O Brilho da Noite
Nathan nunca estivera tão inseguro.
Passara o dia todo se perguntando se tudo daria certo. Não queria que nada estragasse a noite, seu irmão tivera um susto quando descobrira que Nathan os convidou para ir com Zara na "caça ao tesouro".
Nathan não tinha roupa alguma para ir ao jantar, então colocou um enorme casaco que Buddy lhe dera. Não era tão bonito, mas aquecia do frio. Aparentemente, era desgastado.
Nathan estava no quarto em que o diretor deixara os irmãos ficarem até tudo terminar. Ele olhou para o espelho, e se perguntou: Será que Zara irá gostar de mim? Tanto quanto eu gosto dela?
Kevin entrou no quarto radiante, segurando vários pacotes.
- Olha, Nathan! Buddy comprou meu material escolar para esse ano! Inclusive essa varinha... Vai servir até eu comprar uma que seja realmente compativel a mim! - ele ergueu uma varinha um pouco torta. - Você gosta mesmo da tal da Zara?
- Acho que sim. - disse Nathan. - Mas não sei se ela gosta de mim.
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Zara vestira um vestido longo e simples, era preto azulado, Zara sempre o usava em eventos especias. Nunca descobriu quem realmente havia lhe dado: o pacote com o vestido estava debaixo da sua árvore de natal, e com um bilhete escrito: Para a minha querida Zara. Mas Zara deduziu que o presente era de seu tio, que nunca havia assumido que era realmente seu tio.
Ela usara pela primeira vez um perfume, chamdo Night Goddess, o aroma era doce e leve, praticamente irresistivel. - Zara demorou para tomar coragem e usá-lo, pois estava com pena de gastar cada gota do perfume.
Em sua cintura, ela amarrou uma fita de pano branca, e fez um laço. Era mesmo aquilo que faltava para completar seu visual. Ela se olhou no espelho e sorriu. Estou me arrumando para um encontro. Não dá pra acreditar.
Ela calçou um salto alto preto, que estava velho, mas era o único que ela tinha. Caminhou até a enfermaria, radiante. Sempre estava com sua varinha em uma das mãos, pois ela sempre foi bem previnida.
Zara conseguiu avistar Nathan em frente a enfermaria, olhando para todos os lados, procurando-a. Ela acenou, e ele respondeu com um sorriso.
Ela parou ao seu lado, e ele disse:
- Onde vamos jantar?
Zara pegou a mão de Nathan e começou a andar.
- Venha comigo!
Nathan ficou vermelho como um pimentão.
Zara o levou para a Sala Precisa. Quando abriram as portas, estavam em um enorme salão, uma janela enorme com cortinas vermelhas em volta, e com vista para a Lua e as estrelas. No chão, havia velas, que iluminavam o salão. No centro, havia uma mesa completa, com dois pratos de macarrão com molho vermelho - o prato predileto de Zara. Tudo estava lindo.
Os dois se sentaram um a frente do outro, Zara sorriu para Nathan, e ele sorriu de volta.
- Você está linda.
- Obrigada... Você...
Nathan não deixou ela terminar.
- Não - ele disse - estou mal vestido... Não precisa me elogiar.
Ela riu, sem graça.
- Bem, vamos começar a comer. - disse Nathan.
- Sim, estou com muita fome.
O jantar foi lindo. Os dois conversaram sobre os gostos um do outro, conversaram tantas coisas, riram bastante. Eles terminaram o macarrão e continuaram conversando, até que não tiveram nenhum assunto para conversar. Um olhou para o outro, e se levantaram. Minutos antes de saíram da Sala Precisa, eles foram se aproximando cada vez mais do rosto um do outro, até seus lábios estarem selados.
Os dois perceberam naquele momento: estavam perdidamente apaixonados um pelo outro. Nathan se perguntou o por quê que nunca havia a encontrado. Ela parecia perfeita.
Aproveiete cada segundo, aproveite cada segundo. - pensava Zara, pegando a mão de Nathan.
Os lábios se soltaram. Zara queria que durasse mais.
- Zara... Eu...
Os olhos de Nathan brilharam. Zara o encarou, como se soubesse o que ele iria dizer.
- Eu amo você. - murmurou Nathan.
Zara soltou a mão de Nathan. Ela olhoupra ele, e os olhos dela se encheram de lágrimas.
- Zara? - disse Nathan, vendo ela abrir as portas da enfermaria e correr chorando pelos corredores.
Os pensamentos não paravam. Ele disse que me ama. Como matarei o irmão dele agora? Como irei olhar naqueles mesmos olhos depois da morte de Kevin? Como suportarei o ódio de Nathan? Por que um amor tinha que ser tão dificil?
Zara sabia que Nathan não merecia sofrer. Mas seu dever era matar Alceu. Alceu apenas traria mais sofrimento para mais pessoas. O destino de Kevin era morrer? Será mesmo?
Quando ela se deu conta, já estava deitada em sua cama, chorando de culpa.
Meu destino é sofrer? Sofrer para sempre? - ela afundou a cabeça no travesseiro, e como sempre, não queria dividir suas magoas com ninguém.
Comentários (1)
E parece que o Nathan acabou de salvar a vida do irmão! Porque agora com o jantar e tudo o mais, acho que a Zara não vai mais conseguir matar o Kevin, e vai acabar desistindo dessa vingança. Quero ver agora é a reação de Nathan, já que ela saiu correndo. Ótimo capítulo!Dani.
2013-07-20