Expectativa
Buá! Eu estava certa. Realmente eu ouvi muito do meu irmão e o Harry não está mais falando comigo (O que eu faço? O que EU FAÇO?).
A escola não comenta outra coisa a não ser o seguinte diálogo:
-A mina do Malfoy...
-Quem? A Weasley?
-É! Você viu? Ela beijou o Zabini na frente de todo mundo.
-Achei que era mentira. É inacreditável.
-Mas eu vi com os meus próprios olhos.
-Nossa, justo o Zabini. Ele e o Malfoy não era amigos?
-Eram. E agora?
-Não sei. O que é que a Weasley tem na cabeça pra brincar com aqueles dois?
É horrível! MUITO HORRÍVEL!!! Pra onde quer que eu vá, as pessoas me olham e começam a cochichar e até o Snape andou tirando mais pontos meus desnecessariamente (+ do que de costume).
Bem... Pelo menos há uma luz no fim do túnel. Eu contei a minha versão dos fatos e as minhas amigas ficaram do meu lado. A Mione até brigou com o Rony pra me defender (e isso porque eles estavam quase acertados).
Mas ainda não terminei de contar as coisas ruins.
A poção para dormir sem sonhar que a Mione fez pra mim, acabou e faz mal ficar tomando toda hora.
Resultado: Sonhei novamente com o Tom. Sei que são apenas sonhos, mas eles parecem tão reais que eu meio que fico com medo. Foi assim...
Sempre começa comigo dormindo na minha cama. Aí ele chegou e me acordou:
-Olá, minha Gina. Eu vim te visitar, não vai deixar o seu Tom falando sozinho, vai? –ele perguntou, mexendo no meu cabelo e eu me sentei na cama rapidamente.
-Tom... Tom Ridddle. Por que você me persegue? Por que não me deixa novamente em paz?
Ele riu baixinho, me encarando:
-Você é minha, Gina.
-Não sou não! Você tentou me matar quando eu tinha 11 anos. Fique longe de mim, seu maníaco assassino!
-Não pense isso de mim. Eu nunca poderia machucá-la. Fui um tolo quando quis tirar a sua vida. Eu não posso fazer isso... Você é a única pessoas com quem eu já me importei.
-Mentiroso! O que você quer de mim, Tom? Por que voltou a assombrar meus sonhos?
-Eu adoro a sua inocência, Gina. Você é tão ingênua... Não vê que eu te quero inteira pra mim? Mas se você pensa que isto é um sonho, está muito enganada...
-COMO ASSIM?!? –eu perguntei alarmada.
Depois disso eu não lembro o que aconteceu. Quando acordei, havia um distintivo de monitor na minha mão e não era o meu.
Caramba! É um distintivo da Sonserina e o Tom tem um igualzinho nas vestes dele, mas é IMPOSSÍVEL que seja o dele. Aquilo foi apenas um sonho! TEM QUE TER SIDO! O Harry derrotou-o na Câmara Secreta, ele não pode voltar! E quando eu fui explicar a situação em que beijei o Zabini, foi horrível.
Já era tarde e ele estava sozinho no Salão Comunal, estudando. É, eu achei estranho vê-lo estudando sozinho. Ele deve ter ouvido os sons que os meus passos produziram, porque a 1ª coisa que disse foi:
-Rony! Quantas vezes eu tenho que dizer que quero ficar sozinho! –e então ele ergueu os olhos dos pergaminhos e viu que era eu –Ah, é você, Gina... Estou ocupado. Por que você não volta pro seu dormitório? –ele perguntou claramente aborrecido.
Eu me sentei perto dele:
-Harry, me escuta. –eu pedi de mansinho.
-Não quero ouvir a sua voz. Vá dormir!
Eu continuei mesmo assim:
-Harry, por favor! É de você que eu gosto. Não faz isso comigo. Você não gosta de mim?
-Eu te amo, Gina, mas você me decepcionou muito. Por isso quero que me deixe em paz.
Ele disse que me ama! Fiquei MUITO feliz ao ouvir isso, mas o resto do que ele disse, murchou o meu balão de felicidade.
-Harry, eu posso explicar.
-Explicar o quê? Que você estava ficando com o Malfoy e foi numa festa com ele? E que ainda não satisfeita deu um beijo no Zabini? Bela forma de você gostar de mim.
-Mas Harry...Nós não temos nenhum compromisso...
-Mas você disse que ia pensar! Me deu falsas esperanças! Se você não queria ser minha namorada, por que não disse de uma vez?
-Mas eu quero!
-Quer? Não seja hipócrita! Se você quisesse, não ficaria aos beijos com sonserinos. E o que me deixa mais puto, é que um deles é o Malfoy! Você sabe o quanto nos detestamos, todos sabem.
Foi humilhante. Eu lutei contra as lágrimas, mas elas me venceram:
-Eu não estava ficando com o Malfoy, Harry! E quanto ao Zabini, foi apenas um impulso. Eu quero ser sua namorada, Harry.
-Eu perdi a confiança que tinha em você, Gina. Agora sou eu que não quero mais namorar você. Por mais que me custe, eu vou expulsá-la do meu coração e vou começar por expulsá-la daqui . Quero que suma da minha frente agora mesmo.
Eu me levantei, corri para o dormitório e me joguei na cama aos prantos (mas tive o cuidado de chorar baixinho, para não acordar as meninas). Eu estava arrasada, nunca pensei que algum dia o Harry pudesse me esculachar daquele jeito. Chorei muito e não consegui dormir.
Quando me levantei de manhã, estava com uma aparência PÉSSIMA (olheiras e olhos vermelhos e inchados), mas não me dei ao trabalho de fazer um feitiço para melhorar isso. Eu me arrumei e fui para o Salão Principal com cara de sofredora. Queria mostrar ao Harry o mal que ele estava me causando, mas ele não falou comigo e parecia nem estar ligando pra mim. Como é que um cara que te ama age dessa forma com você?
Eu nem queria comer, mas a Carol praticamente enfiou torradas e suco de abóbora na minha boca.
Logo que a Mione chegou, ela perguntou:
-O que é que aconteceu com você, Gina? Parece acabada.
-A culpa é do Harry. –eu disse e acabei conseguindo um momentâneo olhar arrependido por parte dele –Ele brigou comigo, foi horrível.
-Quer que depois eu fale com ele? –ela se ofereceu.
-Sim, seria ótimo. O Harry costuma levar em consideração o que você diz. –eu falei com um sorriso esperançoso.
-Então eu falo com ele. Hum... Hoje vai ter uma reunião entre os monitores.
“OH não!” foi o que pensei na mesma hora. Tudo o que eu NÃO queria e NÃO precisava, era ficar perto do Malfoy.
O Zabini parecia me perseguir e eu fiquei o dia intero fugindo dele, mas não fui totalmente bem sucedida. Eu estava indo para a aula de Trato das Criaturas Mágicas junto com as garotas, quando ouvi:
-Gina!
Eu me virei e vi o Zabini vindo apressado na minha direção. As garotas trocaram olhares e sorrisinhos significativos e eu as fuzilei com meus olhos:
-O que você quer, Zabini? –eu perguntei sem paciência.
-Olá pra vocês. –ele cumprimentou, sorridente –Poderiam me deixar à sós com ela? –perguntou piscando um olho.
-a gente vai indo. –Agatha disse e começou a se distanciar junto com as outras.
-O que acha de dar uma volta pelos jardins comigo hoje à noite? Ou quem sabe a Torre de Astronomia...
-Não! –eu respondi curta e grossa.
Ele pareceu desconsertado:
-Por que não? Eu pensei que depois daquele beijo...
-Pois pensou errado, Zabini. –deu dó da cara que ele fez –Além disso, hoje à noite eu tenho coisas a fazer como monitora. Se me dá licença, eu tenho que ir pra aula.
Ele segurou as minhas mãos:
-O professor é seu irmão, ele vai perdoar o atraso.
-Isso não é certo, me deixa ir. Não quero chegar atrasada.
-Tudo bem, mas antes quero que me ouça. –ele falou soltando as minhas mãos.
-Fala logo então.
-Eu gosto muito de você, Gina. Gosto de verdade. –eu fiquei toda vermelha –Não precisa falar nada agora. Só quero que saiba disso.
Eu então dei meia volta e saí correndo pra aula. O Zabini só podia estar tirando uma com a minha cara. Ele gostar de mim? Fala sério!
As meninas exigiram saber o que o Zabini queria comigo. Eu fiquei com vergonha de dizer, mas elas me colocaram tanto “contra a parede” que eu tive que ceder.
-Que fofo! –a Sophie disse quando terminei de contar.
-Está arrasando corações. –a Susan falou.
-Não precisava ser tão dura com ele. –foi o comentário da Agatha.
-Precisava sim. –eu disse –O fato de eu estar brigada com o Harry tem a ver com ele. Além do mais, ele é um sonserino e nunca se sabe...
-Acho que tem razão, Gina. –Carol apoiou.
-Muito bonito, Srta. Virgínia Weasley. –Carlinhos disse sério –Chega atrasada na minha aula e ainda desvia a atenção das suas amigas.
-Desculpe, Carlinhos. Não vai mais acontecer.
-Assim espero. Não gostaria de receber um berrador como o Rony, não?
Eu engoli em seco e fiquei quieta pelo resto da aula. Mas nem por isso cheguei a prestar 100% de atenção na aula. Estava pensando... Será que o Zabini estava falando sério? Não, acho que não. Por que entre tantas garotas em Hogwarts ele gostaria justo de mim? Também fiquei pensando se acabei por estragar a amizade dele com o Malfoy.
Primeiro pensei se sim, que era muito bem feito para o Malfoy. Ele não tinha o direito de me espiar no banho!
Aí depois eu me senti um pouco mal. Seria péssimo se eu cortasse relações com uma das minhas amigas por causa de um garoto.
Por que eu não perguntei pro Zabini se ele continuava amigo do Malfoy? Não! Assim tá parecendo que eu tô preocupada com aqueles dois. Mas eu não estou! Tenho raiva daqueles sonserinos. Por culpa deles estou ferrada. Até o Carlinhos está sendo mais duro comigo, por causa da história da festa.
A última aula tinha sido de DCAT. As aulas da Tonks sempre são divertidas e agitadas, mas hoje ela se excedeu. Tonks montou um circuito em que tínhamos que ter resistência física mental e mágica. Mas apesar de cansativa, foi uma aula única.
Na saída, eu estava andando com a Susan (a Sophie, a Carol e a Agatha já tinham ido na frente), quando o Colin veio:
-Oi, Gina, Susan.
-Oi. –respondemos juntas –O que achou da aula de DCAT? –eu acrescentei.
-Muito legal. A Tonks pode ser desastrada, mas tem uma imaginação incrível.
-Também gostei. –Susan opinou.
-Bem... –Colin começou –Suponho que logo haverá uma visita a Hogsmeade.
-É. –eu concordei.
-Estou morrendo de saudades da Dedosdemel. –Susan confessou.
Eu esqueci de mencionar, mas a Susan é viciada em doces. Esse é o ponto fraco dela.
-O que acha de ir comigo, Gina? –Colin perguntou de repente, me pegando de surpresa.
Eu pensei um pouco antes de responder:
-Tudo bem.
Afinal, ele é apenas meu amigo. Que mal há nisso?
-Legal. –ele respondeu –Depois a gente combina melhor.
Ele foi pro Salão Principal e eu e a Susan fomos pro nosso dormitório tomar banho. Eu me senti bem melhor depois do banho. Demorei debaixo do chuveiro e quando fui me trocar, Susan já estava pronta.
-Pode ir. –eu disse.
-Não, eu posso esperar. Assim a gente pode conversar.
-Conversar sobre o quê? –eu perguntei enquanto procurava uma roupa para vestir.
-Ah... tem várias coisas... Que tal começar por me contar o que está deixando o seu sono tão irregular e agitado?
-Ah, são pesadelos.
-Você voltou a ter pesadelos com Tom Riddle?
Eu tinha colocado a saia do uniforme e estava abotoando a camisa. Hesitei um pouco antes de falar algo:
-Como é que você sabe?
-Ouvi você dizendo o nome dele.
-Você o viu?
-Tom Riddle? –ela perguntou e eu confirmei –Gina, você está passando bem?
-Ele me disse que não era um sonho.
-Acho melhor te levar pra Enfermaria.
-Não precisa, eu só estou um pouco perturbada. Tenho dormido mal, as olheiras confirmam isso. Agora mesmo eu estou morrendo de sono.
-Por que é que você não dorme agora?
-Não posso, depois do jantar vai ter uma reunião entre os Monitores.
-Você vai ter que ver o Malfoy de perto. Como será que ele ficou depois da escola inteira falando que você o trocou pelo Zabini?
-Não sei, mas nem me fale. –e terminei de me arrumar –Vamos jantar?
-Claro. Mas se você não quer pensar sobre o Malfoy agora, terá que pensar quando estiver frente a frente com ele. Isso não é pior?
Saímos do quarto:
-Não sei, mas prefiro não pensar sobre isso até a hora em que for obrigada a pensar.
Eu fui pro Salão Principal e o jantar foi normal.
Logo que terminei de comer, fiz menção de me levantar.
-Não vai agora não, Gina. Me faz companhia. –Simas pediu.
-Desculpe, mas não posso. Tenho uma reunião de Monitores.
-Ah...Boa sorte. –ele desejou.
-Obrigada. –eu agradeci e saí dali sem olhar pra trás.
Eu fazia tranqüilamente o meu caminho para a Sala Precisa, quando vi que alguém estava parado, olhando para o céu, na sacada próxima de onde eu estava andando. Àquela distância, não dava pra saber quem era e eu quis saber. Eu e a minha curiosidade...
Então fui me aproximando vagarosamente da sacada. Quando eu percebi quem era a pessoa na sacada, já era tarde demais pra retroceder:
-O que faz aqui, Weasley Fêmea? –o Malfoy virou-se perguntando.
-Voltei a ser Weasley Fêmea? –perguntei me posicionando ao lado dele, mas a uma certa distância.
-Por quê? Não gostou?
-Era apenas um comentário. Apesar de eu não gostar desse apelido, é melhor que continue distante comigo e você sabe disso.
-Não me respondeu o que está fazendo aqui.
-O que VOCÊ faz aqui nessa sacada, no meio da noite e olhando pro céu como se esperasse um milagre.
-Em primeiro lugar, não te interessa! E em segundo, eu não espero que nada caía do céu. –ele respondeu, seco.
-Não precisava ser tão grosso! –eu falei séria e então sorri –Então quer dizer que você voltou a me odiar?
Ele me encarou com aqueles olhos cinzentos tempestuosos e então voltou a olhar para o céu:
-Quisera eu que fosse assim...
-O que quer dizer com isso? –perguntei espantada.
-Nada.
-Como “nada”?
-Você veio aqui pra me atormentar ainda mais? Vá embora, Weasley Fêmea.
“Ainda mais?” eu pensei confusa.
-Mas eu...
-Por que não me deixa pensar sozinho nos meus problemas?
-Você não vai na reunião dos Monitores?
Ele bateu a mão na testa:
-Droga! Eu esqueci...
-Não está tão tarde, eu jantei a tempo.
Eu comecei a andar e pouco tempo depois o Malfoy me alcançou.
-Vou com você. –informou em tom indiferente.
-Não vai mesmo me dizer o que fazia na sacada?
Ele hesitou, mas depois de alguns segundos, respondeu:
-Gosto de fazer isso, me ajuda a pensar melhor.
Eu sei que fui uma tola, mas não consegui refrear a pergunta:
-Sobre o que estava pensando?
Só depois me toquei que isso era uma pergunta bem pessoal. Pensei que ele não fosse responder, mas me enganei:
-Sobre você.
-Bem, deve ter sido um grande baque no ego dele eu ter beijado o Zabini:
-Eu sinto muito... Sinto muito se abalei a sua amizade com o Zabini. Você me fez ficar muito brava e eu queria vingança, mas sei que não agi corretamente.
-Não esquenta. –ele falou dando de ombros.
“Como assim ‘não esquenta’?” foi o que pensei. Afinal, eu estava me desculpando... pra um Malfoy e ele aceitou numa boa?
-O quê? Eu acho que não ouvi direito.
-Não esquenta. –ele repetiu –Eu e o Blás não passamos a nos odiar por causa disso. Entramos em um acordo...
-Acordo? Qual?
-Eu não vou te dizer. –ele respondeu categoricamente –Não mesmo, Weasley Fêmea.
A essa altura já estávamos praticamente em frente à Sala Precisa, por isso eu deixei pra lá.
Quando entramos na sala, percebi umas coisas:
1-) Fomos os últimos a chegar.
2-Alguns dos Monitores tinham olhares do tipo “Sei-muito-bem-o-que-vocês-estavam-fazendo-até-agora.” (além de achar um absurdo, eu corei bastante).
3- O Rony tinha um olhar assassino.
-Gina Weasley! –Rony me repreendeu –Exijo saber o que você fazia andando com o malfoy.
-Nada de mais! Eu apenas o encontrei pelo caminho. –eu respondi de má vontade.
O meu irmão ia resmungar algo, mas a Mione me socorreu:
-Não é hora pra discutir, Rony. –falou, olhando feio pro meu irmão –Bem, agora que todos estão presentes, a reunião pode começar. Quer falar, Malfoy?
-Tanto faz, Granger. Mas já que perguntou, eu posso começar falando. –respondeu pra Mione com tédio em cada sílaba –Esse sábado vai ser o Primeiro passeio a Hogsmeade. Eu e a Granger vamos escolher seis de vocês para nos ajudar na ronda.
-Quem não for chamado poderá ir sem distintivo se assim quiser, mas não é por isso que deixarão de se comportar de acordo com o que se espera de um Monitor. –Hermione falou enérgica e cá entre nós, foi um pronunciamento com a “cara” dela.
-Serão informados por carta os que forem escolhidos. –o Malfoy continuou –Alguém quer perguntar alguma coisa? –ele perguntou e como ninguém falou qualquer coisa, ele acrescentou –Ótimo.
Hermione então falou:
-Precisamos planejar o Dia das Bruxas. Alguém tem alguma sugestão inovadora?
Pansy Parkinson respondeu:
-Eu tenho. Por que não fazemos um baile?
-É! –Susana Bonés concordou –E pode ser um baile às fantasia.
-Nos sucos de abóbora poderiam ter corante vermelho pra parecer sangue –Luna sugeriu.
Hermione sorriu:
-São idéias bem legais! O que acha, Malfoy?
-Aceitável. –ele murmurou e eu interpretei como “São ótimas idéias. Por que eu não pensei nisso antes?”
-Mais alguma idéia? –Mione perguntou, animada.
-Sim! –eu e o Rony dissemos juntos e nos entreolhamos curiosos.
-Fale, Weasley Fêmea. –o Malfoy disse e o Rony olhou feio pra ele.
Eu então comecei a falar:
-Fred e Jorge inventaram umas coisas que eles chamam de “sustômetro”. É uma caixinha que usa o mesmo princípio dos bichos-papões. Você abre a caixa e vê o seu pior medo.
-Deve ser divertido assistir a reação dos incautos. –o Malfoy falou maldosamente.
-O que ia dizer Rony? –Mione perguntou se dirigindo à ele de forma meiga.
-Eu ia falar a mesma coisa, Mi.
Todos os olhares se voltaram pra a Mione. Ela ficou vermelha e encabulada:
-É... a-alguém tem mais alguma idéia? –e como ninguém respondeu, ela acrescentou –Então estão dispensados por hoje. Eu ficarei aqui e você também, Malfoy. Temos que resolver uns assuntos.
Assim como os outros Monitores, eu fui embora. Após pouco tempo, o Rony me alcançou.
-Você sabe que ainda estou bravo com você, Gina, não sabe?
-Sei. –eu respondi entediada, não queria discutir com ele novamente.
-Me diga de uma vez por todas. O que é que você viu no Malfoy e no Zabini?
-Nada. –eu respondi secamente.
-eu estou falando sério, Gina. Se você não me disser, eu vou ser obrigado a contar para a mamãe e o papai sobre a sua péssima conduta.
-Não, Ronald! Eu já te pedi pra deixá-los fora disso.
-Mas eu preciso saber o porque da minha irmã caçula ir se engraçar com aqueles sonserinos cretinos!
-Eu não fiz NADA! Eles é que de uma hora pra outra se disseram interessados por mim.
-E você foi dar bola pra eles? Onde estava com a cabeça? O Harry está na maior fossa, sabia? E é tudo por sua culpa! O Harry deve te amar mesmo...
Nesse instante eu senti uma incômoda (BOTA INCOMÔDA NISSO!!!) pontada de culpa. Pra início de conversa, se eu não tivesse feito a Poção do Amor, o Harry não estaria sofrendo agora...
-Eu sei que o Harry anda cabisbaixo. –eu comecei a falar, baixinho –Mas ele é teimoso e não quer me entender!
-E o que é que há para entender, Gina? Você ficou com o arquiinimigo do cara e ainda acha que ele tem que entender isso?!? Se toca, maninha.
-Se toca você, maninho. Em 1º lugar, o Harry nunca teve nenhum compromisso comigo. E em 2º lugar, se ele gosta mesmo de mim, poderia ao menos me dar uma chance. E em 3º lugar, eu não fiquei com o Malfoy! Foram apenas alguns beijos e ele não significa nada pra mim!
“E é verdade. O Malfoy não significa nada pra mim, mas os beijos dele... sim...” foi o que pensei antes que o Rony voltasse a falar.
-E quanto ao Zabini?
-Também não. E eu só beijei o Zabini pra me vingar do Malfoy. Rony, me ajuda, fala com o Harry.
-A Mione já tá falando.
-Mas se vocês dois falarem, é mais fácil convencê-lo a me dar uma chance.
O Rony suspirou:
-Vou pensar no seu caso.
Eu sorri e o agradeci:
-Obrigada.
-Eu disse que iria pensar.
O meu sorriso não desvaneceu, quando o Rony diz que vai pensar, a resposta é sim:
-Obrigada. –voltei a agradecer –Isso é importante pra mim. O Harry é.
Eu estava muito cansada, por isso coloquei o primeiro pijama que vi pela frente e desabei na cama. Meu sono estava bom demais pra ser verdade... Foi quando acordei ao sentir um perfume conhecido e o colchão afundar em um ponto perto de mim. Pelo menos acho que não foi um sonho, não depois do seguinte diálogo:
-O que faz no meu sonho novamente Riddle? –perguntei mal-humorada.
Ele sorriu:
-Já te disse que isso não é um sonho, Gina.
-Pare de tentar me enganar, eu não tenho mais 11 anos.
O sorriso dele se alargou:
-Quer uma prova? –perguntou e eu fiz que sim –Pegue a minha mão.
-Eu não vejo porque...
Ele esticou a própria mão ao me ver hesitar e pegou a minha.
Eu senti a frieza da mão dele na minha e arregalei os olhos de espanto. Ia gritar também, mas a mão livre dele tapou a minha boca, me impedindo:
-Não faça escândalo, vai acordar suas amigas.
Eu continuava com os olhos arregalados, mas prometi fazer silêncio:
-Como você pode ser de carne e osso? O Harry te derrotou na Câmara Secreta. –eu sussurrei.
-Eu não tinha sido completamente derrotado. Eu era uma memória invisível e sem poderes, que vagava pelo castelo. Até que há pouco tempo fiquei mais forte e percebi o quanto você é importante pra mim.
-Importante, eu? Não vou te ajudar em nenhum plano maquiavélico.
-Só você pode me ver e tocar. Não me pergunte o porque disso. Agora só você me importa, Gina. Eu desisti de todos os meus antigos planos por você. Diga que será só minha, hoje e sempre.
Aí ele me beijou. O meu único comentário sobre isso é: Eu disse que os sonserinos se superam...
Mas é claro que eu o parei:
-Como é que depois de 5 anos você vem com esse papo?
-Eu só tenho olhos pra você e se acreditasse na existência do amor, eu diria que te amo. Eu te quero mais que tudo.
-Mas eu não posso! Simplesmente não posso me envolver com você. Entenda isso, Tom.
-Vou te fazer mudar de idéia. Você é só minha, Gina Weasley e ainda irá perceber isso.
Essa foi a última coisa que ele disse antes de literalmente sumir.
Puxa vida! Estou ficando preocupada, o que o fez ficar mais forte de uma hora pra outra?
O milagre foi que depois disso eu dormi até que bem depressa.
Na manhã seguinte eu acordei menos cansada, mas mais pensativa. Eu estava arrumando o meu material quando ouvi batidas na janela. A Susan abriu e a coruja do Malfoy veio até mim com uma mensagem e quando a peguei, a coruja foi embora.
E aí, Weasley Fêmea?
Você foi uma das escolhidas para a ronda em Hogsmeade. Mais uma coisa... Não está sentindo falta de nada, não? Pois eu estou.
No dia da festa, você saiu tão depressa que pegou a minha capa e eu estou com a sua.
Deve estar se perguntando porque eu não disse antes... É porque eu esqueci.
Hoje eu tenho treino de quadribol. Apareça por lá às 20h e faremos a troca.
Não se atrase
D. M
Esqueci de mencionar que tive que ler a carta em voz alta, porque elas queriam saber o que o malfoy tinha escrito, a todo custo:
-Hum... Isso tá parecendo um encontro... –Agatha falou –Você vai, né?
Eu afirmei:
-Vou, mas não sozinha. Quem se dispõe a ir comigo?
-Eu vou. –a Carol respondeu prontamente e as outras olharam inquisidoramente pra ela que ficou vermelha.
-Que interesse você tem em servir de vela, Carol? –Sophie perguntou.
-Nenhum. Só não acho aconselhável que a Gina saia do castelo sozinha à noite. Não concordam?
Elas concordaram, mas Agatha perguntou:
-Não está com ciúmes? Digo, você não está afim do Malfoy, está?
-Não. –ela respondeu calmamente e era verdade (ela me contou de quem ela gosta...)
Era quase 8h da noite quando eu e a Carol nos dirigimos para o campo de quadribol.
Não havia ninguém em campo, mas as luzes do vestiário masculino estavam acesas. Então a gente ficou esperando ali por perto.
Logo um garoto com as vestes da Sonserina surgiu:
-Boa noite Carol, Gina.
-Como você sabe o meu nome? –eu perguntei, surpresa.
-Difícil não saber. O Draco e o Blás falam muito de você. –ele respondeu e eu corei.
A Carol estava tímida. Ele se chama David Thrent, está no 6º ano e joga como artilheiro no time da Sonserina. É dele que a Carol gosta. Ele é moreno e tem olhos verde-água.
-Carol, será que podemos conversar à sós?
-Tudo bem. –ela respondeu decepcionada –Eu saio e você pode conversar à vontade com a Gina.
-Não, Carol. É com você que eu quero falar. Vamos. –ele falou puxando o braço dela.
-Pode ir, Carol. Eu vou ficar bem. –e ela sorriu em agradecimento e foi.
Pouco depois a luz do vestiário apagou-se e o Malfoy saiu. Ele tinha acabado de tomar banho e tinha um delicioso cheiro de colônia.
-Tome a sua capa. –eu disse jogando na mão dele –Agora quero a minha. –exigi sem rodeios.
-Aqui está. –O malfoy falou me entregando um embrulho –A sua capa está aí dentro, depois você abre.
-Ótimo. Boa noite. –eu disse, me virando pra ir embora, mas ele me impediu.
-Já quer se livrar de mim, Weasley Fêmea?
Eu suspirei:
-Já disse que me incomoda que fique me chamando assim.
-Quer que eu volte a te chamar de Gina?
-Não, não quero nenhuma intimidade com você.
Ele enlaçou a minha cintura.
-Tem certeza disso? Eu continuo te querendo. Além disso, olhe a sua amiga. Ela está se entendendo com o David, vai querer atrapalhar?
É claro que eu não quero atrapalhar a minha amiga. A Carol gosta do David!
Eu disse contrariada:
-Nisso você tem razão. Vamos conversar então.
-Só conversar? –ele perguntou incrédulo.
Eu fiz um gesto afirmativo:
-E se dê por satisfeito. Poderia tirar as mãos da minha cintura?
-Não. Do que você tem medo?
-Eu não te conheço.
-Não seja por isso. Pode me perguntar. O que quer saber sobre mim?
-Quais as suas intenções comigo? Está tentando me usar ou é uma provocação direta para o Harry e o Rony?
-Quero ficar com você, Gina e farei qualquer coisa pra conseguir que você me queira também. Não tem nada a ver com o Potter e o seu irmão. Eu posso te dar tudo o que você quiser, é só me pedir.
Eu fiquei espantada, chocada, paralisada e outros “ada”.
-Malfoy? Tem certeza do que está dizendo? Isso é muito sério. Tem certeza de que não bateu a cabeça em algum lugar? Você sempre me odiou, essa mudança de uma hora pra outra não é normal.
-Não duvide. Eu acho uma loucura, mas não questiono. É essa a minha vontade. O que me diz?
-Mas você é muito galinha, Malfoy. Vem com esse papo pra ver se consegue me seduzir...
Nessa hora o Malfoy me abraçou mais forte pela cintura e juntou nossos lábios num beijo calmo e suave. Esse tipo de beijo não parece combinar com ele, mas é tão bom quanto os outros.
Nem sei quanto tempo ficamos nos beijando (e quantos beijam foram). Sim, eu deveria estar dopada. O que será que colocaram no meu suco de abóbora?
-Por que você faz isso comigo, Malfoy? –eu perguntei ainda abraçada a ele.
-Me chame de Draco. E eu te beijo porque preciso dos seus lábios e do calor do seu corpo. Você cresceu Gina, mental e fisicamente.
-Eu tenho que ir. Já deve estar meio tarde e o |Rony anda pegando demais no meu pé.
Por um momento a expressão no rosto dele parecia ser de tristeza, mas logo depois ele recompôs o semblante inexpressivo.
-Eu quero mais um beijo e um beijo decente.
Ele me puxou para um beijo de tirar o fôlego:
-Calma, Draco... Me deixou ofegante. Boa noite. –eu disse e me virei pra ir embora.
-Melhor seria com você. –eu o ouvi dizer e apesar de ter ficado vermelha, continuei andando.
Eu disse pra Carol que tínhamos que voltar. Ela se despediu do David com um beijo e voltamos pro castelo:
-Estou tão feliz! Tão feliz! O David é maravilhoso! –a Carol não parava de falar.
-Também fico feliz por você. –eu disse sinceramente.
-Eu vi que você e o Malfoy se beijaram também. Amoleceu com ele, foi?
-O que ele me disse acabou derretendo a minha barreira anti-Malfoy.
-O que ele te disse pra conseguir isso?
-Que faria qualquer coisa pra que eu o quisesse.
-Uau! Ele está totalmente apaixonado por você, Gina! –ela falou impressionada.
-O Malfoy apaixonado? Conte outra! –eu caçoei.
-E o que mais pode ser? Acorda, sua boba! Draco Malfoy te ama.
-Não, não ama. E eu também não.
A Carol deu um sorriso zombeteiro:
-Então por que ficou com ele? Alguma coisa você sente pelo Malfoy.
-Eu não! Você sabe que eu gosto do Harry, Carol.
-Não, não sei mais de nada. Você diz que gosta do Harry, mas beija o Malfoy e o Zabini, vai a Hogsmeade com o Colin e sonha com Tom Riddle.
-Como é que você sabe?
-De quê? Do Colin?
-Não, dos meus...sonhos.
Eu não ia contar que achava real ou ela me acharia insana.
-A Susan estava preocupada e me contou.
-Ah, tá. –eu falei e depois quis mudar de assunto –O que é que você e o David falaram? Se é que falaram...
Os olhos dela brilharam e ela começou a falar animada:
-É claro que falamos! Ah, Gina... Ele é tão fofo!
-Calma aí. Fofo? Pelo amor de Merlin, Carol! Ele é um sonserino! Já se esqueceu disso?
-Mas é verdade. Ele disse que j´pa estava de olho em mim, mas que eu sempre estava cercada de garotas. E aí ele tinha vergonha de chegar em mim e levar um fora. Como se eu fosse dispensa rum garoto daqueles...
-Mas você gosta mesmo do Thrent ou é só atração?
-Eu gosto mesmo dele, Gina. Eu já te disse isso... Ah, e você com o Malfoy? Eu acho que ele gosta de você, no sentido de estar apaixonado.
-Bem... Eu vou assumir pra você, mas não conta pra ninguém. Eu me sinto atraída por ele. Sei lá, o Malfoy derrete a minha resistência.
-E o Harry?
-Eu sempre fui apaixonada por ele e não vou descansar até estar namorando o Harry.
-Então você vai ter que se manter longe do Malfoy ou ele poderá derreter mais vezes a sua resistência.
-É, você tem razão. Carol... Se eu te perguntar uma coisa, você promete ser sincera?
-Mas é claro! Pode mandar a pergunta.
-Você acha que o harry vai me perdoar e me dar uma chance?
-Sinceramente... –ela começou e eu fiz que sim –Acho que sim. O Harry não costuma ser rancoroso, né? E, além disso, a Mione e o Rony estão falando com ele. Então acho que vai dar tudo verto, é só questão de tempo.
Eu sorri e agradeci. O que eu não poderia imaginar, é que isso fosse acontecer tão depressa.
Quando chegamos na Torre da Grifinória, entre muitos alunos e perto do meu irmão e da Mione, etsava o Harry. Foi eu e a Carol chegarmos que eu vi a Hermione mexer os lábios pro Harry, dizendo:
-Vai lá, Harry.
-G-Gina. Eu acho que está na hora de conversarmos. –o Harry me falou seriamente.
-Aqui? –eu perguntei olhando a quantidade de pessoas que tinha por ali.
-Não, no meu dormitório. Tudo bem pra você?
Eu fiz que sim e antes de sairmos dali, eu arrisquei um olhar para a Carol (que sorria de orelha a orelha) e o Rony que tinha um olhar do tipo “Tome-cuidado-com-ele-Gina-o-Harry-é-um-homem” . Qual é a dele? Será que o Rony não confia no melhor amigo dele? Pois eu confio. Tá certo que o Harry é um adolescente de 17 anos com os hormônios em ebulição, mas eu conheço o Harry. Ele não é nenhum maníaco sexual. Bem, pelo menos eu acho... Ah! O que eu quero dizer é que o Harry não é nenhum estuprador, que ele é um doce de pessoa e não me forçaria à nada.
Droga! Enrolei tanto e o que eu realmente quero dizer é que tudo bem conversar à sós com o Harry no dormitório dele...
Será que eu tão difícil dizer que eu confio plenamente nele?
Nós entramos lá e o dormitório realmente estava vazio. Então o Harry acendeu umas velas e nos sentamos na cama dele. Por um curto lapso de tempo ficamos em silêncio e depois o Harry começou a falar:
-Olha, Gina... Primeiro eu queria que você me desculpasse por ter sido tão duro com você, não deixando espaço pra que se defendesse. Eu te julguei pelo que eu ouvi da boca dos outros... Eu vou entender se você...
-Não, Harry. Eu já te perdoei. Então não precisa se preocupar com isso.
-Bem, eu queria ouvir o que você tem a dizer sobre o Malfoy e o Zabini.
-Eles são amigos e aparentemente estão a fim de mim. Eu realmente fui a uma festa com o Malfoy, mas eu não tinha ficado com ele. As pessoas na festa pensaram assim porque chegamos juntos. Mas aí o Malfoy me irritou e eu queria me vingar. Eu poderia dizer que o Malfoy e o Zabini são melhores amigos. Então pra me vingar, eu beijei o Zabini na frente de todo mundo. Eu sei que eu fui errada em querer vingança e no jeito que eu a realizei...
Bem, eu não menti pro Harry. Apenas omiti coisas relacionadas a chantagem e eu não tinha ficado com o Malfoy naquele dia. Pelo menos eu não considero (ele só tinha me dado um beijo no vestiário e outro do lado de fora da sala precisa). Hoje sim eu considero ter ficado com o Malfoy (nunca pensei que fosse escrever as palavras “Eu”, “ficado” e “Malfoy” na mesma frase) já que devemos ter dado no mínimo uns 10 beijos, mas eu já consideraria ficada se fosse mais de u beijo em uma mesma ocasião.
-Você ainda quer ser minha namorada, Gina?
Eu fiquei estática por algum tempo e quando recobrei o controle, respondi sem encará-lo:
-S-Sim, Harry.
Ele colocou umas mechas do meu cabelo pra trás das minhas orelhas e então sorriu antes de seus lábios tocarem os meus.
Foi um beijo carinhoso e suave que durou um bom tempo. Quando ele quebrou o beijo, me abraçou e sussurrou no meu ouvido:
-Eu te amo, Gina. –e isso me causou um arrepio –Me perdoe por demorar tanto tempo pra perceber.
Aí eu me senti culpada (a Poção do Amor...) me soltei do abraço e forcei um sorriso:
-Boa noite, Harry. –eu falei, dei um beijo nele e em seguida fui direto pro meu dormitório.
A Carol me esperava.
-O que aconteceu? –ela perguntou ansiosa.
-Eu e o Harry estamos namorando. –eu respondi sorrindo.
-Que ótimo! Parabéns, Gina. –ela falou e me abraçou –Ah e você esqueceu esse pacote lá no Salão Comunal, aí eu trouxe pra você.
Eu peguei e agradeci. Era o pacote que o Malfoy tinha me dado. Eu abri e dei um pulo ao ver que não era só a minha capa que estava no embrulho. Havia também uma tiara linda e um pergaminho.
-Oh meu Deus!!! –eu e a Carol exclamamos.
-Isso é verdadeiro? Não tem cara de ser uma cópia barata. –ela disse examinando a tiara.
Eu peguei o pergaminho e li o que estava escrito:
Gina,
Não, não é uma tiara qualquer. Ela é de ouro puro e as pedrinhas vermelhas são rubi e combinam com o seu cabelo.
Não, eu não aceito devolução e se me devolver, eu sempre mandarei de volta... Sim, até você cansar e aceitar. Não duvide da minha teimosia.
É um presente e quero que você use no sábado.
Não se preocupe com o preço (eu disse que poderia dar o que você quisesse). Você me ganhou e eu faria QUALQUER coisa por você.
Espero que possamos nos encontrar por aí...
Não, não estou tentando te comprar, mesmo se quisesse... Você não é do tipo que se vende.
Aceite o meu presente, por favor, é uma prova do que sinto por você.
Com amor,
Do seu, Draco Malfoy.
Quando eu terminei de ler, estava chocada. A Carol perguntou se eu estava me sentindo bem e como não respondi, ela pegou o pergaminho da minha mão e começou a ler por si mesma. Eu tinha escrito chocada, não é? Mas acontece que chocada SIMPLESMENTE NÃO É O SUFICIENTE pra descrever como eu e até mesmo a Carol ficou depois de ler AQUELE pergaminho.
-Gina, o que foi isso? –ela me perguntou de boca aberta.
-Eu ainda estou tentando entender...
-GAROTA! O Malfoy TE A-M-A!!! Não dá pra imaginar outra possibilidade.
-Dá sim. E se ele quiser me meter em outro plano diabólico do pai dele, igual ao meu 1° ano?
-Dificilmente... Tanto ele quanto o Zabini parecem estar apaixonados por você. Olha Gina, se nós não soubéssemos o quanto eles te detestavam, não daria pra desconfiar. Como é que de uma hora pra outra eles se jogam aos seus pés? –ela perguntou pensativa.
-É mesmo... Como? –eu perguntei também –Isso é muito suspeito...
-Hum... Você conhece alguém que teria interesse em fazê-los gostar de você?
-Acho que não. A Parvati não quer que o Harry namore comigo, mas isso não tem nada a ver com o Zabini e o Malfoy. Pelo menos eu acho...
-E se ela os enfeitiçou ou fez alguma poção do amor?
Eu engoli em seco quando a ouvi mencionas uma poção do amor. Mas o que isso...? Preciso consultar uns livros na biblioteca e averiguar isso.
-Gina? Está me ouvindo?
Eu não tinha percebido que estava por tanto tempo em silencio.
-Ah... Bobagem, Carol! –eu disse forçando um sorriso –Todos sabem que poções do amor são ilegais.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!