O começo da confusão






-Cisne Negro? É algum tipo de ladrão ou assaltante que botou este nome ou sei lá...


-Não, é um cisne mesmo... Ele quer me atacar Six.


-Olha, eu achei que tivesse uma razão realmente boa para você me golpear com uma faca, mas pelo visto você está cada vez mais louca!


-Six, é verdade, eu juro que é verdade pra você...


-Por quais motivos um cisne iria querer lhe atacar?


-Eu não sei, eu não sei...


-Sinceramente, eu achei que de certo modo você ia me explicar o porquê de sua traição a mim e aos seus amigos, mas pelo visto você não está ligando para isso.


-Six eu juro que...


-Para Marlene, eu estou cansado de tantos juramentos, aceite que você é uma traidora.


Sirius sai com o prato de bolo na mão pensando se não havia sido muito rude com ela. Dentro da cozinha Marlene lavava a faca que continha sangue na pia, uma garota chega atrás dela falando:


-Desculpe-me Marlene, mas eu não pude deixar de ouvir esta discussão, eu como sua amiga lhe aconselho não falar nada do que vem acontecendo com você porque isso seria a melhor maneira de você se conciliar com eles. – disse Emmeline indo do lado de Marlene.


-Por que ele não acredita em mim? – pergunta Marlene se virando.


-Porque é um tanto quanto irreal sabe? Pobre Marlene, deve estar se sentindo tão sozinha...


Marlene imediatamente se lembra da voz de sua cabeça falando isso.


“Esquece isso Marlene, você feriu Sirius pensando em algo precipitado, claro que Emmy não tem nada haver com isso, ela é sua melhor amiga...”.


Marlene sorri para Emmeline e diz:


-Vamos, acho melhor irmos para o carro, precisamos passar em minha casa ainda.


-Vamos.


Emmeline sai na frente e logo depois Marlene sai se despede de sua tia que fingiu não notar que ela havia chorado. Já no carro em que seu tio dirigia, Marlene olha para a paisagem tentando ter algum fragmento de memória. Mas isso não aconteceu.


Quando chegaram a sua casa, Marlene abriu o portão deixando todos passarem e por último ela entrou.


-Mãe?


Dentro da casa, Marlene e companhia avista uma mulher descendo as escadas correndo e lhe dando um abraço.


-Que saudade meu amor!


-Estava com saudade também mãe, mas suponho que já saiba que eu terei que ir...


-Para um acampamento, sei sim. Isso é muito legal filha.


-Claro que é.


Marlene abraça novamente sua mãe deixando uma lágrima cair, mas não deixando a mãe perceber.


-Eu vou ajeitar minhas coisas mãe.


-Vá sim, vou servir um lanche pros seus amigos.


-Ok... Natan já chegou?


-Sim, está no quarto.


-Obrigado.


Marlene sorri e sobe as escadas. Achara sua mãe diferente, mais magra, os cabelos estavam ficando grisalhos os olhos pretos estavam sem brilho. Além de ela estar com o rosto inchado e vermelho. Com toda certeza ela chorara.


Mesmo com toda a confusão em que estava metida, Marlene se sentia feliz por estar em casa. Andando pelo corredor ela ouve o som da guitarra de seu irmão. Ela não se surpreendia por ele estar trancado no quarto. Era mais provável ele ter sentido mais saudade da guitarra do que da família, se bem que nem era bem uma família. Seu pai estava na Suécia e sua mãe era muito reservada.


Marlene chega a frente a uma porta, respira e abre. Leva um susto ao ver um quarto preto quando a expectativa era um quarto rosa. Então se lembra de que o quarto da casa de sua tia não era visitado há anos e o seu quarto ela vira ano passado quando já era uma rockeira fanática.


Andando pelo quarto ela vê poucas coisas que poderiam a lembrar de algo de sua infância. Mas então algo rosa e delicado como se fosse de cristal. Ela se encaminha rapidamente até a caixa de música em forma de piano e observa. Era bonita e tocava uma música calma e bonita. Marlene fecha os olhos para apreciar o som e acaba se lembrando de algo. Era algo trouxa, muito conhecido e bom. Telefone devia ser o nome.


 


No telefone...


-Mas papai... Você foi embora sem me dizer tchau...


-Mas você estava dormindo minha princesa, eu não queria lhe acordar, mas eu pedi para a mamãe dizer que eu te amo e te dizer tchau.


-Mas agora eu estou triste com você...


-Oh minha pequena, não fique triste, papai deixou algo pra você aí em casa e ele quer que você ache.


-Eba! Onde está?


-Ache!


-Mas esta casa é gigante!


-Ok bailarina, nosso lugar preferido?


-O meu quarto.


-Por que o seu quarto? Não pode ser o meu?


-Não, é o meu quarto porque a gente no meu quarto tem mais coisas para a gente se divertir, como a Suzan.


-Quem é a Suzan?


-É a minha nova boneca pai!


-Hm, então eu tenho outra neta?


-Claro!


-Mas você só tem três anos!


-É...


A menina começa olhar todos os lugares do quarto até achar algo rosa em cima de sua estante.


-Por acaso, o que você me deu é uma caixinha de música?


-Já achou?


-Pai, estava em cima da estante! Tem como não achar?


-Eu sei que era óbvio, mas... Quero que cuide bem dela, ok? É mais especial do que parece.


-Pra mim já é bem especial.


Falou a menina sorrindo.


 


-Bonito não?


Marlene olha para trás e vê Lilian na porta.


-É, sim, muito.


-A música também é bonita.


-Concordo.


Marlene sorri para a ruiva que retribui com um sorriso tímido.


-Sua mãe pediu para andar logo porque temos que sair antes da meia-noite e já é 11h30min.


-Ok.


(N/A: Lembrando que o expresso de Londres para Hogwarts sai de manhã e chega de noite, deduzi que a viagem de volta seria a mesma coisa, ou seja, eles chegaram de noite).


Lilian sai do quarto e Marlene fica sozinha de novo. A morena pega a caixinha de música e bota dentro da mochila onde já estava o globo de neve, os desenhos e as sapatilhas de balé.


Ela pegou uma mala preta e botou algumas roupas e equipamento para higiene. Olhou uma última vez para o quarto, suspirou e saiu. Desceu correndo as escadas quase tropeçando nos próprios pés e deu um pulo no penúltimo degrau.


-Todos prontos? – perguntou ela.


Alguns acenaram a cabeça e outros murmuraram “sim”.


-Então vamos!


Marlene abre os braços para abraçar a mãe, mas é interrompida por um grito.


-MÃE! LIGA O RÁDIO AGORA! – gritou Natan descendo as escadas.


A Sra. McKinnon correu até o rádio e ligou.


-Marlene, escute. – falou Natan.


Marlene afirma e começa a escutar.


“I, I will be king


And you, you will be queen


Though nothing will drive them away”


 


-Ah não, Heroes? Isso é ótimo!


-Vem, vamos dançar!


-Não posso Natan, tenho que sair.


-Só três minutos!


Ela olha para Natan com um sorriso e agarra a mãe estendida do garoto. Natan rodopia Marlene e a garota ri.


Os dois começam uma dança engraçada até que a música para do nada e se ouve o locutor falando:


“Desculpe senhores telespectadores, mas um comunicado importante! Os aviões da força aérea britânica caíram e existem alguns pilotos mortos e outros feridos. Obrigado.”


Marlene olha para Natan que olha para a mãe. A mulher está pálida e com lágrimas nos olhos. Marlene já com lágrimas nos olhos fala:


-Calma mãe, papai não estava nos aviões, essa não era a missão dele, a missão dele era na terra e não no ar. E outra, se ele estivesse lá posso apostar que ele é do grupo de pilotos que escaparam da queda.


-Eu... Eu sei. Mas eu... Eu... Oh Marlene...


-Natan, faça ela se acalmar! – fala Marlene gritando.


-Eu, eu não sei o que fazer...


-Droga Natan!


Marlene se ajoelha e põe as mãos no rosto. Ela não podia chorar.


“Não chore Marlene, chorar demonstra fraqueza e você não é fraca!”


E então como um “click” Marlene se lembra de algo.


“Quero que cuide bem dela ok? É mais especial do que parece.”


Marlene se levanta subitamente e abre a sua mochila pegando a caixa de música. Olha embaixo e vê que tem algo embaixo de uma pequena tampa. Abre a tampa e acha um papel bem dobrado.


“Não são nossas habilidades que mostram quem somos, são nossas escolhas.”


-O que é isso Marlene? – perguntou Lilian.


-O começo.


-Do que?


-De uma grande confusão...


“Como assim? Escolhas? Meu pai por acaso está me deixando enigmas? Agora eu estou muito confusa.”


***


N/A: Luhna, o que eu quis dizer com o Veritasserum é a parte em que a Marlene supostamente conta os planos, com Veritasserum. Porque, já meio que entregando uma resposta de mão beijada para você, acho muito óbvio que a Marlene nunca trairia seus amigos, só se estivesse sob efeito de um feitiço ou poção. E quanto ao Sirius, uma coisa eu posso te garantir, ela nunca o trairia. E lhe dou mais uma dica: Não acredite nas pessoas que parecem as mais amigáveis e queridas na história. Às vezes elas usam uma máscara. E por fim, Natan não aparecerá muito na história, por isso ele não apareceu nos personagens, ele terá mais destaque no final. Ah, e quanto a Lilian, neste capítulo ela não apareceu muito mas te juro que no próximo eu faço ela aparecer mais. Bjs, comentem: Juh_Lynch

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Comentários (1)

  • Luhna

    Oi, Juh! :) Demorei, mas estou de volta. Faculdade, problemas, sabe como é. Falando em problemas, a Marlene está cheia deles, né? Que peninha dela. :( E, como eu já disse antes, estou cada vez mais confusa. Afinal, ela sabe ou não o que está acontecendo? E o Sirius e toda essa história de traição?, fala sério. E esse recadinho sobre amigos que você deixou aí? Tô começando a achar que a Emmeline é uma grande traidora... ou então o próprio pai da Lene, vai saber. Falando nele, tenho a leve impressão de que ele estava, sim, em um dos aviões e que a mãe da Marlene sabe disso e essa história de acampamento tem tudo a ver com tudo o que está acontecendo e que os pais da Lene escondem um grande segredo. Acho que por hoje são só essas especulações. Quero que eles cheguem logo ao acampamento para saber o que, afinal, está acontecendo. P.S.: que piano mais lindo!!!!!!! *__________________________________________* Eu quero um para mim!

    2013-05-28
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