Infância
Oito Anos Mais Tarde…
Harry vivia desde que se lembrava na Cornualha, na Mansão Potter.
Acordou nessa manhã de ventos calmos, e bocejou. Abriu a janela, e respirou o ar do mar. Era sábado. Ao sábado, Ethan tinha aulas com o Professor Dumbledore.
- Mas porque é que o Harry pode ir e eu não? Não é justo! – Perguntara num tom amuado.
- O Harry não vai brincar. – Cortara James, olhando para o seu filho mais velho – Vai para o teu quarto, Harry.
- Mas eu não tenho aulas! – Harry replicara – Porque é que eu não posso ir?
- Já! – Ordenara James. – E ficas no teu Quarto!
A regra aplicava-se a todos os sábados de manhã, ou todas as horas em que Harry tinha tempo livre, mas Ethan estava a fazer qualquer coisa, desde ter aulas a dar entrevistas.
Harry sabia que Ethan só quisera prejudica-lo. Ele sabia como os pais reagiriam às suas palavras – eles não deixavam que nada o incomodasse. Ethan nem sequer gostava de estar fora de casa, a não ser que envolvesse jogar Quidditch. James ensinara Ethan a voar, e comprara-lhe uma vassoura. Quando Harry lhe pedira uma, respondera que não queria transformá-lo num miúdo mimado.
Harry deslizou pela janela e trepou até ao telhado.
Os cabelos negros caiam quase até aos ombros, meio escadeados, num corte de surfista. Vestia apenas uns calções pretos. Um fio com um dente de tubarão balançava no seu pescoço. Os tubarões eram raros visitantes naquelas águas, mas Harry e o velho Sam tinham-se cruzado com um e conseguido pescá-lo. Correu na direcção da torre sul, contornou-a e desceu-a do lado oposto. A torre sul terminava na arriba escarpada, e Harry continuou a descer pela arriba. Água salpicava para cima de si. Aquele caminho era mais fácil na maré baixa, definitivamente. Chegou a um pequeno areal. Abriu os braços e correu junto ao mar, com um sorriso de felicidade. Subiu umas escadas e correu.
Conhecia todas as aldeias piscatórias e os seus habitantes, melhor do que qualquer guia turístico. Joe tinha este café e dava-lhe uns trocos sempre que Harry aparecia para o ajudar. Sam partilhava com Harry o lucro de alguns peixes, se o rapaz tivesse ido pescar com ele. E fora, assim, que Harry conseguira juntar dinheiro para a sua prancha de surf.
Foi ajudar Joe no café, nesse sábado. Era quase rotina, mas ele gostava de observar os clientes e deduzir quem eram. Coleccionou gorjetas. Serviu ao balcão e à mesa. Era muito bom em cálculo mental, o que era muito útil. E, também, porque os turistas pediam quase sempre indicações.
- Ali a criança conhece a zona melhor do que ninguém. – Dizia Joe, apontando para Harry.
Quando Ethan a vira a prancha de Harry quisera uma igual, apesar de não saber surfar, e James não hesitara em comprar-lhe uma.
Ethan era o Rapaz-Que-Sobreviveu, o herói do mundo mágico. Fora idolatrado por toda a gente desde que se lembrava, e isso tornava-o arrogante e presunçoso. Estava convencido de que era o mais poderoso feiticeiro da sua geração, e que podia fazer o que quisesse.
Harry voltou para a Mansão por volta da hora de almoço, entrando pela janela ainda aberta do seu quarto. Os elfos eram seus amigos e nunca delatavam a sua ausência, se pudessem evitá-lo.
- Eu estive a treinar com o Dumbledore e tu não. – Ethan abriu a porta do seu quarto, pouco depois de Harry regressar – Como é que te sentes, falhado?
Harry sabia que se Lord Voldemort regressasse, Ethan era quem estava destinado a derrotá-lo e entendia todo o treino pessoal com Dumbledore que Ethan recebia. Dumbledore ajudara-o a ter um maior controlo da sua magia desde cedo, e explicava-lhe os princípios teóricos das várias disciplinas da magia. Mas Ethan não se esforçava. Insistia em controlar objectos pequenos, e não tentava fazer nada senão levitá-los, sentindo-se um deus por o conseguir. E nunca lia os livros recomendados, e apenas ouvia o director, nunca parecia fazer um esforço para assimilar o que ouvia. A arrogância falava sempre mais alto.
- Não preciso de treinar com o Dumbledore. – Harry sorriu – Continuo a ser melhor do que tu.
- Mentiroso! – Gritou Ethan – Tu não podes ser melhor do que eu!
Mas Harry sabia que não era mentira. Ele lera livros que suspeitava serem mais avançados do que a teoria que Dumbledore ensinava a Ethan. E conseguia controlar a sua magia sem ajuda. Concentrou-se.
Uma das penas que estava em cima da sua secretária levitou na direcção de Ethan. Depois, a pena incendiou-se, levando Ethan a dar um salto para trás.
Harry gostava de escalar as arribas até aos ninhos mais altos, de onde roubava penas das mais diversas aves. Tinha uma colecção agradável.
- Tu não consegues que coisas se incendeiem. – Harry sorriu.
Ethan sabia que era verdade. Cerrou os punhos. “Os pais dizem que eu sou melhor do que tu.” Ele gritou “Vais ver.”. Harry fez com que os atacadores do ténis dele se atassem ao do sapato oposto, e o Rapaz-Que-Sobreviveu caiu no chão. E começou a gritar pelos pais.
- É claro que ele não é melhor do que tu. – James sorrira – E vai aprender a não dizer mentiras. Harry, não sais do teu quarto até ao fim do dia.
Harry nunca podia fazer Ethan sentir-se inferior de alguma maneira. Era crime.
Mas saiu. Havia sempre muito para fazer na costa da Cornualha.
Nos longos dias de sol, nas quais a sua pele tostava com ele estendido no areal a ler um livro, e aproveitar para surfar. Nos dias de tempestade, nos quais roubava o barco do velho Sam e descia e subida nas ondas, indiferente ao perigo.
O Velho Sam levava Harry a pescar com ele, sempre que o miúdo lhe pedia. Sam era um contador de histórias talentoso, e Harry nunca se cansava de o ouvir, escutava sempre com um olhar atento e um sorriso fascinado. Por entre o fumo do cachimbo, ao som da voz meio rouca, vinham as vidas dos piratas, dos contrabandistas e dos guerreiros que tinham cruzado aqueles mares por tesouros, amor, honra ou glória, ou os contos dos monstros marinhos que ali habitavam.
Harry aprendera a aproveitar-se do vento e das correntes para direccionar o seu barco. Sam conhecia aquelas águas e aquela costa melhor do que ninguém. Também, o ensinara a fazer nós de marinheiro, a lançar redes com iscos e esperar pacientemente que os peixes caíssem na sua armadilha, e matar e arranjar peixe com a faca de pesca. Harry manobrava a faca com uma destreza única.
Harry adorava explorar as grutas das praias, afundando-se nos túneis sem medo. Já o haviam proibido de fazê-lo. Mas, também, já o haviam proibido de nadar no grande mar azul da Cornualha, e de voar na vassoura do pai. Ele não obedecia a nenhuma das três regras. Ninguém dava pela sua ausência, e quando davam, ninguém se preocupava o suficiente para ir ver o que ele estava a fazer.
Ethan não gostava da escola e desistira antes de completar o seu primeiro ano, porque alguns miúdos atreviam-se a dizer que ele era chato e não gostavam dele.
- É por ele ser um feiticeiro. – Lily suspirava – Ele deve ter feito uma demonstração de magia inconscientemente.
Mas não havia nada de mágico em ofender as pessoas só porque se saiam melhor do que ele em algum exercício. Lily ensinara Ethan a ler e escrever em casa, e depois Albus Dumbledore encarregara-se da sua educação, direccionando-a logo para a magia.
Harry gostava da escola, era o melhor aluno do seu ano. Nessa tarde, foi jogar futebol com alguns dos seus colegas. Era bom conviver com pessoas para as quais o seu irmão ser o Rapaz-Que-Sobreviveu não significava nada.
- E GOLOOOO. – Harry gritou. Fintara três jogadores, e fizera a assistência. Agora, abraçava o seu colega que rematara – BOM REMATE.
- BOM PASSE.
Harry marcara dois golos. Era muito ágil, e fintar era quase natural para ele. E conseguia descobrir as aberturas na equipa adversária.
- Ah! Que se lixe. – Disse alguém da equipa que perdia – O último a chegar ao mar é um ovo podre.
Começaram todos a correr. Lançaram-se ao mar, e envolveram-se numa espécie de guerra de água.
Temendo o isolamento de Ethan, Lily e James convidavam o mais novo dos rapazes Weasley, Ron, e o herdeiro dos Longbottom, Neville, para passarem a tarde na Mansão. Ethan falava mal de Harry, e os três olhavam-no como se ele fosse uma coisa esquisita. Quando regressou a casa naquele sábado, Harry soube imediatamente que os outros dois rapazes estavam no quarto de Ethan.
Ao passar pela sala, a caminho da casa de banho, ouviu o seu nome, e parou atrás da porta.
- Estou preocupada com o Harry. – Era a voz de Lily – Acho que tem inveja do Ethan. Porque é que haveria de se dizer ao Ethan que é melhor do que ele, quando sabe perfeitamente que não é?
-Também, não é bom se o Ethan acreditar no que ele diz. Ele tem de crescer confiante. – Disse James.
- Mas o que é que podemos fazer? – Lily suspirou. – Eu acho que o devíamos afastar da magia. Ele deve andar obcecado para a dominar como o Ethan, e frustrado por não o conseguir.
Harry sentia o seu coração palpitar contra o seu peito.
Ele nunca invejara Ethan. Primeiro, porque percebia o destino horrível que lhe estava traçado, mesmo que o próprio Ethan não parecesse compreendê-lo. Segundo, porque tinha muito mais liberdade. Ethan era constantemente protegido e vigiado, enquanto Harry podia fazer o que quisesse.
Sim às vezes, gostaria de ter um bocado mais de atenção, e provocava o seu irmão por ele ser um tamanho idiota, mas não o invejava. E muito menos andava frustrado por não conseguir ser como o irmão.
- Já reparaste que ele nunca convive com os outros rapazes? – James perguntou – E que passa imenso tempo fechado no quarto...
A verdade é que Harry ganhara o hábito de se escapulir pela janela. Eles acreditam quando o Ethan lhes diz que eu tenho inveja dele, e que sou quase um busca-pé e vocês têm vergonha de mim, pensou Harry, claro que não sou amigo deles
- Queres mandá-lo para um sítio onde ele possa conviver? – Lily perguntou.
- A tua irmã não tem um filho da idade dele? – James perguntou, num tom cauteloso.
Eram uma parte da família que Harry nunca ouvira falar.
- A minha irmã detesta magia, James! – Lily constatou. – Ela…
- Ela cuidaria dele. Ele passaria dois anos longe da magia. E só se preocuparia com isso quando chegasse a Hogwarts, o ideal para um rapaz da sua idade. Seria o melhor para ele e para o Ethan. – James disse, num tom caloroso – Eu não quero que o rapaz se vá embora, mas acho que é o ideal para ambos.
- Ele não tem propriamente problemas de magia acidental, pois não? – Lily suspirou – Isso deve acalmá-la. Amanhã….Amanhã poderemos levá-lo.
- Tu sabes que isto é necessário.- James abraçou-a – E estamos a ajudá-lo a crescer.
Harry sentiu lágrimas nos olhos. Silenciosamente, foi para a biblioteca e levou tantos livros quanto conseguiu para o seu quarto.
Nessa noite, foi visitar Sam. O pescador estava a grelhar peixe numa fogueira, junto ao mar. Ouviam-se as ondas a bater, e sentiam-se as frescas brisas marítimas. O luar iluminava todos os detalhes da noite. Era uma bela noite de verão.
- Então, miúdo, o que te aconteceu? – Perguntou Sam.
- Eles vão mandar-me viver com os meus tios. – Harry murmurou. Os olhos encheram-se de lágrimas – Eu não me quero ir embora, mas sei que não vou ter escolha.
Sam fintou-o por um longo momento.
- Queres ir pescar, miúdo? – Sam sugeriu.
Harry acenou. Sam contou-lhe a história de um jovem príncipe que fugira de casa para navegar, irritado com os pais que não o deixavam ser quem era, e percorrera os oceanos. Acabara por se apaixonar por uma dama na costa da Cornualha, e convidara os pais para o casamento.
- Porque todos precisamos de família no fim do dia. – Sam sorriu. – E todos temos de aprender a perdoar, mesmo que nos custe.
A história era muito adequada para a noite. Harry suspirou. Era difícil concordar com os motivos dos seus pais, parecia que eles não o conheciam.
Foi uma bela noite. Apanharam bastante peixe, também. Harry despediu-se de Sam com um abraço. Já tinha amanhecido, quando regressou a casa. Tomou banho. E fez-se de espantado, quando os pais lhe disseram que ia viver com os seus tios.
A sua mãe mandou-o fazer a mala, e ele escondeu os livros que tinha retirado da biblioteca por entre as peças de roupa. Também, escondeu uma faca de pesca que Sam lhe oferecera no seu sétimo aniversário, e o dinheiro que tinha.
- Posso levar a minha prancha de surf? – Perguntou à sua mãe.
- Não me parece que haja muitas ondas em Privet Drive. – Lily passou os dedos pelo seu cabelo.
Dois Anos Depois…´
Harry acordou no quarto debaixo das escadas do número quatro de Privet Drive.
Tinha saudades da Cornualha.
A sua pele habitualmente morena era agora pálida. Tinha o cabelo curto, o que detestava, mas não se atrevia a deixá-lo crescer. Tinha saudades das acolhedoras aldeias que o rodeavam, e das conversas no café do Joe. Os seus vizinhos em Privet Drive eram snobes, e olhavam-no de lado pelas roupas largas que usava. Eles eram o tipo de pessoas que achava que quem andava mal vestido devia ser preso.
Os seus pais deixavam dinheiro aos Dursley para as despesas, mas a tia guardava o dinheiro e dava-lhe as roupas usadas do primo, que era muito maior do que ele.
E tinha imagens da Cornualha espalhadas pelas paredes do seu quarto. Ainda se lembrava de como se sentia infinito a explorar as íngremes arribas, sem medo, como gostava de apanhar sol no areal e nadar no mar profundo, ou simplesmente observar as suas tempestades…
Detestava Privet Drive.
No primeiro dia que chegara aos Dursley, a tia Petúnia e a sua mãe tinham tido uma conversa murmurada. Finalmente, Petúnia aceitara ficar com Harry, que percebeu logo que a mãe recorrera a algum tipo de ameaça para a chantagear.
Harry estava encarregue de todas as tarefas domésticas, enquanto o seu primo Dudley só tinha de ver televisão e engordar em frente do sofá. Os seus tios eram para Dudley um pouco como os seus pais eram para Ethan, passavam a vida a elogiar as suas capacidades.
O Gangue de Dudley costumavam persegui-lo sem grande sucesso, uma vez que Harry era mais rápido e ágil do que qualquer um dos gigantes, e trepava para o cimo de árvores, onde eles não o conseguiam alcançar. Acabaram por desistir com o tempo.
Mas o Gangue de Dudley continuava a dominar a escola, e ninguém se atrevia a ser seu amigo.
Passara ambos os Natais na Cornualha, como se tivesse numa espécie de férias. A melhor parte fora voltar a pescar com Sam. Ethan estava cada vez mais arrogante. Contara a Longbottom e a Weasley que Harry fora mandado viver com muggles, e fazia muitas piadas sobre o assunto.
- Já sabemos que Carta de Hogwarts não vai chegar. Estamos a prepará-lo para a vida de Muggle.
- Cala a boca, Ethan. Sabes muito bem que eu sou um feiticeiro. – Retorquiu Harry, despreocupadamente. Não perdia o sono com as palavras do irmão.
Ele caíra para trás de propósito, atirando-se contra a parede. James gritara com Harry sobre usar magia contra o seu irmão.
- Ele estava só a brincar contigo. – James repreendeu.
Ethan adorava pôr Harry em sarilhos, porque aumentava o seu ego e fazia-o sentir-se poderoso, e conseguiu que os pais se chateassem com o seu filho mais velho meia dúzia de vezes. Tudo continuava como antes, e Harry estava acostumado. E aproveitava a Cornualha ao máximo.
Além disso, aproveitava para roubar mais livros da biblioteca. Continuava a ler muito sobre magia. E aprendia mais a cada dia.
Mas, agora, era Verão. A Cornualha parecia distante, e o seu aniversário aproximava-se.
Foi para a cozinha. Fez o pequeno-almoço para os Dursley. Era a manhã do seu aniversário. Sabia que os pais só lhe falariam no dia seguinte, e os Dursley nem sequer se lembrariam da data.
Uma semana antes, recebera uma carta de Hogwarts, a dizer que tinha lugar na escola e com a lista de materiais que os primeiros anos deviam comprar. Escondera a carta no seu quarto, antes de os Dursley repararem que a tinha.
Mas no dia do seu aniversário recebeu uma carta. Vinha de Gringotts.
Querido Harry,
Se estás a ler isto significa que morri antes de tu completares dois anos. Eu prometi que actualizaria esta carta a cada dois aniversários. Não sei se te lembras de mim, mas acho que é importante saberes que gostei muito de ti. Posso dizer-te que adorava ter estado mais tempo contigo.
Tenho a certeza de que continuas um miúdo atento e discreto, mas curioso e ágil, que gosta de correr riscos. Tu com menos de um ano já conseguias deslizar pelo corrimão da escada, e rias-te quando chegavas ao fim, num salto que teria assustado a maior parte das crianças. Imagino-te a conhecer o mar e as grutas da Cornualha melhor do que ninguém, e a escapulires-te pela janela do quarto, quando o teu pai te mete de castigo.
Os olhos de Harry encheram-se de lágrimas. Parecia que o conhecia melhor do que os pais.
Herdaste o gosto pelo perigo e pelo testar dos limites do teu pai. Ainda me lembro das aventuras que vivi com ele em Hogwarts! Mas o temperamento exibicionista ficou para o teu irmão, não ficou?
O que mais admiro na Lily é a sua inesgotável coragem e capacidade de perdoar. Espero que tenhas herdado ambas. Sempre me pareceu que sim.
De qualquer maneira, o que mais me importa é mesmo que sejas feliz.
Eu sou Herdeiro dos Rosier e dos Black, e tu és o meu Herdeiro. Espero que a minha fortuna te seja útil. A chave do cofre está neste envelope. Sei que hoje é o teu décimo primeiro aniversário, e a partir de hoje é legal acederes à tua fortuna.
Tenho a certeza de que vais ser um grande feiticeiro.
Feliz Aniversário, Harry. Compra um presente para ti, sim?
Abraço e Saudades,
Sirius Black
Lembrava-se de um homem de barba rala e olhos azuis, com uma gargalhada calorosa que o pegava ao colo. Lembrava-se vagamente do seu padrinho.
Ergueu a chave. Agora, não tinha de esperar pelos pais para ir para a Diagon-Alley.
Fez as malas sem hesitar, e no dia seguinte saiu de casa dos Dursley antes de eles acordarem. Apanhou um autocarro, e depois um comboio, e caminhou pelas ruas de Londres durante horas. Até encontrar o Caldeirão Escoante. Foi o dinheiro que acumulara, dois anos antes na Cornualha, que pagou a viagem.
Sabia como ir à Diagon-Alley. Os pais tinham-no levado lá uma ou duas vezes. Chegou a Gringotts carregado e esfomeado. Um Goblin chamado Griphook levou-o até ao cofre dos Black. Ele retirou umas quantas moedas, e guardou-as.
Griphook, também, lhe deu um canivete. Dez anos antes, o seu padrinho deixara indicações que aquela canivete lhe devia ser entregue, quando abrisse o cofre. Vinha com uma nota. A lâmina abre todas as portas . Harry achou-o bastante útil.
Alugou um quarto no Caldeirão Escoante para pousar as suas coisas. Disse a Tom, o estalageiro, que se chamava Gwydion Rosier, porque não queria ser relacionado com os Potter. Sabia que haveria perguntas.
Era tarde, quando saiu de Gringotts. Jantou no caldeirão escoante, apercebendo-se que estava cheio de fome. E deixou-se adormecer.
Comentários (1)
Gostei muito da fic *--* parece muito interessante! Quando havera atualização?
2013-05-04