Prólogo
31 de Agosto 1980
Uma noite sem estrelas, mas cheia de nuvens. O vento uivava sobre o mar agitado de mil tons de cinza. E as enormes ondas perdiam-se na própria espuma. Era uma noite de tempestade na costa da Cornualha.
No cimo de uma arriba escarpada, por entre os pinheiros bravos, uma casa parecia ter sido esculpida a partir da própria rocha. As ondas do mar rebentavam próximo das janelas em arco, cobertas de gotas de chuva, mas as cinco torres erguiam-se majestosas, com uma aura que desencorajaria exércitos. Era Avalon perdida no tempo, com toda a imponência de um castelo e a beleza de um palácio.
No interior dos largos corredores da Mansão Potter, ouviam-se os gritos de uma mulher misturados com o eco das ondas. A casa parecia tremer com a tempestade. A luz azul de uma relâmpago iluminou a casa.
Uma parteira recebeu a primeira criança. Lily continuava a gritar, com o seu corpo perdido em contracções. Demorou um pouco, mas a criança chorou, finalmente. O rosto de James rasgou-se num sorriso. No relógio soou a meia-noite, e só depois veio o segundo. Tinha cabelos ruivos que brilhavam como o fogo. Era ligeiramente maior do que o primeiro.
A parteira saiu do quarto. Lily tinha lágrimas nos olhos, mas segurava ambos os seus filhos com um sorriso cansado. James deitou-se na cama atrás dela, e começou a acariciar-lhe os cabelos.
- Então, dissemos que decidíamos os nomes, quando os víssemos. – Lily sorriu. – Eu continuo a dizer que gostava que o mais velho fosse Harry, como o teu pai. E o mais novo, James, como tu.
- Harry, sim. – James sorriu – Harry, como o meu pai, e Gwydion, como o Sirius.
Sirius Gwydion Black era o melhor amigo de James. O filho mais velho dos Potter tinha cabelos pretos como o ébano, que já pareciam tão revoltosos quanto os de James. Os olhos eram uma mistura de cinzento com azul-escuro, como se tivessem absorvido os tons do mar naquela noite de tempestade.
Lily beijou-o na testa e sussurrou “Harry Gwydion Potter”, expressando a sua concordância.
- E o ruivo pode ser James? – Lily perguntou, olhando para o seu segundo filho.
- Como segundo nome. – James sorriu – Vai ser uma confusão se o chamares, também, de James.
- Ethan. – Lily sugeriu. – Ethan James Potter.
James acenou aprovador, e Lily beijou a testa do filho, tal como tinha beijado o seu irmão.
- Eles vão ser grandes feiticeiros. – Declarou James, orgulhoso.
Uma guerra era vivida no exterior, mas eles estavam abstraídos de tudo e aproveitavam cada segundo de felicidade.
23 Agosto 1980
A guerra continuava. Os Mckinnon tinham sido chacinados nessa noite, devido às ligações de Marlene com a Ordem.
Lily chorou agarrada a James, quando soube da notícia. Marlene era uma das suas amigas de Hogwarts, e tinham-se mantido próximas após Hogwarts.
James arrastou Sirius para a Mansão, e deixou-o no sofá com uma garrafa de Whisky. Ele fora o primeiro a chegar ao local, e só James o conseguiu afastar do corpo de Marlene, ao qual chorava agarrado. Amara-a. Fora a primeira relação séria dele, planeava pedi-la em casamento, culpava-se por não ter estado lá, quando os Devoradores da Morte entraram na casa.
Harry ficou na poltrona oposta ao sofá, silencioso, apesar de ter os olhos abertos. James fora ajudar a Ordem. Lily passeava-se pela casa, com Ethan nos seus braços. O ruivo começara desesperadamente a chorar, quando fora deixado sozinho por uns minutos.
- A Marlene era tua madrinha, sabias? – Sirius olhou para o seu afilhado, por entre dois golos de Whisky – Ela gostava muito de ti. Eu gosto muito de ti.
Depois, pousou a garrafa, e levantou-se para segurar Harry. “Como a um filho” Sussurrou com um sorriso.
- Lily! – Ouviu James gritar do outro lado da porta – Vem ter à sala, rápido.
Sirius lançou ao seu melhor amigo uma expressão interrogativa. James franziu as sobrancelhas.
- Estás a segurar o meu filho e estás podre de bêbedo. – Constatou James
- Verdade. – Concordou Sirius – Mas jamais o deixarei cair.
- Vamos esperar pela Lily. – Disse Albus Dumbledore. A sua expressão era grave, mas nem mesmo James parecia estar a par do que se passava. – Talvez seja melhor o Sirius…
- O Sirius pode ficar. – Cortou James.
Dumbledore acenou. Lily entrou, com Ethan nos braços, e uma expressão preocupada, que só se aprofundou ao constatar a presença do Director.
- Uma profecia foi feita. – Dumbledore disse – Não vos posso contar toda a profecia, porque podemos correr o risco que informação escape. Todos conhecemos os poderes de Voldemort. Mas…o Senhor das Trevas teve acesso a parte dessa profecia. Ele sabe que um rapaz nascido quando o sétimo mês finda, filho daqueles que por três vezes lhe escaparam é aquele que tem poder para o derrotar…
Houve uma pausa. As expressões de James, Lily e Sirius formaram traços de preocupação, medo e entendimento.
- Um dos meus filhos? – Lily perguntou num murmúrio fraco.
- Um dos teus, ou o jovem Neville Longbottom. Todos encaixam. Mas hoje…hoje uma fonte segura revelou-me que ele planeia matar os vossos. – Dumbledore disse. – Têm de partir e esconder-se, imediatamente.
Alice e Frank Longbottom tinham tido um filho, chamado Neville que, tal como os gémeos, nascera no último dia de Julho.
- Onde? Como? – James perguntou em pânico, ao absorver cada palavra.
Sirius foi o primeiro a reagir. Pegou numa jarra que estava em cima da secretária, e fez-lhe um feitiço. Largou-a e ela ficou a pairar no ar, em frente dos Potter e Dumbledore. Tirou uma chave do bolso.
- Comprei uma casa para mim e para a Marlene em Godric Hallows. – Sirius explicou – Ninguém a não ser eu sabe da existência da casa. Vão para lá. Já. Eu vou plantar pistas falsas aqui e ali. E, depois, levo-vos as vossas roupas e essas coisas. Vão. Já.
- Mas…- Lily começou.
- Eu não vou perder mais ninguém esta noite. – Sirius disse, com tanto desespero que ninguém se atreveu a dizer mais nada.
Sirius beijou Harry na testa e pô-lo nos braços de James: “Protege o meu afilhado” Disse com um sorriso. Lily e James não conseguiram evitar sorrir. Agarraram a jarra e segundos depois estavam em Godric Hallows.
- Ambos sabemos que existe um espião que dá informações sobre os Potter ao Voldemort. – Sirius encarou o Director – A Marlene não era, como parece óbvio. Eu garanto-lhe que sou incapaz de trair o James. A Alice é a melhor amiga da Lily, mas não tem estado por perto, devido à gravidez. Restam o Peter e o Remus. O Peter... é...pouco talentoso, não creio que o Voldemort visse grande uso nele. Mas o Remus…o Remus é um feiticeiro talentoso, e convenhamos que ele tem algum rancor contra a sociedade a nossa sociedade, não tem? Sempre o marginalizaram por ser um lobisomem. O mais provável é ser o Remus. Pode mantê-lo afastado? Mande-o recrutar lobisomens, ou assim. Mas mantenha-o longe.
- Eu posso fazer isso. – Acenou Dumbledore.
Sirius suspirou. Sentia-se incapaz de acreditar nas suas próprias palavras. Não queria acreditar que Remus Lupin, um dos seus melhores amigos, o padrinho de Ethan era o espião. Mas aqueles tempos em que a razão lógica se tinha de sobrepor às emoções.
- Acho que o ideal é colocarmos a casa sobre o Encantamento Fidelius. – Sirius disse. – Os Longbottom não estão em perigo?
- Vou contar-lhe tudo agora. – Dumbledore suspirou – Mas Voldemort vai atacar os Potter primeiro. O Fidelius é uma excelente opção.
- Eu vou espalhar boatos pelas ruas com localizações falsas, e eu vou manter o Voldemort ocupado a tentar entrar aqui.
Dumbledore caminhou para a saída, enquanto Sirius agarrou nas roupas de James e de Lily, e noutros pertencentes pessoais de cada um e fechou-os numa mala, que reduziu.
Reforçou as Defesas da Mansão.
Os Devoradores da Morte precisaram de três dias para conseguirem entrar. Conseguiam ouvir o choro de uma criança no interior, e gritos de James e Lily, como se estivessem a reforçar feitiços. Eram ilusões de Sirius, que se mantinha dentro da casa.
Quando eles, finalmente, conseguiram passar pela porta, Sirius lançou-se às águas do mar gelado. A sua varinha parou a queda mortal, e sob a forma de cão nadou alguns metros ao longo da costa.
Depois, espalhou boatos por Hogsmeade e pela Diagon-Alley que os Potter tinham ido para Norte. Passeou por umas quantas vilas piscatórias, e criou ilusões e vestígios da presença da família. Voldemort seguiria o rasto durante uns meses, depois aperceber-se-ia que fora enganado.
18 Novembro 1980
Sirius derrubou mais um Devorador da Morte, atordoado.
Sorriu e continuou a correr pelas ruas, outros dois ainda o perseguiam.
James e Lily tinham feito de Sirius o seu Guardador Secreto, mesmo quando Dumbledore se oferecera. Desmaterializou-se, e materializou-se novamente atrás dos Devoradores, era uma jogada que dominava com grande mestria. Em dois segundos, derrubou-os a ambos.
Raramente se atrevia a visitar os Potter, com medo de revelar a sua localização. Remus continuava no Norte, a recrutar Lobisomens para a Ordem de Fénix. E Severus Snape tornara-se Professor em Hogwarts.
Desmaterializou-se alguns segundos depois, em Godric Hallows, e entrou na casa. James apareceu no topo das escadas.
Ethan estava ao seu colo. Tinha os cabelos cor de fogo da sua mãe, e os olhos verdes em forma de amêndoa. Mas em tudo o resto saia ao pai: nos traços do rosto e no temperamento. Era muito barulhento, e era óbvio que gostava de atenção.
- Sirius. – Uma voz de criança disse, aparecendo da sala, e arrastando uma vassoura de brincar, que só levitava alguns centímetros do chão, atrás de si.
Era Harry. Com apenas um ano, não lhe permitia que ninguém lhe cortasse o cabelo. Gostava de o usar longo e comprido. Tinha uma expressão muito atenta, e fintava todos os que o rodeavam muito silencioso e observador, principalmente, enquanto conversavam.
- Harry. – Sirius levantou-o e abraçou-o, rodando-o no ar.
Harry riu-se, a vassoura caiu ao chão. Ethan estendeu os braços para que Sirius lhe fizesse o mesmo. Tiveram de mostrar ao seu tio como já conseguiam ambos voar na vassoura, até que Lily os conseguiu mandar para a cama.
- Eu tive uma ideia. – Sirius começou, numa voz rouca – Os Devoradores da Morte andam a tentar capturar-me. É óbvio que eu sou o vosso Guardador Secreto. Eu tenho medo…eu não tenho medo de morrer, e morreria por vocês de bom grado e com orgulho…
- Sirius…- Lily empalideceu, agarrando-lhe a mão – Tu não tens de morrer por nós. Dá-lhes a informação, se eles te capturarem. E cuida dos nossos filhos se eu e o James…
- Não. Mas eu tenho medo que o Senhor das Trevas consiga entrar na minha mente. Vocês sabem como ele é um poderoso Legilimens. E descobrir a vossa localização. Mas…se vocês mudassem de Guardador Secreto…eles perseguir-me-iam a mim, enquanto a outra pessoa estaria em segurança, e mesmo que me capturassem, não serviria de nada saberem a localização através de mim.
- Quem escolheríamos? – James perguntou, após uns segundos de silêncio. Lily concordou com um ligeiro aceno.
- O Peter. – Sugeriu Sirius – Ele é nosso amigo, e digamos que…não creio que o Senhor das Trevas desconfie dele. Podemos mantê-lo protegido e em segurança. Ele nunca iria descobrir, se mantivermos isto entre nós.
James e Lily concordaram. Sentiam-se extremamente gratos por tudo o que Sirius Black fazia por eles. Lily abraçou-o. “Obrigado, Sirius. Muito muito obrigado.”
27 Novembro 1981
Na noite anterior, Pettigrew fora feito Guardador Secreto dos Potter. James e Sirius tinham convencido Lily a ir jantar fora com James. Sirius ficaria com as crianças. Apesar de relutante, Lily acabou por concordar.
Sirius estava no quarto dos Gémeos, quando a porta se abriu.
- James? – Perguntou. O seu instinto dizia-lhe que algo estava errado.
Lord Voldemort subiu as escadas, e em segundos estava no quarto.
- Black. – Sorriu o Senhor das Trevas - Fazeres do Pettigrew o Guardador Secreto foi a pior ideia de sempre…
Os olhos de Sirius abriram-se num misto de horror e de espanto.
- Sim, Black. – Voldemort continuou – O Pettigrew é o espião. Sei que desconfiaste do teu amigo Lupin…Agora, afasta-te. Tu não tens de morrer. Tu és corajoso e talentoso, o teu sangue é puro…eu poderias ser um excelente Devorador da Morte…Não, não tens de morrer hoje. Só eles.
- Preferia morrer a deixar que os matasses! – Sirius cuspiu.
Agarrou na sua varinha, e apontou-a ao Feiticeiro das Trevas. Sabia que não tinha hipótese de vencer Voldemort…mas havia um Encantamento…um velho Encantamento que poderia salvar os Gémeos…
- Eles são crianças. – Sirius murmurou, cheio de repulsa na sua voz – Como és capaz de matar crianças inocentes? Não tens alma?
Voldemort riu-se. Tinha a sua varinha erguida.
- Algo muito perto disso. – Sibilou, friamente – Agora, sai da frente.
- Não. Se queres tocar nas crianças, tens de me matar primeiro. – Sirius replicou. Faria tudo para os salvar.
- Seja. – Voldemort acenou – Os Gryffindor sempre tiveram tendência para ser estupidamente corajosos. De que serves morto, Black? Avada Kedrava.
Para mais do que tu pensas, espero foi tudo o que Sirius conseguiu pensar. O feitiço atingiu-o. O seu corpo tombou. Nem sequer tentara erguer a varinha.
Os gémeos estavam cada um em seu berço. O ruivo começara a chorar com o barulho, o moreno fintava Voldemort silencioso. E foi o moreno que Voldemort tentou matar primeiro.
A maldição embateu no peito de Harry. Mas fez ricochete. E Lord Voldemort sentiu o seu corpo desfazer-se, enquanto a sua própria maldição se infiltrava na sua pele. A magia que protegera Harry pareceu varrer o quarto, misturando-se com a maldição de Voldemort. O efeito foi devastador.
Ethan ficou marcado por essa magia. Dois traços em forma de X surgiram na sua testa. Os berços partiram-se. As molduras caíram das paredes. E a própria casa incendiou-se. Harry gemeu de dor, parecia que qualquer coisa terrível se estava a infiltrar dentro de si. Depois, desmaiou. Ethan continuou a chorar.
Os Potter voltaram, quando sentiram os feitiços de alarme que tinham colocado por insistência de Lily. Chamaram Dumbledore, que se apressou a chegar.
James ajoelhou-se perante Sirius, e fechou-lhe os olhos. “Obrigado” Murmurou.
- O Sirius sacrificou-se por eles. – Dumbledore suspirou – E só de pensar que cheguei a considerar que ele era o espião.
James franziu as sobrancelhas, como se a mera hipótese o ofendesse. Lily chorava baixinho, enquanto pegava Ethan ao colo. E ele pareceu reconhecê-la e parar de chorar. James segurava Harry, que tinha os olhos fechados e parecia dormir.
- Será que ele não deu por nada? – James perguntou, olhando para o filho com algum espanto.
- Não sabemos. – Disse Dumbledore. Os seus dedos deslizaram pela cicatriz que Ethan tinha na testa – O Voldemort tentou matá-los. Se não me engano…atacou o Ethan primeiro, e a maldição fez ricochete, graças ao sacrifício do Sirius.
- Ele morreu? – James perguntou, aproximando-se de Ethan – O meu filho…era ele o rapaz da profecia que falou…ele conseguiu derrotar o Senhor das Trevas, é isso?
- Não creio que ele tenha morrido, James. – Dumbledore abanou ligeiramente a cabeça – Não há um cadáver. Parte dele ainda vagueia por aí, enfraquecido, sem dúvida. E ninguém sabe quanto tempo demorará até conseguir recuperar, se alguma vez o conseguir.
- Acredita que ele vai voltar, Professor, não acredita? – Lily falou. Os seus olhos estavam fixos na cicatriz de Ethan.
- Acredito…- Dumbledore acenou – A Profecia…O Pensatório, James?
A memória de Dumbledore apareceu nas águas da bacia meio minuto depois. Era o rosto de Sybil Trelawney que dizia: "Aquele com o poder de vencer o Senhor das Trevas se aproxima… nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês… e o Senhor das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Senhor das Trevas desconhece…e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver…aquele com o poder de vencer o Lord das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar…”
- Esta cicatriz…- Lily reparara no interesse de Dumbledore pela cicatriz – É a prova que o Voldemort o marcou, não é? Foi isso que ele fez hoje ao ataca-lo, marcou-o, condenou-o a ser o seu inimigo mortal.
- Acredito que sim, Lily. – Dumbledore acenou – Mas não acredito que tenha tido intenção de o fazer. Ele não conhecia esta parte da profecia.
- E que poder é este que a profecia refere? – James perguntou.
- Não sei, James. – Dumbledore sorriu. Os seus dedos deslizaram pelos cabelos ruivos de Ethan – Mas ideias virão com o tempo…
James acenou. Com meia dúzia de movimentos de varinha começou a reparar a casa.
- Ele…- Lily sussurrou, olhando para Ethan – Ele não pode saber. Eu não quero que ele cresça com o peso de saber que terá de enfrentar o mais perigoso feiticeiro dos últimos séculos.
- Não, Lil. – James discordou, pousando Harry no berço e reparado e colocando as mãos no ombro da mulher – Ele vai ter de saber a verdade, assim que conseguir compreender. Ele tem de estar preparado. Vai treiná-lo, não vai, Professor?
Dumbledore ponderou por um momento. Sabia que o rapaz se tornaria o símbolo da luz, após a parcial derrota de Voldemort nessa noite. Teria aconselhado James e Lily a esconderem-no para o protegerem dos Devoradores da Morte, e preservarem a sua inocência infantil, mas James tinha razão. Quanto mais cedo o rapaz lidasse com a fama e com a admiração, mais apoio sentiria, mais motivação teria e quanto mais cedo soubesse a verdade, mais preparação.
- Vou. – Concordou Dumbledore com um aceno – Não vai ser fácil para ele compreender, garantam que cresce amado e cuidado, para que as memórias de infância lhe dêem força no futuro. Se eu não me engano, a nossa maior arma contra Voldemort é o amor. O amor que levou Sirius a sacrificar-se por ele nesta noite.
A notícia correu o mundo mágico. Houve festas, fogos de artifícios, chuvas de estrelas cadentes…
Sirius Black teve um funeral condigno. Foi enterrado no Cemitério dos Potter, num túmulo virado para o mar. Os Potter regressaram à sua Mansão.
Pettigrew foi preso pelos auror, e enviado para Azkaban.
Começou uma massiva captura a Devoradores da Morte.
Bellatrix Lestrange sabia de algo sobre a Profecia, e sabia que os Longbottom se relacionavam com ela. Ansiosa por descobrir o paradeiro do seu mestre – que se recusava a acreditar que tombara – torturou-os até à loucura, mas eles não revelaram qualquer informação.
Lily chorou quando visitou a sua melhor amiga em São Mungus. Neville Longbottom foi viver com a sua avó, Augusta.
Ninguém reparou na cicatriz em forma de relâmpago que Harry ganhara no peito, mesmo sob o coração.
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