Capítulo XII





Levantar na manhã seguinte foi o passo mais difícil para Rose Weasley. Há pouco mais de dez minutos ela estava acordada, mas se recusava a se mexer, esperando que, talvez, a noite passada e o turbilhão de sensações que ela sentiu teriam sido apenas surtos de sua mente potencialmente perturbada.


Por Merlin, se tudo o que aconteceu na noite passada foi real – e, infelizmente, ela tinha quase certeza que sim – Scorpius Malfoy quase conseguiu um beijo seu de livre e espontânea vontade. Ela não sabia o que era pior: o constrangimento por terem sido interrompidos e trazidos a força de volta a realidade ou a raiva por ela quase ter cedido aos encantos de Scorpius Malfoy.


– O que está acontecendo com você, Rose Weasley? – Ela sibilou par si mesma.


Ela suspirou pesadamente e virou o rosto para a janela, onde a luz fraca da manhã entrava. Rose não estava com a menor vontade de levantar e, por tanto, afundou-se um pouco mais no emaranhado de cobertas. Estava decidido, ela tentaria não ver o Malfoy naquele dia. Precisava tentar esquecer a noite anterior, então, nada melhor que passar o dia todo na cama e sofrer uma overdose de açúcar para ignorar os problemas.


Ela estava quase sorrindo com a decisão que havia tomado quando a porta se abriu em um rompante e por ela seu amado irmão entrou sacudindo os cabelos levemente molhados. Hugo Weasley nem se deu ao trabalho de desejar bom dia, estava animado demais para se lembrar de sua educação.


– Estamos indo para Hogsmead em uma hora, maninha. – Ele anunciou fazendo com que Rose gemesse de insatisfação ao se lembrar de que a maioria dos primos estaria reunida no Três Vassouras aquele dia.


Ela não queria levantar da cama, quanto mais ir à Hogsmead.


– E o que eu tenho a ver com isso? – A voz dela saiu abafada devido ao fato de ela ter se enfiado ainda mais dentro das cobertas. – Tenha dignidade e me deixe dormir.


– Eu te deixaria dormir, se não fosse o fato de que Lílian me disse pela lareira que se você não fosse, ela viria te buscar pessoalmente. – Hugo falou, abrindo um sorriso ao se lembrar da breve conversa matinal que teve com a prima.


Rose, por sua vez, apenas gemeu ao perceber que seu irmão estava certo. Lílian Luna Potter não descansaria até saber de todos os detalhes da noite anterior e ela sabia tão bem disso que já se via corando diante das prováveis perguntas efusivas da prima.


– Okay, Okay. – Ela se deu por vencida enquanto jogava as cobertas para o lado. – Eu já vou levantar.


– Muito bem irmãzinha. – Hugo respondeu com um entusiasmo que fez Rose erguer os olhos incrédulos. – E a noite de ontem, como foi? – Ele perguntou parecendo realmente interessado.


– Foi legal. – Rose respondeu ríspida enquanto levantava, calçava as pantufas e se dirigia para o banheiro.


– Legal? – Hugo repetiu a afirmação da irmã inconsolável. – A maioria das garotas estaria pulando de alegria por ter sido apresentada a família do namorado. – Ele constatou quando ela já estava no banheiro fazendo a sua higiene pessoal.


– Já devia ter percebido que eu não sou como a maioria das garotas! – Hugo ouviu a resposta mal criada da irmã sair abafada pela porta que separava o quarto do pequeno banheiro e riu.


Conhecendo a irmã como ele sabia que conhecia, Hugo sabia que havia alguma coisa no meio daquele namoro. Mas assim como ele tinha certeza de que havia algo de estranho entre sua irmã e o Malfoy, ele tinha certeza de que Rose não contaria nada a ele. Sendo assim, Hugo simplesmente deu de ombros e se dirigiu para a saída do quarto, mas não sem resistir ao ímpeto de fazer um comentário maldoso para irmã.


– Quando for trocar de roupa, tente trocar o seu humor também! – Ele disse, recebendo de Rose apenas o silêncio de quem estava preocupada demais com outros assuntos para se interessar em responder as provocações de seu irmão mais novo.


Rose Weasley encarou o espelho algumas vezes e suspirou irritada. Aquele dia seria potencialmente destrutivo.


**


Scorpius Malfoy estava sentindo o sangue pulsar em ansiedade enquanto caminhava pelos corredores da mansão em direção a cozinha para o café da manhã. Por mais perturbador e estranho que pudesse parecer, ele havia pensado nos lábios avermelhados da Weasley praticamente a noite toda e, mais do que nunca, ele se via tentado a mandar seu autocontrole ao inferno.


Se fosse avaliar pela noite passada, a Weasley não parecia ser, nem de longe, aquela garotinha sem graça com quem ele costumava implicar na escola. Ele não era hipócrita ao ponto de dizer que a garota não mexia com ele, mas era esperto o suficiente para ter certeza de que deveria tomar cuidado daquele momento em diante.


Rose Weasley era fogo. E com fogo não era prudente brincar, simples assim.


Andou calmante pelos corredores da mansão, tentando inutilmente colocar os seus pensamentos em ordem. Tinha duas prioridades para aquele dia: a primeira, era tentar esquecer os lábios da Weasley; e a segunda e mais importante, era descobrir se aquela parte do plano tinha dado certo. Por mais hipócrita que pudesse ser aquele pensamento, Scorpius desejava profundamente que seus pais tivessem acreditado na farsa também.


Os visualizou já tomando o desjejum. Enquanto Astoria bebericava calmamente uma xícara de café, Draco Malfoy estava com os olhos presos no Profeta Diário. Scorpius suspirou pesadamente antes de andar o mais calmo que pode em direção ao seu lugar na mesa.


– Bom dia. – Ele disse, fazendo com que as duas pessoas mais velhas ganhassem a sua atenção.


Draco Malfoy respondeu ao cumprimento do filho com um aceno de cabeça, enquanto Astoria o brindou com um de seus melhores sorrisos, o fazendo se sentir ligeiramente mais confortável.


Tomou o café da manhã tranquilamente, enquanto tentava controlar seus nervos na medida em que Astoria Malfoy se desmanchava em elogios para a sua ‘namorada’. O plano estava dando certo, e ele deveria se orgulhar disso. Mas as coisas estavam saindo de controle, afinal, sua mãe havia gostado demais de Rose Weasley. E isso não era muito bom. Astoria Malfoy sofreria um golpe e tanto quando eles rompessem.


Deu graças aos céus quando uma coruja estranhamente marrom entrou pela janela levemente aberta no recinto. Qualquer coisa que o distraísse de seus pensamentos culpados o deixaria feliz. Até mesmo aquela coisa. Não importava quanto o tempo passasse, Scorpius Malfoy sempre reconheceria aquela caligrafia que estava caprichosamente estampada na parte da frente do envelope.


Sentindo uma série de espasmos que ele fez questão de ignorar, o Malfoy prontamente tirou o pergaminho de envelope, o desdobrando em seguida, sob os olhos curiosos e nada discretos de Astoria Malfoy. Visivelmente desconfortável, ele tentou esconder o máximo que pode a carta da mãe que, para sua imensa sorte, estava sentada na sua frente.


Não seria muito bom que Astoria lesse uma linha daquela carta, afinal, se ele conhecia bem Rose Weasley, aquelas palavras deveriam estar transbordando de ironia. Sorriu enviesado quando constatou que estava correto.


Bom dia Malfoy (é melhor que ninguém esteja lendo isso junto com você)


Como dormiu? Sinceramente, espero que muito mal. Enfim, não vou ficar perdendo meu tempo escrevendo uma carta para você. Só vim avisar que nós vamos almoçar em Hogsmead. E quando digo nós, me refiro a você, meus primos e eu.


E não faça essa cara de quem comeu e não gostou, eu tentei evitar, mas aparentemente, James tem algo muito importante para nos contar, conforme Lilian me disse quando eu lhe mandei um patrono a xingando.


Me pegue as onze. E não se atrase.


Sem amor,


R. Weasley.


Assim que terminou de ler a carta, Scorpius teve vontade de dizer uma palavra bem baixa, mas sua mãe lhe encarava com os olhos tão brilhantes que ele se viu incapaz de fazer isso. Pelo contrário, ele respirou fundo e presenteou a mãe com o seu melhor sorriso.


– Vou almoçar com Rose e os primos dela em Hogsmead hoje. – Ele anunciou, fazendo com que Draco levantasse os olhos do jornal e o olhasse divertido.


– Boa sorte. – Ele disse não se intimidando com o olhar duro que a mulher lhe direcionou.


Scorpius, por sua vez, não rebateu. Draco estava certo, afinal, ele precisaria de muita sorte e muito autocontrole para sobreviver aquele dia. E aos que se seguiriam até o ano novo.


**


Vestida com um jeans surrado, moletom e all star, Rose Weasley andava impaciente pela sala de sua casa enquanto esperava Scorpius Malfoy, que estava atrasado. Completamente e imperdoavelmente atrasado.


Hugo já havia saído de casa – iria encontrar Lilian na casa dos Potter – e seus pais também, de maneira que ela se sentia aliviada por não ter que fingir afeto ou o que quer que fosse pelo Malfoy quando o encontrasse. Estava tão distraída e perdida com seus pensamentos que saltou para trás com o susto ao ouvir a campainha finalmente soar.


Dando uma ajeita no cabelo e nas roupas com as mãos, ela marchou decidida até a porta e a abriu abruptamente, corando assim que encontrou os olhos incrivelmente cinzas do Malfoy a encarando. Maneou a cabeça tentando afastar as lembranças da noite anterior e mascarou a vermelhidão da pele com uma expressão de poucos amigos.


– Você está atrasado. – Ela disse azeda, o que fez com que o Malfoy franzisse as sobrancelhas intrigado.


– Me desculpe amor. – Ele disse calmamente, fazendo com que a Weasley revirasse os olhos.


– Não tem ninguém em casa, me poupe do seu charme barato. – Ela retrucou ao mesmo tempo em que voltava para dentro, deixando espaço para que o Malfoy também entrasse.


Enquanto ela pegava a bolsa em cima do sofá, o Malfoy a encarava com divertimento.


– Charme barato? – Ele questionou irônico. – Você não pareceu pensar assim ontem a noite.


Rose Weasley sentiu a pele formigar mais uma vez e, irritada consigo mesmo, ela apenas colocou a bolsa transversal e o olhou com desdém.


– Eu devia estar louca ontem à noite. – Ela disse marchando para fora de casa sendo seguida pelo Malfoy, que não conseguia reprimir o riso.


– Mau-humor matinal, Weasley? – Ele questionou fazendo com que a garota o fuzilasse com os olhos e ele erguesse as mãos em sinal de rendição. – Tudo bem, tudo bem. Para onde vamos, Mademoiselle? – Ele perguntou fazendo uma leve reverência.


– Para o Três Vassouras, em Hogsmead. – Ela respondeu enquanto tentava reprimir o riso devido a falsa pose de cavalheiro dele.


Scorpius Malfoy sorriu enquanto se aproximava da Weasley, trazendo-a para mais perto de si. Com a cintura da ruiva segura em seus braços, ele aproximou a boca do ouvido da Weasley, sussurrando em seguida.


– Seu desejo é uma ordem. – Ele disse enquanto observava com certa diversão a pele alva do pescoço dela se arrepiar ao seu toque.


Depois disso, ele aparatou com ela. O que evitou os socos e pontapés que certamente viriam depois daquele ato.


**


– Eu ainda não entendi por que você convidou esse cara. – Hugo disse para a prima enquanto caminhavam pelas ruas geladas de Hogsmead.


Lílian revirou os olhos pela milésima vez naquele dia, embora tentasse esconder um sorriso vitorioso que insistia em aparecer nos seus lábios. Ambos se encaminhavam para o Três Vassouras, acompanhados de uma figura, no mínimo, intrusa na opinião de Hugo Weasley.


– Deixe de implicância, Anthony é um cara legal. – Lilian defendeu o Zabine que sorriu zombeteiro na direção do Weasley.


– É, Weasley. – Ele concordou. – Eu sou um cara legal.


Irritado, Hugo se dignou a olhar para as prateleiras das lojas e, portanto, não viu o sorriso cúmplice que Anthony e Lilian trocaram, seguido de risinhos, na tentativa de segurar as gargalhadas.


– Se vocês me derem licença, eu vou fazer uma coisa. – Hugo disse emburrado, parando de andar de repente.


– O que vai fazer Hugo? – Lilian questionou levemente incomodada.


– Não é nada demais. – Ele respondeu. – Encontro você no Três Vassouras mais tarde.


Hugo não esperou o consentimento de Lilian e, muito menos a autorização do Zabine. Ele simplesmente girou nos calcanhares e começou a andar de volta a entrada do vilarejo. Se Lilian achava que poderia ter tudo sob controle, Hugo mostraria a ela que as coisas não funcionavam daquela maneira. E que ele não esperaria ela tomar uma decisão.


– Você acha que isso vai dar certo? – Ela questionou ao Zabine quando voltaram a caminhar.


– Já está dando certo, Potter. – Ele retrucou irônico. – Não viu a forma como ele saiu daqui?


Lilian soltou um longo suspiro e, prendendo o casaco um pouco mais contra o corpo, respondeu.


– Para o seu bem, Zabine, espero que saiba o que está fazendo.


**


Assim que aparataram em Hogsmead, Rose Weasley encarou Scorpius Malfoy tentando reprimir a raiva latente.


– Você precisa parar com essa mania de se aproximar de mim de repente! – Ela disse enquanto desembaraçava os cachos do cabelo ruivo com os dedos e tentava acalmar as sensações que os sussurros de Scorpius lhe causaram. – Fala sério Malfoy! – Ela bradou, tapando a boca em seguida.


Scorpius riu da falta de jeito dela e se aproximou mais uma vez, dessa vez não muito, só o suficiente para que pudesse oferecer sua mão para que a Weasley segurasse. Relutante, Rose entrelaçou seus dedos nos dele e ambos começaram a caminhar.


– Não coloque tudo a perder agora que chegamos tão perto. – O Malfoy disse em voz baixa. – Vamos estar em um local público, então controle seus nervos.


Rose Weasley resistiu ao ímpeto de falar uma palavra bem baixa ao Malfoy, de modo que ela simplesmente concordou.


– Tudo bem, você está certo. – Ela murmurou fazendo com que Scorpius franzisse o cenho. – O que foi? – Ela perguntou não entendendo a expressão dele.


– Nada demais. Eu só devo estar em alguma outra dimensão mágica. – Ele respondeu sarcástico. – Rose Weasley acabou de dizer que eu estou certo em alguma coisa, isso é um marco na história bruxa!


A Weasley não queria, mas riu do comentário sarcástico que o garoto fez. Embora ela não ousasse admitir, gostava do senso de humor do Malfoy. E mesmo que ela fosse negar aquilo até a morte, era quase divertido estar com ele.


Cientes de que eles eram alvo de olhares curiosos enquanto caminhavam pelas ruas do vilarejo, os dois seguiram todo o caminho até o Três Vassouras conversando e rindo. E enquanto conversavam, Scorpius Malfoy foi incapaz de não se encantar. Ele não sabia o que era, talvez fossem as expressões, ou os trejeitos que ela fazia com as mãos quando estava exaltada. Ou talvez não fosse nada disso. Ele apenas sabia que, apesar de Rose Weasley não ser o exemplo de garota com quem ele costumava sair, a garota o atraia. E aquilo só poderia significar uma coisa: perigo.


**


O Três Vassouras havia se tornado um ótimo lugar para encontros jovens. Depois de uma reforma que aconteceu um pouco depois de Rose Weasley entrar em seu primeiro ano, o pequeno bar havia se tornado um pub agradável, bem iluminado e com música ambiente de qualidade. Com o aumento da clientela, o lugar ganhou até um segundo andar, local onde os primos Weasley estavam sentados aguardando o casal Weasley/Malfoy chegar. E Hugo também, que havia desaparecido e não tinha dado notícias até aquele momento.


Enquanto Fred, Roxanne, Dominique e Lilian se divertiam com alguns brinquedinhos trazidos diretamente das lojas Weasley, Albus e Anthony conversavam em voz baixa sobre um assunto que não deveria ser ouvido por mais ninguém.


– Eu ainda não consigo acreditar que vocês não me contaram nada. – O Zabine disse levemente irritado. – Você, eu até entendo Potter, agora o Malfoy? Nós somos praticamente irmãos! Ele não devia ter escondido isso de mim.


Albus Potter apenas riu de forma sarcástica.


– Não foi tão grave assim Anthony. – Ele disse. – Scorpius só não podia contar, você deveria saber como a minha prima é.


– Não importa, ele deveria ter confiado em mim. Eu não ia sair por aí contando!


– Sinceramente? – O Potter perguntou segurando o riso. – Você está parecendo uma mulherzinha ciumenta.


Anthony Zabine ia revidar com uma resposta bem baixa, mas risos foram ouvidos de modo que ele sentiu Lilian se acomodar um pouco melhor ao seu lado. Em seguida, todos olharam na direção de onde as risadas vinham e, ao menos aqueles que sabiam da farsa, olharam o casal, surpresos.


Rose Weasley e Scorpius Malfoy apareceram no segundo andar do Três Vassouras de mãos dadas e rindo de alguma coisa que o garoto havia falado para ela. Roxanne e Fred, que não sabiam do acordo entre os dois, apenas sorriram, ao passo de que os outros possuíam expressões acusatórias estampadas nos rostos. Principalmente Lilian L. Potter.


– Hey pessoal! – Scorpius cumprimentou assim que se aproximaram da mesa onde os outros estavam.


Todos devolveram o cumprimento, exceto o Zabine que ignorou totalmente o, ao menos em sua concepção, ex melhor amigo. Alienado aquela situação, Malfoy e Weasley ocuparam as cadeiras em frente ao Zabine e a Potter, e foi só então que Scorpius Malfoy percebeu que o melhor amigo ainda estava chateado.


– E então, do que vocês tanto riam? – Lilian perguntou, como sempre direta.


Rose sentiu-se vermelha dos pés a cabeça, ao passo em que o Malfoy apenas sorriu divertido.


– Não era nada demais. – A ruiva respondeu com uma timidez que não fazia o seu feitio. – Scorpius apenas estava me contando uma piada sobre um dragão, um gigante e um pote de doce de abóbora.


A mesa irrompeu em risos escandalosos, vindos daqueles que conheciam a piada. Lilian não havia entendido o motivo das risadas, e perguntou qual era a piada. Mas Albus lhe respondeu que não era nada que sua irmã mais nova precisasse saber, dando a entender que a piada era, no mínimo, nojenta e fazendo com que a garota perdesse rapidamente o interesse em saber o que era.


– Hey Lil’s. – Rose chamou assim que notou algo estranho. – Onde o Hugo está?


– Oh! Ele estava vindo para cá comigo e Anthony. – Ela respondeu desconcertada. – E então, no meio do caminho, ele disse que precisava fazer algo e que nos encontraria aqui mais tarde.


E foi só então que Rose Weasley e Scorpius Malfoy perceberam que Lilian e Anthony estavam sentados lado a lado. E que pareciam estar se dando bem. Como sempre, o Malfoy não perdeu a oportunidade de alfinetar o amigo, mesmo sabendo que, provavelmente, Anthony Zabine falaria alguma coisa que ele não gostaria de ouvir.


– Desde quando você e a Potter se dão tão bem ao ponto de virem para Hogsmead juntos? – O Malfoy questionou franzindo as sobrancelhas.


O Zabine apenas sorriu maleficamente ao mesmo tempo em que colocava as mãos para trás da cabeça e respondia despreocupado.


– E desde quando você e a Weasley se dão tão bem ao ponto de namorarem?


Rose Weasley arregalou os olhos imediatamente e, por segurança, virou-se para o lado encontrando os olhos curiosos de Fred e Roxanne – os únicos que não sabiam a verdade sobre o namoro – sobre eles.


Ela pensou em uma resposta rápida, mas, aparentemente, Dominique Weasley teve uma idéia melhor.


– Ah! Não comecem a discutir, mulherzinhas. – Ela acusou com um sorriso zombeteiro. – Eu estou aqui apenas por que o James disse que precisava nos contar algo! – Ela falou buscando apoio em Lilian com os olhos. – Hey Lil’s, onde está o cabeça de vento do seu irmão mais velho?


Percebendo a intenção da prima, Lilian sorriu.


– Ele disse que conseguiria chegar aqui apenas perto do horário do almoço. – Ela respondeu sorrindo enigmática. – E disse que traria uma surpresa.


– Eu aposto que a surpresa é uma namorada! – Fred respondeu arrancando risos de todos.


Depois daquilo, todos começaram a dar palpites a respeito do que James Sirius Potter podia estar querendo falar. Conversavam tão empolgados que Anthony quase esqueceu que estava brigado com Scorpius. Comiam alguns aperitivos esquisitos em meio às risadas e trocas de olhares furtivos entre Rose e Scorpius, quando mais duas pessoas chegaram.


Mas ao contrário do que todos pensavam, James ainda não havia chegado. Quem estava parado sorrindo como um idiota para todos era Hugo Weasley. Mas ele não estava sozinho, uma garota de cabelos loiros encaracolados estava grudada em seu pescoço e aquilo não poderia deixar Rose e Lilian mais zangadas.


Sentindo os músculos da Weasley se retesarem, o Malfoy segurou fortemente a mão dela por baixo da mesa e a fez o encarar. Imediatamente Rose soube o que ele queria dizer, que não valia à pena. Mas isso não significava que ela estava feliz, não. Nem perto disso.


– O que ela está fazendo aqui, Hugo? – A Weasley ouviu sua voz sair juntamente com a de Lilian, que não possuía uma expressão muito agradável no rosto.


Os irmãos Fred e Roxanne trocaram um rápido olhar que demonstrava diversão, ao mesmo tempo em que Anthony, Scorpius, Albus e até mesmo Dominique já sabiam o que aconteceria naquele almoço: Confusão, certamente muita confusão.




 

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