- O que faz sentido, mas é impressionante - falou Lily.


- Eu sei - sorriu James.


- E é por isso que eu não te elogio.


Observei vocês atravessarem os jardins e entrar na cabana de Hagrid. Vinte minutos depois, vocês saíram e voltaram em direção ao castelo. Mas, então, iam acompanhados por mais alguém.


- O quê? - estavam quase todos confusos.


— Quê? — exclamou Harry. — Não, não íamos!


- Não que soubéssemos, pelo menos - falou Harry.


- Essa frase soou assustadora - reclamou Lily. James apertou a mão dela.


— Eu não podia acreditar no que estava vendo — continuou o professor, prosseguindo a caminhada e fingindo não ter ouvido a interrupção de Harry. — Achei que o mapa não estava registrando direito.


- Não existe isso - falou Sirius ofendido, assim como James.


Como é que ele podia estar com vocês?


- Ele quem?


— Não tinha ninguém com a gente!


- É. Remus, você está ficando louco - falou James.


— Então vi outro pontinho, andando depressa em sua direção, rotulado Sirius Black...


- Isso tudo bem.


Vi-o colidir com você; observei quando arrastou dois de vocês para dentro do Salgueiro Lutador...


- Como ninguém viu a outra pessoa? - questionou Dorcas, acreditando que Remus não estava louco.


— Um de nós! — corrigiu-o Rony, zangado.


- Claro. Para mim não fazia sentido nenhum isso - falou Rony.


- Não faz sentido nenhum - corrigiu Alice.


— Não, Rony. Dois de vocês.


- Quem é o outro? - perguntou Dorcas, impaciente.


Ele parou de andar, os olhos em Rony.


- Ou em algo que estava com Rony - falou Harry.


— Você acha que eu poderia dar uma olhada no rato?


- No rato? No rato de Rony? - questionou Neville, confuso.


- O que ele tem haver com tudo isso? - perguntou Frank.


— perguntou com a voz equilibrada.


- Ok, talvez você não percebe que você está louco - murmurou Lene.


Mas James, Sirius e Remus trocaram olhares. Será que o rato era...? Não podia ser.


— Quê? — exclamou Rony. — Que é que o Perebas tem a ver com isso?


— Tudo. Posso vê-lo, por favor?


- Mostre logo, o que Remus pode fazer de ruim? - falou Alex, impaciente.


Rony hesitou, depois enfiou a mão nas vestes. Perebas apareceu, debatendo-se desesperadamente;


- É como se ele entendesse o que é falado - murmurou Alice.


o garoto teve que segurá-lo pelo longo rabo pelado para impedi-lo de fugir.


- Só falta um rato fugir de você também.


Bichento ficou em pé na perna de Black e sibilou baixinho.


Alice encarou Hermione, que se recusou a dizer algo.


Lupin se aproximou de Rony. Parecia estar prendendo a respiração enquanto examinava Perebas atentamente.


- Foi um momento que mudou tudo na vida dele - falou Harry, triste e feliz ao mesmo tempo, se era possível.


— Quê? — repetiu Rony, segurando Perebas mais perto com um ar apavorado.


- Eu queria saber o que estava acontecendo.


— Que é que meu rato tem a ver com qualquer coisa?


- Uma boa pergunta.


— Isto não é um rato — disse Sirius Black, de repente, com a voz rouca.


Silêncio.


- Certo. Faz sentido agora.


- Um animago! - falou Alice de repente - É claro.


James, Sirius e Remus trocaram olhares desesperados.


— Que é que você está dizendo... É claro que é um rato...


- Passeis anos acreditando nisso.


— Não, não é — confirmou Lupin calmamente. — É um bruxo.


- Você fala como se isso fosse normal - falou Hermione.


- É estranho, mas... - Remus deu de ombros.


- Mas que bruxo? - insistiu Frank.


— Um Animago — disse Black — que atende pelo nome de Peter Pettigrew.


Silêncio chocado na sala.


- Como Peter está vivo? - questionou James. Ele tinha assumido que Peter não estava lá com eles porque ia morrer logo, e assim não era tão importante. Mas...


- De um jeito nada bom.


- O que ele faz aí? - perguntou Sirius confuso.


- Se escondendo.


- De quê?


Harry, Hermione e Rony trocaram olhares.


- Eu acho melhor lermos agora o próximo capítulo, sem pausa sem nada - falou Hermione, por fim - Quanto mais rápido lermos, mais rápido vamos entender. E no final do próximo podemos fazer uma longa pausa - disse ela. Merlin sabe que eles iriam precisar.


Os outros concordaram hesitantes, e foram ler o próximo capítulo, ignorando todas as perguntas que possuíam.
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Nota Bia: Quem mais está super ansioso para o próximo capítulo? E uma pergunta para matar a minha curiosidade, alguém ai leu A Rainha Vermelha ou assiste Game of Thrones? 

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Comentários (1)

  • Izabella Bella Black

    Oi, super ansiosa para o proximo capitulo.Sobre esse eu adorei, o problema em segurar o perebas é que ele é mais forte do que o esperado. Ri muito com as partes deles falando em uma reunião de animais, mas o pior é que realmente parecia isso..kkk. Não sei não mais ainda acho que o pai da Lyssi é o Harry e depois de tudo o que ela falou, fiquei ainda mais desconfiada. Fiquei triste por Sirius ao descobrir que Harry queria o matar. Concordo com Rony, Sirius tem uma pessima escolha de palavras. Achei muito emocionante o momento deles falando que considerava todos ali da sala como familia, incluindo o Snape, posso não gostar muito dele, mas achei fofo o momento. Respondendo sua pergunta eu não li a Rainha vermelha, mas fiquei curiosa e vou começar a ler. Sobre Game of Tnrones eu não assistido, pra dizer a verdade não gosto nem do livro e nem da serie.Beijos. 

    2016-02-15
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