O Quarto do Zelador Kim Lin
Capítulo quinze – O Quarto do Zelador Kim Lin
Chegaram os boletins, Igor e Adolfo se desanimaram com a aventura que brevemente irá ocorrer. Os dois haviam perdido duas médias. Adolfo em Herbologia e História da Magia e Igor em Astronomia e DCAT (Defesa Contra as Artes das Trevas). Adam tentou anima-los, mas não sutil muito efeito. Então ele, Dimitri e Saulo pensavam num modo de descobrir o aposento do zelador Kim Lin. Mas eles nem ao menos sabia como o homem era, todavia fizeram uma denotação, provavelmente ele tinha características orientais devido ao seu nome.
Cerca de alguns dias, Saulo estava no treino de Trancabola e Dimitri havia ido até os dormitórios, mas Adam já o esperava há muito tempo. Decidiu ir atrás dele, porque não duvidava nada que ele havia agarrado na porta de enigmas. Andava lentamente pelo os corredores com as mãos no bolso. Até que viu no fim do corredor um homem que vestia trapos, sujo e tinha feições de asiáticas, era o zelador Kim Lin. Ele parecia estar aliviado, o dia exaustivo dele terminara.
Esta foi à chance de Adam. Seguiu o senhor, sem que ele percebesse, nada difícil, pois parecia estar cansado e não percebia tudo a sua volta. Percorreu um caminho para o lado norte do castelo de Strambo, desceram uns ramos de escadas até chegar ao térreo. O zelador entrou num corredor estreito que no fundo tinha uma porta de madeira. Ele pegou uma chave encima do seu chapéu, destrancou o portal entrou. Adam olhou atentamente para ver qualquer coisa dentro do aposento e conseguiu somente ver a cabeceira de uma cama, já era o suficiente, pois tudo aquilo apontava que aquele era o local.
Adam correu, voltando ao seu destino original, subiu as escadas de mármore e viu o que já tinha imaginado, estava lá Dimitri do lado de fora. Foi estranho, porque havia mais uns cinco alunos barrados de entrar na Sala Comunal da Ravenclaw.
- Ninguém aqui sabe a resposta. – fez uma cara desanimada.
Adam foi até a porta e deu dois toques, a águia abriu os olhos e pronunciou com a mesma voz sabia de sempre.
- O que é, o que é, que às vezes ouve mas não fala e as vezes fala mas não ouve? – Adam olhou para todos pensando que como eles poderiam errar esta charada que Adam escutava direto e reto no jardim de infância dos trouxas.
- O telefone. – respondera. A porta se abriu, todos olharam assustados para ele. – Ah é... Vocês não sabem o que é um telefone. É um aparelho que os trouxas usam... Hum... Eles conseguem falar um com o outro em longa distância com isto, como uma coruja... Mentira, como se fosse um berrador... Ah, é mais ou menos isto.
Todos alunos entraram. Adam pediu para Dimitri esperar ali um pouco, porque dois meninos do quinto ano o barraram para ele explicar melhor o que era o telefone, coisa que os dois ficaram muito curiosos. Nisto já dera tempo de Saulo chegar, assim Adam contou a eles que havia acabado de descobrir onde o zelador dormia. Decidiram no outro dia contar para os outros, pois já estavam tarde para saírem. Então foram se deitar.
No café da manhã os garotos avisaram a Igor que eles haviam descoberto onde o zelador passava suas noites. À tarde, depois da aula, todos se reuniram e pensaram como poderiam pegar a chave do calabouço da estação de trem. Dimitri dissera que talvez era só pedir emprestado a ele, pois ele parecia ser um senhor muito simpático, ninguém concordou, claro. Adolfo dera a ideia de arrombar a porta do zelador com o feitiço Bombarda, todos pensaram que essa seria possível, porem não de primeiro plano e nenhum deles sabia realizar o tal encantamento. Embora conversem por um longo período, chegaram a nenhuma conclusão e remarcaram a reunião para sexta-feira depois da aula de Zilo Mustafá.
Deitado em sua cama, Adam planejou um ótimo jeito de conseguirem entrar no quarto que poderia ser feito na noite de sexta mesmo. O plano era o seguinte: Igor como é muito simpático oferecia ajuda com os objetos que o zelador carrega de lado ao outro. Junto a ele estaria Adolfo. Enquanto Igor deixa Kim ocupado, Adolfo pega a chave do quarto que ele “guarda” encima de seu boné cinzento. Depois ele correria até a frente do dormitório dele, onde estará Adam e Dimitri. Dimitri ficará de guarda ao lado do estreito corredor, para analisar a situação e o fluxo de alunos no local, avisando se a ficha esta limpa. Adam e Adolfo entrariam no quarto pegar a chave do calabouço e dar o fora dali.
Na sexta-feira, depois da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, os garotos se reuniram e Adam contou-lhe seu plano, que na sua opinião era brilhante. Saulo chiou no momento, reclamando que não estava incluído na missão, porem lembrou que tinha treino naquela noite, então não estaria presente, mas ele torceria bastante para tudo dar certo. Todos ali queriam acabar com os valentões do colégio e conseguirão se pegarem a tal bola no fundo do calabouço, a Helldark. Partiram assim para a aula de História da Magia, que os meninos não prestaram muita atenção devido a euforia deles.
No entardecer, foram eles cumprir o plano. Saulo dera uma boa sorte a todos e fora para o seu treino. Adam relembrou a todos o plano e ele e Dimitri se dirigiam para frente do quarto do homem. Igor e Adolfo ficaram rodeando os corredores a procura do zelador.
Depois de um tempo, eles viram Kim Lin vindo com muitas vassouras, andava tropeçando em seus próprios pés. Igor e Adolfo foram contra ele. Igor propositalmente esbarrou com o zelador. Coitado, deixara tudo cair e logo já abaixara para recolher os objetos.
- Mil perdões! – mentiu Igor. – Me desculpa, deixa eu te ajudar. – Igor olhou para Adolfo com um olhar que dizia “pegue a chave enquanto ele está abaixado”. Ele pegou-a e a colocou no bolso. – Adolfo pode ir indo para nossa sala comunal, vou ajudar o senhor... – olhou para o zelador fingindo que não sabia seu nome, ele disse. – Vou ajudar o senhor Kim Lin com estas vassouras. Logo nos encontramos.
Adolfo se virou e dirigiu rapidamente para o dormitório do homem. Chegando perto, ele vira Adam e Dimitri a sua espera. Os dois deram um sorriso. Dimitri ficou ali enquanto Adolfo e Adam entraram no corredor estreito. Abriram a porta e entraram.
- Irei ficar de vigia aqui na porta, olhando se Dimitri me der qualquer sinal. Você vai ao aquário e pega a outra chave mestra que lá fica. – disse Adam. Ele ficou com a cabeça do lado de fora atento com as ações de Dimitri.
Do lado de fora Adam viu Lola chegando perto de Dimitri e começou a conversar com ele. Dera para perceber que o garoto ficou muito vermelho. A tensão de Adam aumentou. Como será que sairia dali agora?
- Adam... – Adolfo o chamou com um cutuque. Sua voz parecia um pouco esganiçada.
- Tudo bem, é a Lola ali, tenho a certeza que ela não contaria se descobrisse.
- Adam... – a voz continuava fraca.
- É só pegar a chave Adolfo, daí vamos dar o fora daqui.
- Adam... – cutucava mais rápido agora.
- Sei que é muita adrenalina, mas você está parecendo uma mocinha. – Adam agora estava já perdendo sua paciência.
- A-adam... – a voz de Adolfo estava tremula.
- Que foi?! – Adam colocou a cabeça para dentro do quarto, estava vermelho de raiva, e viu que o garoto estava muito pálido. Adolfo apontou para o aquário e fez uma cara de horror. Adam também assustou com o que vira. Ele esquecera que o zelador, de acordo com Victorio, criava animais, os tais de farosutis.
O aquário era grande, ocupava quase todo o quarto miúdo de Kim Lin. Dentro dele havia duas criaturas, da mesma raça. Adam pensou “esquecemos-nos de procurar o que era os farosutis”. Agora já era tarde. Dentro do recipiente havia uma serpente de um metro e oitenta de comprimento e outra um pouco maior, mas o principal problema era a cabeça, ou melhor, cabeças, porque o bicho tinha três. Sua cor era estranha, eram listradas de laranja e preto. Uma estava tirando um cochilo, mas a outra estava saindo do aquário, por isso o desespero de Adolfo. O animal saiu de sua casa de vidro e rastejou até os garotos. Adam fugiu para cima da cama do homem e Adolfo ficou ali paralisado.
- Adolfo!! – gritou Adam. Adolfo recuperou-se, o ser estava bem próximo dele e ele deu um berrou e subiu encima da cadeira de balanço. – Não grite. Se não pode acordar a outra.
Do lado de fora Lola achou estranho o barulho que vinha dentro do quarto, Dimitri insistiu que não tinha escutado nada. Ela tentou entrar, mas Dimitri ficou na sua frente. Ela o empurrava. Victorio passava por ali naquele exato momento.
- Parece que os dois estão tendo um caso. Formam um belo casal. – empurrou seu óculos que estava na ponta do nariz para a região do dorso. Lola se afastou no mesmo momento. Os dois ficaram muito avermelhados. Victorio dera uma risada.
Um barulho de vidro quebrando veio de dentro do quarto. Victorio também ficou interessado. Empurrou Dimitri, Lola fora atrás dele e abriu a porta. Lá dentro Adolfo e Adam pulavam de um lado para o outro como se fossem macacos. Lola dera um gritinho quando viu o farosutil. O bicho veio para cima dos três, a menina gritava cada vez mais. Dimitri olhava assustado para o reptil. Victorio não demonstrava nenhum pavor. Quando chegou bem próximo deles, cada cabeça se posicionou na frente de um. Nenhum saiu do lugar, suas pernas tremiam tanto que não davam conta de movimentar. Ambas alisaram suas cabeças nos meninos. Dimitri ainda tinha muito horror nos olhos, mas um pouco mais tranquilizado. Lola olhava para cima e soltava gritinhos abafados, com a boca fechada. O mais surpreendente fora Victorio, que fazia um cafuné no monstro e dera um sorriso.
- Não fizeram nenhuma pesquisa, aposto. Os farosutil não são agressivos, teve um tempo que muitos bruxos tinham como animal de estimação. Hoje só mesmo o Kim Lin para fazer isso. Podem pegar a chave dentro do aquário o outro não fará nada. Somente a cabeça da direita é mais perigosa, a única que tem veneno que é letal. Mas fique tranquilo loirinho, ela gostou de você. – Dimitri virou para Victorio com o rosto enrijecido, surpreso, todavia pouco mais calmo.
Adolfo fez um sinal que não pegaria, então Adam recolheu o objeto. Victorio com sua varinha levitou a cobra e a recolocou no recipiente. Usou o feitiço Reparo no abajur quebrado. Saíram do quarto e trancaram a porta. Adolfo continuava branco, como papel, e Lola estava como uma cara de nojo.
- Então ele só queria brincar conosco? Ou pelo menos queria carinho? – perguntara Adam para Victorio.
- Isto mesmo, ainda mais esses que nasceram em cativeiro são bastante dóceis. – sorriu para Adam e depois deu um risinho da cara de Adolfo. – Agora eu vou para minha sala comunal, vocês também deveriam ir. Não esqueçam de devolver a chave da porta para o senhor Kim Lin. Boa noite a todos. – dera um sorriso e os garotos o viram se afastando.
Adam falou com todos que amanhã à noite eles poderiam ir para o calabouço e confirmou com Lola que ela mostraria onde é a estação que vem do Uruguai.
- Só irei mostrar e vou embora. – disse a garota num tom arrogante.
Adolfo disse que ia se encontrar com Igor e devolver a chave do dormitório do zelador, quando ele disse “dormitório” ele sentiu um calafrio na espinha. Adam, Dimitri e Lola foram para a sala comunal da Ravenclaw. A sala estava deserta e Saulo esperava-os. Quando eles chegaram, o garoto deu um pulo da poltrona.
- E ai? Como foi? Deu tudo certo? – estava muito curioso.
Contaram o que aconteceu, Lola se arrepiava sempre que o farosutil era citado. Saulo ficou muito surpreendido. Eles foram se deitar, tinha aula da Stela Star no dia seguinte, Saulo tinha outro jogo e a noite eles invadiriam o calabouço de Strambo. Todos tinham que estar dispostos para amanhã.
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