Dica um: elogios

Sentado em uma das poltronas do Salão Comunal da Corvinal, Scorpius abriu o velho livro de Harry. Abriu na primeira dica, havia tantos textos quanto ilustrações.

“Elogie-a:

Mulheres amam quando os homens as elogiam. Por mais simples que seja o elogio, como elogiar um encantamento ou suas vestes. Mas pense bem antes de falar, pois elas podem interpretar de outra forma e...”

Scorpius fechou o livro. Já sabia uma dica: elogios.

Elogiaria seus cabelos, estavam sempre lindos.

– Oi Rose, - ele disse quando a ruiva apareceu – seus cabelos estão lindos. – o loiro imediatamente soltou aquilo.

– Jura? – a ruiva exclamou, com um olhar letal – Você não disse isso, disse? – ela falou entre dentes.

– Hum... disse... – ele se arrependeu imediatamente de ter aberto a boca – Qual o problema?

– Qual o problema? Olho só pra isso! – Rose gritou, apontando para os cabelos. Eles estavam presos e pareciam os de sua mãe, só que ruivos – Estou parecendo um leão!

– Mas leões têm a juba tão linda! – Scorpius disse, tentando amansar a fera.

– Você quer dizer que meu cabelo é pior que a juba de um leão? – ela gritou.

– Não... não foi... Ah meu Deus! – ele disse, totalmente confuso. Rose estava em um dos seus péssimos dias – Rosinha me desculpe! Não foi minha intenção lhe ofender!

– Não precisa pedir desculpas... Estou meio alterada hoje. Ontem depois do jantar o Alvo ficou implicando comigo. – ela disse, agora um pouco mais calma – E não dormi bem essa noite... Pra piorar meu cabelo está uma droga!

– Eu os acho lindos. – o loiro disse sorrindo – Principalmente quando eles refletem a luz do sol. – ele completou baixinho.

– O que disse? – Rose perguntou sorrindo.

– Que seus cabelos são lindos.

– Depois disso.

– Nada...

– Tudo bem... – ela disse ainda sorrindo, puxando a mão dele – Vamos tomar o café da manhã... Estou morrendo de fome!

Os dois saíram em direção ao Salão Principal. No caminho encontraram Alvo e Dominique.

– Alvo, vem cá. – Scorpius disse.

– Que foi, cara? – o garoto o perguntou.

– Sabe aquele seu livro? – o moreno acenou com a cabeça – Então... eu o peguei.

– Você o que? – Alvo exclamou rindo alto – Quer dizer que o Scorpius Bonitão não consegue arranjar uma garota?

– Cale a boca, seu demente! – o loiro exclamou, corando.

– Ah não acredito! Quem é a próxima vitima?

– Próxima vitima? – Rose indagou chegando perto dos dois – Ah meu Deus! Scor, você tá bem?

– Sim, por quê? – o garoto disse abaixando a cabeça enquanto Alvo ria ainda mais.

– Você está mais vermelho que o meu cabelo! Você está com febre. – ela afirmou, convicta.

– Não é isso não, Rose! É que ele está com vergonha! – Alvo disse passando o braço pelos ombros da ruiva.

– Com vergonha de quê?

Alvo não respondeu, apenas riu.

– Al, você pode fazer o favor de calar a boca! – Dominique exclamou – Todos estão olhando.

– Que olhem! – ele disse rindo ainda mais.

– Vamos sair daqui. – disse Scorpius pegando a mão de Rose.

– AH! Não precisa me falar quem é sua vítima! Eu já sei! – Alvo gritou, malicioso.

– Do que ele estava falando? – Rose perguntou quando os dois se sentaram à mesa da Corvinal.

– Asneiras. Ele estava falando asneiras...

– Sei que ele estava falando asneiras, mas sobre quais asneiras?

– Acho que não posso dizer... Meu pai pediu para manter segredo, mas contei para Alvo. Agora vou ter que aguentar seus deboches! – o menino mentiu descaradamente.

– Ah tudo bem. – ela pareceu acreditar.

 ***

Scorpius, Rose e Alvo estavam saindo da aula de Poções. Uma intensa aula, pois Alvo estava com dor de cabeça.

– Se você não tivesse trocado bezoar por begônia, o resultado não seria tão desastroso. – Rose comentou.

– Ah! Você fala assim porque é a melhor da turma. – Alvo protestou.

– Não, ela fala isso porque se você tivesse colocado o bezoar nada disso teria acontecido. – Scorpius disse.

– Ah! Jura? – Alvo olhou para ele com uma expressão engraçada.

– Nós não estávamos falando de coisas óbvias? – o loiro retrucou.

– Hum... – o moreno fez esse barulho malicioso enquanto cutucava com o cotovelo as costelas do amigo – Está elogiando Rose! – ele sussurrou, foi uma afirmação – Primeira dica do livro? – ele continuou a sussurrar.

– Cale a boca. – Scorpius retrucou rindo um pouco.

– O que tanto cochicham? – Rose interrompeu a conversa, se pondo no meio dos dois – Estão piores que meninas.

– Assuntos particulares. – Alvo disse, na tentativa de fazer uma voz fina de mulher, mas não deu certo.

– Você é tão sem graça! – a ruiva exclamou.

– Então por que ri das minhas piadas? – o moreno indagou de uma forma engraçada, a fazendo rir.

– Sua risada é tão gostosa. – Scorpius soltou aquilo e só se deu conta do que disse quando a ruiva o encarou.

– Awn! Scor, você é tão fofo! – Rose exclamou abraçando-o.

– É, Scor, você é um lindo!!! Eu piro por você!!! – Alvo exclamou e os três riram.

Scorpius ficou satisfeito consigo mesmo, conseguira o que de manhã falhara ao tentar. Ela aceitou aquele elogio e ainda o abraçou. E seus cabelos, apesar de estarem extremamente armados, ainda cheiravam a rosas.

Os três foram jantar e depois passaram mais algum tempo juntos na biblioteca, mas a caquética Madame Pince os tirou de lá quando as risadas se tornaram excessivas.

Eles conversavam sobre humor trouxa, que, como todos concordavam, era melhor que o humor bruxo. Não que fosse totalmente ruim, mas as piadas sobre o “tio Voldy” e o seu não existente nariz já perderam a graça. Na opinião de Scorpius, apenas uma pessoa a contava bem e o fazia rir quando o fazia. Mas o problema é que essa pessoa o “odiava”. Afinal, apesar de bom piadista, Rony é realmente muito ciumento, principalmente quando se tratava da esposa e da filha.

– Bom, acho que vou dormir. – Alvo disse ao saírem da biblioteca – Boa noite.

– Boa noite, Al. – Rose respondeu, soltando um bocejo – Também quero dormir.

– Então vamos. – Scorpius disse e os três subiram todas as escadas em direção às torres.

Ao chegarem ao Salão Comunal, Scorpius viu outra oportunidade para elogiá-la.

– Boa noite, Rosinha. – ele disse – A transformação que você fez na aula de Transfiguração hoje foi genial! – ele completou.

– Obrigada, Scor. – ela sorriu – Seus feitiços também são geniais. – ela acrescentou dando-lhe um beijo na bochecha.

Ela rumou para o dormitório feminino e deixou o loiro com um sorriso de orelha a orelha.

Placar total:

Scorpius 1 x 0 Problemas amorosos

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