Aluado, Rabicho, Almofadinhas



Nota: Desculpem a demora, mas a escola decidiu que queria minha alma, só pode. Bilhões de coisas para fazer e para estudar (rolou até um roteiro para gravar uma adaptação de uma peça de Shakespeare, para você ver). Fiz tudo o mais rápido que podia, principalmente considerando que eu não gosto muito desse cap no livro original (porque acho que enrola demais).
Izabella Bella Black~~> Oi, desculpa a demora. Espero que goste. Verdade, você acha que é só um rato comum e aí... kkkk. Eu nunca tinha pensando nisso quando tava lendo o livro, mas depois de comentar em LHP percebi em como é verdade. Foi uma reunião mesmo de bichos! Seria fofo se fosse, não? É algo difícil de lidar, com certeza. Algo que ele não irá esquecer. Sirius fica parecendo muito culpado pelas escolhas das palavras dele. Eu achei muito fofo também. Uma família um pouco complicada, mas família mesmo assim. Você conseguiu começar a ler mesmo? Eu achei muito parecido com A Seleção. Não é muito meu estilo de livro, mas me fez torcer muito por alguém... Entendo. Mas por que você não gosta de Game of Thrones? Não é muito o estilo só ou tem alguma razão especifíca? Beijos e obrigada pelo comentário. 




Capítulo 18 - Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas




Levou alguns segundos para os garotos absorverem o absurdo desta afirmação.


- Não é como se eu ouvisse coisas assim todos os dias - falou Harry.


Então Rony disse em voz alta o que Harry estava pensando.


- Vocês até pensam a mesma coisa, seus esquisitos - murmurou Neville, mas sorria.


- Só sei que se é algo que meu irmão está pensando, então não é nada bom - falou Fred.


— Vocês dois são malucos.


- Eu disse.


- Ei, fazia sentido na situação - Rony murmurou.


— Ridículo!


- E ainda assim é a verdade - murmurou Harry.


— exclamou Hermione baixinho.


- Porque ela é inteligente e sabe que não é uma boa ideia xingar dois caras potencialmente perigosos - falou Snape.


Rony olhou ofendido.


- Obrigada - falou Hermione.


— Peter Pettigrew está morto!


Remus estremeceu. Não sabia se queria que Peter estivesse morto. Por um lado, queria ver o amigo que conhecia vivo e bem. Mas por um outro... Todos pareciam achar que Peter era um monstro.


- Eu espero que não - murmurou James intensamente.


- Tem que ter uma explicação para ele estar bem - falou Sirius, esperançoso.


Harry olhou com uma mistura de ódio e admiração para os três Marotos. Eles não tinham ideia de quem era Peter.


— afirmou Harry. — Ele o matou há doze anos!


- Ou eu achava - Harry falou. Se a menos tivesse sabido a verdade antes...


— O garoto apontou para Black, cujo rosto tremeu convulsivamente.


Regulus olhou preocupado para o irmão. Sabia como ele fora treinado para não demonstrar emoção, então perder o controle assim era alarmante.


— Tive intenção — vociferou o acusado,


- Você acabou de admitir que quis matar alguém? - Lene perguntou chocada e, para ser honesta, um pouco assustada.


- Aparentemente sim - retrucou Sirius. E não só alguém, mas um dos meus melhores amigos, pensou Sirius. Que monstro ele tinha se tornado?


os dentes amarelos à mostra


- Pelo menos eu não sou o único com descrição ruim - murmurou Snape, se sentindo vingado.


— mas o Peterzinho levou a melhor...


- Não sei como Peter levou a melhor sobre você - murmurou James, ignorando o fato que não era um duelo amigável.


Mas desta vez não!


- Não - gritaram os três Marotos.


O resto das pessoas de 1977, embora não quisessem a morte de ninguém especialmente daquele que conheceram, não tinham nenhum sentimento especial por Peter. E estava tudo muito confuso para alguém entender o que realmente acontecera.


E Bichento foi atirado ao chão quando Black avançou para Perebas;


- Bichento - Hermione choramingou.


Rony berrou de dor ao receber o peso de Black sobre sua perna quebrada.


Gina e Hermione lançaram um olhar repreensor para Sirius, mesmo sabendo que não era culpa dele.


- Deve ter doído - falou Neville simpático.


- Feito o inferno - respondeu Rony.


— Sirius, NÃO! — berrou Lupin atirando-se à frente e afastando Black para longe de Rony.


- Uma decisão inteligente - falou Lily, grata.


- Obrigada por impedir Sirius de matar Peter - falou Lene séria para Lupin. Ela não se importava tanto assim, mas não que o namorado fosse um assassino. Não queria que ele tivesse que lidar com a culpa depois.


— ESPERE! Você não pode fazer isso assim...


- Na verdade, pode - comentou Harry. Sirius devia ter matado Peter logo... Embora Harry nunca fosse ter certeza da verdade.


- Harry - advertiu Hermione. O menino estava passando das linhas.


Eles precisam entender... Temos que explicar...


- Expliquem logo - falou Josh, impaciente.


— Podemos explicar depois! — rosnou Black,


- A única diferença é que ninguém acreditaria - falou Hermione.


- Acreditaria no quê? - Frank falou impaciente.


tentando tirar Lupin do caminho.


- Eu sempre fico atrapalhando as pessoas - brincou Remus.


- Com certeza - concordou James - Horrível ter você como amigo, especialmente quando você consegue acalmar McGonagall.


- Ou quando conseguia dar ideias para melhorar o Mapa... Realmente horrível - Sirius concordou também.


Remus sorriu para os dois, balançando a cabeça.


- Alguém tem que acalmar McGonagall para ela não acabar matando um dos alunos dela.


- Não, ela nos ama demais para isso - falou James arrogantemente. Sirius concordou. Remus revirou os olhos.


Ainda mantinha uma das mãos no ar, com a qual tentava alcançar Perebas,


- Ainda nisso? Vocês são fraco mesmo - comentou Josh.


- Queria ver se fosse você - Rony se defendeu.


que, por sua vez, guinchava feito um porquinho,


- Decida: você é um rato ou um porco? - reclamou Alice.


arranhando o rosto e o pescoço de Rony,


- Isso é que eu chamo de lealdade - falou Gina.


tentando escapar.


- O que realmente ajudou as coisas para ele - ironizou Neville.


- Escapar é a única coisa que ele sabe fazer.


— Eles têm... O... Direito... De... Saber... De... Tudo!


- Concordo. Expliquem logo.


— ofegou Lupin, ainda tentando conter Black.


- Que fofinho o fato de você achar que pode me conter - comentou Sirius.


- Não sei se você notou, Sirius, mas você não está exatamente em forma e eu sim - retrucou Remus, ofendido.


— Ele foi bicho de estimação de Rony!


- Doentio - comentou Rony, enjoado.


E tem partes dessa história que nem eu compreendo muito bem!


- Será que tem alguém nessa merda que sabia de algo? - murmurou Sirius impaciente.


- SIRIUS! - Lily o repreendeu, passando um sermão extremamente longo e chato em seguida.


E Harry... Você deve a verdade a ele, Sirius!


Harry concordou com a cabeça. Nunca perdoaria Sirius se ele não o tivesse contado tudo.


Black parou de resistir,


- Efeito mágico do meu nome - brincou Harry, embora soubesse que havia um fundo de verdade.


embora seus olhos fundos continuassem fixos em Perebas, firmemente seguro sob as mãos mordidas, arranhadas e sangrentas de Rony.


- Mas já é algo - comentou Lily esperançosa.


- Não diria exatamente seguro - murmurou Rony.


— Está bem, então — concordou Black, sem desgrudar os olhos do rato.


Harry entendia o porquê agora. Sirius estava com medo que Peter fugisse. E devia estar.


— Conte a eles o que quiser.


- Que tal a verdade?


Mas faça isso depressa, Remus, quero cometer o crime pelo qual fui preso...


- Porque essa frase vai ajudar a sua imagem - comentou Lene, sarcástica.


— Vocês são pirados, os dois — disse Rony trêmulo,


- Desculpem, mas era o que parecia - disse Rony.


- Entendemos - falou Remus, antes que Sirius pudesse abrir a boca.


procurando com os olhos o apoio de Harry e Hermione.


- Vocês realmente fazem tudo juntos - Alice murmurou.


- Ei, era uma hora importante para ter apoio - falou Harry.


— Para mim chega. Estou fora.


- Finalmente uma reação normal.


- Mas por que eu tenho a sensação que não é isso que irá acontecer? - falou Fred.


O garoto tentou se levantar com a perna boa,


Hermione olhou preocupada para o namorado. Sabia que tinha sido há muito tempo e que ele estava bem, mas não conseguia se impedir de ficar preocupada.


mas Lupin tornou a erguer a varinha, apontando-a para Perebas.


Remus olhou para o chão. Não achava que um dia iria ter que ouvir sobre ele levantando a varinha contra Peter.


— Você vai me ouvir até o fim, Rony — disse calmamente.


- Não parece muito um pedido.


- Acho que é uma ordem.


— Só quero que mantenha Peter bem seguro enquanto me ouve.


- Isso não é pedir demais.


— ELE NÃO É Peter, ELE É PEREBAS! — berrou Rony, tentando empurrar o rato para dentro do bolso das vestes, mas Perebas resistia com todas as forças.


- Não sei por que - falou Hermione - Isso daria mais proteção para ele... A menos que ele realmente achassa-se que fosse capaz de escapar.


Rony oscilou e se desequilibrou, mas Harry o amparou e empurrou de volta à cama.


- Claro - Harry sorriu para o amigo.


Então, sem dar atenção a Black, Harry se dirigiu a Lupin.


- Uma boa escolha - Remus brincou fazendo Sirius fechar a cara.


— Houve testemunhas que viram Pettigrew morrer


Todos os três Marotos se entreolharam com um misto de confusão, tristeza e desconfiança no olhar.


— disse. — Uma rua cheia...


-... De trouxas - Regulus concluiu. Sabia que esse fato era importante. Eles não estavam acostumados com magia, não sabiam bem o que ela fazia. Podiam facilmente não ter visto o que acharam que viram.


— Eles não viram o que pensaram que viram!


Regulus olhou surpreso para o irmão. Eles tinham pensado de forma parecida.


— disse Black ferozmente, ainda vigiando Perebas se debater nas mãos de Rony.


- O rato ainda percebeu que não tem mais escapatória? - Frank questionou.


- Peter nunca foi lá muito inteligente - concedeu James.


- James! - Lily falou horrorizado.


- Só estou sendo honesto, amor - replicou James.


Lily olhou um pouco enjoada para ele. Odiava quando James tratava as pessoas desse jeito, como se elas fossem inferiores a ele.


— Todos pensaram que Sirius tinha matado Peter — confirmou Lupin acenando a cabeça. — Eu mesmo acreditei nisso,


Sirius olhou desapontado para o amigo. Como Remus acreditara que ele era realmente capaz de fazer uma coisas dessas?


até ver o mapa hoje à noite.


- Nunca achei que o mapa fosse ser tão importante - murmurou Siruis.


Porque o Mapa do Maroto nunca mente...


- Com certeza não - falaram os gêmeos, reverencialmente.


- Não acredito que um pergaminho te convenceu mais do que o fato que você me conhece - murmurou Sirius, não conseguindo impedir as palavras de saíram. Ele estava, honestamente, magoado com o amigo. Estava se sentindo iludido.


- Sirius... Eu nunca duvidaria de você - falou Remus, que sentira a dor do amigo e a compreendia - Algo deve ter acontecido, depois da escola... E mesmo assim só acreditei porque havia várias provas da sua culpa e não da sua inocência.


- Fora que você se declarou culpado - acrescentou Harry.


- E por que eu faria isso? - questionou Sirius.


- Porque você achava que era sua culpa que James e Lily estivesse mortos, embora não fosse - falou Harry, se atrapalhando um pouco com a palavra mortos.


Peter está vivo. Na mão de Rony, Harry.


- Porque essa frase não foi estranha - murmurou Jorge.


Harry baixou os olhos para Rony, e quando seus olhares se encontraram, os dois concordaram


- Como sempre - murmurou Dorcas.


- Ou não - falou Harry, se lembrando do quarto ano.


silenciosamente: Black e Lupin estavam delirando.


- Não acredito que vocês pensam isso de mim - brincou Remus.


A história deles não fazia o menor sentido.


- Fazia sim - protestou Lily.


Harry somente a olhou sem acreditar.


Como Perebas poderia ser Peter Pettigrew?


- Essa é fácil, sendo um animago.


Azkaban, afinal, devia ter endoidado Black, mas por que Lupin estava fazendo o jogo dele?


- Porque eu acredito nele - falou Remus, suavemente. Tentando reganhar a confiança do amigo, mas, olhando para Sirius, sabia que seria difícil.


Então Hermione falou, numa voz trêmula que se pretendia calma,


- Como é isso? - Dorcas questionou confusa.


- Assim - falaram os gêmeos - Harry, você está falando um pouco alto - disseram trêmulos, tentando aparecer camos.


Harry revirou os olhos.


como se tentasse fazer o professor falar sensatamente.


- Era o que eu estava tentando fazer - Hermione deu um pequeno sorriso para Harry. Ele a conhecia bem.


— Mas Prof. Lupin... Perebas não pode ser Pettigrew... Não pode ser verdade, o senhor sabe que não pode...


- Na verdade, pode - falou James com tristeza - Ele até é um animago.


- Já? - questionou Lily, surpresa.


— Por que não pode?


- Porque a história de vocês poderia ser verdadeira se ele realmente fosse - sussurrou Alice.


— perguntou Lupin calmamente, como se estivessem na sala de aula


- O que certamente não é o caso.


e Hermione apenas levantasse um problema relativo a uma experiência com grindylows.


- Sempre calmo - Lily sorriu para ele.


— Porque... Porque as pessoas saberiam se Peter Pettigrew tivesse sido um Animago.


- Ou não, já que eles são os Marotos e fazem tudo ilegal - murmurou Lily.


James deu um sorriso fraco para ele.


- Eles gostam de segredos - concordou Lene.


Estudamos Animagos com a Profª. McGonagall.


- A melhor professora - falou James.


- Pena que você não é o melhor aluno - falou Remus.


James se ofendeu.


E procurei maiores informações quando fiz o meu dever de casa,


- Claro que sim.


- Ei, é uma boa ideia - falou Remus.


Hermione sorriu.


o Ministério da Magia controla os bruxos e bruxas que são capazes de se transformar em animais;


- O Ministério controla tudo - murmurou Harry.


há um registro que mostra em que animal se transformam, o que fazem, quais os seus sinais de identificação e outros dados...


- Embora faça sentido, ainda é um pouco... sem privacidade - falou Lily.


E fui procurar o nome da Profª. McGonagall no registro


- Curiosidade nunca acaba.


- E eu acho que Harry era o curioso - falou Jorge.


- Com estudo, Hermione me passa de longe - falou Harry.


- Faz sentido.


Hermione revirou os olhos.


e vi que só houve sete Animagos neste século


- Isso é que é pouco - falou Rony.


- Acho que devam existir bem mais ilegais - falou Gina.


e o nome de Pettigrew não constava da lista...


- Você ainda decorou a lista? - perguntou Gina.


Hermione deu de ombros.


Harry mal tivera tempo de se admirar intimamente com o esforço que Hermione investia nos deveres de casa,


- Não que fosse algo novo - completou - Mas é bem impressionante mesmo.


- Obrigada, Harry.


quando Lupin começou a rir.


- Não é a melhor reação - falou Frank.


- Eu sei.


— Certo, outra vez Hermione! — exclamou.


- Mas você sabe que assim você acabou de destruir sua teoria, certo?


- Ela não falou nada sobre animagos ilegais.


— Mas o Ministério nunca soube que havia três Animagos não registrados à solta em Hogwarts.


- O que me faz questionar como aquele colégio ainda sobreviveu - murmurou Neville.


- Não somos tão ruins - falou James.


Neville o encarou.


— Se você vai contar a história aos garotos, se apresse, Remus — rosnou Black,


- Tá vendo? Todos estão impacientes.


que continuava vigiando cada movimento desesperado de Perebas. — Esperei doze anos, não vou esperar muito mais.


- E vejo que você não aprendeu a ser mais paciente, amor.


- Calada - Sirius ameaçou, mas Lene somente riu.


— Está bem... Mas você precisa me ajudar, Sirius — disse Lupin


- Eu ajudo, só conte logo.


— só conheço o inicio...


- É melhor que nada - murmurou Dorcas.


Lupin parou.


- Fala sério...


Tinham ouvido um rangido alto às costas dele.


- Mais gente? - questionou Neville, levantando as sobrancelhas.


A porta do quarto se abriu sozinha. Os cincos olharam.


- O que deve ter sido assustador.


Então Lupin foi até a porta e espiou para o patamar.


- Esperava mais cautela de você, Remus - falou Lily desapontada.


- Desculpe.


— Não há ninguém aí fora...


- Claro que não há - ironizou Fred, suspeitando.


— Esse lugar é mal-assombrado! — comentou Rony.


James, Remus e Sirius trocaram olhares.


— Não é, não — disse Lupin, ainda observando intrigado a porta.


- É normal querer saber quem mais chegou.


— A Casa dos Gritos nunca foi mal-assombrada...


- Não? - perguntou Alice chocada - Mas...


- Os gritos - continuou Lene.


- Eram meus - deu de ombros Remus, como se estivesse falando do tempo.


Dorcas olhou preocupada para ele. Remus sentia tanta dor assim?


Os gritos e uivos que os moradores do povoado costumavam ouvir eram meus.


- Não consigo nem acreditar nisso - murmurou Frank, com pena de Remus. O Lupin não merecia sofrer assim.


Ele afastou os cabelos grisalhos da testa,


- Alguém está velho - brincou James.


Lily olhou preocupada para Remus. Ele ainda era muito novo para ter cabelos brancos.


pensou um instante,


- Você sempre pensa demais - falou Sirius.


- E você sempre pensa de menos - replicou Remus.


e disse:


— Foi onde tudo começou, com a minha Transfiguração em Lobisomem.


- Não acho que isso seja o começo - falou James, pensativo. Era difícil determinar onde uma coisa realmente começava. Se Remus nunca tivesse ido para Hogwarts, por exemplo, nada disso teria acontecido.


Nada poderia ter acontecido se eu não tivesse sido mordido...


- Ou talvez teria acontecido de um jeito diferente - falou Sirius, firmemente. Não queria que o amigo se culpasse por nada do que aconteceria.


E não tivesse sido tão imprudente...


- Você está roubando o meu papel - brincou Sirius.


- Espero que só tenha sido uma vez - Remus fingiu estremecer.


Ele parecia sóbrio e cansado.


- Mais cansado que o normal - esclareceu Harry.


Rony ia interrompê-lo, mas Hermione fez "psiu!".


- Sempre colocando sentido na cabeça do meu irmão - Fred sorriu.


Ela observava Lupin com muita atenção.


- Eu estava tentando ver se havia alguma chance dele estar falando a verdade - falou Hermione, orgulhosa.


- Claro que tem. Isso está uma loucura - falou Alice - E loucuras são a marca registrada dos Marotos. Faz sentido que acontece algo louco como isso com eles.


- Não se sei eu deveria me ofender - murmurou James.


— Eu ainda era garotinho quando levei a mordida.


Remus não acreditava que ele iria contar o que aconteceu com ele, e pior, que todos que estavam ali iriam ouvir. Não queria que ninguém soubesse como tinha sido difícil viver assim. Não queria pena de ninguém. E era por isso que James e Sirius estavam olhando para ele de modo firme, sabiam que o amigo queria força, e não pena. Porém, todos os outros estavam o olhando desse jeito.


Meus pais tentaram tudo, mas naquela época não havia cura.


- Talvez possamos arranjar uma cura agora que... Sabemos que existe uma... Temos acesso... Só perguntar - Dorcas falou atrapalhada, tentando explicar a única solução que via para Remus parar de sofrer.


- Não dá - Hermione interrompeu, com pena - Vocês não poderiam fazer isso. Os resultados seriam catastróficos. Mexer com algo assim...


- Não é mudar mais que parar Voldemort - disse Harry, calmamente.


- São coisas diferentes - protestou Hermione, mas concordava em parte com Harry.


- Estamos longe de acabar ainda - interrompeu Remus, se sentindo mal ao ver os dois melhores amigos discutindo por culpa dele - Decidimos quando terminarmos os livros - Remus esperava que eles esquecessem o assunto até lá. E por outro lado, queria mais que tudo que o dessem a cura. Independente do que poderia ocorrer.


A poção que o Prof. Snape tem preparado para mim é uma descoberta muito recente.


Remus ficou um pouco abalado com a notícia que passaria muitos anos sofrendo ainda, porém era melhor do que sofrer pelo resto da vida, como tinha suposto que iria acontecer.


Me deixa seguro, entende.


- Na verdade não, já que você não explicou nada que a poção faz.


Desde que eu a tome uma semana antes da lua cheia, posso conservar as faculdades mentais quando me transformo...


Remus ficou aliviado com as notícias. Seus piores medos, de que machucaria alguém, iriam sumir.


E posso me enroscar na minha sala, um lobo inofensivo,


- Essa é uma frase que eu achei que nunca diria - falou Remus.


à espera da mudança de lua. Porém, antes da Poção Mata-cão ser descoberta, eu me transformava em um perfeito monstro uma vez por mês.


- Não é verdade - falaram James e Sirius juntos.


- Você só... fica um pouco descontrolado - acrescentou James.


Remus olhou incrédulo para eles.


Parecia impossível que eu pudesse frequentar Hogwarts.


- Eu estou feliz que você frequentou - falou Lily - Você é um dos meus melhores amigos, Remus. Uma pessoa maravilhosa, sem dúvidas.


- Obrigado, Lily - falou Remus comovido. Ouvir isso significava muito para ele - Você é a pessoa mais bondosa que eu já tive a honra de conhecer.


Lily sorriu para ele.


- Mas ela está certa - falou Dorcas, tomando coragem - Hogwarts não seria nada sem você.


Remus corou.


Outros pais não iriam querer expor os filhos a mim.


Claro que não, pensou Snape, você é um lobisomem. Literalmente não pode se controlar, não pensa quando está transformado. Claro que nenhum pai iria querer o filho perto de um animal que pudesse machucá-lo, mesmo que não seja culpa de você.


Mas, então, Dumbledore se tornou diretor e ele se condoeu.


- Dumbledore sempre gostou dos mais incompreendidos - falou Harry, pensando em Hagrid.


Disse que se tomássemos certas precauções, não havia razão para eu não frequentar a escola


- E não há - falou Dorcas, firmemente.


Remus sorriu para ela.


— Lupin suspirou e olhou diretamente para Harry.


- Nada como ser ignorados - brincou Rony.


— Eu lhe disse, há alguns meses, que o Salgueiro Lutador foi plantado no ano em que entrei para Hogwarts.


- Nunca tinha notado isso - comentou Dorcas.


A verdade é que ele foi plantado porque eu entrei para Hogwarts.


- Faz sentindo - comentou Frank, já pensando que a casa era o local que Lupin ia para se transformar.


Esta casa — Lupin correu os olhos cheios de tristeza pelo quarto


- Muitas memórias - comentou Remus, olhando para James e Sirius.


— e o túnel que vem até aqui foram construídos para meu uso.


- Remus tem um túnel só para ele, não dá para ficar mais chique - brincou Sirius.


Uma vez por mês eu era trazido do castelo para cá, para me transformar. A árvore foi colocada na boca do túnel para impedir que alguém se encontrasse comigo durante o meu período perigoso.


- Não que isso tenha funcionado sempre - Remus disse, olhando para Snape.


Sirius sorriu culpado.


Harry não conseguia imaginar onde a história iria chegar,


- Nem nós - falou Regulus impaciente. Por mais tocante que tudo isso fosse, queria saber como se isso explicaria o fato de Sirius ser inocente.


mas, mesmo assim, ouvia arrebatado.


- Eram estranho ver Remus falando do tempo dele jovem - falou Harry.


- Está me chamando de velho? - Remus perguntou ofendido.


- Bem, eu te conheci quando você era velho - falou Harry, causando risadas.


O único som, além da voz de Lupin, eram os guinchos assustados de Perebas.


- Peter sempre falou nas piores horas - falou James, tentando aliviar o ambiente.


— As minhas transformações naquele tempo eram... Eram terríveis.


Todos olharam com pena para Remus, especialmente Dorcas.


É muito doloroso alguém virar lobisomem.


- Nunca pensei por esse lado - falou Alice, culpada. Sempre tinha visto lobisomens como criaturas do mal e nunca tinha pensado neles como vítimas. Eles não escolhiam serem incapazes de se controlarem.


Eu era separado das pessoas para morder à vontade, então eu me arranhava e me mordia.


Remus inconscientemente se encolheu, tentando esconder as cicatrizes que ficariam com ele para sempre.


Os moradores do povoado ouviam o barulho e os gritos e achavam que estavam ouvindo almas do outro mundo particularmente violentas.


- Bem, foi uma explicação boa - falou Lene - Considerando que elas não sabiam a verdade.


Dumbledore estimulava os boatos...


- Dumbledore sempre foi bom para mim - sorriu Remus.


Ainda hoje, que a casa tem estado silenciosa há anos, os moradores de Hogsmeade não têm coragem de se aproximar...


- Quem iria querer se aproximar de um lugar conhecido por ser amaldiçoado? - questionou Frank e depois deu um olhada ao redor da sals - Bem, qualquer um que não esteja aqui - corrigiu.


James, Remus, Sirius, Harry, Rony, Gina, Hermione, Fred e Jorge sorriram.


Mas tirando as minhas transformações, eu nunca tinha sido tão feliz na vida.


- E isso é por causa de vocês - Remus sorriu para os amigos.


James e Sirius sorriram de volta, emocionados.


Pela primeira vez, eu tinha amigos, três grandes amigos.


- Amigos para uma vida toda - falou James, firme.


- Eu não pensaria em ninguém melhor - sorriu Remus.


Sirius Black...


- A pessoa mais criativa que eu já conheci - Remus sorriu para Sirius.


- E a mais bonita - acrescentou Sirius modestamente.


- Depois de mim, claro - falou James.


Peter Pettigrew...


Harry fez uma careta.


E, naturalmente, seu pai, Harry, James Potter.


Harry sorriu com a menção ao seu pai.


- Eu não seria quem eu sou sem vocês - falou Remus sinceramente.


- Nós também não - falou James.


- Eu também - Lily acrescentou, tendo apoio de Alice, Frank, Lene e Dorcas.


Remus sorriu emocionado para eles. Nunca achou que tinha influenciado todas as pessoas.


Agora, meus três amigos não puderam deixar de notar que eu desaparecia uma vez por mês.


- Claro que não - falou Sirius - Não éramos burros.


- E você dava cada desculpa ruim - James revirou os olhos.


- Não sei como eu não percebi antes - Lily concordou.


Eu inventava todo o tipo de histórias.


- Histórias? Elas não chegam a ser isso - menosprezou James.


- Não sei nem como você é um Maroto - falou Sirius, desapontado.


- Deve ser porque eu faço todos os planos e ajudo vocês a escaparem de detenções.


Dizia que minha mãe estava doente, que tinha ido em casa vê-la...


- Sempre pensamos que era por isso que quase não víamos a sua mãe - admitiu James.


Remus balançou a cabeça.


Ficava aterrorizado em pensar que eles me abandonariam se descobrissem o que eu era.


- Nunca faríamos isso - falou Sirius firme.


- Agora eu sei - respondeu Remus suavemente - Obrigado.


- Não há porque nos agradecer - falou James.


Mas é claro que eles, como você, Hermione, descobriram a verdade... E não me abandonaram.


- Não seríamos quem somos se tivéssemos feito isso - falou James, horrorizado.


Em vez disso, fizeram uma coisa por mim que não só tornou as minhas transformações suportáveis,


Os três sorriram, sabendo do que se tratava.


como me proporcionou os melhores momentos da minha vida.


Dorcas se inclinou, curiosa em quais seriam os melhores momentos da vida de Remus.


Eles se transformaram em Animagos.


- Não acredito! - falou Lily, chocada - Vocês... Vocês? Animagos?


- Sim - responderam James e Sirius orgulhosos.


- Vocês tem noção do que aconteceria se algo desse errado? - perguntou Frank meio admirado e meio reprovador.


Sirius deu de ombros.


- Consideramos isso, mas era o único jeito de ajudar Remus - falou Sirius.


Regulus não pode evitar, mas se sentiu mal ao ver a quantos problemas seu irmão estava disposto a passar por um amigo, quando por Regulus ele não fazia um mínimo esforço. Era revoltante. Mas Regulus disse a si mesmo que isso agora mudaria.


- Parabéns por conseguir realizar isso - falou Dorcas.


- Obrigado.


- É bem impressionante mesmo - falaram Josh e Lyssi juntos.


— Meu pai também? — perguntou Harry, espantado.


- Claro que sim - respondeu James ofendido - Eu que tive a ideia.


Remus revirou os olhos.


— Certamente. Eles gastaram quase três anos para descobrir como fazer isso.


- Foi um tempo rápido - falou Alex, divertido.


- Não se for você que tiver que esperar três anos para ajudar seu amigo - falou Sirius, depois respirou fundo e disse: - Desculpe, é que eu não estou no meu melhor humor.


- Tudo bem - disse Alex compreensivo - Eu sei bem como é ficar de mal humor.


- Isso é algo que ele realmente entende - murmurou Lyssi.


Seu pai e Sirius eram os alunos mais inteligentes da escola,


- Sabemos - falaram James e Sirius juntos. Lily revirou os olhos.


- Não acredito que eu disse isso - choramingou Remus - Agora o ego deles só irá ficar pior.


- Você está esquecendo de você mesmo - acrescentou Lene.


Remus deu de ombros.


- Eu sei muitas coisas, mas porque eu estudo. Não é como eles que aprendem naturalmente.


o que foi uma sorte,


- Eu chamo de talento mesmo - falou James.


porque se transformar em Animago é uma coisa que pode sair barbaramente errada,


- Muito errado - começou a falar Frank e entrou em um longo discurso das coisas que podiam dar errado.


- Tá bom - interrompeu Alex - Eles já conseguiram mesmo. Melhor superar logo.


é uma das razões por que o ministério acompanha de perto os que tentam.


- Não acho que seja só isso - murmurou Neville. Do que conhecia do Ministério, sempre havia algum motivo oculto.


Peter precisou de toda a ajuda que pôde obter de James e Sirius.


- Ele se esforçou muito - falou Sirius orgulhoso.


- Ás vezes isso é mais importante até que ter talento natural - reconheceu Lily.


- Eu não acredito que ele passou por tudo aquilo para me ajudar - admitiu Remus - Ele nunca desistiu.


- Provou ser um grifinório, do jeito dele - concordou James, pensativo. Estava bem confuso sobre o que devia sentir sobre Peter. Sabia agora que havia algo errado com o amigo, mas ele ainda era o mesmo menino que James conhecera desde os onzes anos.


Finalmente no nosso quinto ano, eles conseguiram.


James e Sirius sorriram amplamente, se lembrando bem do dia que tinha conseguido realizar a transformação completa.


- Não acredito que vocês começaram a tentar tão cedo - falou Lene, impressionada e orgulhosa.


- Somos precoces - disse Sirius.


Lene revirou os olhos, mas sorriu para ele.


Podiam se transformar em um animal diferente quando queriam.


- É fantástico - falou Frank, impressionado.


- Você precisava ter me contado isso antes - falou Lily, orgulhosa.


James sorriu rapidamente para ela.


— Mas como foi que isso ajudou o senhor? — perguntou Hermione, intrigada.


- Sempre tentando ver a lógica, responder a questão - falou Fred, balançando a cabeça.


- Eu gosto de questões.


— Eles não podiam me fazer companhia como seres humanos, então me faziam companhia como animais.


- Sempre damos um jeito - falou James simplesmente.


- Dão mesmo - falou Remus, grato.


Um lobisomem só apresenta perigo para gente.


- Só humanos que se ferram. Legal - ironizou Alex, congelando com o olhar que Lyssi o mandou - Não que tenha algo errado com lobisomens - acrescentou, contendo o impulso de revirar os olhos.


- Tudo bem - Remus deu de ombros. Sabia que o menino não tinha nada contra lobisomens, simplesmente parecia que seria contra a natureza dele odiar uma espécie inteira assim. E ele não tinha demonstrado hostilidade em relação a ele.


Eles saíam escondidos do castelo todos os meses,


- Como se fosse algo novo para vocês - Lily revirou os olhos.


encobertos pela Capa da Invisibilidade de James.


- O instrumento mais importante do mundo todo - falou Sirius sonhador. E então sorriu.


- Nem se atreva - James estreitou os olhos, sabendo o que Sirius planejava - A capa é minha.


E se transformavam... Peter, por ser o menor, podia passar por baixo dos ramos agressivos do Salgueiro e empurrar o botão para imobilizá-lo.


- Não é que ele era útil - falou Harry, hostil. Hermione lançou um aviso pelo olhar para ele.


Os outros dois, então, podiam escorregar pelo túnel e se reunir a mim.


- E então realmente virávamos os marotos - sorriram.


- Sempre achei que vocês estavam mais próximos no quinto ano, mas nunca sobe o porquê - falou Dorcas.


Sob a influência deles, eu me tornei menos perigoso.


- Engraçado pensar em você como alguém perigoso - falou Lily.


Isso é porque nunca me viu na Lua Cheia, pensou Remus.


Meu corpo ainda era o de um lobo, mas minha mente se tornava menos lupina quando estávamos juntos.


- Nada que melhores amigos não possam resolver - falou Lyssi.


Alex olhou incrédulo para a irmã. Havia algo que melhores amigos não podiam resolver. Algo que não havia como ninguém resolver. Tinha terminado, acabado, e ainda assim estava tão longe do final. Se é que algum dia realmente teria fim. Alex fechou os olhos, desejando esquecer, desejando desaparecer. Qualquer coisa para parar as lembranças que invadiam a mente dele agora. Alex queria gritar. Ele precisava fugir, mas não tinha como escapar de si mesmo e das malditas memórias.


- Você está bem? - uma voz falando de forma delicada quebrou os pensamentos dele por um segundo e Alex foi capaz de respirar novamente.


- Estou - mentiu, se recuperando.


Lene não parecia convencida e continuou a olhar de forma preocupada.


— Anda logo, Remo — rosnou Black,


- Sim, concordo comigo mesmo. Você irá chegar a algum lugar ou não? - falou Siruis impaciente.


que continuava a observar Perebas com uma espécie de voracidade no rosto.


Harry achava que entendia agora como o padrinho estava se sentindo.


— Estou chegando lá, Sirius, estou chegando lá...


- Finalmente.


Bom, abriram-se possibilidades extremamente excitantes para nós do momento em que conseguimos nos transformar.


- Duvido que tenha começado ai - Lily murmurou.


- Mas ficou pior - Remus explicou.


Não demorou muito e começamos a deixar a Casa dos Gritos e perambular pelos terrenos da escola e pelo povoado à noite.


- Não acredito que vocês demoraram tanto - falou Jorge, desapontado.


- Já explorávamos a escola, mas não tanto - falou James, se defendendo.


Sirius e James se transformavam em animais tão grandes que conseguiam controlar o lobisomem.


- Não sei por que isso não me surpreende - murmurou Dorcas.


Duvido que qualquer aluno de Hogwarts jamais tenha descoberto mais a respeito dos terrenos da escola e do povoado de Hogsmeade do que nós...


- Isso é que é arrogância - falaram Jorge e Fred.


- Só a verdade - falou Sirius, sorrindo como o verdadeiro Black arrogante que era.


- Um dia veremos isso - prometeu Fred com sangue nos olhos.


- Veremos - concordou James.


- Por que eu sinto que o mundo está perto de acabar? - Lily murmurou para Harry.


E foi assim que acabamos preparando o Mapa do Maroto,


- Transformação e o mapa no mesmo ano - falou Sirius orgulhoso. Foi o melhor ano da vida dele, sem duvidas.


- Ainda acho incrível vocês terem criado isso - falou Alice.


e assinando-o com os nossos apelidos.


- Que agora fazem muito mais sentido - murmurou Lene.


Sirius é Almofadinhas, Peter é Rabicho, e James era Pontas.


- E Remus era o Aluado - falou James.


Os Marotos se entreolharam e disseram juntos.


- Malfeito feito.


— Que tipo de animal...? — Harry começou a perguntar, mas Hermione o interrompeu.


- Isso foi meio rude.


- Minha paciência tinha ido embora.


— Mas a coisa continuava a ser realmente perigosa!


- Não para nós.


Andar no escuro em companhia de um lobisomem! E se o senhor tivesse fugido deles e mordido alguém?


James lançou um olhar acusador a Sirius que se encolheu.


— É um pensamento que ainda me atormenta — respondeu Lupin deprimido.


- Você tem que aprender a ser mais feliz, Remus - falou Dorcas preocupada.


— E muitas vezes escapávamos por um triz.


Snape olhou para eles com desprezo.


Nós nos riamos disso depois.


- A cara de vocês - falou Lily, com desprezo. Odiava esse lado dos Marotos.


Até Harry lançou um olhar de desgosto para o pai. Uma coisa era se por em perigo, outra era colocar outros em perigo.


James se sentiu um pouco culpado, mas não mudaria nada.


Éramos jovens,


- Não acredito que você irá usar essa desculpa - falou Sirius.


irresponsáveis, empolgados com a nossa inteligência.


- Arrogante até - falou Remus.


- Vocês sempre foram arrogantes - falou Lene.


- Nunca - falaram ofendidos.


Lene levantou a sobrancelha.


Por vezes eu sentia remorsos por trair a confiança de Dumbledore,


- Pelo menos, você sente culpa por algo - murmurou Alice - Embora essa não fosse ser minha maior prioridade.


é óbvio... ele me aceitara em Hogwarts,


- E tornou a escola um lugar melhor por isso - falou Lily. Remus sorriu para a amiga.


coisa que nenhum outro diretor teria feito,


- Não teria mesmo - concordou Regulus. Outros diretores priorizavam a segurança de todas sob a de um aluno.


e sequer desconfiava que eu estivesse desobedecendo às regras


- Um Maroto desobedecendo regras certamente é algo inesperado - falou Alice.


que ele estabelecera para a segurança dos outros e a minha própria.


- Não sei, Dumbledore sempre parece saber das coisas - falou Lily.


- Sempre achei que ele tinha um acordo com os quadros de Hogwarts - falou Jorge.


- Eu não duvidaria - disse Harry.


Ele nunca soube que eu tinha induzido três colegas a se transformarem ilegalmente em Animagos.


- Eu não chamaria disso - falou Sirius.


- Nós escolhemos nos transformar.


- Eu acho que Dumbledore ficaria orgulhoso - falou Rony pensativo.


Mas eu sempre conseguia esquecer meus remorsos todas as vezes que nos sentávamos para planejar a aventura do mês seguinte.


- Você é muito duro com você mesmo - Lily falou suavemente - Você é um adolescente.


E não mudei...


- Claro que mudou - falou Josh - Todo mundo muda.


Remus deu de ombros.


O rosto de Lupin endurecera,


- Foi algo meio assustador - murmurou Harry.


e havia desgosto em sua voz.


- Você está se culpando - James falou preocupado. Conhecia bem essa impressão.


— Durante todo este ano, lutei comigo mesmo,


- Como sempre - James falou preocupado.


me perguntando se devia contar a Dumbledore que Sirius era um Animago.


- Fico feliz que você não contou - murmurou Sirius.


- Sirius teria sido... preso se você tivesses feito isso - falou Harry, evitando falar que Sirius receberia o Beijo do Dementador.


Mas não contei.


- Percebemos.


Por quê? Porque fui covarde demais.


- E agora eu me perdi nessa lógica - murmurou Lyssi.


Porque isto teria significado admitir que eu traíra sua confiança enquanto estivera na escola, admitir que influenciara outros...


- Como eu disse, você se culpa demais - James falou.


E a confiança de Dumbledore significava tudo para mim.


Snape conteve um comentário ao ouvir isso. Claro que a confiança de Dumbledore não significava tudo se o menino tinha sido capaz de traí-la e viver tranquilamente com isso.


Regulus pensou como era doentio a importância que algumas pessoas davam a Dumbledore. Será que ninguém via como ele era manipulador?


Ele me admitira em Hogwarts quando garoto,


- Ele só fez o que devia fazer - falou Lily firmemente, ignorando os olhares dos puros sangues da sala.


e me dera um emprego quando eu fora desprezado toda a minha vida adulta,


James, Dorcas e Sirius olharam com pena para Remus. Ele não merecia passar por isso. Se Remus não fosse um lobisomem, todos estariam correndo para contratá-lo. Esse preconceito era absurdo.


incapaz de encontrar um trabalho remunerado porque sou o que sou.


- Eu odeio o Ministério por permitir que isso aconteça - falou Hermione, com ódio. As pessoas deviam ser apoiadas pelo governo, e o que ele fazia para ajudar aqueles que precisavam? Nada.


- Está tudo bem - falou Remus, cansado. Sabia que o futuro dele seria assim. No fundo, sempre tivera uma esperança que se fosse o melhor aluno poderia mudar isso, mas estava claro que não era verdade.


Então me convenci de que Sirius estava penetrando na escola por meio das artes das trevas que aprendera com Voldemort,


Sirius encarou Remus como se perguntasse "isso é sério mesmo?". Remus olhou envergonhado para o amigo.


- Como se Voldemort fosse compartilhar os conhecimentos dele - falou Snape.


que o fato de ser um Animago não entrava em questão...


- Conveniente - murmurou Lene.


Remus pareceu envergonhado.


Então, de certa forma, Snape tinha razão quanto à minha pessoa.


- Eu o quê? - falou Snape - Até quando eu não estou por perto, falam de mim.


- Ninguém está nesse nível de tédio - falou Fred, mas recuou com o olhar de Regulus.


Regulus estava começando a ficar cansado da imaturidade com a qual tratavam Snape. Claro, Severus não era uma pessoa exatamente agradável, mas ele não era uma pessoa ruim também. Francamente. Não dava para acreditar que Regulus era o mais novo dali.


— Snape? — exclamou Black com a voz rouca,


- Somente meu nome para despertar uma reação em você, Black - falou Snape com humor.


- Vai sonhando, Snape - Sirius revirou os olhos.


desviando os olhos de Perebas pela primeira vez nos últimos minutos para olhar Lupin.


- Nem um pouco obsessivo - comentou Lene, preocupada.


- Eu tinha toda a razão para estar - falou Sirius.


— Que é que Snape tem a ver com isso?


- Nada - sugeriu Frank.


— Ele está aqui, Sirius — respondeu Lupin sério.


Snape revirou os olhos. Parecia até que ele era um fantasma.


— É professor em Hogwarts também.


- Não tenho como acreditar que Remus e Snape vão ser professores ainda - falou Dorcas, sorrindo.


- É porque você convive com a versão nova deles - sugeriu Rony.


— E ergueu os olhos para Harry, Rony e Hermione.


- Estão lembrando que o ponto todo é fazer com que nós acreditemos neles - falou Rony.


— O Prof. Snape frequentou a escola conosco.


- Quase melhores amigos - ironizou Gina.


Ele se opôs fortemente à minha nomeação para o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.


Snape deu de ombros quando foi encarado. Ele tinha todo o direito de apoiar ou não quem quisesse.


Passou o ano inteiro dizendo a Dumbledore que eu não sou digno de confiança.


- Você estava preocupado com a segurança dos alunos - realizou Lily, sorrindo em seguida. Snape sorriu para ela, de volta.


Ele tem suas razões...


Snape levantou uma sobrancelha. Não achava que Lupin iria concordar com ele.


Entendem, o Sirius aqui pregou uma peça nele que quase o matou,


Todos imediatamente olharam para Sirius, que olhou para baixo.


- Sirius... - falou Lily, irritada.


- Não foi culpa dele - interrompeu James - Nunca achamos que seria tão perigoso assim - falou James, culpado. Ainda se lembrava dessa noite.


Snape somente olhou friamente para Sirius e James. Os dois sabiam muito bem o que estavam fazendo, Lupin também. Mas Lupin devia ter sido convencido pelos outros dois, Snape tinha certeza.


uma peça de que participei...


- Mas você não queria - lembrou James.


Black emitiu uma exclamação de desdém.


Sirius ficou envergonhado com a própria reação. Ele se sentia mal pelo que tinha feito a Snape, embora nunca tivesse dito a ninguém. Se pudesse, voltaria no tempo.


— Foi bem feito para ele — zombou.


- SIRIUS! - Lily disse irritada - Ninguém, ninguém mesmo, merece morrer. Jamais. Ninguém pode decidir quando o outro morre.


- Eu sei, eu sei - falou Sirius e então fez algo que chocou todos. Levantou-se e foi diretamente para frente de Snape - Nós dois sabemos que não nos damos bem, e eu sei que você fará muitas coisas para me ver em uma situação ruim e eu também. Mas isso não significa que eu realmente queria que você morresse. Eu nunca pensei nas consequências. Eu sempre achei que no máximo te assustaríamos e você nos deixaria em paz. Desculpa pelo perigo em que te colocamos - falou Sirius, sério como nunca, sendo brutalmente honesto.


Severus Snape parecia não saber o que fazer com as palavras que tinha acabado de ouvir. Black realmente estava pedindo desculpas?


- Por isso, eu vou te perdoar. Não esquecer - falou Snape - Mas deixar para trás.


Sirius sorriu agradecido, sentindo uma leveza repentina. Nunca soubera o quanto precisava disso.


- Muito obrigado, Snape. Não irei esquecer.


Snape assentiu.


Todos pareciam chocados com o rumo dos acontecimentos, mas Harry mantinha um sorriso orgulhoso.


- Espionando, tentando descobrir o que andávamos aprontando...


Snape tinha vergonha do tempo que gastara com os Marotos. Tantas coisas melhor para fazer.


Lily o olhou repreensivamente. Não era nada legal ser seguida.


Na esperança de que fôssemos expulsos...


- Também tinha essa esperança - falou Frank - Infelizmente, nunca aconteceu - brincou.


Os Marotos simplesmente sorriram para ele.


— Severo tinha muito interesse em saber aonde eu ia todo mês — disse Lupin a Harry, Rony e Hermione.


- Eu achava esquisito - confessou.


— Estávamos no mesmo ano, entendem, e não... Hum... Não nos gostávamos muito.


- E Remus Lupin ganha o prêmio por eufemismo do ano - falou Lene, rindo.


- Vocês são piores ainda que Draco e Harry - falou Neville, balançando a cabeça.


- Eu não sou tão ruim assim! - protestou Harry, sendo ignorado.


Ele não gostava nada de James.


James deu de ombros. Não se importava nem um pouco com isso.


Ciúmes, acho eu, do talento de James no campo de Quadribol...


Snape olhou para Remus com um olhar assassino. Como se fosse isso e não o fato que James costumava o humilhar diariamente.


Em todo o caso, Snape tinha me visto atravessar os jardins com Madame Pomfrey certa noite quando ela me levava em direção ao Salgueiro Lutador para eu me transformar.


- Preferia não ter visto.


- Nós também preferíamos - murmurou Sirius.


Sirius achou que seria... Hum... Divertido, contar a Snape que ele só precisava apertar o nó no tronco da árvore com uma vara longa para conseguir entrar atrás de mim.


Lily olhou para Sirius com uma raiva extrema. Não acreditava que o amigo tivesse feito isso. Era claro que Sirius sabia dos perigos que isso traria.


- Eu nunca achei que, bem, Snape seria estúpido o suficiente para ir - murmurou Srius.


Snape revirou os olhos, discordando de quem era o estúpido.


Bem, é claro, que Snape foi experimentar, e se tivesse chegado até a casa teria encontrado um lobisomem adulto


- O que não teria sido nada legal - falou Gina.


- Nem um pouco - concordou Harry, se lembrando da visão de Remus transformado. Era algo que ele preferia evitar.


- mas seu pai, que soube o que Sirius tinha feito, foi procurar Snape e puxou-o para fora, arriscando a própria vida...


- Não foi assim - falou James, se recusando a ter a glória nessa - Eu só fui consertar a merda que fizemos - falou James. Não iria mentir e dizer que tinha feito por algum motivo nobre, quando a culpa era toda dele, desde o começo.


- Bem, ainda assim é melhor do que o deixar entrar - falou Gina.


James sorriu grato para ela.


Snape, porém, me viu, no fim do túnel.


- Não acho que eu irei esquecer disso um dia - murmurou Snape.


Dumbledore o proibiu de contar a quem quer que fosse,


Regulus tinha que concordar que dessa vez o diretor fizera a coisa certa. Embora se perguntasse o que Dumbledore tinha feito para contar o silêncio de Snape. O observando agora, não tinha sido nada bom.


mas desde então ele ficou sabendo o que eu era...


- Porém, nunca contou a ninguém - murmurou Hermione impressionada. Mesmo eles se odiando, Snape ficara quieto.


- Eu devo ter tido meus motivos - falou Snape.


— Então é por isso que Snape não gosta do senhor — disse Harry lentamente


- Era difícil processar tudo de uma vez - falou Harry, dando de ombros.


- Nos podemos entender - simpatizou Frank.


- Apesar de que, Snape já não gostava de mim antes - falou Remus.


- Na verdade, eu não tinha muita coisa contra você especificamente - falou Snape - Só contra Black e Lupin.


— porque achou que o senhor estava participando da brincadeira?


- Na verdade, eu estava - falou Remus, mesmo que não tivesse gostado nada disso e avisado no que isso levaria. Ele devia ter feito mais para impedir.


- Ninguém, está te culpando - falou Lily, mas pelo tom dela estava claro que ela estava culpando alguém. James e Sirius.


- Desculpa - pediram os dois juntos.


Lily ficou calada. Não estava a fim de relevar o que eles tinham feito, porém também sabia que agora, mais que nunca, os Marotos iriam precisar de todo apoio moral que conseguissem.


— Isso mesmo — zombou uma voz fria vinda da parede atrás de Lupin.


- Não acredito que chegou mais gente ainda - falou Neville, impressionado. Como alguém tinha conseguido ocultar o que acontecera ali, estava além dele.


Severo Snape


- Justamente quem faltava - falou Josh.


- Uma reunião de velhos amigos - falou Sirius, cinicamente.


removia a Capa da Invisibilidade


- Espera, você está com a minha capa? - falou James horrorizado.


- Não ia desperdiçar um objeto tão útil, mesmo sendo seu - Snape deu de ombros.


e segurava a varinha apontada diretamente para Lupin.


- Quanta hostilidade - falou Alex.


- O melhor é que você não aponta para mim, o suposto assassino - falou Sirius.


- Lupin representava uma ameaça maior - falou Snape, dando de ombros - Ele não tinha ficado preso, sem fazer magia, durante anos. Ao contrário, era professor de DCAT.


- Só para constar, já terminou o capítulo - falou Lily.


- Acho que todos concordamos que precisamos de uma pausa - falou Alice, olhando para os Marotos.


Todos da sala assentiram.


James, Sirius e Remus olham um para o outro e, em um acordo silencioso, saem da sala. Não olham para ninguém e não avisam nada; estão muito agitados para isso.


Harry os observa sair, com um olhar nervoso. Sabe bem que o que eles estão passando é muito difícil, acabaram de descobrir que o melhor amigo é um traidor, afinal. Harry queria poder estar com eles, ou pelo menos ser capaz de fazer algo para que eles fiquem melhores. Queria ajudá-los de alguma forma.


- Deixe-os irem. Eles precisam passar um tempo somente com eles mesmos - falou Regulus, observando Harry. Sabia o que o Potter estava pensando, porque também estava pensando na mesma coisa.


- Mas... - Harry tentou argumentar, tentou explicar.


- Eu sei - Regulus falou suavemente - Mas eu já vi isso acontecer muitas vezes. Mesmo quando eu estava com raiva de Sirius, eu costumava o observar - admitiu Regulus - E teve um tempo, muito tempo atrás, que eu costumava ser aquele com quem ele saía para fugir da realidade. Essa é uma hora delicada, ele só irá aguentar aqueles que ele acreditar totalmente que estão passando pela mesma coisa ou aqueles em que ele sente que é essencial para não enlouquecer na hora. E, agora, não somos nenhum dos dois - falou, com um pouco melancolia. Sentia falta de ser aquele que Sirius confiava e precisava mais.


Harry deu um pequeno sorriso para Regulus, feliz que ele o entendia tão bem.


- Você deve ter prestado muita atenção em Sirius para saber disso. Duvido que ele tenha feito o mesmo com você - falou Harry, simpatizando. Não com pena - Espero que saiba que eu me importo bastante com você, Regulus, e que eu estou aqui para quando quiser conversar. E eu sei que Sirius se importa muito com você também.


- Eu sei - disse Regulus, sorrindo para Harry. Era bom ter alguém com que ele pudesse conversar de verdade, dizer o que estava sentindo e ouvir o que precisava também.


Eles ficaram em silêncio um tempo, sem fazer nada, somente pensando.


- Vamos - Harry falou de repente, sorrindo - Notei agora que você está parado quando devia estar treinando. Fazendo corpo mole - falou provocador.


Regulus revirou os olhos, mas se levantou e os dois saíram para treinar o feitiço do Patrono, se sentindo grato por ter alguém como Harry na vida dele.


Enquanto isso, os três marotos travavam uma conversa intensa sobre o rumo dos acontecimentos inesperados, tentando entender como Peter se tornaria nessa pessoa descrita pelo livro. Traindo James, colocando a culpa em Sirius e fazendo Remus desconfiar do Black. Como isso tudo podia ser obra de Peter Pettigrew? Era impossível. Porém, eles sabiam que os livros não mentiam, e mais que isso, os olhares do Trio de Ouro quando Peter era mencionado era o suficiente para mostrar a veracidade da situação.


- Eu simplesmente não entendo! - murmurou Sirius, frustado - Como nunca percebemos quem Peter realmente é?


- Nós estamos acostumados a vê-lo de um jeito, e é mais difícil notar quando uma pessoa muda quando se convive com elas - falou Remus, tentando achar uma lógica no meio de tudo aquilo.


- Mas por que Peter faria isso? - falou James - Simplesmente não faz sentido!


- Peter sempre teve inveja de nós - apontou Sirius - Ele sempre tentava nos imitar.


- Mas isso é suficiente para trair os seus melhores amigos? - argumentou Remus.


Sirius deu de ombros.


- Eu não acho que há uma razão boa o suficiente para trair seus amigos, nunca, mas acho que faria até sentido. Ir atrás de poder também - falou Sirius.


- Será... Será que é culpa nossa? - questionou James, de repente a ideia lhe ocorrendo.


- Não, claro que não - retrucou Sirius na mesma hora.


- Como assim? - perguntou Remus, incentivando James a falar mais.


- Pensem bem. Nós somos os melhores amigos dele, ele passa a maior parte do tempo conosco, então nós somos responsáveis por boa parte do caráter dele - falou James.


- Não por todo - falou Sirius - Ele que faz as próprias escolhas.


- Eu entendo o que vocês estão falando - disse Remus - Mas acho que eu concordo mais com James, podemos ter influenciado Peter sem querer. Termos criado algum desejo, uma capacidade de se provar. Ou algo assim. O que não quer dizer que foi culpa nossa, porque Sirius também está certo: Peter sabe tomar as próprias decisões. Podemos ter transformado em parte Peter, mas ele também se transformou.


- Eu estou tão irritado com ele - explodiu Sirius - Por culpa dele, eu irei passar doze anos em Azkaban. Por causa da mesma pessoa a quem eu costumava confortar quando estava chorando, fazer brincadeiras e ajudar a estudar. Uma pessoa que fica perto de mim o tempo todo, não irá hesitar em colocar a culpar em mim do ato desumano que ele fez. Eu nunca vou perdoá-lo - Sirius disse, com ódio. Peter era um filho da puta. Sirius queria matá-lo.


James olhou para Sirius, tentando pensar num modo de o confortar, porém sem encontrar um. Era algo grande demais para ser afastado com palavras.


- Nós entendemos, Sirius. Mas pensar desse jeito não irá resolver nada - falou Remus.


- Só resta uma coisa a fazer - disse Sirius e ergueu a varinha.


James, Sirius e Remus se entreolharam e começaram a duelar silenciosamente, liberando todas as emoções contidas do último dia.


Na sala, Lily estava conversando calmamente com Alice. Fazia tempo que não conversava com ela e tinha sentido falta da amiga. Mas não conseguia aproveitar totalmente a conversa, pois ficava esperando James voltar com os amigos. Sabia que agora não havia nada que pudesse fazer por ele, porém isso não fazia com que não quisesse fazer algo.


Lene, por sua vez estava conversando com Alex sobre as suas preocupações sobre Sirius.


-... Eu sei que ele é forte, mas é muita coisa para digerir - finalizou o quase monólogo. Alex era um bom ouvinte.


- Eu entendo a sua preocupação, Lene, mas pelo que eu vi de Sirius, ele irá se recuperar bem. Ele tudo para ficar bem: namorada e melhores amigos incríveis. Talvez até mesmo um irmão - falou, pensando em Regulus - Sei que parece difícil de acreditar agora, mas essa tempestade emocional dele passará. Você só tem que garantir que dará algo para ele concentrar, fora o fato como a vida poderia ter sido. Ele não pode ficar obcecado pensando em quem seria, se a leitura não tivesse acontecido. E ele também não devia focar o ódio em Peter, e esquecer as outras coisas - falou, pensando profundamente nos melhores conselhos que ele podia dar - E sei que parece muita coisa uma traição do melhor amigo, mas é algo que pode ser superado. Estamos aqui para ajudar também.


- Obrigada, Alex - falou Lene, sinceramente - Você é um ótimo amigo.


Alex sorriu para ela.


- Só não se culpe quando as coisas estiverem difíceis. Acredite em mim, temos mania de culpar quem mais amamos quando as coisas dão errado e é provável que Sirius faça isso também. Mas você não tem como evitar nada pelo que ele passará - disse Alex - E não espere que ele seja o mesmo quando tudo acabar. Nós mudamos a todo segundo, e com coisas assim é que as mudanças são ainda mais rápidas. Ele nunca, jamais, voltará a ser o que era. Mas talvez mude para melhor, para pior, ou só fique diferente. Não temos como saber. Mas haverá uma mudança.


- Eu posso lidar com isso - falou Lene, pensando. Não queria que Sirius mudasse, mas sabia que Alex estava certo. Todos mudavam a todo segundo e agora... Mas não importava. Enquanto Sirius continuasse sendo Sirius, ele podia ser um pouco diferente. Ela não ligaria, contanto que ele não perdesse a noção de quem era.


- Então você não deve se preocupar com nada - Alex sorriu.


Lene sorriu de volta, relaxando mais. Porém, outra coisa diferente a preocupava.


- Alex, o que aconteceu com você? - ela perguntou - Eu sei que algo aconteceu, dá para perceber pelo que fala, mas você não diz o quê...


Alex não estava ouvindo mais. A mente dele parou na pergunta, pensando na resposta e isso liberou novamente as memórias bloqueadas. O que aconteceu com você? Ela se aproximou e sorriu ainda mais e naquele momento ele achou que o coração dele ia explodir de tantas sensações percorrendo pelo corpo dele. O que aconteceu com você? Sangue, sangue por toda a parte. O que aconteceu com você?


- Alex? Alex? Alex, fale comigo! - pediu Lene, desesperada. Todo o bom humor dela tinha sumido ao ver como Alex estava tenso. Ele parecia estar em uma espécie de transe.


- Calma, eu cuido disso - falou Lyssi, aparecendo, completante tranquila. Como se fosse normal.


Lene a encarou chocada, enquanto Lyssi murmurava palavras para o irmão que aparentemente o trouxera de volta para o estado normal. Alex piscou e alguns segundos depois deu um pequeno sorriso.


Lene queria entender o que estava acontecendo, mas ficou claro pelo modo que Lyssi arrastou depois o irmão e que Josh o puxou de modo protetor que ela não saberia tão cedo. Era o segredo deles.


Rony estava impaciente, esperando Harry voltar, e ficou aliviado quando ele finalmente apareceu.


- Harry, onde você estava? - Rony perguntou, se colocando na frente de Rony e Regulus.


Harry o lançou um olhar estranho.


- Eu estava conversando com Regulus.


- Por que você não faz isso aqui? - perguntou Rony. A verdade era que estava com ciúmes da amizade de Harry e Regulus, e sentia falta do amigo.


Regulus o olhou friamente.


- Porque temos assuntos privados - Harry deu de ombros.


- Você nunca mais passa tempo comigo ou com Hermione. Parece até que não quer estar mais com a gente - falou Rony - Parece até que...


- Que o quê Rony? - Harry interrompeu, se irritando - Que Regulus é o meu amigo? Que eu quero passar um tempo com ele também?


- Mas... Você não anda mais comigo! - falou Rony, tendo noção de como isso soava.


Harry quase revirou os olhos, mas se conteve.


- Eu tenho que conversar com Regulus sobre algo sério, então, sim, estou andando mais com ele. Ele precisa de mim mais que vocês agora e não me importo de passar tempo com ele - falou Harry.


- O que é tão sério que eu não posso saber? - falou Rony.


- Algo pessoal, Weasley - Regulus falou com desgosto. Não tinha sentimentos pessoais por Rony, mas estava odiando o ruivo no momento.


- O que está acontecendo? - Gina surgiu, como se pressentisse o problema.


- Rony está reclamando que eu passo tempo demais com Regulus - Harry falou, num tom revoltado.


- Não é isso! Estou reclamando que você passa pouco tempo comigo e não me conta mais as coisas...


- Chega! Vocês dois tem quantos anos? Cinco? - Gina falou irritada - Rony, é claro que Harry não está fazendo isso de propósito. Harry, é claro que Rony não está te controlando, ele só quer saber que você ainda confia nele. É simples.


- É claro que eu confio - falou Harry, relaxando agora.


- Desculpa, cara - falou Rony - Eu sei o que parece, mas é só que...


Rony parou de falar e Harry se sentiu culpado, se colocando no lugar do amigo.


- Rony, eu sou muito amigo de Regulus, é verdade. Ele é como um irmão para mim. Mas isso não quer dizer por um segundo que você é menos importante ou que eu confio menos em você - falou Harry - Eu sou... Gosto de ouvir uma opinião diferente ás vezes - Harry deu de ombros.


- Essa foi a primeira briga que eu vi em muito tempo entre eles - falou Jorge para Fred, que deu de ombros.


- Eles já superaram. Não acho que seja nada importante.


Regulus aproveitou que todo mundo estava meio distraído e foi sentar sozinho em lugar mais calmo, porém Lily logo sentou ao seu lado.


- Obrigada - ela disse simplesmente.


- Pelo quê? - ele perguntou confuso.


- Por ser um amigo tão bom para Harry e um irmão para Sirius - disse Lily - Você faz com que eles sejam pessoas melhores.


Regulus deu de ombros, constrangido.


- Eles me fazem melhor também - disse.


- Eu sei. Eles também me fazem ser melhor - disse e, sob o olhar surpreso de Regulus, completou: - Eu sou meio arrogante, e acabo esquecendo que as pessoas podem ser diferentes de mim. Eles fazem com que eu lembre que ser diferente pode ser algo maravilhoso.


Regulus sorriu levemente.


- Eu quero te conhecer melhor - continuou Lily - Quero saber quem é a pessoa que é tão importante para Harry e Sirius. Você responderá as perguntas que eu fizer? Você pode me perguntar também?


Regulus considerou cuidadosamente a oferta, afinal era um sonserino, mas achava que tinha mais chance de fazer bem que mal. Qualquer coisa podia se recusar a responder ou manipular a resposta. Já mentir, não gostava muito.


- Pergunte - disse, por fim.


- Qual o seu número preferido? - perguntou Lily, o surpreendendo. Esperava uma pergunta mais séria.


- Sete.


- Combina com você - observou Lily.


- Qual a sua coisa preferida no mundo mágico? - perguntou curioso.


Lily pensou profundamente.


- Acho que o fato que usava corujas para nos comunicarmos - ela falou e ele riu - Quer dizer, é algo tão... filme!


E assim eles continuaram a fazer perguntas um para o outro tranquilamente.


Já estava tarde quando os Marotos se reuniram aos outros. Frank e Neville ainda estavam acordados conversando, assim como Dorcas e Alice. Harry, Hermione e Rony brincavam de um jogo bruxo.


- Dorcas - Remus interrompeu a conversa - Desculpe. Mas você quer vir comigo?


Dorcas o encarou confusa.


- Aonde?


- Fazer o piquenique - falou Remus, mas estava nervoso. Sabia como isso soava insano.


- Agora? - perguntou surpresa.


Remus assentiu. Ela sorriu.


- Vamos - disse e o deixou a puxar pela mão.


Alice sorriu, vendo a cena. Dorcas e Remus mereciam ser felizes.


- Para onde vamos exatamente? - perguntou Dorcas.


- Primeiro passo: cozinha. Segundo passo: sentar em um local com grama - falou Remus, como se estivesse lendo um livro. Dorcas riu.


E eles fizeram assim como Remus sugeriu, sorrindo o tempo todo. Os dois se deitaram, lado a lado, virando a cabeça para conversar e abandonando a comida.


- Remus... Eu quero que você saiba. O fato de você ser um lobisomem não significa nada para mim - ela falou firmemente.


Remus sorriu para ela.


- Você não sabe o quanto eu desejei ouvir isso. Eu sempre sonhei com esse momento.


- Por que você nunca me falou o que era?


- Eu tinha medo - sussurrou Remus - De como você reagiria. Se iria te perder.


- Claro que não. Você não podia acreditar realmente que eu te abandonaria por causa disso. Não sou esse tipo de pessoa. Odeio preconceito. Nunca fiz algo para você acreditar nisso - falou Dorcas, um pouco irritada.


- Não, eu sei. Mas eu tinha medo que qualquer um não me aceitasse. Eu não me aceito bem - confessou.


- Mas devia, você é a melhor pessoa que eu conheço - falou Dorcas - Nunca duvide disso.


- Agora eu estou feliz. Porque eu posso fazer algo que eu sempre quis sem sentir que estou te enganando ou com medo de te perder - falou Remus - Algo que eu sempre quis.


- O quê? - falou Dorcas, o coração batendo mais rápido.


Remus sorriu torto antes de a beijar.




Nota: Eu estou morta, mas esse final totalmente valeu a pena, vocês não acham?
E uma pergunta, qual é a melhor fonte? Eu não leio por aqui e então não tenho ideia e fui abrir LHP pelo celular um dia desses para ver algo e odiei como ficou. Qual fonte vocês acham melhor? 

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Comentários (1)

  • Izabella Bella Black

    Oi, amei o capitulo. Eu também achei o livro parecido com a Seleção, mas me lembrou muitos outros livros e filmes tambem, ainda não li a continuação, parei no primeiro livro, mas estou curiosa para saber o que vai acontecer, porem a faculdade não deixa.... Mas o final do livro foi surpreendente eu nunca imaginei aquilo, mas ainda acho que o Maven esta sendo controlado pela mãe. Sobre Game of Thrones eu não sei explicar o por que de não gostar, sempre que tento ler o livro ou ver a serie não consigo e acabo deixando de lado. Sobre o capitulo, estou super curiosa para saber a reação dos marotos quando descobrirem o que Pedro fez, concordo com Harry, Sirius podia sim matar Pedro, mas foi melhor no final das contas o idiota se matar, sim tinha alguem que sabia toda a historia Sirius, é engraçado que assim que Remo fala o nome do Harry, Sirius para de tentar pegar o Pedro, foi surpreendente o Sirius pedir desculpas para o Snape e ainda mais supreendente Snape aceitar as desculpas, E AMEI o que aconteceu depois que eles terminaram o livro, super curiosa para o proximo. Beijos.

    2016-03-12
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