Alastor Moody



Daphne foi com os rapazes. Despediu-se dos Malfoy e agradeceu. Sussurrou para Narcisa Malfoy que tudo se resolveria, e a mulher mais velha pareceu extremamente grata pelas suas palavras.


Draco estava confiante que tinham feito o mais certo.


- Eles podiam ter-te atacado, Potter. Aquele bando de Devoradores da Morte exibicionistas que pretendem odiar muggles para servirem um mestiço. Hipócritas. - Draco disse, num tom calmo - Tu abriste-me os olhos, K. Os meus pais têm de abrir os deles.


- As pessoas não têm de concordar para conseguirem conviver. Tenho a certeza de que conseguimos arranjar uma solução. - Harry tentou. 

Viu Daphne esboçar um sorriso triste pelo canto do olho. Ela discordava. Havia tópicos demasiado importantes que não podiam ser alvo de discordância.-E haveria sempre expectativas que os pais têm para os filhos.


- Não se o Lord Voldemort regressar. - Draco suspirou, de punhos cerrados. Foi a primeira vez que Harry o ouviu dizer o nome. 


- Eu gosto dos teus pais, Drak. - Harry disse, tentando soar mais confiante do que o que se encontrava - Não arranjes problemas com eles por minha causa. Eles merecem o nosso respeito.


- E nós merecemos o respeito deles. - Draco disse, com um sorriso triste, finalizando a conversa. 


O assunto morreu por uns dias, quando foram consumidos pelos assuntos de um mundo para além do deles.


Rita Skeeter, Jornalista do Profeta Diário, encheu o diário de críticas em relação ao que acontecera na Taça Mundial de Quidditch. Dizia que não havia segurança suficiente, culpava o Ministério por ninguém ter sido apanhado, e lançava boatos sobre corpos encontrados na floresta.


- O melhor é que o Percy Weasley foi promovido a apagador de fogos. Sempre que um gritador explode, ele é chamado. Só gostava de saber quem é que teve esta brilhante ideia...- Contava-lhes Derrick com um sorriso soturno.


A imagem de Percy Weasley, sempre emproado, a correr o ministério a apagar pequenos fogos fez um sorriso nascer nos lábios de Harry.


Harry, Daphne e Draco estavam no Caldeirão Escoante, onde circulavam todo o tipo de feiticeiros, e Derrick juntara-se-lhes, quando viera à Diagon-Alley comprar ingredientes para poções e os encontrara.


- Acreditem, um dia vão agradecer todas as aulas do Snape. - Sorriu, meio nostálgico - Preparar uma poção às escuras para resolver um acidente com o Pó de Floo pareceu fácil ao pé de algumas aulas de N.E.W.T's dele.


- Ah! Acima de tudo vou sentir a falta do Quidditch. - Draco comentou, soturno. - Quem é que será o capitão este ano?


A escolha era entre Montague e Warrington suponha Harry. Eles eram os mais velhos, e provavelmente seria Montague por estar na Equipa há mais tempo.


- Eu não me preocuparia muito com Quidditch este ano. - Derrick disse-lhes - Mas não vos vou dizer mais, não quero estragar a surpresa.


Ficaram curiosos e expectantes sobre o que aconteceria em Hogwarts. Só havia uma razão para Peregrine Derrick lhes dizer para não se preocuparem com o Quidditch: não haver Quidditch. O que será que iria acontecer em Hogwarts?


Três dias depois de já estarem devidamente instalados na Diagon-Alley chegou uma coruja.


- É da tua mãe, Drak. - Daphne estendeu a carta a Draco. E agarrou nos três pacotes.


Draco,


Só quero que saibas que o teu pai nunca fará nada para te magoar a ti ou ao Harry, por muito mais que discordem dele. Podes voltar quando quiseres. E o Harry e a Daphne continuam a ser muito bem-vindos.


Tomei a liberdade de escolher vestes de cerimónias para cada um de vocês. Vão precisar! Comprem os livros para o quarto ano.


Beijinhos,


Narcisa


Draco esboçou um sorriso triste quando leu a carta. A primeira amostra que a situação era bastante dolorosa para ele, depois sacudiu a cabeça.


- O K tinha razão. O que o meu pai fez foi inumano. - Disse, num tom frio. - Um espectáculo nojento.


Dentro dos embrulhos, estavam dois mantos.


Eram muito parecidos e bastante simples, mas elegantes. Ambos eram escuros. O de Harry era esverdeado, enquanto o de Draco era simples preto com linhas prateadas.


O vestido de Daphne ficava-lhe acima dos joelhos e era de um azul marinho, com acabamentos em prateado. Harry deu por si desejoso de a ver no vestido.


- Isto deve estar relacionado com a ausência de Quidditch. - Comentou Harry.

Os dias da Diagon-Alley passaram rápido, acabaram os trabalhos de casa, compraram os últimos artigos de feitiçaria que precisariam para o quarto ano. Draco estava mais silencioso do que o costume, mas à medida que o regresso a Hogwarts se aproximava, também, o loiro se parecia animar.  


No comboio, juntaram-se aos seus colegas do costume. Estavam todos cheios de novidades. Theo falava dos livros que lera no verão e fazia recomendações a Harry. Zabini teria sido capaz de repetir todos os momentos da final de Quidditch. Pansy não parava de perguntar a Draco o que se passava entre ele e a Wells - claramente, a presença de Wells no camarote chegara aos ouvidos dela.


- O meu pai queria mandar-me para Durmstrang. Ele disse que o Dumbledore é demasiado amigo desta escória muggle. E eles aprendem magia negra em Durmstrang, não apenas defesa como nós. - Draco suspirou. - Mas a minha mãe não queria que eu fosse para tão longe.


- Eles aprendem magia negra? - Theo repetiu com um sorriso perigoso nos lábios. - Proponho que nos mudemos todos para Durmstrang!


- O Dumbledore não é de confiança de qualquer maneira. - Comentou Daphne. Só Harry e Draco sabiam a que ela se referia, mas todos concordaram.


Chegaram entusiasmados a Hogwarts. Os gémeos Weasley andavam a tentar vender pastilhas e outros doces ainda em experimentação, que eram suposto ser pequenas partidas, mas a maioria ainda não tinha cura.


- Magias Mirambolantes Weasley! - Gritava George pelo comboio.


Os Slytherin aplaudiram a ideia, mas recusaram-se a comprar, quando souberam que ainda não havia antídotos.


Chegaram a Hogwarts. Ouviram a canção do chapéu Seleccionador. Viram a Selecção. Comeram. Comentaram a ausência do novo Professor de DCAT. 
Uns momentos depois, um estranho viajante entrou no salão à luz de um relâmpago, interrompendo o discurso de Dumbledore.


Tinha uma perna de pau, e um olho gigante azul no lugar do olho esquerdo.


- Aquele é o Moody Olho Louco! - Comentou Nott. 


- Ex-auror. - Draco explicou para Harry, essencialmente. - Dizem que vê Feiticeiros Negros em todo o lado.


- É maluco. - Resumiu Millie, de sobrancelhas franzidas. 


Só Dumbledore e Hagrid aplaudiram o Professor Moody, quando este foi apresentado ao resto do salão. A sua imagem não parecia inspirar muita confiança. 


O Professor bebia do próprio cantil, cheirava a comida e tinha os seus próprios talheres.


Dumbledore explicou-lhes, finalmente, que o Torneio dos Três Feiticeiros iria ser realizado em Hogwarts. Era um Torneio em que três campeões - um de Hogwarts, um de Durmstrang e outro de Beauxbatons - competiam em diversas provas. O vencedor ganhava uns quantos galeões e traria glória para a sua escola.


Todos queriam participar, mas só alunos com dezassete anos o poderiam fazer.


- Não é justo! - Reclamou Warrington, sentado ao lado de Daphne.


- Podemos sempre tentar enganar este tal juiz imparcial. - Draco sorriu. Ele e Harry chocaram os punhos.


- Como se conseguissem. - Riu-se Millie, rolando os olhos.


- Ah! Não sejas desmancha-prazeres. - Blaise rematou.


Mas o torneio só começaria em Outubro. "Devíamos jogar Quidditch até Outubro, então" Montague disse ainda bastante alto. E foi seguido por aplausos da parte de muitos Slytherin, e até alguns Ravenclaw e Hufflepuff.  

Daphne bocejou, antes de lhes desejar as boas noites e arrastar-se até à sua cama já algum tempo depois do jantar.  


A adrenalina das palavras de Dumbledore diminuira significativamente na manhã seguinte, quando um muito ensonado Harry se arrastou até ao pequeno-almoço.


- Hum...Runas Antigas ou Adivinhação. Não há ninguém que tenha Runas Antigas e Adivinhação? Uau. Somos tão pouco creativos. - Evelyn lia os horários, cheia de sarcasmo, enquanto os fazia circular - E continuamos com os Gryffindor a Cuidados com Criaturas Mágicas.


- Não estás a contribuir para a felicidade de ninguém. - Pansy replicou.


Houve risos. Evelyn estava sentada ao lado de Draco, que lia o horário por cima do ombro dela. Pansy continuava a comer os seus morangos ao pequeno-almoço. Daphne era alérgica a morangos.


Runas Antigas foi, simplesmente, Runas Antigas. Estavam a dedicar-se aos Druídas Celtas, cujas runas faziam Harry lembrar-se dos livros em serpentês que tinha na Câmara dos Segredos.


Hagrid apresentou-lhes o explojentos - criaturas sem utilidade nenhuma - que tinham ferrões e podiam explodir. Draco e Harry fizeram comentários sarcásticos a aula toda. As aulas eram ridículas.


"Mais erros no Ministério" era uma notícia sobre Arthur Weasley ter ajudado Moody a livrar-se de um interrogatório muggle, modificando umas quantas memórias e espalhando uma história falsa. Skeeter criticava as razões que levaram Weasley a envolver o Ministério num assunto tão banal. 


- Hey, Weasley, já viste isto? - Draco sorriu, desdenhoso - Chamam ao teu pai de Arnold e tudo. Devem-no ter mesmo em consideração.


Draco e Weasley odiavam-se, porque os Weasley e os Malfoy se odiavam.


- Antes uma nulidade do que ter aquele ar afectado da tua mãe. - Ron ripostou, com igual malícia.


- Queres mesmo falar de mães? - Draco replicou - A tua está cada vez mais gorda.


Weasley virou costas, mas Draco desembainhou a varinha.


- Anda daí, Weasley. Mostra o que vales. - Draco gritou.


Weasley parou, como para considerar as palavras de Draco. 


Harry viu Moody aproximar-se, arrastando a sua perna de pau. Viu-o agarrar na sua varinha, e ergueu a sua. Moody tentou atacar Draco. Harry empurrou o amigo para trás de si.


- PROTEGO. - Gritou, cambaleando com o poder do feitiço que atingiu o seu escudo.


- A proteger os amigos, hem? - Moody disse de varinha apontada para Harry - Pelo menos sabes defender-te. Já é alguma coisa. Mas eu sou teu professor, não intrefiras. Sai da frente. 


 
Mas Harry manteve a varinha levantada, e semicerrou ligeiramente os olhos na direcção de Moody. O professor esboçou um meio sorriso, como se admirasse a coragem do ruivo, mas Harry defendeu-se, novamente. Tentou contra-atacar com um feitiço de desarmar, mas Moody defendeu-se. 


- Chega. - Moody agitou a varinha.


Harry tentou bloquear, mas não conseguiu. No momento seguinte, Harry estava no chão com um dos seus braços preso por um aro de metal ao banco da mesa e a sua varinha a uns bons vinte metros de distância. Moody transformara Draco num furão, num piscar de olhos. 


Crabble segurava o furão. No momento seguinte, Draco tentava fugir na direcção dos calabouços.  


- Não gosto de pessoas que atacam os outros pelas costas. - Moody disse.


- Mas ele não chegou a atacar ninguém! - Protestou Pansy.

Harry esticou os dedos e conseguiu agarrar a varinha de Tracey. O olho de Moody estava o suficiente focado em Malfoy para que ele conseguisse agir que este se aperbecesse.  


- Nunca-faças-isso. - Moody fez Draco subir e descer, caindo violentamente no chão a cada palavra.


Convocou a sua própria varinha e libertou-se do feitiço de Moody.


- Fica quieto. - Ordenou Moody.


- Deixe-o em paz. - Harry apontou a varinha para Moody, enquanto a sua mente listava feitiços passíveis de serem utilizados.


- Sabes de quantos homens esse foi o último gesto? - Moody perguntou, irritado.


Largou Malfoy. Foi como se uma corda invisivel se atasse em torno do seu pescoço e o puxasse para cima. Harry ficou suspenso no ar, a sufocar.


- E agora? Ainda estás preocupado com o teu amigo? - Moody rosnou - Nunca te metas com alguém mais forte do que tu. O que fazes agora?


Ainda segurava a sua varinha. O salão inteiro tinha os olhos postos nele. Apontou a varinha para o seu próprio pescoço, e murmurou o feitiço de corte. Um ligeiro corte surgiu no seu pescoço, mas as cordas soltaram-se e Harry aterrou no chão.


- Ainda que invisiveis, cordas são sempre cordas. - Harry arfou. Esforçava para se manter direito.


- E continuam a deixar-te demasiado cansado para te concentrares. - Moody rosnou de volta. Atingiu Harry com um simples Expelliarmus e apanhou a varinha dele com um feitiço de convocação.


- Professor Moody! - A Professora McGonagall descia as escadas e Harry nunca ficara tão feliz por a ver. - O que está a fazer?


- A ensinar. - Replicou Moody com toda a calma. Virou-se para Harry. - Como vês,  continuo a controlar o teu amigo e os teus esforços foram inúteis. E, tu, já sabes que não se ataca ninguém pelas costas.


Levitou o furão mais uma vez.


- Isso é um aluno? - McGonagall gaguejou, incrédula. Erguendo e varinha e destransfigurando Malfoy - Nós não ensinamos com Transfiguração, Alastor. Nós damos castigos ou falamos com o Chefe de Equipa. Tenho a certeza de que o Professor Dumbledore lhe disse...


- Ah! Ele deve ter mencionado. - Moody olhou para Draco, que se pusera de pé num salto. - É isso mesmo que eu vou fazer. Tu, tu és o Malfoy, não és?


Draco limitou-se a acenar.


- Podes mandar cumprimentos ao teu pai. E, tu - Os olhos fixaram-se na cicatriz, como se só agora reparasse nela - Potter, não te atrevas a atacar-me, novamente.


Moody atirou-lhe a varinha, que Harry agarrou prontamente com um aceno.


- Eu disse que ele era maluco. - Ouviu Millie suspirar atrás de si. 

N/A: Comentem. =)

Guilherme: Mais parecido com a Lily. Mais moderado. Melhor criador de Poções. O Snape não o odeia. E, sim, de qualquer maneira agora já seria demasiado tarde para expressar esse ódio. :). 

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Comentários (2)

  • Guilherme L.

    Foi como eu disse,o Harry na fic é extremamente Slytherin além de ser bem mais parecido com a Lily. Mas é legal ver essa proteção do Snape para com ele também,acho que quase ninguém pensou nisso. O "duelo" do Moody com o Harry foi muito bom haha,pena que ainda assim ele transformou o Draco.

    2013-04-15
  • Eric Akira

    WOW! Acabo de ler os 3 anos anteriores, devo dizer, que o Harry numa visão Slytherin seja de fato bastante criativa, portanto, meus parabéns, pela imensa criatividade! No modo geral, fora a imensa criatividade, apesar de gostar bastante da idéia, gostaria de dizer, que os Weasleys, poderiam ser menos bobos, digo, de modo generalizados, a família toda, entendo que o enredo da história seja em torno do Harry e dos amigos Slytherin e por mais que eles sejam 'rivais', seria interessante se os Weasleys tivessem um pouco mais de crédito na história assim como Sírius e o Lupin, coisa e tal... Bom, essa é minha opnião, rs. Espero que o próximo capítulo seja breve, pois (detesto esperar), sou muito curioso, e além do mais, creio já ter lido a maioria das fics do FeB, reli milhares de fics que eu julguei promissoras, e outras milhares, que me decepcionei com o fato de terem sido impostas como 'Hiatus'... Espero que não ocorra o mesmo com esta! Bom, acho que me empolguei, e falei mais do que deveria, rs. Continue com este excelente trabalho! ^^

    2013-04-14
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