Cenas



O Artigo centrado em Harry e Alice chamava-se O Amor Em Hogwarts. Fazia, também, referência ao facto de Hermione Granger ter provavelmente enfeitiçado Viktor Krum com uma Poção de Amor. 


- A Granger deve ter, também, aborrecido a Skeeter. – Comentou Draco, enquanto caminhava atrás de Harry – Para onde é que vamos, mesmo?


Harry parou no meio do corredor.


- Foste tu que convenceste a Granger a fazer uma declaração sobre Dementors, não foste? E foste tu que convenceste a Skeeter a escrever sobre o Hagrid e deixar-me em paz por uns tempos, não foi? Assim, como foste tu que tentaste direccionar a Skeeter para o Bagman, só não contavas que ela me encontrasse a mim e à Alice pelo caminho, uh?


- Como é que soubeste? – Draco perguntou, meio espantado.


- Nós, também, somos Slytherin, Drak. – Comentou Daphne, atrás dele.


- Sei que estavas a tentar que a Skeeter se centrasse noutra história e me deixasse em paz. – Harry disse – Como é que comunicaste com ela?


- Só quando nos cruzámos, por aí. Disse-lhe que o Hagrid tinha aquelas criaturas nojentas, e convenci o Crabble a prestar uma declaração. Ela investigou mais fundo. E falei-lhe do Bagman…Ele parece nervoso, e foi visto na floresta mesmo antes da Marca aparecer. Achei que podia entreter a Skeeter. – Draco disse – Mas não tive nada a ver com este novo artigo.


- Ela ouviu o Hagrid falar durante o baile…e sabe que eu disse que a Alice era melhor do que a Weasley e a Springfield juntas. – Daphne leu o artigo – Como é que ela ouviu isto? – Não sei. Era mesmo preciso sairmos da sala comum para isto? – Draco perguntou, com um bocejo – Eu só falei com a Skeeter, quando ela andou por aí.


- Claro que não. Temos de fazer qualquer coisa para que ninguém em Hogwarts considere o Seminário das Bruxas um assunto interessante. – Explicou Daphne.


Harry subiu para o Salão, e escreveu na parede: INIMIGOS DE HOGWARTS, CUIDADO – inspirado por que Tom Riddle ordenara a Ginny Weasley que escrevesse nas paredes, dois anos antes.


Usaram os rebuçados de sangue nasal que Daphne comprara aos Gémeos Weasley para atacarem três alunos de Durmstrang e dois alunos de Beauxbatons, entrando no barco e na carruagem debaixo do manto de invisibilidade.


Madame Maxime ia-os apanhando, quando um dos rapazes acordou a gritar, e a vomitar, subitamente, mas eles correram velozes pelos campos. Draco arfava e ria-se à porta da Sala Comum.


- Conta o que quiseres à Skeeter menos sobre o Hunter. Ela há-de te revelar o seu segredo. – Daphne disse – E vê se te despachas, Drak, porque eu não vou conseguir varrer os artigos da mente das pessoas para sempre.


O plano de Harry e Daphne funcionou. No dia seguinte, não se ouvia falar de nada em Hogwarts, senão do ataque a Durmstrang e a Beauxbatons. Mesmo os leitores do Seminário das Bruxas estavam demasiado ocupados a fazer teorias sobre os possíveis responsáveis. E nem mesmo a quantidade de cartas que Hermione e Daphne receberam, acusando-as de ser “falsas” conseguiu chamar a atenção dos estudantes.


A maioria da escola parecia suspeitar dos irmãos Weasley, mas nenhum Professor conseguiu provar nada.


- Não podíamos arriscar fazer mais poções. – Explicou Daphne a Zabini, que estava à sua frente – O Snape teria matado o Harry, se tivesse suspeitado de mais poções ilegais a circularem pela escola.


- Os Weasley fartaram-se de testar os malditos rebuçados em Gryffindor, qualquer um deles poderia ter ficado com uns quantos. Não têm quaisquer provas que tenhamos sido nós. – Segredou Harry, ao lado de Daphne.


- Hum…hum…e fizeram tudo isto porque ela escreveu um artigo sobre vocês? – Millie entrou na conversa, subitamente, virando-se ligeiramente para trás – Não podiam simplesmente ignorar o artigo? Têm noção que isto pode resultar num problema de relações internacional?


- Se estás a tentar fazer-nos sentir culpado, não está a resultar. – Riu-se Draco, ao lado de Harry. E Harry acenou com um sorriso a baloiçar nos seus lábios, também. – Foi divertido. E resultou.


Pansy lia animadamente o artigo por debaixo da mesa.


- Hum… Ela tem alguma razão, quando afirma que vocês são demasiado próximos para serem só amigos…quer dizer…- Pansy, que estava sentada do outro lado de Daph, olhou para Daphne e Harry – vocês…são demasiado próximos.


- A sério? – Daphne suspirou – É que justificaste-te mesmo bem, Pan,…muito clara essa tua explicação, sem dúvida.


- Oh! Não sejas idiota, Daph. – Replicou Pansy, sorrindo – Não sejas idiota. Tu sabes o que eu quis dizer.


- Mas eu sou sempre idiota­ – Daphne retorquiu - E vou relembrar-te que quer eu quer o Harry estamos comprometidos com outras pessoas, vêm as duas mencionadas nesse artigo, caso não tenhas lido.


Enquanto conversavam, Snape tinha deslizado até à mesa deles, e toda a turma os fintava, num súbito silêncio.


- A ler revistas debaixo da mesa, Parkinson? – Murmurou o Professor – Suponho que a vida amorosa do Potter seja muito mais importante que a Essência da Razão Lógica que estás a preparar…


- Não, senhor. – Corou Pansy.


- Mas, claramente, não estás a prestar atenção ao que estás a fazer…- Snape sibilou, notando-se o acento de raiva no seu tom.


- Desculpe, senhor. – Pansy murmurou baixo, sem conseguir fintar Snape.


Snape fintou-os, com um olhar gelado.


- Concentrem-se. – Snape limitou-se a dizer. Os quatro acenaram.


Bateram à porta da masmorra. Karkaroff entrou, e Draco lançou um olhar a Daphne. Disse a Snape que precisava de falar com ele, e que ele não podia continuar a evitá-lo. Tratavam-se pelo primeiro nome. Snape respondeu que ficaria ali até depois da aula, mas Karkaroff recusou-se a sair.  


- Eu não consigo pensar…- Millie suspirou – Não consigo entender esta poção.


- Não entendas. – Sussurrou Harry – Magia é ilógica. Limita-te a criá-la, deixa a tua emoção guiar-te, tal como quando fazes um feitiço. É ilógico.


- Potter, tu ficas aqui quando tocar. – Snape passou por eles, nesse momento.


- Nada de bom. – Murmurou Daphne, e Harry acenou em concordância, não fazendo ideia o que poderia ter feito.


Acabaram as poções, puseram-nas em frascos. Todos saíram menos Harry. Karkaroff pôs a manga do braço esquerdo para cima, e aproximou-se de Snape.


- Nunca esteve tão nítida…- Karkaroff disse. Harry percebeu logo que se referia à Marca Negra. – Nunca desde…


- Tapa-a. – Os olhos de Snape varreram a sala. – Igor, falamos mais tarde.


Karkaroff saiu, relutantemente. Harry fintou Snape, inexpressivamente.


- Potter, sabes o que é isto? – Snape mostrou-lhe uma garrafinha com um líquido transparente.


- Veritaserum, senhor. – Harry respondeu.


- A poção da verdade mais potente do mundo, não é assim? Da próxima vez, que tu, a Greengrass e o Malfoy voltarem a causar problemas, eu garanto que três gotas disto caem no teu sumo de abóbora ao pequeno-almoço e obrigo-te a confessar. – Snape sibilou.


- Mesmo que eu não beba sumo de abóbora ao pequeno-almoço e que o uso dessa poção seja regulamentado, senhor? – Harry perguntou, sarcástico.


- Não experimentes, Potter. – Snape sibilou.


E Harry acenou. Snape dispensou-o com um gesto. Harry contou a curta conversa entre Snape e Karkaroff sobre a Marca Negra estar cada vez mais brilhante a Draco e a Daphne. O loiro mandou-lhes a ambos um olhar de “eu disse”. A carta de Sirius, nessa noite, ainda apoiou mais as suspeitas de Draco.


 


O Snape sempre se sentiu fascinado pelas Artes Negras. Era famoso por isso na escola. Era um miúdo nojento, de pele e cabelos oleosos. Sabia mais maldições quando chegou à escola do que a maior parte dos alunos do sétimo ano e fazia parte de um grupo que se tornaram quase todos Devoradores da Morte. Não sei que razões tem o Dumbledore para confiar nele.


Quanto ao Crouch, foi ele que me mandou para Azkaban sem julgamento. É rigoroso com o cumprimento da lei, e não o vejo a servir Lord Voldemort, mas, também, comete erros.


Não entendo porque não quero que vás ter contigo a Hogsmeade. O Dinzanfar fechou-me aqui dentro, obrigado. Não me parece que a minha forma de Animagus já tenha chegado aos ouvidos do Ministério.


 


- O Dinzanfar anda à procura da Caçadora de Vampiros que lhe matou os pais há anos. Como é que ele pode ter tanta facilidade em prender e controlar Sirius Black e nunca a encontrar? - – Daphne suspirou.


- Porque ela está prevenida, e escondida. Ela sabe que a criança escapou. – Harry encolheu os ombros.


- Já acreditam que é o Snape? – Draco perguntou, lacónico.


- Não faz sentido. – Sibilou Harry, friamente.  


No dia seguinte, foram para Hogsmeade. Beberam cervejas no Três Vassouras. Harry concluiu que havia algo a escapar-lhe. Faltavam peças para completar o puzzle.


- O que vamos fazer? – Perguntou Daphne.


Mas não havia nada que pudessem fazer. Por uma vez na sua vida, Harry reconheceu que não sabia o que fazer para conseguir ganhar mais informações.


Passou cerca de uma semana, quando Harry voltou a tocar no assunto. A páscoa aproximava-se.


- Não faz sentido estarem a tentar matar-me. – Harry respondeu – Nada de invulgar aconteceu durante a Primeira e a Segunda Tarefa. Quem quer que me esteja a tentar matar, não está a ter muito sucesso, pois não?


- Talvez se tenham deixado para o fim, à espera que tu relaxes. – Daphne encolheu os ombros.


- Hum…mas e se o objectivo for outro? E se o objectivo for não matar-me, mas garantir que eu chego ao fim? – Harry perguntou.


- E porque haveria alguém de querer que tu chegasses ao fim? – Daphne bocejou. Estavam a caminhar para uma aula de Encantamentos.


- Não sei. Mas há duas pessoas que têm indubitavelmente tentado ajudar-me a ganhar: Ludo Bagman e Moody. O Bagman ofereceu-me ajuda em ambas as tarefas. E o Moody ajudou-me a raciocinar para ultrapassar o Dragão, e tentou dizer-me do Guelracho, não tentou? Aposto que ele queria que eu pedisse ajuda.


- Gostam de ti. – Daphne encolheu os ombros. – Não vais descobrir nada por conjectura. Limita-te a sobreviver. 

Harry não conseguiu evitar rir-se.

N/A: Quero comentárioooos =)

Guilherme: Concordo, as coisas demasiado românticas ficam demasiado lame. O próximo cap vai ser mais emocionante. Este foi meio parado, mas preciso de "pontes", quem não precisa? =) 

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Comentários (1)

  • Xandevf

    Eu já não acho assim um bom romance com aventura ajuda muito e uns amassos também kkkkk. Um macete para romance, quanto mais demora o acerto mais interessante fica a leitura

    2013-04-20
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