Primeiro Capítulo

Ela conferiu, pela quinta vez só naqueles dez minutos de espera, sua passagem. Não gostava muito de voar, mas dessa vez não teve outro jeito, pois seu chefe – o terrível Sr. Marshall  – dera uma pequena tarefa á Srta. Weasley, que precisava ser feita. Mas parece que ele não ficou satisfeito em deixá-la em Londres, fazendo questão em mandá-la para a capital italiana apenas para executar um mísero trabalho. Ela bem que poderia aparatar para ganhar tempo, mas a sensação de ser fisgada pelo umbigo e aparecer de repente em outro lugar nunca foi muito apreciada por ela, preferindo assim viajar ao modo trouxa.

Esboçando um sorriso, lembrou-se do comentário de seu pai quando anunciou que viajaria de avião. Ele nunca foi muito fã do transporte, alegando que voar em uma gigante e pesada máquina de metal era praticamente um ato de suicídio, que só os trouxas loucos acreditavam que era seguro. Só isso já desencadeou uma discussão entre seus pais, pois a mãe, que era nascida trouxa, achava o marido um grande ignorante por pensar isso. “Francamente Ronald, você não aprende? Rose, querida, ignore seu pai. É o melhor a fazer nessas situações.” Dizia sua mãe, com um tom de voz só dela.

Suspirou de impaciência. O vôo estava demorando muito, o que era realmente horrível, pois queria chegar logo àquela bendita cidade, trabalhar incansavelmente por três dias, e voltar para casa. Depois disso? Ela teria suas esperadas férias, sem responsabilidades, sem trabalhinhos chatos a fazer, sem chefe ignorante a dar explicações. Seriam só ela, seu apartamento e uma pilha de livros, que ela adorava. O paraíso existe, e está a apenas alguns dias de distância.

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Rose se sentou exausta na poltrona do avião. Infelizmente, o vôo iria decolar depois de duas horas de atraso, isso se mais nenhum imprevisto acontecer para acabar decididamente com sua viagem e, de quebra, com seu dia. Tentou se acomodar na pequena poltrona da aeronave, lamentando-se por não ter aceitado que seus pais pagassem uma passagem na classe executiva. Sacudiu a cabeça em uma tentativa de esquecer esse pensamento mimado e inconveniente. Ela era uma mulher de vinte e três anos, independente e trabalhadora, e nunca aceitaria uma passagem de seus pais, pagaria a viagem com o seu próprio dinheiro, mesmo que fosse para viajar encolhida na poltrona 23-B, da classe econômica.

Com esse pensamento, olhou para a janela ao seu lado. Então sua pequena poltrona tinha uma vantagem, afinal. Poderia apreciar a paisagem a viagem inteira, tendo assim mais um passatempo, além de seu maravilhoso livro, a que se ocupar durante as quase duas horas de vôo. O que restava para saber era quem ocuparia a poltrona ao seu lado, que ainda estava vazia. Com otimismo, pensou que viajaria sem acompanhante, e assim poderia ficar mais espaçosa e acomodada.

Ainda olhando para a janela que mostrava o aeroporto de Londres, ouviu uma voz, com tom mais alto do que era necessário, dialogar com uma aeromoça aflita, que tentava acalmar o passageiro. Olhou de relance para trás, onde vinha o barulho, e imediatamente, seu rosto se esbranquiçou.

E pensar que já fazia tantos anos...

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N/A: Aqui estou eu de novo! Postando o primeiro capítulo de minha segunda fic! Achei primeiro que seria uma oneshot, mas a história foi crescendo e achei melhor fazer uma long dessa vez. Não vai ser muito grande, vou longo avisando. Como todo autor, também quero comentários, viu? Beijos!

Dani

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