Uma Esperança de Mudança

Uma Esperança de Mudança



Capítulo catorze – Uma Esperança de Mudança


         Adam e Augusto passaram a semana da Páscoa em casa. Sua mãe estava muito pálida e fraca, os médicos deixaram ela passar o domingo com eles. Augusto nunca ficara tão carinhoso com a mãe. Julieta teve uma ótima melhora nestes dias, estava muito mais feliz. Felipe também pareceu mais contente, coisa que faltava nele.


            Na outra semana eles voltaram para Strambo. Adam se sentiu mal por deixar sua mãe e o mesmo ar estava em Augusto. Eles até conversam bastante, coisa que era rara, normalmente os dois só brigam, porem Adam ainda não esquecera as coisas terríveis que o irmão deve ter já feito, pensou em comentar alguma coisa sobre esse assunto com Augusto, mas sabia que daria problema, então ficou calado.


            A próxima semana foi uma correria danada, fora semanas de provas. Teve também o primeiro jogo de Saulo, ele fizera um ótimo trabalho, contribuiu bastante para a vitória da Ravenclaw sobre a Hufflepuff, mesmo sendo o terceiro eliminado, pois a Bola explodira quando a posse estava com ele.


            A segunda fora de folga, devido às provas intensas e o jogo de Trancabola. Os três amigos se sentaram no bosque dos jardins, próximo a Lola que lia um livro. Igor chegou com mais dois colegas.


            - Podem comemorar, mas na próxima vocês verão! – disse em tom autoritário e logo depois sorriu. – Esses aqui são meus amigos. Adolfo Stradivarius, parente dos moradores de um castelo em São Paulo, primo de Nino. – um garoto de cabelos cor de mel, pouco menor que Igor, mas pouco maior que Adam e Dimitri. – e Aurora González, ela é uruguaia. – a menina tinha cabelos altos e ondulados que também eram da cor de mel. Ambos deram um “oi” para os garotos e Igor apresentou os três. Aurora cumprimentara Lola, ela tinha bastante sotaque, mas falava bem o português. Ela disse que as duas se conheciam desde pequenas.


            - Você também é uruguaia? Não parece. – disse Dimitri


            - Sou sim. – fechou o livro, olhou para Dimitri e sorrio, ele se sentiu um pouco envergonhado. – É que meus pais são brasileiros. Eles...


            Foram interrompidos por um grito, todos olharam para onde vinha o barulho. Um pouco mais a frente à gangue dos garotos se localizava em roda e alguém estava no centro. Ele havia gritado porque Giuseppe, o garoto ruivo, tinha pegado a força a mochila dele. Viraram ela e jogaram tudo no chão. Sérgio pegou alguma coisa que caiu e guardou no bolso. Rômulo e Giuseppe começaram a empurrar o menino, que devia ser do segundo ou terceiro ano, de um lado para outro, como se ele fosse uma bolinha de ping-pong. Augusto e Stefan, primo de Dimitri, entraram na brincadeira e todos estavam rindo, menos Sérgio. O garoto indefeso no centro já cambaleava de um lado para o outro. Adam estava indo para lá, mas Saulo e Igor o seguraram. Ele tinha de fazer alguma coisa, não conseguia ver um menino ser humilhado daquele jeito. Um raio de cor vermelha apareceu e acertou no peito de Rômulo, ele caiu desacordado, fora estuporado pela a menina pálida do trem, Agatha Keller. Stefan, Augusto, Giuseppe e Sérgio pegaram suas varinhas, mas outra rajada de luz vermelha saiu da varinha da garota, ela tinha o rosto muito sério, desta vez acertou em Stefan o menino loiro que tem parentesco com os Melnick. Adam estava impressionado com Agatha. Ela correu, se localizou do lado da vítima. As três varinhas soltaram feitiços, até mesmo de Sérgio que seria o menos provável de fazer mal contra alguém. A menina pálida fez um escudo muito potente que parou todos os três feitiços. Ainda soltavam muitas e muitas magias, fazia um estrondo enorme. Porem a proteção cedeu, Agatha pulou rapidamente para trás de uma rocha. Adam viu o menino fugindo e ficou ali a menina. Giuseppe deu um grito, pronunciando Reducto, a pedra se desfez, a menina levantou lançou ligeiramente mais um raio avermelhado, agora desta vez acertou Sérgio, que foi arremessado para trás, caiu sem sentidos.


            Agora ela e os garotos travavam uma batalha, muitos feitiços iam e voltavam. Mas em determinado momento, Augusto e Giuseppe juntaram sua força e lançaram juntos, uma magia muito poderosa que se transformou num leão em chamas que voou para cima da garota. Agatha segurou a varinha com as duas mãos, abaixou ela próxima aos joelhos e levantou-a de um modo brusco, gritando Rachirudo. Um escudo ergueu-se do chão, era feito de rocha e no meio havia uma bola verde. O leão se chocou contra a proteção, momentos depois todo o felino foi sugado pela a esfera e desaparecera. Depois da mesma esfera saiu duas serpentes feitas de água se dirigindo para os meninos, sendo a da Giuseppe duas vezes maior que de Augusto. As duas, de forma sincronizada, abriram a boca que tinha grandes presas, os garotos fizeram uma cara de horror. Uma lança, realizada por alguma magia, vinda de longe parou as duas cobras, os garotos foram salvos. Na entrada do castelo, estava o diretor Winchister, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Zilo Mustafá, as professoras de Feitiços e Astronomia, Stela Star e Sophie Vernack e Madame Giderola. A lança veio da varinha do diretor que aparentava estar enfurecido. Fizera um sinal chamando os três, os outros que estavam desacordados foram levados pelos os funcionários para a enfermaria. Adam e os outros estavam sem expressão, muito surpreendidos com a batalha e com o potencial de Agatha Keller.


            - Incrível! – disse Igor quebrando o silencio, típico.


            - Queria poder fazer alguma coisa para melhorar as ações de Augusto. Mamãe não pode ter emoções muito altas, está muito fraca. É só isso que peço. – Adam olhara para baixo, estava chateado.


            - Tem um jeito. – disse uma voz misteriosa vinda de trás de todos. Os meninos se assustaram, Aurora chegou até dar um gritinho de pavor. – Desculpa, não queria assusta-los. – era Victorio, o menino meio loiro, magro que usava óculos, deu um sorriso para acalmar a todos, sempre pareceu ser muito bem educado e não gostava de ser incoveniente. – Aqui na escola existe uma bola de cristal que realiza um desejo. Pelo menos é o que dizem os boatos. Você pode, talvez, conseguir ela.


            - Verdade? E onde posso encontra-la? – disse Adam curioso.


            - Dizem que está abaixo da estação que vem do Uruguai, num calabouço. O único que tem a chave deste é o zelador Kim Lin, ele deixa a chave dentro do seu aquário, criadouro de seus farosutis. Já fui lá, mas não achei a passagem secreta que tem na sala do calabouço, mas provavelmente leva até a Helldark, ah... este é o nome da bola. Mas se for só você será muito mais difícil de achar a tal passagem.


            Todos os meninos concordaram de ir, mas nenhum sabia o caminho para a estação que vinha do Uruguai, Lola concordou de mostrar, mesmo sabendo que era errado e voltaria quando já tivesse cumprido seu dever. Os sete voltaram discutindo e várias perguntas e dúvidas se formaram. Como poderiam pegar a chave? Onde era o quarto do zelador Kim Lin? Que animal era farosutil? Como ir até o calabouço sem que ninguém soubesse? Que tipo de passagem secreta poderia existir?... O resto da semana todos os meninos ficaram pensando no plano perfeito para invadirem o dormitório do homem. O inverno estava próximo e com isso o frio já vinha.

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