A predição da professora Trela
Nota Bia: Um fato engraçado sobre esse cap: eu dormi com o notebook no meu colo enquanto estava escrevendo. Então ninguém pode dizer que eu não estava me esforçando. Espero que gostem!
Izabella Bella Black~~> Sei que demorei muito, mas jamais desistiria de LHP, principalmente sem avisar a vocês. Fico feliz que tenha gostado e tenho que confessar que eu adorei escrever a parte de Rony e Sirius com ciúmes de Harry e Regulus. São todos muito adoráveis. Espero que goste desse cap também. Beijos!
Harry e Regulus retornaram a sala de leitura minutos depois de terem saído. Conversavam calmamente e sorriam, mas pareciam cansados.
Gina lançou um olhar para a dupla peculiar. Estava curiosa sobre o que eles estavam fazendo juntos, porém sabia que não iria adiantar perguntar a Harry agora. Ele não diria nada. E, claro, podia ser que eles somente estivessem conversando (afinal eles eram bem próximos)... Mas Gina duvidava disso.
A euforia que Harry sentiu por ter finalmente ganhado a Taça de Quadribol durou pelo menos uma semana.
- Não tenho certeza se isso é um tempo bom ou ruim - murmurou Lily insegura. Ele passara um ano querendo isso afinal. Mas uma semana parecia um tempo muito grande para ficar feliz por uma coisa só.
- É um tempo bom, amor - James respondeu delicadamente.
Até o tempo parecia estar comemorando;
- Verdade - os grifinórios de 1997 falaram, se lembrando.
à medida que junho se aproximava, os dias foram desanuviando e se tornando quentes,
Alice sorriu. Odiava o frio.
e só o que as pessoas tinham vontade de fazer era passear pela propriedade e se largar no gramado com vários litros de suco de abóbora gelado ao lado,
- Acho que os professores não suportam muito essa ideia - Frank sorriu.
e talvez jogar uma partida descontraída de bexigas
- Esse jogo é ótimo - falou Remus, sorrindo. Na primeira vez que jogou com os Marotos, foi a primeira vez que se sentiu verdadeiramente parte de algo. Foi um dos primeiros momentos fortes da amizade deles.
ou apreciar a lula gigantesca nadar, sonhadora, pela superfície do lago.
- Isso não é nem um pouco interessante - reclamou James.
Harry deu de ombros.
- Não tinha muitas ideias.
- É porque Harry não sabe viver feito uma pessoa normal. Tem sempre que estar vivendo uma aventura - brincou Neville, mas era verdade.
- Isso não é verdade! - protestou Harry, sendo ignorado.
Mas isso não era possível.
- Lá vem problemas - reclamou Lene.
Os exames estavam às portas
- Espero que você está estudando - ameaçou Lily. Harry tremeu.
e em lugar de se demorarem pelos jardins,
- O jardim de Hogwarts é muito bonito - observou Dorcas.
- Também adoro - Remus sorriu para ela. Era um dos lugares que eles mais tinham conversado e também era um dos lugares em que Remus se sentia mais calmo.
Dorcas sorriu de volta e Remus não pode deixar de notar mais uma vez o quanto ela era bonita.
os alunos tinham de permanecer no castelo,
- Como se isso fosse funcionar - Lene revirou os olhos - Eles por exemplo, não sabiam o que era estudar - e apontou para os Marotos.
- Sempre estávamos dentro do castelo, mas não estudando - concordou Sirius com um sorriso presunçoso.
- Diga por você - retrucou Remus.
- Remus estuda bastante - Lily o apoiou - E vocês deviam estudar também.
- Quando realmente precisamos, nós estudamos - James falou.
- Isso nunca acontece.
- Exato!
e tentar obrigar o cérebro a se concentrar em meio aos sopros mornos de verão que entravam pelas janelas.
Alice ficou com uma expressão sonhadora enquanto pensava na sensação de vento correndo pelo rosto. Era algo que ela adorava.
- É impossível se concentrar assim - concordou Lyssi.
- Você tem que estudar - falou Lily.
Até mesmo Fred e Jorge Weasley tinham sido vistos estudando;
- Não consegui acreditar quando eu vi - falou Gina, tremendo com a lembrança.
- Dias sombrios - Jorge admitiu.
estavam em vésperas de fazer o exame de N.O.M.‘s. (Níveis Ordinários em Magia)
- É sempre horrível essa época - estremeceu Dorcas.
- Pelo menos, vocês vão ser livres quando passar - consolou James.
Percy, por sua vez, estava se preparando para os exames de N.I.E.M.‘s (Níveis Incrivelmente Exaustivos em Magia),
- Ele estava um saco. Como sempre - Rony revirou os olhos.
- Sempre achei o nome assustador - falou Neville.
- É só para exagerar - Sirius deu de ombros.
o diploma mais avançado que Hogwarts oferecia.
- E não é difícil - murmurou Lily. James a encarou, se lembrando dos ataques dela - Talvez cansativo, mas não difícil.
- Não é difícil - concordou Fred.
Como Percy tinha esperança de ingressar no Ministério da Magia, precisava de notas muito altas.
- Não sei porque precisam de notas muito altas para ir para esse lugar - murmurou Harry.
- Você não parece muito fã do Ministério - disse Josh, surpreso.
- É porque eu não sou.
- Mas por quê?
- Eu tenho minhas razões - e ignorou os olhares de todos, até o de James. Menos os de 1997, claro.
Por isso, a cada dia ficava mais nervoso,
- E descontava na gente - murmurou Rony.
e passava castigos severos
Harry fez uma careta. Isso o lembrou da vaca, também conhecida como Umbridge. Olhou para a mão e ainda conseguiu ver as palavras, embora elas estivessem bem finas.
Gina abraçou o namorado, sabendo o que ele estava pensando - ele a tinha contado depois sobre Umbridge - e querendo mais que tudo levar a dor dele embora. Harry não merecia sofrer assim. Apertou a mão dele e deu o maior sorriso que conseguiu, tentando trazer alguma paz para Harry. Ele sorriu e a beijou rapidamente.
Frank notou a reação estranha de Harry e ficou curioso com o que tinha acontecido com a mão dele (era óbvio que acontecido algo), mas resolveu não perguntar. O pobre Harry já tinha pouca privacidade e, de qualquer jeito, Frank não achava que iria gostar da resposta.
para qualquer aluno que perturbasse a tranquilidade da sala comunal à noite.
- Ele só estava fazendo o trabalho dele - disse Hermione, que tinha ficado contente com a ação. Assim ela pudera estudar em paz.
- Ele está abusando do poder - discordou Remus - Não tem nenhuma regra que fale sobre barulho na sala comunal à noite. Acredite, eu saberia - falou, olhando para James e Sirius.
- O ensinamos bem - sorriu James para Sirius.
- De fato.
De fato, a única pessoa que parecia mais ansiosa do que Percy era Hermione.
- Não sei qual dos dois me assusta mais - falou Gina.
- Eu não sou assustadora! - Hermione protestou.
- Percy, com certeza - disse Rony - Hermione não segue todas as regras.
- Você não pode dar opinião. Você é o namorado dela - Fred o desclassificou.
- Isso é porque vocês não viram Lily estudando - falou Lene - Não dá para encontrá-la debaixo das pilhas de livros.
- E Remus em época de prova parece que tem um exército de seguidores - comentou Dorcas - Para onde ele vai, tem gente. Uma boa quantidade de pessoas.
Hermione, Lily e Remus negaram as acusações.
Harry e Rony tinham desistido de perguntar à amiga como fazia para frequentar várias aulas ao mesmo tempo,
- Tem uma hora que você cansa de ser ignorado - disse Rony.
Hermione o olhou culpada.
- Não acredito que existem segredos entre O Trio de Ouro - falou Neville, chocado. Sua infância fora destruída!
- Só alguns - murmurou Harry, se lembrando de como conseguira esconder dos amigos o quão ruim a infância dele era. Pelo menos, até eles lerem os livros.
- E como você fazia? - perguntou Frank - Para assistir várias aulas - ele tinha uma teoria, mas queria saber se estava certo. Esperava que não. Seria perigoso usar um vira-tempo continuamente.
Hermione se encolheu, se recusando a responder.
mas não conseguiram se conter,
- Nem sempre conseguimos nos controlar.
- Percebemos.
quando viram o horário dos exames que a amiga preparara para si.
- Eu nunca devia ter deixado vocês olhares - Hermione lamentou.
- Você devia ter nos dado para olhar antes, isso sim - corrigiu Rony.
- O que tem demais esse horário? - perguntou Lene impaciente.
- Leia.
Na primeira coluna lia-se:
Segunda-Feira:
9h — Aritmancia
- Eu adoro essa matéria - falou Remus feliz.
- Ela é extremamente útil - concordou Hermione.
9h — Transfiguração
- Agora sim - sorriu James - Essa sim é uma matéria muito boa.
- Mas espere... As duas são na mesma hora! - observou Dorcas.
Hermione ignorou os olhares questionadores.
Almoço
1:30h — Feitiços
Gina sorriu. Adorava o professor.
1:30h — Runas antigas
- Essa matéria é muito mais interessante que parece - Lily disse.
- Duas provas na mesma hora, novamente - observou Alice - Achei que podia ter sido só um erro na anotação, mas... - a voz dela diminuiu.
- Não era - concordou Hermione.
- Mas então...
- Vocês vão ver.
— Mione? — perguntou Rony com muita cautela,
- Para o meu irmão ter cautela é porque algo é realmente perigoso.
porque ultimamente ela era bem capaz de explodir se a interrompiam.
- Não era assim! - falou Hermione. Rony e Harry trocaram olhares - Somente não gosto que me interrompam quando estou estudando.
- Ninguém gosta, mas a pessoa se acostuma se ela tem que viver com Sirius e James - falou Remus.
- Pois não devia - retrucou Lily, lançando olhares feios para os meninos, que se encolheram.
- Só falávamos quando Remus já está há horas lendo! - protestou Sirius e viu seu erro quando Lily lançou o olhar mortal dela.
- É muito mais fácil não interromper ninguém quando a pessoa está estudando, não? - sugeriu Frank, para manter a paz.
— Hum... Você tem certeza de que copiou esses horários direito?
- Sugerir que ela fez algo errado não é a melhor maneira de evitar conflito, Rony - falou Neville.
- Nunca fui bom em me manter fora de discussões.
- E quem sofre com elas sou eu - resmungou Harry.
— Quê? — retrucou Hermione com aspereza, apanhando o horário de exames para conferi-lo.
- Eu fiquei nervosa.
- Mas qualquer coisa era só procurar o horário certo...
- Eu ia perder tempo de estudo - falou Hermione.
Josh revirou os olhos, achando a altitude muito exagerada. Alguns minutos não matariam ninguém.
— Claro que copiei.
- E você não vai dizer nada sobre tem duas provas na mesma hora? - questionou Remus.
Hermione deu de ombros.
— Será que adianta perguntar como você vai prestar dois exames na mesma hora? — perguntou Harry.
- Muito bem, Harry! Faça a pergunta que todo mundo quer saber.
- Ela não vai me responder.
-... Ok. Se Hermione não responde nem para Harry nem para Rony não sei como vamos descobrir - murmurou Alice, desapontada.
- Eu não podia dizer - Hermione falou tristemente. Queria ter contado para os amigos. Mas não podia. Tinha ordens para não dizer nada.
- O que pode ser tão importante assim? - questionou Regulus.
O Trio trocou olhares.
- Suponho que agora vocês saibam - falou Frank olhando para Harry e Rony. Os dois concordaram.
- Vocês tem muito segredos - falou Gina, incomodada. Sempre parecia que ela estava fora do grupo, como se não fosse importante ou como se eles não confiassem nela.
- Nenhum sobre algo que importa - prometeu Harry, olhando diretamente nos olhos de Gina. Sabia que a namorada às vezes era insegura sobre os segredos que ela não conhecia, mas não existiam razões para isso. Gina era mais importante que qualquer segredo.
Gina sorriu para o namorado.
— Não — respondeu Hermione, impaciente.
- Quem devia estar impacientes são eles - murmurou Lily.
- Eu queria estudar!
- Você sempre quer - retrucou Rony e sorriu quando a namorada lhe lançou um olhar assassino.
— Algum de vocês viu o meu livro Numerologia e Gramática?
- Até o título é chato - murmurou Sirius entediado. O que fizera para merecer ouvir sobre estudos?
— Ah, eu vi, apanhei emprestado
- Rony lendo - perguntou Gina, chocada.
- Não sabia que ele era capaz de ler - brincou Fred. Rony o ignorou.
para ler na cama antes de dormir
- Você lê na cama livros legais, não sobre números - Harry disse revirando os olhos - O quê? - perguntou quando foi encarado por todos.
- Você fala como se lesse.
- Eu li antes de ir para Hogwarts - Harry deu de ombros - Só que depois não consegui me interessar mais. Não quando tinha magia de verdade bem na minha frente.
Hermione o encarou como se visse uma nova pessoa na frente dela. Tanta possibilidades foram abertas agora...
- Você vai voltar a ler! - falou determinada.
Harry a ignorou.
— disse Rony, mas bem baixinho.
- Você estava com vergonha de admitir que estava estudando! - Hermione disse, divertida.
Hermione começou a remexer no monte de rolos de pergaminho que tinha sobre a mesa,
- Eram infintos - Rony resmungou.
à procura do livro.
- Já estava começando a ficar desesperada.
Nesse instante, ouviram um farfalhar à janela
- Eu levei um susto - falou Rony.
- Eu nem ouvi - disse Hermione.
- Você estava muito concentrada.
e Edwiges entrou com um bilhete bem seguro no bico.
- Deixa eu adivinhar... Hagrid? - supôs Regulus.
— É do Hagrid
Regulus deu um sorriso convencido.
- Como você sabia? - questionou Harry.
- Ele é o único que manda coisas para você - disse.
— disse Harry, abrindo o bilhete. — É o recurso de Bicuço, está marcado para o dia seis.
- Não vai dar tempo de fazer nada! - reclamou Gina.
— É o dia em que terminamos os exames — disse Hermione,
- Você marcava todos os eventos pelo dia das provas não é? Dia 1 após provas, dia 20 após prova... - brincou Sirius.
Hermione revirou os olhos, mas acabou sorrindo levemente.
ainda procurando o livro de Aritmancia por toda a parte.
- Eu precisava do livro. Precisava achá-lo.
- Eu entendo - falou Remus.
— E eles vêm aqui para o julgamento — disse Harry,
- Pelo menos, assim vocês vão poder ver - disse Neville, tentando ver algo positivo.
continuando a ler o bilhete.
- Você é lerdo - brincou Gina.
Harry a encarou.
- Brincadeira, amor. Se bem que você levou anos para me beijar - ela revirou os olhos.
- Desculpe - e para compensar o tempo perdido, ele a beijou.
- EI POTTER! Tirei a sua língua da minha irmã! - murmurou Rony enjoado.
Gina o encarou raivosamente quando se separou de Harry.
— Alguém do Ministério da Magia
Harry fez uma cara de desdém.
e... E o carrasco.
Alice se revoltou com a informação e começou a xingar todos.
- Calma, amor - pediu Frank, passando a mão levemente na cabeça de Alice, tentando a acalmar.
- Mãe... - murmurou Neville incerto - Não podemos fazer mais nada.
Com a voz do filho, Alice parou.
- Você está certo.
Neville sorriu para ela.
Hermione ergueu a cabeça, assustada.
- O incrível é que você conseguiu fazer com que ela parasse de procurar o livro - falou Rony.
— Vão trazer o carrasco para o julgamento do recurso!
- Eles sabem que não irá adiantar nada - murmurou Alex.
Mas assim parece que já decidiram!
- Talvez porque já tenham decidido - murmurou Regulus. Hagrid não tinha uma chance contra Lucius Malfoy.
— É, parece — disse Harry lentamente.
- Você pensou o mesmo que eu - disse Regulus.
- No caso, você pensou no mesmo que eu - disse Harry com um sorriso brincalhão - Eu disse primeiro.
- Mas eu nasci primeiro! - Regulus entrou na brincadeira - E eu falei antes de ouvir o que você disse.
- Ainda assim - Harry sorriu antes de encarar Regulus com um ar Maroto e cair na gargalhada, assim como o outro.
Gina sorriu com a imagem. Era difícil ver Harry tão feliz e livre assim e ela estava agradecida que Regulus conseguia fazer como ele se sentisse assim. A amizade deles era impressionante, embora Gina não tivesse nenhum sentimento pessoal pelo sonserino.
Sirius sorriu também. Sempre sentia um pouco de ciúmes em ver os dois assim quando não conseguia ter uma relação assim com eles, mas se lembrava das palavras dos irmãos e também estava feliz em ver duas das pessoas que mais amava felizes assim.
— Não podem fazer isso! — bradou Rony.
- Eu estava revoltado.
- E com razão.
— Gastei séculos lendo para Hagrid o material que havia;
- Todos gastamos - murmurou Harry, tristemente.
não podem simplesmente desprezar tudo!
- Ok, talvez eu devesse ter focado mais em como a vida de Bicuço era importante - falou Rony sob o olhar reprovador de Hermione.
Mas Harry teve a terrível sensação de que a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas já tivera a opinião formada pelo Sr. Lúcio Malfoy.
- É claro que já.
- Você devia ter interferido - disse James - Já que se importava tanto com Bicuço.
- Eu? - questionou Harry confuso.
James deu um sorriso triste. Seu filho ainda tinha que aprender muita coisa sobre políticas. Coisas horríveis que ele preferia não saber, mas quem era necessárias a uma casa nobre como o Potter.
- Você tinha o poder de mudar a opinião deles em três segundos - falou James - Claro que isso faria Malfoy se revoltar. Mas já que vocês já se odeiam mesmo...
Draco, que andava visivelmente moderado desde a vitória da Grifinória na final de Quadribol,
- Você deu uma lição nele - e Jorge sorria orgulhoso como se ele mesmo tivesse realizado o feito.
nos últimos dias parecia ter recuperado um pouco da sua antiga arrogância.
Gina revirou os olhos. Esse menino nunca parava?
Pelos comentários desdenhosos que Harry ouvia,
- E eram muitos - Harry acrescentou.
Malfoy tinha certeza de que Bicuço ia ser eliminado
Harry sorriu vitorioso quando pensou que Bicuço continuava vivo. Malfoy não tinha ganhado.
e parecia satisfeitíssimo consigo mesmo por ter provocado tal efeito.
- Podemos ver como ele se importa com os animais - disse Alice com um olhar assassino, assustadoramente parecido com o de Lily. Todos junto dela recuaram instintivamente.
Nessas ocasiões, Harry fazia um esforço enorme para não imitar Hermione
- Eu sei que eu sou um exemplo perfeito - Hermione brincou - Vocês não conseguem controlar a vontade de me imitar.
e meter a mão na cara de Malfoy.
- Você não devia ter se controlado, filho - James falou.
Snape revirou os olhos. Claro que Potter apoiaria a violência. Snape era uma prova viva disso.
Harry parou, tenso, com as palavras do pai. Se lembrava como se fosse ontem da lembrança que tinha visto do seu pai agredindo Snape e embora tivesse conhecido James o suficiente para saber que ele era mais do que aquele momento, tinha horas que vinha claramente como James podia ser agressivo e mimado. Como agora.
- Se eu fizesse isso, eu seria igual a ele - murmurou Harry, tentando se controlar - Sem ofensas, Hermione - acrescentou.
As palavras pesaram no ambiente enquanto o sorriso de James desaparecia e uma expressão confusa surgia no lugar.
- É melhor voltar a ler - disse Hermione, nervosa.
E o pior de tudo era que os garotos não tinham tempo nem oportunidade de ir ver Hagrid,
Alice sorriu triste. Era horrível quando não se podia dar apoia para o amigo.
porque as novas e rigorosas medidas de segurança continuavam em vigor,
- Não acho que elas adiantam muito - murmurou Sirius.
e Harry não recuperara a Capa da Invisibilidade
James deu um olhar assassino para o filho. Era uma relíquia de família, afinal.
que deixara na entrada da bruxa de um olho só.
- Só faltava está perdida - ralhou James.
- Desculpas - pediu Harry, se sentindo culpado.
James suspirou. Não conseguia ficar irritado com o filho.
- Tudo bem.
A semana dos exames começou
- A semana da morte - murmurou Sirius. Odiava como todos ficavam tensos.
e um silêncio anormal se abateu sobre o castelo.
- É porque pela primeira vez todos estão preocupados com a própria vida - resmungou Lene.
Os alunos do terceiro ano saíram do exame de Transfiguração
James sorriu. Era fácil demais.
na hora do almoço, na segunda-feira, cansados e pálidos,
- Foi como sair de uma luta - brincou Neville.
comparando respostas
- Como se alguém tivesse o gabarito...
e lamentando a dificuldade das tarefas propostas, que incluíra transformar um bule de chá em um cágado.
- Não é difícil - reclamou James.
Hermione irritou os colegas ao comentar que seu cágado parecia mais uma tartaruga,
- Depois eu sou chata - Hermione reclamou.
o que era uma preocupação mínima diante das preocupações dos demais.
- Sei como é a sensação - falou Lene. Sirius e James não precisavam estudar para passar com facilidade. Lily e Remus pareciam saber tudo. Frank era altamente inteligente. E ela... Tinha que se esforçar mais. A vida não era justa.
— O meu tinha um bico no lugar do rabo, que pesadelo...
- Podia ser pior - tentou Lyssi.
— Era para os cágados soltarem vapor?
- Acredito que não - riu Remus.
— No final, o meu continuava com uma pintura de salgueiro estampada no casco, vocês acham que vou perder pontos por isso?
- Sim - falou Lily prontamente.
Depois de um almoço apressado,
- Foi a única vez na vida que Rony não se preocupou com comida - brincou Harry.
- Foi um dia triste.
os garotos voltaram direto para cima para fazer o exame de feitiços.
- Ninguém queria arriscar ficar sem nota.
Hermione estava certa;
- Eu sempre estou - brincou ela.
- Na verdade, você sempre está mesmo - disse Rony sorrindo.
Hermione sorriu antes de o beijar.
- EI WEASLEY! Larga a minha irmã! - Harry disse se vingando de Rony.
- Ela não é sua irmã - disse o Weasley depois de se separar de Hermione.
- Para mim, ela é.
o Prof. Flitwick realmente pediu feitiços para animar.
- Espero que você tenha aproveitado antes e tenha praticado.
Harry exagerou um pouco nos dele, por puro nervosismo,
- É realmente meu filho - Lily sorriu.
e Rony, que era seu par, acabou com acessos de riso histérico
- Foi muito engraçado - disse Rony e então descreveu a cena toda, causando risas de todos.
e precisou ser levado para uma sala sossegada,
- Para não atrapalhar os outros.
onde ficou uma hora,
- Nossa.
até ter condições de fazer o exame.
- Vou usar isso como desculpas no meu - disse Neville.
Depois do jantar os alunos voltaram às salas comunais, não para relaxar,
- Vocês podem relaxar quando acabar - disse Lily com um olhar duro.
mas para começar a estudar Trato das Criaturas Mágicas, Poções e Astronomia.
- Muito bem - o trio de estudiosos aprovou.
Hagrid aplicou o exame de Trato das Criaturas Mágicas
- Não imaginou Hagrid realizando uma prova - Lily balançou a cabeça.
- Não é tão ruim - disse Hermione.
na manhã seguinte com um ar deveras preocupado;
Harry sorriu tristemente.
seu coração parecia estar longe dali.
- Pensando na execução de Bicuço - disse Alice, que ainda estava revoltada com a injustiça.
Providenciara uma grande barrica com vermes frescos para a turma
- Já vi que é nojento - disse Regulus com uma cara enjoada.
- Tudo é nojento para você - retrucou o irmão.
- Cala a boca, Sirius.
Lene sorriu com a interação. Sabia que Sirius sentia falta do irmão dela.
e avisou que para passar no exame, os vermes de cada aluno deveriam continuar vivos ao fim de uma hora.
- Parece fácil - disse Snape.
- Foi fácil.
Uma vez que os vermes se criavam melhor quando deixados em paz,
- Ou seja, quando vocês não fazem nada - Frank resmungou.
foi o exame mais fácil que qualquer aluno teve de prestar,
- Também, olha a matéria - falou Sirius.
- Sua preferida, cachorro - James brincou.
- A sua também - Sirius retrucou.
o que também deu a Harry, Hermione e Rony bastante tempo para conversarem com Hagrid.
- Finalmente - sorriu Alice.
Lily e James sorriram também, aliviados.
— Bicucinho está ficando um pouco deprimido
Snape revirou os olhos. Quem ligava para o humor do animal? Estava ficando chato escutar sobre a mesma coisa.
— contou o amigo, curvando-se sob o pretexto de verificar se o verme de Harry ainda estava vivo.
- Mas na verdade era para ele poder falar com a gente - disse Harry.
- Não me diga - ironizou Lyssi.
Harry sorriu envergonhado, percebendo que fora meio óbvio.
— Está preso em casa há tempo demais.
Harry deu um sorriso triste em quanto pensava em quem mais estava preso dentro de uma casa por tempo demais.
Ainda assim... Depois de amanhã a gente vai saber se vão julgar a favor ou contra...
Desista, seu caso já foi perdido, pensou Regulus. Não adiantava mais nada insistir.
Os três garotos tiveram exame de Poções naquela tarde,
Snape revirou os olhos, sentindo que viria coisa ruim sobre ele, como sempre.
que foi um desastre inominável.
- Não é minha culpa que você seja ruim - Snape falou depois dos olhares que recebeu.
- Você está certo. Eu sou péssimo em poções - concordou.
- Nem tanto - disse Hermione, se lembrando de quando Harry estava com o livro de Snape. Talvez ele não fosse tão ruim.
Por mais que se esforçasse, Harry não conseguia engrossar a sua infusão para confundir,
James sorriu culpado.
- Acho que você herdou de mim a falta de talento.
- De Lily é que não foi - falou Alice, que era a parceira da ruiva. Lily era espetacular na matéria.
Lily sorriu orgulhosa. Gostava do fato de ser a melhor em poções da sala.
Snape sorriu, se lembrando de todas as conversas que tivera com a ruiva sobre poções.
- Mas eu não sou tão boa quanto Snape - Lily disse e sorriu para o amigo.
e Snape, observando-o com um ar de satisfação vingativa,
- Nem um pouco dramático, não?
Snape deu de ombros.
lançou em suas anotações uma coisa que lembrava muito um zero,
- Pode ter sido um zero - Snape disse, dando de ombros.
- Espero que não - murmurou Remus.
antes de se afastar.
- Pelo menos, passou - consolou James.
Depois veio o exame de Astronomia à meia-noite,
- E ninguém estava com sono - ironizou Rony.
na torre mais alta do castelo;
- Essa é a melhor torre - sorriu Lene.
História da Magia na quarta-feira de manhã,
Dorcas sorriu. Gostava da matéria, apesar de não gostar da aula.
em que Harry escreveu tudo que Florean Fortescue lhe contara sobre a caça às bruxas na Idade Média,
- Nada como uma ida a sorveteira para fazer uma prova - riu Frank.
enquanto desejava ter ali na sala sufocante um daqueles sundaes de choconozes.
- Seria perfeito - concordou Neville.
Na quarta-feira à tarde foi a vez de Herbologia,
Neville sorriu.
nas estufas, sob um sol de cozinhar os miolos;
- Não estava tão ruim assim - falou Neville, recebendo olhares incrédulos de Hermione, Rony e Harry.
- Você devia estar entretido demais na prova para notar, Nev - disse Gina, carinhosamente.
Neville sorriu para a amiga.
depois voltaram mais uma vez à sala comunal,
- Para estudar mais, espero - disse Lily.
- Eu não aguento mais ouvir sobre estudo - reclamou Sirius.
com as nucas queimadas,
- Vocês são muito exagerados - Neville revirou os olhos.
imaginando que no dia seguinte, àquela hora, os exames finalmente teriam terminado.
- Parecia um sonho - murmurou Rony.
- Sempre parece - concordou Frank, com um sorriso.
O antepenúltimo exame, na quinta-feira pela manhã, foi Defesa contra as Artes das Trevas.
- O melhor - disseram Harry e Regulus juntos e depois sorriram um para o outro.
O Prof. Lupin preparara o exame mais incomum que eles já tinham feito;
- Muito bem, Aluado - Sirius disse orgulhoso.
- Eu espero que tenha sido bom - Remus disse, humildemente.
- Foi - todos os alunos o garantiram.
uma espécie de corrida de obstáculos ao ar livre, debaixo de sol,
- Já entendemos, que está sol, Harry.
em que tinham que atravessar um lago fundo o suficiente para se remar, onde havia um grindylow, em seguida, uma série de crateras cheias de barretes vermelhos,
Neville estremeceu. Odiava essas criaturas.
depois um trecho de pântano, desconsiderando as informações enganosas dadas por um hinkypunk,
- Harry foi ótimo nessa parte. Ele tem prática em ignorar conselhos - murmurou Hermione.
Harry sorriu fracamente.
e, por fim, subir em um velho tronco e enfrentar um novo bicho-papão.
- Esse exame foi ótimo, Remus - Lily disse impressionada.
- Verdade - concordou Regulus.
Remus sorriu para eles. Era bom saber que era um bom professor.
— Excelente, Harry
James sorriu orgulhoso.
— murmurou Lupin quando Harry desceu do tronco, sorrindo. — Nota máxima.
- Parabéns! - disse Lily e o deu um abraço que quase o sufocou, não que Harry tenha se importado. Era bom ter sua mãe o abraçando.
James sorriu para os dois antes de se unir ao abraço.
Hermione olhava emocionada para a cena de seu amigo abraçado com os pais. Nunca achou que ele fosse ter essa oportunidade.
Animado com o seu sucesso,
- E pela primeira vez, Harry Potter reage como uma pessoa normal - anunciou Alex em uma voz surpresa.
Harry sorriu para ele, enquanto balançava a cabeça.
- Eu sou normal! - se defendeu.
Harry ficou por ali para ver os exames de Rony e Hermione.
- Vocês não conseguem se separar nem nas provas - falou Snape.
Rony foi bem até chegar a vez do hinkypunk, que conseguiu confundi-lo e fazê-lo afundar até a cintura em um atoleiro.
Regulus pensou que isso era bem a cara do garoto, que era bem inseguro e estava sempre ouvindo os outros.
- Foi bom mesmo assim - os irmãos conselharam Rony.
Hermione fez tudo perfeitamente bem,
- Novidade - Neville revirou os olhos.
até chegar ao tronco em que havia o bicho-papão.
- Hermione errou em algo? - disse Gina, surpresa.
Depois de passar um minuto ali, a garota saiu correndo aos berros.
Todos olharam preocupados para a garota, que parecia envergonhada agora.
— Hermione — exclamou Lupin, assustado.
- Claro, minha aluna tinha acabado de sair gritando - ele falou.
- Mas ela está enfrentado o pior medo.
- Mas ela já tinha enfrentado! - disse Lupin.
- Meu medo mudou - falou Hermione. Ela se perguntava o que seria agora. Porque sabia que notas não seriam de jeito nenhum. Não depois do que já tinha visto na guerra.
— Que foi que aconteceu?
— A P... P.. Profª. McGonagall!
- Ahn?
— ofegou Hermione apontando para o tronco. — Ela disse que eu levei bomba em tudo!
A sala explodiu em risadas, depois de um minuto de incredulidade. O pior medo da menina era se dar mal na escola.
- Eu te entendo - falou Lily, depois de se recuperar. Sabia que a menina tinha medo de reprovar e ser mandada para casa, onde teria que viver sem magia. Teria que fingir que era normal e não teria ninguém que a entendesse.
Hermione encarou Lily em silêncio e percebeu que ela realmente sabia o que ela passara. Sorriu para ela.
Demorou um tempinho para Hermione se acalmar.
Hermione corou.
- Eu não vou me esquecer disso nunca - falou Fred, ainda rindo.
Quando ela finalmente se recuperou do susto,
- Demorou um tempo - falou Rony, sorrindo.
os três amigos voltaram ao castelo.
- Vocês realmente são incapazes de se separar, não? - perguntou Lene.
O trio trocou olhares se lembrando do quarto ano e da guerra.
- Não exatamente.
Rony ainda sentia uma ligeira vontade de rir do bicho-papão de Hermione,
- Ninguém pode te culpar - disse Josh, que ainda ria.
mas a briga foi adiada
- Ainda bem - falou Harry.
quando viram o que os aguardava no alto das escadas.
- Coisa boa não é - murmurou James.
Cornélio Fudge,
- Esse idiota não - Sirius revirou os olhos.
um pouco suado sob a capa de risca de giz,
- Ele não aguenta nem um pouco de exercício.
se achava parado ali contemplando os terrenos da escola.
- O que ele está fazendo ali? Não tem nada melhor para fazer não?
- Provavelmente falando de mim - disse Sirius.
Assustou-se ao ver Harry.
- Sou tão bonito que as pessoas não conseguem suportar quando me veem - brincou Harry.
- Por que ele acha estranho você estar aí? - perguntou Lily.
- Bem... Por causa de Sirius - falou Harry, incomodado.
Sirius revirou os olhos.
— Olá, Harry! — exclamou. — Acabou de fazer um exame, suponho?
- Acertou uma coisa na vida.
Chegando ao fim?
- Graças a Merlin, sim.
— Sim, senhor — disse Harry.
- Soou como um soldado.
Hermione e Rony, que nunca haviam falado com o Ministro da Magia,
- Desculpe se nem todos são famosos como você - resmungou Rony.
pararam sem jeito um pouco afastados.
- Claro. Ele era umas das pessoas mais importantes do país!
- Uma pena que ele é um idiota - falou Lene.
- Totalmente idiota - murmurou Harry.
— Belo dia — comentou Fudge, lançando um olhar ao lago.
- Meio autista, não?
— Que pena... Que pena...
- Que pena o quê? Que o dia esteja bonito ou que os testes estejam acabando? - murmurou Lene.
O ministro soltou um profundo suspiro e olhou para Harry.
- Ah, ele deve ter lembrado que é legal não ignorar as pessoas.
— Estou aqui em uma missão desagradável, Harry.
- Poxa, imaginei que o Ministro estava em Hogwarts só para dar oi.
A Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas exigiu uma testemunha para a execução do hipogrifo louco.
- Não sei para que isso - murmurou Alice, irritada.
Como eu precisava visitar Hogwarts para verificar o andamento do caso Black,
- Não que você vá fazer alguma diferença - Sirius disse arrogante. Não seria capturado por esse homem.
me pediram para cumprir esta tarefa.
- Vai ver acharam que você seria útil uma vez na vida - murmurou Alex.
— Isso quer dizer que já houve o julgamento do recurso? — interrompeu Rony, adiantando-se.
- Eu não queria me intrometer, mas precisava saber.
— Não, não, foi marcado para hoje à tarde
- Então, ele não devia estar aí.
— respondeu Fudge, olhando, curioso, para Rony.
- Poucas pessoas se atreveriam a se intrometer em uma conversa de um Ministro da Magia - falou Dorcas.
- Fico feliz que eu seja diferente - falou Rony.
— Então, talvez o senhor não precise testemunhar nenhuma execução!
- Espero que sim - murmurou Alice, esperançosa.
— disse Rony corajosamente.
- Bem, ele ia fazer o quê?
— O hipogrifo talvez se salve!
- Acho difícil - disse Lene, mordendo o lábio, nervosa.
Antes que Fudge pudesse responder,
- Imagino o que ele fosse dizer.
- Nada inteligente, com certeza.
dois bruxos saíram pelas portas do castelo às costas do ministro. Um era tão velho que parecia estar murchando diante dos olhos deles;
- Harry e suas frases - disse James, rindo.
o outro era alto e forte, com um bigode negro e fino.
- Um contraste ambulante.
Harry concluiu que deviam ser os representantes da Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas,
- Uma dedução bem difícil - zombou Snape.
porque o velho bruxo apertou os olhos na direção da cabana de Hagrid
- Que pessoa cega...
- É a idade.
e disse com voz fraca:
— Ai, ai, estou ficando velho demais para isso...
- Talvez você já seja velho demais - sugeriu James.
Duas horas, não é, Fudge?
- Já está tudo marcado - Alice disse revoltada.
O homem de bigode mexia em alguma coisa no cinto;
Frank tinha uma boa ideia do que era.
Harry olhou e viu que ele passava um dedo largo pela lâmina de um machado reluzente.
- Nem um pouco violento - ironizou Lily, com raiva.
Rony abriu a boca para dizer alguma coisa,
- Não diga nada, não vai adiantar - aconselhou Regulus. A decisão já tinha sido tomada.
mas Hermione cutucou-o com força nas costelas e indicou com a cabeça o saguão de entrada.
- Obrigada por impedir que ele se metesse em uma confusão - disse Gina.
- De nada.
— Por que é que você não me deixou falar?
- Porque somente iria piorar as coisas.
— perguntou Rony, aborrecido, quando entraram no saguão para ir almoçar.
- Finalmente vocês vão fazer algo normal, fora estudar.
— Você viu? Já prepararam até o machado!
- Porque tudo já foi decidido - falou Rony.
Isso não é justiça!
- Não é tão fácil obter justiça quanto parece - falou Remus.
— Rony, o seu pai trabalha para o Ministério,
- Eita, verdade. Tinha me esquecido disso - corou o ruivo.
você não pode sair dizendo essas coisas para o chefe dele!
- Não sem esperar que ele seja demitido.
— respondeu Hermione, mas ela também parecia muito contrariada.
- Eu queria que as coisas fossem justas - resmungou.
— Desde que o Hagrid mantenha a cabeça no lugar e defenda o caso direito,
Uma coisa bem improvável de acontecer, pensou Regulus. Malfoy sabia como intimidar alguém, ainda mais alguém como Hagrid.
eles não terão possibilidade de executar o Bicuço...
- Ou não.
Mas Harry sabia que Hermione não acreditava realmente no que estava dizendo.
- Mas valeu a tenta - acrescentou para a amiga.
À volta deles, as pessoas falavam excitadamente enquanto almoçavam,
- Estávamos felizes com o fim das provas - Gina deu de ombros.
antegozando o fim dos exames àquela tarde,
- Finalmente iria acabar! - murmurou Neville. Tinha levado séculos.
mas Harry, Rony e Hermione, absortos em suas preocupações com Hagrid e Bicuço, não participavam das conversas.
- Nem em época de provas, vocês conseguem se preocupar com as mesmas coisas que os outros alunos - ralhou Lene.
- Vocês precisavam se concentrar nas provas - concordou Lily.
- Nós passamos - tranquilizou Harry.
- Isso não basta. Tem que ter tirado notas boas - exigiu Lily.
- Calma, amor - falou James para ela.
Snape olhou para outro lugar.
O último exame de Harry e Rony era Adivinhação;
- O melhor - ironizaram.
- É só dizer que eu morro que você passa - Harry disse revirando os olhos, mas tenso com o que tinha acontecido depois do exame.
o de Hermione, Estudos dos Trouxas.
- A matéria é boa - disse Lily sorrindo para Hermione.
James revirou os olhos.
Eles subiram a escadaria de mármore, juntos;
- Um momento de confiança - Jorge revirou os olhos.
Hermione os deixou no primeiro andar e Harry e Rony prosseguiram até o sétimo,
- Muito melhor ter parado com Hermione - Rony resmungou.
onde muitos colegas já se encontravam sentados na escada circular
- Ninguém queria perder uma prova. Mesmo que de Trelawney - Neville disse - E também todos queriam que acabasse logo.
que levava à sala da Profª. Trelawney,
- A sala de aula. Supostamente.
tentando enfiar na cabeça mais alguma matéria de última hora.
- Sempre tem esse desespero - falou Frank.
- Embora eu não ache que Adivinhação tenha conteúdo - disse Alex.
- Não tem - concordou Lene.
— Ela vai receber os alunos, um a um
- Só para demorar.
— informou Neville quando os dois foram se sentar perto dele.
Neville sorriu para Rony e Harry.
O garoto tinha o seu exemplar de Esclarecendo o Futuro aberto no colo nas páginas dedicadas à bola de cristal.
- Eu estava tentando aprender algo dessa loucura.
— Algum de vocês já viu alguma coisa numa bola de cristal?
- Acho que ninguém nunca viu.
— perguntou ele, infeliz.
- Não se preocupe, você irá se dar bem - falou Alice.
— Não — respondeu Rony num tom distraído.
Hermione olhou preocupada para o namorado. Ele teria que se concentrar na hora da prova.
Ele consultava a toda hora o relógio de pulso;
- Eu não queria perder a hora.
- Duvido que você vá - falou Gina.
Harry sabia que o amigo estava fazendo a contagem regressiva para o início do julgamento do recurso de Bicuço.
- Você é um amigo muito bom mesmo - disse Lily, impressionada.
- Obrigado.
A fila de pessoas fora da sala foi encurtando aos poucos.
- Maior não ia ficar.
- A menos que alguém tivesse atrasado.
À medida que cada aluno descia a escada prateada, o resto da classe sussurrava: "Que foi que ela perguntou? Você se deu bem?"
- Coisas inúteis.
Mas todos se recusavam a responder.
- Por quê? Povo egoísta.
— Ela disse que foi avisada pela bola de cristal que se eu contar a vocês, vou ter um acidente horrível!
- Isso soa como terrorismo para mim - murmurou Gina.
- A pessoa não tem nem vergonha na cara.
— falou Neville,
- Não acredito que você acreditou isso.
Neville deu de ombros.
- Não ia arriscar.
esganiçado, ao descer a escada em direção a Harry e Rony, que agora tinham chegado ao patamar.
- Daqui a pouco são vocês.
— Isto é muito conveniente — riu-se Rony.
- Até Rony percebeu!
- EI!
— Sabe, estou começando a achar que Hermione tinha razão sobre a professora
- Agora você acha isso - Hermione revirou os olhos.
- Percebi desde o começo - disse Dorcas.
— comentou ele indicando com o polegar o alçapão no alto — ela é uma trapaceira, e das boas.
- Trapaceira com certeza. Das boas... Não - disse Sirius.
— É — disse Harry, consultando o próprio relógio.
- Vocês tem que relaxar, não vão poder fazer nada agora - disse Lyssi.
Eram agora duas horas.
- Tarde demais - Alice murmurou.
— Eu gostaria que ela andasse logo...
- Ela deve demorar só para dramatizar.
Parvati desceu a escada com o rosto radiante de orgulho.
- Lá vem - reclamou Gina.
— Ela disse que eu tenho o talento de uma verdadeira vidente — informou a Harry e Rony.
- Pelo menos ela está feliz.
— Vi um monte de coisas...
- Então você foi a primeira.
Bem, boa sorte!
- Vou precisar - disse Harry.
A garota desceu depressa a escada circular ao encontro de Lilá.
Hermione revirou os olhos.
— Ronald Weasley — chamou lá do alto a voz etérea que já conheciam.
- Finalmente.
Rony fez uma careta para o amigo e subiu a escada de prata, desaparecendo.
- E eu fiquei sozinho sem ter nada para fazer.
Harry agora era o único que faltava ser examinado.
- Você sempre é o último nessas coisas - disse Remus.
Harry deu de ombros.
Ele se acomodou no chão, apoiando as costas contra a parede,
- Confortável.
e ficou ouvindo uma mosca zumbir na janela ensolarada,
- Bem divertido - ironizou Sirius.
seus pensamentos atravessando a propriedade até Hagrid.
James deu um sorriso triste.
Finalmente, uns vinte minutos depois, os enormes pés de Rony reapareceram na escada.
- Meus pés não sou enormes!
- São sim - retrucou Harry - É por isso que você tropeça tanto.
Rony olhou com uma cara assassina para o amigo.
— Como foi? — perguntou Harry se pondo de pé.
- Agora tinha que ser eu, não era possível.
— Bobagem. Não vi nada, então inventei alguma coisa.
- Boa - falou Fred.
Acho que a professora não se convenceu, embora...
- Duvido que ela tenha notado - Frank falou.
— Encontro você na sala comunal
- E dessa vez não vão ter mais provas para se preocupar.
— murmurou Harry quando a voz da professora chamou "Harry Potter!"
- Quem mais seria?
Na sala da torre fazia mais calor que nunca;
- É para impedir a pessoa de pensar.
as cortinas estavam fechadas, a lareira acesa e o costumeiro perfume adocicado fez Harry tossir,
- Parece maravilhoso.
enquanto se desvencilhava das mesas e cadeiras amontoadas
- Era bom que ela tropeçasse nisso.
para chegar onde a professora Sibila o esperava, sentada diante de uma grande bola de cristal.
- Como se isso servisse de verdade.
— Bom dia, meu querido — disse ela brandamente.
- Assim você até parece que não ver a morte dele toda aula - rosnou Sirius.
— Quer ter a bondade de examinar o orbe...
- Não.
Pode levar o tempo que precisar...
- Relaxe, não vai demorar para poder inventar algo.
Depois me diga o que está vendo...
- Uma bola de cristal.
Harry se curvou para a bola de cristal e olhou, olhou o mais atentamente que pôde,
- Não vai adiantar - disse Dorcas.
desejando que ela lhe mostrasse algo mais do que a névoa branca em espiral,
- Parece que você não é vidente, Harry.
- Eu vou sobreviver.
mas nada aconteceu.
- Eu disse.
— Então! — estimulou a professora com delicadeza.
- Não era todo tempo do mundo?
— Que é que você está vendo?
- Nada?
O calor era insuportável e as narinas do garoto ardiam com a fumaça perfumada que vinha da lareira ao lado dos dois.
- E se alguém tiver alergia a fumaça? - questionou Hermione, irritada. Era tudo ridículo.
Ele pensou no que Rony acabara de lhe dizer e resolveu fingir.
- Não acredito que você está seguindo o exemplo de Rony - Gina disse desapontada.
- Funcionou.
— Hum... Uma forma escura... Hum...
- Profundo - riu James.
— Com que se parece? — sussurrou a professora. — Pense bem...
- Invente bem, Harry - corrigiu Lily.
Harry vasculhou sua mente à procura de uma ideia e deparou com Bicuço.
- Boa.
— Um hipogrifo — disse com firmeza.
- Tem que saber mentir - riu Remus.
— Realmente! — sussurrou Sibila, tomando notas, com entusiasmo, no pergaminho sobre seus joelhos.
- Boa! - disse Sirius, animado.
— Menino, talvez você esteja vendo o desenlace do problema do coitado do Hagrid com o Ministério da Magia!
- Que problema? Eu não sei de problema nenhum... - murmurou Harry inocentemente.
Olhe com mais atenção... O hipogrifo parece... Ter cabeça?
- Que pergunta estranha - disse Rony.
— Sim, senhora — respondeu Harry com firmeza.
- Você está ficando bom nisso - disse James, com orgulho.
— Você tem certeza? — insistiu a professora. — Você tem bastante certeza, querido?
- Pare de se repetir.
Você não está vendo o animal se virando no chão, talvez, e um vulto brandindo um machado contra ele?
- Já deu para entender o que você pensa que vai acontecer - murmurou Alice, enjoada.
— Não! — disse Harry, começando a se sentir meio enjoado.
Alice olhou para Harry, compartilhando o sentimento.
— Não tem sangue? Não tem Hagrid chorando?
- Isso é que é um teste depressivo.
— Não! — respondeu Harry de novo, querendo mais do que nunca escapar da sala e do calor.
- Era algo bem louco - Harry suspirou.
— Ele está bem... Está voando...
O pior, pensou Hermione, é que isso acabou acontecendo.
A Profª. Sibila suspirou.
- Pouco sangue para ela - disse Alex com veneno.
— Bem, querido, vamos parar por aqui...
- Aleluia.
Um resultado decepcionante...
- Só porque ele não concordou com você.
Mas tenho a certeza de que você fez o melhor que pôde.
- Foi duro inventar tudo isso - concordou Harry.
Aliviado, Harry se levantou, apanhou a mochila e se virou para ir embora,
- Finalmente você vai sair daí.
mas,
- Ou não.
então, ouviu uma voz alta e rouca às suas costas.
- Começou - Hermione revirou os olhos.
— "Vai acontecer hoje à noite."
- O quê?
Harry se virou depressa.
- Foi bem assustador.
A professora ficara dura na cadeira; seus olhos estavam desfocados e sua boca afrouxara.
- Ela parecia... em transe - murmurou Harry, se lembrando bem.
- Que esquisito - comentou Sirius.
— D... Desculpe! — disse Harry.
- Você não fez nada, filho.
Mas Sibila não pareceu ouvi-lo.
- Ela não estava ouvindo mesmo.
Seus olhos começaram a girar.
- Mas o quê? Como assim?
Harry se sentiu invadido pelo pânico.
- Eu não sabia que estava acontecendo.
- Nem nós - disse Regulus, confuso.
Ela parecia que ia ter uma espécie de acesso. O garoto hesitou, pensando em correr até a ala hospitalar
- Não vale a pena - brincou Hermione.
- HERMIONE! - disse Gina chocada.
- Calma, foi uma brincadeira.
e então a professora tornou a falar, com a mesma voz rouca, muito diferente da sua voz habitual:
- Como alguém muda a sua voz?
— "O Lorde das Trevas
O humor pareceu sumir do grupo a menção daquele nome.
- Por que ela está falando dele? - questionou Lily.
está sozinho e sem amigos,
- Acho que ele nunca teve amigos - murmurou Regulus.
abandonado pelos seus seguidores.
- Claro. Medo era a única coisa que os unia e agora... ele tá fraco - disse Rony.
Seu servo esteve acorrentado nos últimos doze anos.
Sirius ficou confuso com isso. Não podia ser ele a quem a mulher se referia, mas... quem seria?
Hoje à noite, antes da meia-noite... O servo vai se libertar e se juntar ao seu mestre.
- Não vejo como uma pessoa possa fazer a diferança - falou Lene, mas ela estava tensa, assim como todos.
O Lorde das Trevas vai ressurgir.
- Não... - todos de 1977 murmuram. Não era possível que aquele que tinha destruído tantas vidas fosse voltar.
Com a ajuda do seu servo,
-Não acredito que exista um idiota que o irá ajudar - Sirius resmungou.
maior e mais terrível que nunca.
Lily estremeceu. Voldemort já era horrível no tempo deles. Se ele piorou...
Hoje à noite...
- Não... - James repetiu. Voldemort não podia voltar naquele ano.
O servo... Vai se juntar... Ao seu mestre..."
- Quem é esse filho da puta? - perguntou Sirius, irritado.
Harry somente o olhou, imaginando o que ele faria quando descobrisse que foi Peter.
A cabeça da professora se pendurou sobre o peito.
- O que é um pouco estranho - murmurou Gina.
Ela fez um ruído gutural.
- Não tem como ficar mais estranho tem? - questionou Alice.
- Nunca diga isso - disse Lene.
Harry continuou ali,
- Você fica parando quando a mulher ‘tá ficando doida.
- Eu não sabia o que fazer! Não estava preparado para isso.
- Não tem como estar preparado parar ver sua professora surtando - falou Neville.
os olhos grudados nela.
- Pelo menos, você está vendo o que ela está fazendo - Lily se consolou.
Então, de repente, a Profª. Sibila aprumou a cabeça.
- Do nada?
— Desculpe, querido
- Por dar um ataque?
— disse com voz sonhadora
Hermione fez uma careta. Odiava a voz.
— o calor do dia,
- Que estava bem pior na sua sala.
entende...
- Não. Eu estou perdido - falou Sirius.
Cochilei por um momento...
- Ahn... Não - falou Gina, confusa.
- Como assim cochilou? - questionou Alex - Ela estava falando sobre isso agora!
- Harry, por que sua vida é tão doida? - Alice suspirou.
- Não sei.
Harry continuou parado,
- Eu estava bem confuso.
os olhos grudados nela.
- Esperava que algo fosse explicar o que tinha acontecido.
— Algum problema, meu querido?
- Sim, vários. Mas no momento... Por que tem uma doida falando sobre o Voldemort? - questionou Remus.
- E por que ela parece que não se lembra disso? - acrescentou Lyssi.
— A senhora... A senhora acabou de me dizer que o... Lorde das Trevas vai ressurgir...
- Espero que esteja enganada - falou Alice.
Harry deu um sorriso triste.
E que seu servo está indo se juntar a ele...
- Não sei como um simples servo faria tanta diferença para alguém como Voldemort - disse Regulus, confuso.
- É porque ele está fraco. Muito fraco - disse Harry baixinho só para o amigo ouvir.
- Então quer dizer que é verdade o que ela falou?
Harry assentiu.
Regulus suspirou. Ele tinha esperança que Harry conseguisse ter alguns anos de paz antes que isso acontecesse.
Profª. Sibila pareceu completamente surpresa.
- Mas foi ela que falou! - Neville exclamou.
- É uma amnesia das fortes essa - falou Fred.
— O Lorde das Trevas?
- Infelizmente, sim - falou Hermione.
Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado?
- Não, o outro Lorde das Trevas - ironizou Snape.
Meu querido, isso não é coisa com que se brinque...
- Então por que você falou isso? - Lene falou exasperada. Essa mulher é doida, só podia.
Ressurgir, realmente...
- Foi isso que você disse! - Sirius reclamou.
— Mas a senhora acabou de dizer isso!
Harry sorriu para o padrinho.
A senhora disse que o Lorde das Trevas...
- Não o chame assim - repreendeu Lily. Somente os seguidores de Voldemort o chamava assim.
- Mas... - Harry disse sem argumentos.
— Acho que você deve ter cochilado também, querido!
- Claro, realmente a minha cara imaginar tudo isso - ironizou Harry - Sonhar com você ainda.
— disse a Profª. Sibila. — Eu certamente não me atreveria a predizer uma coisa tão incrível como essa!
- E mesmo assim ela predisse - falou Alex.
- Achei que você não escolhesse o que você prediz - Frank falou confuso.
- Ela não quer que seja verdade, então acha que não é verdade e não quer que os outros saibam que ela errou - explicou Harry.
Harry desceu a escada de corda,
- Não aguentava mais ficar naquele lugar.
- Compreensível.
depois a circular, pensativo...
- Não que você vá conseguir entender isso - falou Dorcas.
Harry concordou. Era muita loucura até para ele entender.
Será que acabara de ouvir a Profª. Sibila fazer uma predição de verdade?
- Não, não pode ser - disse Lily em negação. Não podia ser verdade que Voldemort fosse voltar. Não agora.
James suprimiu a vontade de gritar. Nunca fora uma pessoa muito altruísta mas daria tudo para que Harry não tivesse que enfrentar Voldemort no terceiro ano. Ele era só uma criança!
Remus encarou Harry, em busca da verdade. E infelizmente conseguia ver que a professora tinha acertado: Voldemort tinha voltado.
Ou será que isto era a ideia da professora de um fecho impressionante para os exames?
- É bem a cara dela - disse Lene.
- Mas, infelizmente, é verdade. Voldemort voltou no meu terceiro ano - disse Harry - Mas eu não lutei com ele nesse ano - disse rapidamente, tentando tranquilizar os outros.
- Nesse ano?! - Lily não parecia nem um pouco tranquila.
- É... - Harry falou.
Cinco minutos depois ele estava passando apressado pelos trasgos de segurança,
Sirius revirou os olhos.
à entrada da Torre da Grifinória,
- O melhor lugar - disse James.
as palavras da Profª. Trelawney ainda ecoando em sua cabeça.
- Claro, não tem como esquecer isso.
As pessoas cruzavam por ele, rindo e brincando,
- Tão inocentes - disse Harry.
- O mundo sempre feliz e Harry sempre sabendo algo escuro - Jorge revirou os olhos.
a caminho dos jardins e da liberdade há muito esperada;
- Com certeza. Parecia que nunca ia acabar - falou Neville.
quando ele alcançou o buraco do retrato e entrou na sala comunal, o lugar estava quase deserto.
- Essa é uma visão rara.
- Eu prefiro quando está assim - disse Lily.
A um canto, ele viu Rony e Hermione, sentados.
- Só os dois? - perguntou Sirius maliciosamente. Lene o bateu - Doeu. Por que isso?
- Para você aprender que existe amizade e que eles tem 13 anos.
— A Profª. Sibila — começou Harry ofegante
- Até parece que você correu.
- Quase isso.
— acabou de me dizer...
- Umas coisas muito estranhas e que nem ela mesma lembra - murmurou Dorcas.
Mas parou abruptamente ao ver os rostos dos amigos.
- Será que vocês só encontram problemas? - questionou Gina, com a voz triste. Sempre parecia que eles tinham algo para se preocupar.
- Não. Eu encontrei você - disse Harry, sorrindo. Gina sorriu também antes de o beijar.
— Bicuço perdeu
- Não acredito! - Alice disse irritada - É tão injusto! - ela odiava não poder fazer mais nada para salvar o animal.
— disse Rony com a voz fraca.
- Eu ainda estava em choque.
— Hagrid acabou de nos mandar isso.
- Não sei como ele conseguiu se lembrar de mandar isso para vocês - disse Lily. Hermione assentiu.
O bilhete de Hagrid, desta vez, estava seco, sem lágrimas derramadas,
- Acho que ele ainda iria começar a chorar.
contudo sua mão parecia ter tremido tanto ao escrever que o texto era quase ilegível.
- Que triste - falou Lyssi.
- Não que a letra de Hagrid tenha sido muito boa algum dia - falou Rony.
- Olha quem fala - disse Hermione.
- Minha letra não é feia!
- É só... rabiscada - provocou.
Perdemos o julgamento do recurso.
- Vocês já tinham perdido antes de começar - disse Regulus.
Vão executar Bicuço ao pôr-do-sol.
- Pelo menos ele vai ver algo bonito antes de partir - Frank tentou consolar Alice.
Vocês não podem fazer nada.
- Essa é a primeira vez.
Não desçam.
- Como se vocês conseguissem ficar longe de algo - Neville murmurou.
Não quero que vocês vejam.
- Eu concordo com ele - disse Lily - Vocês não deviam ter que ver isso.
O trio trocou olhares. Como eles queriam que ver a execução de um animal fosse a pior coisa que tivessem visto.
Hermione tremeu, tocando no próprio braço discretamente e Rony a abraçou.
- Eu estou aqui. Não vai acontecer de novo - ele prometeu com firmeza.
Hermione deu uma tentativa de sorriso para ele.
Hagrid.
- Quem mais seria?
— Temos que ir — disse Harry na mesma hora.
- Eu disse - falou Neville, rindo assim como os outros.
- Você é a cara do seu pai. Dizem que ele não pode fazer algo e ele vai querer fazer na hora - Lily balançou a cabeça. Bem manipulável.
- Culpado - disse James.
- Sempre quis saber a quem Harry tinha puxado isso - disse Rony.
— Ele não pode ficar lá sozinho,
Alice concordou. Era algo muito triste para qualquer um passar sozinho.
esperando o carrasco!
— Mas é ao pôr-do-sol — disse Rony, que estava espiando pela janela com o olhar meio vidrado.
- Eu estava tentando pensar em algo que nos ajudasse.
— Nunca nos deixariam...
- Verdade.
- Culpa minha - Sirius falou.
- Não é culpa sua - Harry assegurou.
Principalmente a você, Harry...
- Harry, sempre o diferente.
Harry apoiou a cabeça nas mãos,
- Não vejo como isso ajuda algo.
pensando.
- Pela primeira vez! - brincou Fred.
— Se ao menos tivéssemos a Capa da Invisibilidade...
James olhou desapontado para o filho. Ainda não acreditava que ele estava sem a capa.
— Onde é que ela está? — perguntou Hermione.
- Em um lugar, sozinha, esquecida - falou James dramaticamente.
Harry lhe contou que a deixara na passagem da bruxa de um olho só.
- Vocês conseguem pegar isso - disse Josh, impaciente. A Capa era importante demais para ficar parada.
— Se Snape me vir por ali outra vez, vou entrar numa fria — terminou ele.
- Seria suspeito - admitiu Snape.
- E você não é nenhum idiota - falou Harry.
- Isso é um elogio, Potter?
- Talvez.
Lily sorriu com a interação de Snape e Harry.
— É verdade — concordou Hermione, se levantando.
- Claro, eu não ia ficar ali parada.
— Se ele vir você...
- Ver Harry ou ver Rony e Hermione dá no mesmo - disse Neville, já entendendo o que ela faria. Mas o Trio andava junto demais para não parecer suspeito.
Como é mesmo que se abre a corcunda da bruxa?
- Com o Dissendium - recitou Remus.
- E a pancada - acrescentou Sirius.
— A gente dá uma pancada e diz: "Dissendium" — disse Harry.
- Tá vendo, Remus? Harry não é esquecido feito você.
Remus deu de ombros.
— Mas...
Hermione não esperou o resto da frase;
- Nada que você falasse ia adiantar - Hermione deu de ombros.
atravessou a sala, empurrou o retrato da Mulher Gorda e desapareceu de vista.
- Assim que eu gosto - sorriu Fred.
- Vocês corromperam Hermione - Lily se lamentou.
Hermione riu.
— Ah, não acredito que ela tenha ido buscar!
- Eu acredito. Sempre soube que havia potencial em você - disse James.
- Obrigada? - falou Hermione, incerta.
— exclamou Rony, acompanhando-a com o olhar.
- Como o bobo apaixonado que ele é.
- Eu não sou bobo!
Dito e feito. Hermione voltou quinze minutos depois com a capa prateada dobrada com cuidado sob suas vestes.
Hermione sorriu orgulhosa.
- Obrigado, Hermione, por recuperar essa relíquia de família - disse James.
- James é obcecado com ela - disse Sirius.
- Ela era do meu pai - esclareceu.
Alguns trocaram olhares, pensando em como era estranho que uma capa de invisibilidade durasse tanto, mas não comentaram nada.
— Mione, não sei o que deu em você ultimamente!
- Eu estava normal! - Hermione se defendeu.
— exclamou Rony, espantado.
- Vocês também estariam se estudassem com Hermione desde o primeiro ano.
— Primeiro você mete a mão em Draco Malfoy,
- Aquilo valeu muito a pena - Hermione riu.
- Não há duvidas - disse Regulus.
depois abandona o curso da Profª. Sibila...
- Não tinha quem me obrigasse a continuar a ir para essa aula - falou Hermione, decidida.
A garota fez cara de quem recebera um elogio.
- Para mim, era um elogio - Hermione sorriu.
- E era mesmo - falou Rony.
- Eu só sei que eu fiquei feliz de não ter que separar mais uma discussão dos dois.
Os três desceram para jantar com todos os alunos,
- Pela primeira vez, vocês estão interagindo com outras pessoas - falou Lene, surpresa.
- Nós interagimos! - protestou o trio, ganhando vários olhares incrédulos.
mas não voltaram à Torre da Grifinória ao terminar.
- Tudo que é bom dura pouco - Lene disse decepcionada.
Harry levava a capa escondida na frente das vestes
- Bem discreto - Snape disse sarcástico.
e tinha que manter os braços cruzados para esconder o volume.
- Realmente, uma posse muito natural para Harry - Regulus concordou com Snape.
Entraram sorrateiramente numa sala vazia no saguão de entrada
- Vocês tem algo com ficar escondido em lugares vazios?
e ficaram escutando,
- Meio estranho vocês.
até ter certeza de que o lugar ficara deserto.
- É uma droga estar sem o mapa - resmungou Harry.
Ouviram as últimas duas pessoas atravessarem o saguão correndo e uma porta bater.
- Alguém estava irritado.
Hermione meteu a cabeça fora da porta.
- E eu jurava que você era mais prudente - disse Remus, desapontado.
Hermione deu de ombros.
- Não tinha muito mais o que fazer.
— Tudo bem — sussurrou — não tem ninguém...
- Ainda bem, porque se tivesse... - Regulus não precisou terminar a grase.
Vamos vestir a capa...
- Sorte que vocês três não são grandes - observou Frank.
Caminhando muito juntos
- Como sempre.
para que ninguém os visse,
- Somos bons nisso - disse Rony orgulhoso.
Harry sorriu.
- Somos mesmo.
eles atravessaram o saguão na ponta dos pés,
- Parecem crianças fazendo algo escondido - Alice sorriu.
- Somos crianças - apontou Hermione.
- Sim, mas crianças tipo crianças eu quero dizer - disse Alice e foi encarada - Criança... feito cinco anos.
cobertos pela capa, e desceram os degraus de pedra que levavam aos jardins.
- Foi complicado fazer isso debaixo da mesma capa - falou Hermione.
O sol já ia se pondo atrás da Floresta Proibida,
- Adoro como fica quando o sol está se pondo - Dorcas falou, sorrindo com a memória.
- É lindo - concordou Remus - Mas é melhor ver com alguém... Um dia... Nós podíamos... - Remus parou incerto. Não tinha planejado dizer nada daquilo!
Dorcas sorriu esperançosa para ele, com o coração batendo mais rápido.
- Um dia o quê? - perguntou ela.
- Um dia... Um dia - ele repetiu - É...
Todos seguravam os risos enquanto viam a engraçada tentativa de Remus demonstrar que queria passar um dia com Dorcas.
- Remus? - perguntou Dorcas insegura.
- Ele está querendo dizer que quer ver com você o pôr do sol - James interrompeu, tentando ajudar seus amigos.
Remus assentiu.
- Eu adoraria.
- FINALMENTE! - Sirius gritou, sendo ignorando por Dorcas e Remus que sorriam um para o outro.
dourando os ramos mais altos das árvores.
Neville sorriu. Adorava plantas.
Chegaram à cabana de Hagrid e bateram.
- É porque você é educado ao contrário do seu pai - disse Lily.
- Eu sou muito educado!
- Então por que não sabe bater em uma porta? - Lily retrucou.
- Eu sei! Eu só... Não gosto - James falou.
Lily revirou os olhos enquanto Harry ria.
O amigo levou um minuto para atender
- É uma surpresa que ele tenha atendido - falou Hermione. Ela pensara que o amigo estaria bêbado demais para isso.
e, quando o fez, ficou procurando o visitante por todos os lados, pálido e trêmulo.
- Normal. As pessoas gostam de saber quem está batendo nas portas delas - falou Lene.
— Somos nós — sibilou Harry.
- Os únicos doidos o bastante para saírem - falou Neville.
— Estamos usando a Capa da Invisibilidade.
- Que é a melhor coisa que já existiu - falou Sirius.
- Eu não quero nem pensar o que vocês já fizeram com essa capa.
- Não sei o que vocês fariam sem essa capa - falou Neville.
- Eu também não - disse Harry.
Deixe a gente entrar para poder tirar a capa.
- Estava desconfortável. A capa é quente e eram três pessoas - Harry observou.
— Vocês não deviam ter vindo!
- Isso nunca os impediu - disse Gina.
O Trio sorriu culpado.
— sussurrou Hagrid, mas se afastou para os garotos poderem entrar.
- Ou seja, suas palavras foram totalmente ignoradas - falou Lily, mas sorria.
- Eu estou feliz que vocês estejam aí - falou Lene.
- Eu também - disse Alex, para surpresa geral.
Depois fechou a porta depressa
- Vocês estavam escondidos, afinal.
e Harry arrancou a capa.
- Foi um alívio.
Hagrid não estava chorando, nem se atirou ao pescoço deles.
- O que eu acho que é uma coisa muito boa - afirmou Josh.
- Nem tanto se tratando de Hagrid e dessa situação toda.
Parecia um homem que não sabia onde estava nem o que fazer.
- Estado de choque? - sugeriu Alice.
Seu desamparo era pior do que as lágrimas.
- Então tem que ser horrível mesmo - disse Regulus, sendo ignorado.
- Mas muitas vezes quando a pessoa não faz nada é pior - disse Frank.
— Querem um chá? — perguntou aos garotos.
- Comida de Hagrid é melhor recusar - lembrou James.
Suas mãos enormes tremiam quando apanhou a chaleira.
- A menos quando ele já começa a dar mesmo e vocês não tem escolha.
— Onde é que está o Bicuço, Hagrid?
- Espero que em um lugar bem longe - disse Alice, esperançosa.
— perguntou Hermione, hesitante.
- Eu não queria trazer esse assunto, mas...
- Você precisava - Lene concordou.
— Eu... Eu levei ele para fora
- Uma boa ideia - disse Alice.
— respondeu Hagrid, derramando leite pela mesa toda ao tentar encher a jarra.
- Hagrid nunca fora muito habilidoso, mas naquele dia ele estava pior.
— Está amarrado no canteiro de abóboras.
- Isso é horrível - murmurou Alice.
- Era o melhor que ele podia ter.
Achei que ele devia ver as árvores e... E respirar ar fresco...
Regulus revirou os olhos. Duvidava que isso fosse fazer muita diferença para o animal.
Antes...
- Ele ainda não morreu - lembrou Lene.
Alice a encarou.
A mão de Hagrid tremeu com tanta violência que a jarra de leite escapuliu e se espatifou no chão.
- Pobre Hargrid - falou Lily com pena. Ele era amigo dela.
— Eu faço isso, Hagrid — ofereceu-se Hermione
- Obrigada Hermione - Lily falou.
- De nada. Eu não podia deixá-lo fazer isso.
depressa,
- Para não dar tempo de responder.
correndo para limpar a sujeira.
- É porque ela tem mania de limpeza - brincou Sirius.
- Um pouco - sussurrou Rony.
— Tem outra no armário de louças
- Perfeito.
— falou Hagrid, sentando-se e limpando a testa na manga.
- Isso é meio seboso - falou Lyssi.
- Engraçado eu não ouvi ninguém falar o nome de Snape.
- JAMES!
- Parei, Lily.
Harry olhou para Rony,
- Vocês fazem outra coisa fora se entreolharem? - resmungou Lene.
- Não - respondeu o trio juntos.
que retribuiu seu olhar com desânimo.
- A coisa estava bem feia - admitiu Rony.
— Tem alguma coisa que se possa fazer, Hagrid?
- Agora que a sentença foi dada, não.
— perguntou Harry inflamado,
- Ainda bem que isso é no sentido teórico - comentou Sirius.
- Bem, em chamas eu não estava - Harry disse.
sentando-se ao lado do amigo.
- Era o máximo que eu podia fazer para confortá-lo.
— Dumbledore...
- É um grande homem, mas ele não pode fazer tudo - falou Frank, com tristeza.
— Ele tentou.
- Acho que ele tentou tarde demais - falou Regulus desconfiado.
Mas não tem poder para revogar uma decisão da Comissão.
- Por que ele não tentou antes de se ter uma decisão? - questionou Lily. Ninguém tinha uma resposta.
Ele disse aos juízes que Bicuço era normal,
- O que é lógico! - falou Alice - Ele não seria o único diferente.
mas a Comissão está com medo...
- Deveriam estar - murmurou Snape que conhecia Lucius bem.
Vocês sabem como é o Lúcio Malfoy...
- Sei bem - disse Harry com um sorriso frio - Um covarde idiota.
- Mas um que tem muito poder político - lembrou Regulus.
Imagino que deve ter ameaçado todos eles...
- Claro que não. Lucius Malfoy jamais faria isso - ironizou Rony.
E o carrasco, Macnair, é um velho conhecido dos Malfoy...
- Que círculo de amizades boas - falou Sirius.
Regulus o lançou um olhar avaliativo. Ele realmente não lembrava que Lucius era casado com a prima deles, Narcissa? Realmente não se importava?
Mas vai ser rápido e limpo...
- Não podia ser de outro jeito - falou Lene.
E eu vou estar do lado do Bicuço...
- De algum modo acho que isso não ajudará tanto as coisas.
- Mas era a única coisa que ele podia fazer.
Hagrid engoliu em seco. Seus olhos percorriam a cabana como se procurassem um fio de esperança ou de consolo.
- Infelizmente, ele não encontrou nenhum - previu Lily, triste. Hagrid não merecia estar passando por isso. Especialmente depois de tudo que passara no segundo ano dos meninos.
— Dumbledore vai descer quando... Quando estiver na hora.
- Inacreditável que o grande Dumbledore tenha tempo para isso - murmurou Harry se lembrando do quinto ano. Em que o diretor o evitara descaradamente.
Me escreveu hoje de manhã.
- Incrível que Hagrid tenha conseguido se concentrar para ler.
Disse que quer ficar... Ficar comigo.
Lily sorriu. Isso era um ato bonito de amizade.
Grande homem, o Dumbledore...
- Não tanto quanto você - disse Harry, sorrindo. Sentia falta do amigo.
Gina apertou a mão dele.
- Hagrid está bem, você verá.
Hermione, que andara vasculhando o guarda-louça de Hagrid à procura de outra leiteira,
- Esse tempo todo?
- Foi pouco tempo, parece mais porque vocês ficam interrompendo.
- Desculpa.
deixou escapar um pequeno soluço,
- Hermione! - disse Remus, chocado.
- Eu não consegui evitar.
- Tudo bem.
rapidamente sufocado.
- Tarde demais - sussurrou Alex.
Ela se endireitou com a nova leiteira nas mãos,
- Você achou!
- Sim.
lutando para conter as lágrimas.
- Hagrid não podia me ver assim.
- Não ajudaria muito mesmo.
— Nós vamos ficar com você também, Hagrid — começou ela,
Lily sorriu tristemente. Era realmente impossível que seu filho tivesse uma adolescência normal?
mas o amigo sacudiu a cabeça cabeluda.
- Hagrid não quis deixar.
- Vocês não ajudariam muito - falou Josh.
— Vocês têm que voltar para o castelo.
- Na verdade, eles não deviam nem ter saído. Mas regras não se aplicam a esse trio.
Já disse que não quero que assistam.
- Mesmo assim - insistiu Rony.
Aliás, vocês nem deviam estar aqui...
- Novamente, eles precisavam ir porque era contra as regras - disse Gina.
Se Fudge e Dumbledore pegarem você fora do castelo sem permissão,
- Como se Fudge fosse capaz de pegar qualquer coisa.
Harry, você vai se meter numa grande confusão.
- Acho que não - falou Lene, pensativa - Dumbledore somente ficaria intrigado porque Harry saíra e o admiraria por fazer algo tão nobre.
- Verdade - Harry foi obrigado a concordar a contragosto. As regas nunca pareceram importar para Dumbledore.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto de Hermione,
- Ainda?
- Não tive tempo para me recuperar.
mas ela as escondeu de Hagrid,
Rony apertou a mão de Hermione.
ocupando-se em fazer o chá.
- Nada tão útil para se esconder quanto fazer chá - disse Gina, lembrando da mãe.
Então, quando apanhou a garrafa de leite para encher a leiteira, ela soltou um grito.
- Por quê?
- Vocês são bem estranhos, mesmo.
— Rony!... Eu não acredito... É o Perebas!
Harry fechou a cara com a menção do nome.
- Como assim? O Perebas?
O queixo de Rony caiu.
- Acho que foi algo bem fora de contexto - falou Lene.
— Do que é que você está falando?
- Boa pergunta.
Hermione levou a leiteira até a mesa e virou-a de boca para baixo.
- Espero que não tivesse líquido dentro.
- Não tinha.
Com um guincho frenético, e muita correria para voltar para dentro da jarra, Perebas, o rato,
Rato realmente é a única palavra que pode descrevê-lo, pensou Harry com ódio.
deslizou para cima da mesa.
- Parece que você o achou.
- Hermione achou na verdade - corrigiu Rony, mas não parecia nem um pouco feliz.
— Perebas! — exclamou Rony sem entender.
- Foi meio inesperado.
— Perebas, que é que você está fazendo aqui?
- Se escondendo - falou Hermione.
Ele agarrou o rato que se debatia
- Por que ele está tão agoniado? - perguntou Fred confuso.
e segurou-o próximo à luz.
- Para ver se ele continuava a existir?
Perebas estava com uma aparência horrível.
- Sempre teve - Gina falou.
Mais magro que nunca,
- O rato tá fazendo dieta é? - provocou James.
perdera grandes tufos de pelos que deixaram pelado seu corpo,
- Ficou bem estranho.
o rato se contorcia nas mãos de Rony como se estivesse desesperado para se soltar.
- Aposto que estava.
— Tudo bem, Perebas! — tranquilizou-o Rony.
- Não acredito que eu tranquilizei esse rato - falou Rony baixo, enjoado.
— Não tem gatos!
- Meu gato é livre então você não devia garantir isso.
Não tem nada aqui para te machucar!
Exceto eu, pensou Harry.
Hagrid se levantou de repente,
- Não tem nada normal na vida de vocês? - reclamou Frank.
os olhos fixos na janela.
- Essa mania de vocês de ficarem olhando fixamente na janela?
Seu rosto, normalmente corado, estava da cor de pergaminho.
- Nossa. Isso que é mudança.
— Aí vem eles...
Alice fez uma careta.
Harry, Rony e Hermione se viraram depressa.
- Até se virar vocês fazem juntos - Neville balançou a cabeça.
Um grupo de homens descia os distantes degraus,
- Uma tarefa árdua.
à entrada do castelo.
- Melhor que na saída.
À frente vinha Alvo Dumbledore,
- Sempre na frente.
a barba
- A barba é a característica de Dumbledore.
prateada refulgindo ao sol poente.
Remus sorriu para Dorcas ao se lembrar da conversa sobre o sol.
Ao seu lado, caminhava, a passo rápido, Cornélio Fudge.
- Lá vem o idiota.
Atrás dos dois vinha o membro da Comissão velho e fraco, e o carrasco, Macnair.
Alice estremeceu.
— Vocês têm que ir embora — disse Hagrid. Cada centímetro de seu corpo tremia.
- Ele não está bem - disse James preocupado.
— Eles não podem encontrar vocês aqui... Vão...
- Eles não fazer nada do que é mandado.
- É o nosso charme - brincou Harry.
Rony enfiou Perebas no bolso,
Rony estava enjoado. Não acredita em como tinha vivido com aquele rato.
e Hermione apanhou a capa.
- Trabalho em equipe.
— Eu vou abrir a porta dos fundos para vocês — disse Hagrid.
- Saindo de fininho - disse James orgulhoso.
Os garotos o acompanharam até a porta que abria para a horta.
- Bem, ficar parado vocês não iam.
Harry se sentiu estranhamente irreal
- Lá vem os pensamentos estranhos de Harry...
e mais ainda quando viu Bicuço a poucos passos de distância, amarrado a uma árvore atrás do canteiro de abóboras.
- Preso até a morte - Dorcas disse com pena.
O hipogrifo parecia saber que alguma coisa estava acontecendo.
- Ele é bem inteligente.
Virou a cabeça de um lado para o outro e pateou o chão nervosamente.
- Vai ver está tentando fugir.
— Tudo bem, Bicucinho — disse Hagrid com brandura. — Tudo bem...
- Sempre que alguém fala duas vezes que está tudo bem, é porque algo está errado.
— E se virando para Harry, Rony e Hermione.
- Para o trio mais famoso de Hogwarts.
— Vão. Andem logo.
- Só por causa disso eles vão ficar aí?
Mas os garotos não se mexeram.
- Não disse?
— Hagrid, não podemos...
- Claro que podem ir embora - falou Lily.
— Vamos contar a eles o que realmente aconteceu...
- Não vai mudar nada.
— Não podem matar Bicuço...
- Mas eles vão.
— Vão! — disse Hagrid ferozmente. — Já está bastante ruim sem vocês se meterem em confusão!
- Eles não conseguem ficar longe de confusão - falou Fred.
- Olha quem fala - Rony retrucou.
- Mas é diferente. Eu escolho confusão, vocês não.
- Dá no mesmo.
- Se engane o quanto quiser, Rony.
Os garotos não tiveram escolha.
- Então quer dizer que eles obedeceram alguém pela primeira vez?
Quando Hermione jogou a capa sobre Harry e Rony,
- Hermione sempre providência.
eles ouviram as vozes na entrada da cabana.
- Vão logo - falou Liy, preocupada.
Hagrid ficou olhando para o lugar de onde os garotos tinham acabado de sumir.
Lily suspirou aliviada.
— Vão depressa — disse, rouco. — Não fiquem ouvindo...
- Não como fazem normalmente - brincou Lene.
E Hagrid tornou a entrar na cabana no momento em que alguém batia à porta.
- Deviam deixar o pobre Hagrid em paz.
Lentamente, numa espécie de transe de horror, Harry, Rony e Hermione contornaram a cabana de Hagrid sem fazer barulho.
- Fico feliz que tenham conseguido fazer isso - disse James, sabia como era difícil se mover na capa com muita gente.
Quando chegaram do outro lado, a porta de entrada se fechou com uma batida seca.
- Não parece algo bom.
— Por favor, vamos nos apressar — sussurrou Hermione. — Não posso suportar, não posso suportar...
Alice deu um sorriso triste para a menina, sabendo exatamente como ela se sentia.
Os três começaram a subir a encosta gramada em direção ao castelo.
- Voltando para o lugar onde deveriam estar.
O sol ia se pondo depressa agora;
- Não aguento mais ouvir a palavra sol - resmungou Sirius.
o céu se tornara cinzento,
- Céu cinza é feio - resmungou Frank.
sem nuvens, e tinto de púrpura, mais para oeste havia uma claridade vermelho-rubi.
- Que interessante. Ou não.
Rony parou muito quieto.
- Por quê?
— Ah, por favor, Rony — começou Hermione.
- Não podíamos ficar lá, parados.
— É o Perebas.. Ele não quer... Parar...
- Agora o rato tem mais vontade que vocês - Regulus revirou os olhos.
Rony se curvou, tentando segurar Perebas no bolso,
- Como assim tentando? Qual a dificuldade nisso?
- Perebas estava atacado - falou Rony.
mas o rato estava ficando furioso;
- Bicho louco.
guinchava feito louco, virava e se debatia, tentando ferrar os dentes nas mãos de Rony.
- Muito estranho - falou Alice. Nunca tinha ouvido falar de nada assim.
— Perebas, sou eu, seu idiota,
- Você é tão delicado que chama seu animal de idiota - falou Gina.
- Ele merecia.
o Rony.
Os garotos ouviram a porta fechar às suas costas
- Vocês precisam sair daí - falou Lily preocupada.
e o som de vozes masculinas.
- Discutindo sobre a morte de um animal inocente - falou Alice, revoltada.
— Ah, Rony, por favor, vamos andando, eles vão executar o Bicuço! — murmurou Hermione.
- Ainda bem que tem alguém tentando agilizar - falou Regulus.
— Ok... Perebas fique quieto...
- Não adiantou muito - murmurou Rony - Mal conseguia andar com ele se debatendo.
Eles avançaram;
- Espero que rápido o suficiente.
Harry, como Hermione, estava tentando não escutar o ruído surdo das vozes às costas deles,
- Era triste demais pensar no que isso significava - falou Hermione.
Rony parou mais uma vez.
- Não acredito nisso - resmungou Lyssi.
Rony corou.
- Não foi culpa minha.
— Não consigo segurar ele!
- O rato é mais forte e inteligente que você? - Sirius levantou uma sobrancelha.
Perebas, cala a boca, todo mundo vai nos ouvir...
- O rato não se importa com isso.
O rato guinchava alucinado,
- Dera algo para esse rato? - Lene questionou.
mas não alto o suficiente para abafar os ruídos que vinham do jardim de Hagrid.
- O que na verdade é bom, ou outros ouviriam - murmurou Frank.
Ouviu-se um rumor indistinto de vozes masculinas,
- Mais uma vez, no caso.
um silêncio e então, sem aviso, o som inconfundível de um machado cortando o ar e se abatendo sobre o alvo.
- Não - Alice gritou, quase chorando.
Os outros estavam tristes, mas não tanto quanto ela.
Hermione vacilou.
- Eu tinha acredito que tinha uma salvação - falou e depois sorriu para Harry, que sorriu de volta.
— Executaram Bicuço! — murmurou ela para Harry.
- Precisava dizer em voz alta para acreditar.
— Eu n... Não acredito... Eles executaram Bicuço!
- Já estava decidido que isso irá acontecer - lembrou Frank.
Nota: Esse cap saiu muito rápido não? É porque planejo terminar LHP3 até o final fevereiro. Então podem esperar caps mais rápidos que o normal até LHP3 acabar.
Comentários (1)
Oi, adorei o capitulo, super ansiosa para o proximo.
2016-02-09