Como ele conseguiu o livro

Depois das férias natalinas, Rose e Scorpius estavam sentados em uma cabine esperando Alvo chegar.

– Olha o que eu achei nas coisas do meu pai, Rose. – Alvo exclamava animado, mostrando a ela e Scorpius o livro que achara em sua casa – Ele me disse que seu pai o deu.

Scorpius olhou bem para a capa velha e leu “Doze Maneiras Seguras de Encantar Bruxas”.

– Sobre o que se trata? – ele perguntou, já sabendo a resposta.

– Para um garoto da Corvinal, até que você é bem lerdo. – Alvo disse rindo do loiro.

– Al, não fale assim! – advertiu-o Rose – São, basicamente, maneiras de como fazer uma garota se apaixonar por você. – ela respondeu, se virando para Scorpius e colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Gesto que prendeu a atenção do loiro – O que eu acho uma bobagem completa, afinal, nós não somos tão complicadas!

– Não? – Alvo exclamou, divertido – Diga isso à Dominique!

– Não preciso dizer. – a ruiva exclamou, por um segundo, parecendo seu pai – Ela já sabe!

– Você me lembrou o tio Rony! – o moreno riu – Mas todos sabem que é tão geniosa quanto ele!

– Fique quieto! E você, Scorpius? Não presta nem pra me defender? – ela exclamou se irritando.

– Mas é verdade... – ele concordou baixinho – Você e seu pai são igualmente nervosos! Eu não me esqueci no dia que fui lá e ele me espantou com uma vassoura! Acho que nunca vou esquecer!

– Imagina se vocês se casassem! Por Merlin! – Alvo exclamou rindo – O Tio Rony mataria os dois! Nem sei se dessa vez sua mãe e meu pai o segurariam!

– Que casar o quê? Esqueceu-se que somos só bons amigos? – Rose exclamou, exasperada. Scorpius pareceu murchar como um balão ao ouvir esse comentário.

– Afinal, por que trouxe esse livro? – o loiro perguntou, tentando mudar de assunto.

– Acho que vou emprestá-lo ao Hugo. – ele olhou significamente para Rose – Só ele a supera em “desastres amorosos”!

– Alvo! Pare com isso! – Scorpius disse – Não vê que ninguém se agrada com seus comentários? Acho que passou tempo demais com Tiago nessas férias.

– Pensei que era meu amigo. – Rose disse, fazendo um falso biquinho.

– Mas eu sou! – Alvo protestou. Rose alcançara o seu objetivo.

Nesse instante a bruxa com o carrinho de doces passou.

– Vou comprar todos os doces que você quiser. – ele disse para Rose e se levantou, indo em direção ao carrinho.

– Bela chantagem emocional. – Scorpius sussurrou para ela enquanto Alvo se ocupava com os doces.

– Estou aprendendo com a melhor. Mamãe sempre faz isso quando quer alguma coisa que meu pai não quer. – ela respondeu rindo.

O sorriso dela fazia com que Scorpius entrasse em transe. Ele estava se apaixonando gradualmente pela ruiva. A saudade que sentira dela, durante esses poucos dias afastados, fora avassaladora.

Alvo despejou uma gigantesca pilha de doces sobre o banco que estava sentado, sozinho, e saiu da cabine.

Cabelos cor ferrugem foram vistos quando Dominique o abraçou. Scorpius esperou que eles entrassem, mas não o fizeram. Os grifinórios partiram para outra cabine.

– Atacar! – Rose disse, levantando um dos braços.

– Às vezes você me lembra os memes. – Scorpius disse rindo – Mas um meme ruivo!

– Então você se interessa por humor trouxa? – Rose perguntou colocando mais um sapinho de chocolate na boca. Outro gesto idêntico ao do pai.

– Quem não gosta do tumblr? – ele respondeu à pergunta fazendo outra.

– Tem razão! – Rose riu – Mas se eu não tivesse lhe apresentado, você nunca criaria um.

Scorpius riu e se juntou à ruiva com os doces. Conversaram sobre assuntos banais, como redes sociais e séries de livros.

– Rose, Scorpius, precisam ver uma coisa! – Molly e Lucy Weasley apareceram à porta da cabine.

– O que é? – a ruiva perguntou se animando – Vamos, Scorpius! – ela falou puxando o garoto pela mão.

– Alcanço vocês, podem ir à minha frente. – ele respondeu e as três ruivas saíram dando risadinhas.

Ele se virou para o banco cheio de doces e embalagens. Viu a capa do velho livro. Pegou-o rapidamente, enfiando em seu malão e saindo em seguida. Ele saberia que Alvo não se importaria, pois, ao contrário dos pais, os dois eram bons amigos.

Ele seguiu as três cabeças flamejantes – que se eram vistas a quilômetros de distancia – e se deparou com uma cena nada mais do que ridícula. Uma garotinha, aparentemente do terceiro ano, estava beijando Hugo à força. Lily Luna ao lado deles, presa por finas, porém úteis, cordinhas.

Logo toda a família - Weasley e Potter – estava reunida em volta da cômica cena.

– Larga meu irmão sua mini-monstra! – Rose exclamava puxando a garotinha enquanto Hugo empurrava.

As duas acabaram sentadas no outro banco da cabine.

– Por tudo o que é sagrado! – disse Hugo, soltando Lily – Por que fez isso? – ele disse olhando para a garotinha.

– É, sua coisinha! Por que fez tudo isso?! – disse Lily indicando os vergões que a corda fizera.

– Porque ele é lindo. – a menininha disse e se retirou, sem antes dar uma pisada forte no pé de Rose.

Alvo não se agüentava em pé, devido o riso.

– Alguém deveria ter gravado isso! – ele limpava as lágrimas.

– Cale a boca! – Lily e Hugo exclamaram juntos.

– Vamos sair daqui. – Scorpius disse à Rose, puxando Alvo.

– Acabou o show! Podem sair daqui! – a ruiva exclamou, parecendo nervosa.

Quando chegaram à cabine Alvo ainda ria.

– Pare! – Rose exclamava sem parar – Não tem mais graça, Al...

– T-t-tem si-sim! – ele gaguejava rindo ainda mais.

– Cale a boca, Alvo! – Scorpius gritou, ficando irritado – Não é legal você rir assim do Hugo! Aposto que você não gostaria se uma primeiranista viesse aqui e te agarrasse à força!

– Não é disso que estou rindo! – disse respirando fundo – Estou rindo da minha irmã presa! Vocês acham que ela gosta do Hugo?

– Não sabemos! Mas queremos que pare já com essas risadinhas! – Rose retrucou.

– Tudo bem, tudo bem. – ele disse erguendo as mãos em forma de protesto. – Mas acho que não vou precisar mais emprestar o livro ao seu irmão. – ele disse e olhou para o banco à frente, que estava cheio de doces e embalagens vazias – Ei! Onde está o livro?

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