As Casas



Capítulo quatro – As Casas



 



           - Você não sabe? – disse assustada – Está brincando com minha cara, não é verdade?



           - Hum... Parece que não. – sentiu seu rosto ferver neste momento



           - Pelas barbas de Merlim, tem que saber disso antes de entrar em Strambo. – disse alegremente para o garoto – Bem... por onde começo?



           Aqueles olhos olhavam para o além pensando em como explicar a pergunta. Adam admirou Sara, daquele modo ela parecia a menina mais inteligente e linda que existia. O silêncio se quebrou com sua voz suave.



           - Bem, Strambo é subdividida em casas. Cada casa preza algumas características dos alunos que ali pertencem. Existem quatro casas Hufflepuff, Ravenclaw, Gryffindor e Slytherin. Sempre há uma copa de pontos, na qual a vencedora ganha um troféu pelo comprometimento dos seus alunos. Olha, é basicamente isso. – sorriu ao terminar a mensagem. – Mas porque essa pergunta?



           - É que sua avó me perguntou a que casa eu acharia que iria e fiquei curioso em saber. – calou-se por um momento e voltou a dizer. – Você tem alguma noção para qual casa eu iria?



           - Provavelmente pra mesma que a do seu irmão e que seu pai pertenceram, Gryffindor. – Ela fez uma cara de desgosto.



           - Você não gosta desta casa? – Adam ficou curioso pela reação da garota.



           - Não gosto. Os alunos de Gryffindor, sempre fazem brincadeiras sem graças com os membros da minha casa, Ravenclaw. – deu um suspiro e continuou – mas é normal das características destes. Gostam de se gabar, fazem brincadeiras sem limites, aparecidos, ousados, mas aprecio a coragem, a nobreza e o cavalheirismo deles.



           - Meu irmão por isso faz parte desta. – fez uma cara amarrada, sentindo que Augusto estava no lugar certo e não queria ser desta também, todavia poderia se encaixar em outra. – Pode me dizer as características das outras casas?



           - Claro que posso. – ela dera aquele sorriso radiante igual a da sua avó Sabrina. – Os da minha casa, Ravenclaw, são inteligentes, espertos, bem-humorados, excêntricos, fechados, rancorosos e muitos não se dão bem com seus erros. Alunos da Hufflepuff são bastante gentis, bondosos e muito simpáticos. São também ingênuos, humildes, sinceros (alguns até demais), leais e covardes. Os da casa Slytherin são os mais sedentos pelo poder, mas não leve a pensar que são arrogantes e coisas do tipo, eles são legais. Eles são ambiciosos, determinados, criativos e astutos. – ela dera uma breve pausa, vendo que Adam estava muito interessado e completou com algumas coisas. – Gryffindor não da bem, de jeito nenhum, com os Slytherin, existe uma rixa há séculos. Slytherin não gosta dos Hufflepuff. Os Puffs dão bem com todos da escola. Ravenclaw não gosta dos Gryffindor. E por fim os Slytherin dão bem com os Ravenclaw. Mas não são todos alunos que são assim, estou generalizando demais, é claro.



           Os dois se calaram. Adam pensou em todos os adjetivos que escutou. Pensou bem e parecia que se encaixava bem na casa de Dona Sabrina mesmo, Hufflepuff. O garoto vira outro menino vindo em direção deles, era Igor, aquele que também entrará no colégio no mesmo ano que Adam.



           - Sara, tua mãe te chamas, acho que é para tu e Augusto irem buscar alguma coisa, em algum lugar. – Adam percebera que seu sotaque era diferente, falava um pouco para dentro.



           - Com o Augusto?! Tinha que ser com ele? Vou ir lá pra dar um jeito nisso. Beijos pra vocês dois. – ela se levantou e dirigiu para o local onde encontraria sua mãe.



           Os dois garotos ficaram ali, observando Sara indo se encontrar com a mãe. Em um gesto brusco e rápido Igor se sentou a frente de Adam, foi tão imprevisível que ele se assustou com o primo que nunca viu antes.



           - Olá, meu nome é Igor, mas tu já sabes! – dera um sorriso. Adam continuava assustado com o garoto. – Poderemos pegar o trem juntos para Strambo. E é verdade que irá para Hufflepuff?



           - Ah... espero que sim. – Igor levantou o polegar bem próximo do rosto de Adam curtindo a sua frase.



           - Que fixe! Provavelmente seremos da mesmíssima casa.



           - Você morava por perto? Nunca te vi e você fala de modo diferente. – perguntou Adam com a cara absolutamente intrigada.



           - Ah claro, nem te contei. É não sou daqui, sou de Portugal e vim para o Brasil faz algumas semanas. – ele colocou a mão na nuca e sorria meio sem jeito.



           - Sério? Que bacana... mas por que veio para cá? – com a voz intrigada novamente.



           - Tudo bem, contarei toda a história. Desculpe-me, mas gosto de falar. – respirou fundo e prosseguiu. – Meu pai fora trabalhar no governo bruxo de Portugal há mais ou menos quinze anos. Lá ele conhecera minha mãe, Teodora, que é uma bruxa portuguesa. Tiveram um romance e tal, odeio essas coisas melosas. – fez uma cara de desprezo e continuou. – Disto nascera eu e minha maninha, Mariana. Quando fiz onze anos entraria para Bauxbaton ou para Hogwarts, sempre preferi Hogwarts, porém eu não poderia conseguir uma vaga nestes colégios, visto que eu não falo o francês e os bruxos ingleses detestam estrangeiros, assim não são de abrir vagas para quem vem de fora do país. Papai dissera que no Brasil, tinha uma escola muito semelhante com Hogwarts, uma que seguia seus ideais e que ele já tinha estudado, Escola de Feitiçaria Strambo. Então ele pediu uma transferência e viemos para cá. Fim. – sorriu, depois de falar muito rápido e embolado, Adam ficou confuso.



           - Nossa, que legal. Bom que entrará junto comigo, porque meu primo Alan não entrará mais comigo. Porque há dois anos... – Adam engasgara antes de falar, respirou fundo e disse. – Há dois anos ele... faleceu.



           - Meus sentimentos. – fizera um breve silêncio, que foi quebrado pelo menino de cabelos lisos e negros, Igor. – Agora, pense que isso passou e vai entrar comigo.



           Adam sorriu, eles continuaram a conversar até o final da festa, onde tiveram de se despedir, porque todos familiares já estavam se retirando. Tia Agnes segurava para não chorar, despedia-se de todos. Ela amava ver a família reunida.



           Quando Felipe, Julieta e Adam se dirigiram à lareira, chegou Augusto com um largo sorriso no rosto, parecia até hipnotizado. Entraram dentro da lareira e, mais uma vez, entre chamas verde-esmeralda reapareceram na sala de casa.


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