Eros











N/A: Muito obrigada pelos comentários, gente







N/A: Muito obrigada pelos comentários, gente! Tô até parecendo a tia Guida! (rs). Bem, finalmente chegamos onde interessa: vocês vão descobrir quem é o atacante da Gina. E aí, em quem apostam?





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CAPÍTULO XI



Eros





Uma neblina densa o envolvia, impedindo-o de ver para onde seguia, apenas sentia que algo o espreitava, algo queria matá-lo. Sabia disso com uma certeza assustadora, e por isso continuava correndo, tentando encontrar um meio de escapar.





De repente o nevoeiro amainou, e ele pôde ver que se encontrava num labirinto. Não era como o que enfrentara no fim do quarto ano. Não, ali o perigo era muito maior. A escuridão era quase total, e um frio sobrenatural imperava. Conhecia aquela sensação. Sabia que tipo de criatura era capaz de produzir aquilo. Ergueu o braço, mantendo a varinha em posição de ataque, e avançou.





Depois de algum tempo percorrendo os corredores sombrios, deparou-se com uma cena aterradora. Ali, caídos no chão a sua frente, estavam os pais e os irmão de Rony – a família que considerava como sua própria. Mortos. Todos mortos.





Controlando as emoções que aquela perda lhe causava, ele continuou seu caminho. Sabia que tinha que prosseguir. Não entendia por que ainda não fora atacado, mas sabia que, de um jeito ou de outro, tinha que chegar ao centro do labirinto.





Conforme avançava, mais corpos foram surgindo. Pessoas que prezava, que admirava. Remo, Hagrid, Dumbledore, Sirius... todos perdidos, todos mortos. Precisava chegar logo, precisava acabar com aquilo antes que...





Tarde demais. Atingira o centro do labirinto, sim, mas não chegara a tempo. Sentindo a dor sufocá-lo, ameaçando fazer parar o próprio coração, ficou observando os corpos sem vida de Rony e Hermione. Seus amigos – os melhores que alguém podia ter. Foi tomado pelo desespero. Por quê? Por que, depois de tanto que já sofrera, de tudo que já perdera, tinha que perde-los também? Por quê?





- Você sabe por quê. - a voz sinistra ecoou atrás dele.





Virou-se rapidamente, deparando-se com o causador de tudo aquilo.





- Você é fraco demais, Potter. - continuou Voldemort, desdenhoso - Não conseguiu me matar. Não pôde. Afinal, você não é um assassino, não é mesmo? - debochou, observando com evidente prazer a dor que o garoto sentia - E por causa disso, seus amigos estão mortos. Por sua causa.





- Cale a boca!!! - Harry cobriu os ouvidos com as mãos. Não queria ouvir aquilo. Sabia que era verdade, e era isso que mais machucava. Era como se ele mesmo tivesse matado os amigos.





Voldemort gargalhou.





- Dói, não é mesmo, Potter? E vai doer ainda mais. - declarou, puxando algo de trás de si e atirando na direção do garoto. - Vou matar todos os que você ama, Potter. E só depois é que vou acabar com você.





Harry segurou entre os braços o corpo sem vida da garota, os cabelos claros caindo sobre seu peito. Olhou com tristeza para o rosto de Sammy, enquanto Voldemort ria. Espantado, viu que agora era Rhea quem estava em seus braços. O que significava aquilo?





Não teve muito tempo para pensar nisso, pois logo viu uma intensa luz verde vindo em sua direção, e ouviu o rumorejo da morte se aproximando...





Harry acordou banhado de suor, o coração disparado pelo pesadelo que acabava de ter. Respirou profundamente, tentando se acalmar. Era o mesmo sonho que tinha quase todas as noites quando voltara para a casa dos tios, depois que Dumbledore lhe contara sobre a profecia. Seu maior medo. Não ser capaz de matar Voldemort e com isso permitir que ele ferisse as pessoas que mais gostava.





Mas desde que voltara para Hogwarts que os sonhos tinham sumido, e agora estava diferente. Rhea e Sammy. Por que acontecera aquilo no sonho? O que significava?





Tentando pensar melhor, foi até a janela do quarto, abrindo-a e deixando o vento frio refrescar seu corpo. A tempestade que se formava desde que anoitecera ainda não caíra, apenas raios e trovões cruzavam o céu coberto de nuvens. Deixando o olhar correr pela paisagem, Harry teve a atenção atraída por dois borrões próximos a Floresta Proibida. Colocou os óculos rapidamente, forçando a vista naquela direção.





Nesse momento um trovão explodiu, iluminando tudo de forma fantasmagórica, permitindo que ele visse perfeitamente os dois lobos negros calmamente sentados sobre as patas traseiras, as cabeças voltadas para o céu como se aguardassem algo. E logo Harry descobriu o quê. Um enorme falcão, também negro, voava majestosamente para a floresta, vindo da direção do castelo. Ele voou alguns instantes em círculo sobre os lobos. Estes logo correram para dentro da floresta, seguidos no ar pelo falcão, que depois de algum tempo mergulhou entre as árvores, desaparecendo de vista.





- Coisa mais esquisita... - murmurou Harry, ainda olhando para o local onde os estranhos animais desapareceram.





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Remo aproximou-se rapidamente de onde o outro já se erguia, alerta, observando atentamente os arredores.





- Isso é o que estou pensando?





- Pode ter certeza. - respondeu rispidamente.





- Então vamos! - puxou Remo pelo braço, correndo para o bosque ali perto.





- O que você está fazendo? Ele deve estar aí!





- Deixe de ser idiota, Lupin! - retrucou, enquanto os dois se embrenhavam no bosque, correndo entre as árvores, buscando abrigo. - O uivo veio do bosque, sim, mas parece estar longe, ainda vai demorar algum tempo até ele nos alcançar. Não podemos ficar numa área aberta, totalmente expostos. Seria loucura!





Remo foi obrigado a concordar, e logo eles encontraram o que procuravam. Uma árvore alta o bastante para mantê-los a salvo da fera e fora do alcance de seu faro. Os dois respiravam pesadamente ao fim da escalada, quando se acomodaram nos galhos mais altos.





- Eu não entendo. - comentou o outro, ofegante - Se é lua cheia, por que nenhum de nós se transformou?





- Não tenho certeza, mas deve ser por isso. - Remo respondeu, acenando com a cabeça na direção da lua, que já tinha uma boa porção coberta pelo eclipse. O outro franziu o cenho, intrigado.





- Você acha...?





- Tenho certeza. É coincidência demais.





Perto dali, no coração do bosque, um garotinho de seus seis, sete anos também estivera em cima de uma árvore, debruçado sobre o largo galho, observando atentamente o estranho ser que executava uma dança exótica na clareira banhada pelo luar. Sentiu algo frio e pegajoso em seu nariz.





- Agora não, Plunk. - exclamou, afastando o incômodo com a mão - Se comporte!





O pufoso recolheu a língua rosada, com um pequeno estremecimento de protesto. Estava sobre a cabeça do garoto, parecendo um fofíssimo gorro caramelo cobrindo os cabelos claros, quase loiros dele.





- Olha, Plunk, não é legal? - perguntou ao pequeno amigo, fascinado pelo espetáculo que observava - Esse moonclaf é engraçado, né?





O pequeno Remo estava mesmo muito contente. Quando fora até ali, não tinha certeza de que conseguiria encontrar o moonclaf, mas não desistira e sua persistência tinha sido recompensada. Era ainda muito jovem, porém muito inteligente. Adorava livros, e já lera todos os da pequena biblioteca que tinham em casa. Fora num livro que descobrira tudo sobre o moonclaf, e como ele podia ser útil.





Sua mãe, como sempre naquela época do ano, estava muito triste. Remo sabia disso, e sabia que era por causa da irmã gêmea, que morrera ainda muito nova e da qual ele não se lembrava. Por isso ele estava ali, e só voltaria para casa quando tivesse o que procurava. Ia conseguir os excrementos prateados do fantástico animal, e faria florescer as sementes que o Sr. Muldoon lhe arrumara. Eram as flores preferidas da mãe e com certeza a deixariam contente.





De repente o moonclaf parou de dançar e se apressou para dentro da sua toca, parecendo assustado.





- Ué, que será que aconteceu? - estranhou o garoto, descendo da árvore e indo até a clareira agora deserta. - Que estranho. Esse bicho é mesmo esquisito, Plunk.





Mas Plunk também estava estranho. O bichinho estava tremendo incontrolavelmente, e dali a pouco passou a ficar pulando de modo aflito na cabeça do garoto, que vasculhava o chão da clareira a procura do material que buscava.





- Pare com isso, Plunk! - ele segurou-o com uma das mãos, contendo a agitação da criatura - O que deu em você, hein?





O fato do bichinho não poder responder não impediu que Remo descobrisse o problema. De fato, tudo ficou muito claro quando o uivo horripilante encheu o ar, ecoando no pequeno bosque.





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Gina estava a ponto de gritar histericamente. Já tentara de tudo, desde feitiços a roupas de mangas cumpridas e até ataduras. O odiado bracelete resistia a qualquer tentativa de remoção ou disfarce. Passara todo o domingo dentro do quarto, alegando não estar se sentindo bem, Nem mesmo Hermione conseguira tirar a peça de seu pulso, e prometera procurar uma solução. Mas isso ia demorar, e Gina tinha que descer dali a pouco para as primeiras aulas do dia.





- Não adianta ficar adiando o inevitável. - falou pra si mesma, descendo as escadas do alojamento feminino com ar determinado.





Conseguiu chegar ao salão principal sem atrair a atenção de ninguém, para seu imenso alívio. Que não durou muito.





- Olha por onde anda, Weasley! - exclamou Pansy Parkinson, que vinha saindo do salão e trombou com ela, derrubando os pergaminhos que carregava. - Olha o que você fez!





- Não enche, Parkinson! - ela retrucou, fazendo questão de se afastar, mas a outra, que tinha se abaixado para recolher os pergaminhos agarrou seu pulso.





- Que é isso?





- Não é da sua conta! - ela tentou puxar o braço, mas a garota era forte e manteve seu pulso erguido, de forma que qualquer um que passasse por elas visse claramente a bela jóia. Gina perdeu o pouco de calma que restava - Me larga, sua vaca!





- Que palavreado chulo, Weasley. - comentou uma voz arrastada atrás dela, completando com evidente satisfação - Parece que vou ser obrigado a te dar outra detenção.





- Veja isso, Draco. - Pansy mostrou o bracelete no pulso da garota.





- Ora, ora, Weasley... de quem você roubou isso, hein? Porque só assim para alguém da sua família pôr as mãos numa jóia dessas.





- Vai à merda, Malfoy! - já que estava ferrada mesma, que pelo menos aproveitasse - Já mandei me largar, Parkinson.





Àquela altura eles já tinham chamado a atenção de quase todos no salão, que os observavam com ávida curiosidade. Em poucos instantes, Rony, Harry e Hermione estavam ao lado de Gina, encarando os sonserinos com hostilidade.





- Deixa minha irmã em paz, Malfoy. - rosnou o grifinório.





- Quem você pensa que é para me dar ordens, Weasley? - Malfoy retrucou com frieza, enquanto Craybbe e Goyle, que o ladeavam, olhavam de forma ameaçadora para os grifinórios - Além disso, eu só estou cumprindo com meus deveres de monitor. - completou de forma sarcástica - Sua irmãzinha é quem estava gritando palavras de baixo calão, ofendendo os alunos que realmente são dignos dessa escola. Mas eu até entendo. Coitadinha, ela não tem culpa de ter nascido numa família tão pobre e sem classe, não é mesmo?





Harry e Hermione conseguiram a muito custo conter o amigo, que se esforçava para avançar contra o loiro, que ria cinicamente. Porém, não puderam fazer nada quanto a Gina. A garota, que já estava no limite, perdeu de vez o controle. Agarrou a varinha, apontando-a para Pansy, que ainda segurava seu pulso.





- Impedimenta! - a sonserina caiu rígida no chão, gritando histericamente. Gina voltou-se rapidamente contra o loiro, a varinha apontada diretamente para ele, fazendo-o parar de rir - Diga mais uma ofensa contra minha família, Malfoy, apenas mais uma, e você vai implorar para que eu te transforme na doninha covarde que você é!





- WEASLEY!





Era o que faltava para coroar aquele momento!





- Que pensa que está fazendo? - perguntou Snape, o olhar firme encarando-a com frieza, até que ela finalmente baixou a varinha - Comportamento absolutamente inaceitável! Menos cinqüenta pontos para Grifinória! - uma onda de protestos ameaçou se formar - E serão mais cinqüenta se eu ouvir qualquer reclamação!





Todos se calaram, furiosos, encarando o professor com revolta.





- Sr. Malfoy, - ele se dirigiu ao sonserino, ignorando ostensivamente os outros alunos - o senhor pode cuidar para que a srta. Weasley tenha a detenção apropriada.





- Pode deixar comigo, professor. - o loiro encara os adversários com deboche, enquanto Craybbe ajudava Pansy a se levantar. Era evidente a satisfação dele com o desfecho do episódio. Foi para a mesa da Sonserina, seguido pelos asseclas. Pansy lançou um olhar mortífero para Gina, antes de sair do salão.





Gina e os outros também foram para sua mesa, e ela tentava ignorar o burburinho a sua volta. Todos a sua volta falavam sobre o incidente, e como não podia deixar de ser, especulavam sobre a jóia em seu pulso, que originara toda a confusão.





- Afinal, Gina, onde você arrumou esse troço?





- Foi um presente, Rony. - Gina quase engasgou ao dizer isso. Presente, pois sim!





- Ah, é? - Rony estreitou os olhos em sua direção, parecendo muito irritado e desconfiado - E de quem, posso saber?





- Não, não pode.





- Gina!





- Rony, eu não tenho que te dar satisfação da minha vida! - irritada, ela desistiu de comer, e marchou para fora do salão.





Rony olhou com ar abobalhado para os amigos.





- O que deu nela?





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- E então, Lupin, o que a gente faz agora? - perguntou o outro, impaciente.





- Não sei, porque não me diz você? - Remo retrucou, irritado - Até agora você só soube reclamar e falar o óbvio!





Antes que o outro pudesse retrucar, uma intensa luz surgiu diante deles, obrigando-os a protegerem os olhos com as mãos. Quando finalmente a luz enfraqueceu, eles puderam ver que em seu lugar, flutuando diante deles, estava uma besta de prata, muito parecida com a que a imagem de Daghda segurava. Ficaram olhando para aquela aparição, indecisos quanto ao que fazer, quando uma voz ecoou no ar.





"A prata sagrada pode mudar uma história



Ceifando a vida do monstro animal



Dos seres altera a trajetória



A missão chega ao seu final".





Os dois se entreolharam, pensando sobre as palavras do estranho poema. O primeiro a se decidir foi o outro Remo.





- Bom, acho que está claro, não é? - declarou, apanhando a besta e começando a descer do esconderijo.





- Ei, onde você pensa que vai? - Remo gritou, seguindo-o.





- O que você acha? - o outro retrucou com ironia, o semblante se alterando com o sorriso maldoso - Vou matar um lobisomem.





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A hora do jantar se aproximava e Gina vinha andando desanimada por um corredor da ala leste, o caminho mais longo para o salão principal, e por isso mesmo, sempre deserto. Precisava ficar sozinha. Se alguém mais lhe perguntasse quem era o namorado misterioso que lhe dera aquele presente maravilhoso, ela teria um verdadeiro ataque histérico!





O dia parecia que não teria fim, e tudo o que ela queria era afundar a cabeça no travesseiro e dormir até todos esquecerem aquela história. O almoço também fora frustrante, pois Gina podia sentir que o cretino a observava. Não podia dizer da onde, mas sabia que sim, e sentia a satisfação dele. Afinal, o castelo inteiro pensava que ela era comprometida, e com um príncipe romântico! Que ódio!





De repente, ela se sentiu puxada para dentro de uma sala vazia. Ah, o canalha ia ver só! Virou-se rapidamente, o punho fechado voando na direção do seu atacante.





- Ei, calma aí, ruivinha! - ele se desviou do soco e se afastou rapidamente - Cruzes, que violência!





- Alex? - Gina o olhou com desconfiança, contendo seu ataque, mas permanecendo alerta - O que você quer comigo?





- Não precisa me olhar assim, eu não sou nenhum maníaco pronto para te atacar. – ele olhou-a de cima a baixo, de modo provocante, um sorriso malicioso nos lábios - Se bem que você é capaz de virar a cabeça de qualquer um.





Gina o encarou com firmeza, o olhar dizendo claramente que não estava com paciência para gracinhas.





- Tá bom, tá bom... Eu vim te chamar para uma pequena vingança.





- Como assim?





- Nicky e eu preparamos um pequeno revide contra os sonserinos, por eles nos terem feito perder todos aqueles pontos e ainda ficarem tirando onda com a gente. Como você foi diretamente atingida, achamos que você tinha o direito de participar.





Gina o encarou surpresa. Não esperava por aquilo. Mas não precisou de muito tempo para se recompor, e achou a idéia pra lá de tentadora.





- O que estamos esperando?





- Assim é que se fala! - comemorou Alex, pegando sua mão e saindo em disparada, correndo por vários corredores e passagens que Gina nem sabia que existiam.





"Como ele conseguiu descobrir tudo isso em tão pouco tempo?", ela se perguntava, mas logo esqueceu o assunto quando chegaram nas masmorras, entrando no que parecia ser uma antiga sala abandonada, e encontraram Nicky parecendo impaciente, sentada de pernas cruzadas sobre uma mesa, o pé balançando de forma inquieta.





- Até que enfim! - reclamou ela - Por que demoraram tanto? Mais um pouco e teríamos que adiar o plano!





- Ah, Nicky, pare de resmungar senão aí mesmo é que teremos que fazer isso. – retrucou o rapaz.





- A Sammy não vai participar? - estranhou Gina: os três estavam sempre juntos.





- Não, ela ainda não está se sentindo bem. - foi Alex quem respondeu.





- Gina, o Alex já explicou nosso plano? - Gina fez que não, ao que ela se pôs a explicar - É muito simples: nós vamos entrar na sala comunal das cobrinhas enquanto elas estão no jantar, e vamos deixar alguns "presentinhos" que compramos na loja de seus irmãos.





Gina a olhou espantada.





- E qual é a parte simples disso? - perguntou ironicamente.





- Não se preocupe, Gina. - interviu Alex, rindo - Nós já temos tudo esquematizado. Já conseguimos a senha e tudo. A Nicky vai na frente, transfigurada numa aluna da Sonserina, e nós vamos segui-la embaixo da minha capa de invisibilidade.





- E eu que pensei que essas coisas fossem raras. - Gina resmungou, antes de se voltar para Nicky - E você sabe mudar sua aparência assim? Isso é Transfiguração avançada!





- Nem tanto. - Nicky deu de ombros, com modéstia - Agora peguem tudo e vamos logo, antes que eles voltem do jantar. E não se esqueçam: fiquem bem perto de mim.





Assim eles fizeram, e Gina se surpreendeu com a facilidade com que Nicky de um instante para outro se transformou em (eca!) Pansy Parkinson, seguindo confiante para a entrada do salão comunal dos rivais.





Não levou muito tempo para Nicky averiguar o lugar e garantir que a barra estava limpa. Alex e Gina saíram de baixo da capa e começaram a distribuir os "presentinhos" pelo lugar. Seria realmente engraçado quando tudo aquilo entrasse em ação. Pena que não poderiam ficar ali para ver.





- E quem disse que não vamos ver? - retrucou Nicky, quando Gina comentou a respeito disso.





- Eu disse, Gina: nós viemos preparados. - Alex declarou, enquanto Nicky subia numa cadeira para fixar um estranho aparato no alto de uma estante.





- O que é isso, Nicky?





- Uma câmera de vídeo. - ela respondeu - Última geração, olhe como é pequena, quase não se nota.





- Mas isso é tecnologia trouxa. - argumentou Gina - Não vai funcionar aqui.





- Errada de novo. Ela foi devidamente alterada para funcionar no mundo mágico. Está enviando o sinal direto para o equipamento de Sammy, que está nos monitorando do quarto. - Nicky deu um tchauzinho para a câmera, brincando com a amiga.





- Ei, parem de conversa, nosso tempo está acabando. - Alex chamou a atenção das duas, que voltaram rapidamente a tarefa.





De repente ouviram sons do lado de fora da entrada do salão, e perceberam que logo teriam companhia. Alex voou para trás das cortinas, enquanto Nicky se sentava calmamente numa poltrona de canto, afastada o suficiente da entrada para ver se seria necessário mudar de disfarce.





Gina, que estava distante de qualquer opção de esconderijo, correu para o corredor que levava aos alojamentos, entrando rapidamente na primeira porta que viu quando as vozes se aproximaram perigosamente.





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O pequeno Remo corria o mais rápido que suas perninhas lhe permitiam. Sentia o ar queimando seus pulmões e o coração parecia que ia soltar pela boca, mas sabia que tinha que continuar, tinha que conseguir chegar em casa antes que a fera o alcançasse. Plunk tremia convulsivamente, preso dentro da camisa do garoto, pressentindo que o dono corria perigo mortal.





Avistou o vilarejo, as luzes das casas tão próximas e ao mesmo tempo tão distantes. Sabia que não conseguiria alcançá-las a tempo. Tinha que buscar um outro meio de se proteger. Mas como?





Nesse momento avistou o grande carvalho em que costumava brincar. Era isso! Iria subir até o último galho da majestosa árvore, e estaria a salvo. Lobisomens não subiam em árvores, ou subiam? Um rosnado assustador o alertou de que logo ele descobriria.





Remo corria atrás do outro, que já conseguira uma boa dianteira. Alcançou-o no instante em que ele se preparava para acertar a flecha de prata na criatura que se aproximava da árvore onde o menininho buscava abrigo. Poucos segundos antes que ele disparasse a flecha, Remo tomou-lhe a besta das mãos, impedindo-o.





- Ficou louco, Lupin?! - o outro gritou, tentando reaver a arma - Não ouviu? É a nossa chance de nos livrarmos dessa maldição!!!





- Eu ouvi muito bem! - ele retrucou, muito nervoso - E sei exatamente o que devo fazer, por isso, fique quieto!





O outro se calou, emburrado, e os dois passaram a observar o desenrolar dos acontecimentos, Remo sentindo o peito se contrair com as lembranças dolorosas daquela noite infernal.





"Só mais um pouco, só mais um pouco e estarei a salvo", repetia o pequeno Remo em pensamento, como uma prece que o livraria do amargo destino que o aguardava. Já estava no meio da escalada para o topo da árvore, uma distância considerável o separava da criatura monstruosa que rosnava aos pés do carvalho. Estendeu os bracinhos, esticando-os o máximo possível para atingir o próximo galho. Tinha que continuar subindo. Por alguns instantes, ficou dependurado no galho, o corpo balançando precariamente no ar. Foi sua perdição. O monstro, ao ver aquilo, dobrou as pernas traseiras, e num único e poderoso impulso, se lançou no ar, conseguindo abocanhar o tornozelo do garoto, que com um grito de dor e susto foi puxado para baixo, forçado a soltar o galho, caindo diante do enorme animal.





 



Deixou-se ficar caído, encarando apavorado os olhos malignos da criatura que se preparava para devorá-lo. Mas um momento antes que isso acontecesse, um estrondo ecoou no ar, afugentando a fera. Perdendo de vez as forças, o garoto desmaiou, sem ouvir os outros tiros que seu pai e alguns habitantes do vilarejo disparavam contra o animal afugentado, nem os gritos de sua mãe, que corria para junto dele, chorando desesperadamente.





- Satisfeito, agora, sr. Lupin? - disparou o outro, extremamente aborrecido - Podia ter evitado tudo isso! Para quê passar por toda essa agonia, sem necessidade?





- Era necessário. - respondeu sucintamente, sem tirar os olhos do local onde a mãe se agarrava ao filho, ainda desacordado.





- Não era, não! - teimou - Você ouviu...





- Sim, eu ouvi! - gritou exasperado, voltando-se para ele - E esperava que você, como parte que é de mim, soubesse interpretar direito o que ouve. Se nós tivéssemos matado o lobisomem, não seria apenas esse aspecto da minha vida que mudaria. Seria tudo, absolutamente tudo! A missão terminaria aqui. - ao ver que o outro ira argumentar, ele continuou - Veja bem, não o desafio, a missão. Teríamos falhado. E meu melhor amigo estaria perdido para sempre.





- Você é um idiota. - ele exclamou - Se importa mais com ele do que com você.





- Eu estou aqui com um objetivo, e nada do que você disser vai me fazer desistir dele. - retrucou friamente, e depois de um último olhar para a cena que se descortinava aos pés do carvalho, ele virou-se novamente para o bosque - Vamos.





- Onde?





- Procurar o que realmente viemos fazer aqui. Por que isso não passou de uma distração, pode estar certo.





Eles seguiram em silêncio, e algum tempo depois a noite ficava ainda mais escura, o eclipse encobrindo totalmente a lua. Dali a pouco ouviram soluços baixos e agoniados, e seguindo-os, puderam ver um rapaz, de no máximo vinte anos, encolhido na base de uma grande árvore, nu e chorando convulsivamente.





- É ele. - murmurou o outro. Não foi preciso pensar muito para descobrir quem era ele. O eclipse devia ter cessado os efeitos da lua.





- Eu sei que é. - retrucou no mesmo tom, analisando o responsável por seu destino amaldiçoado. Tudo o que pôde sentir foi pena. Pena e alívio por ter impedido que o outro o matasse, pois por mais que ele próprio tivesse sofrido, o rapaz não merecia isso. Era tão vítima quanto ele.





Nesse momento Remo percebeu que a árvore onde ele se encostava era a única que não estava coberta de neve, e a um olhar mais atento, parecia emitir um suave brilho. Fez sinal para que o outro o seguisse em silêncio, e escalou o tronco, cuidando para não atrair a atenção do rapaz. Quando chegaram ao topo, puderam ver presa ao galho, como um estranho fruto, uma pedra circular, vítrea, de um vivo tom de azul e que emitia o brilho que puderam notar pouco antes. Remo lançou um olhar intrigado para o outro, que deu de ombros.





Decidindo arriscar, estendeu a mão, fechando-a sobre a jóia. Um instante depois eram atingidos novamente pela nevasca, e logo a escuridão voltava a rodeá-los.





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Gina analisou atentamente o novo ambiente. Era um quarto, luxuosamente decorado, bem diferente dos dormitórios da Grifinória. Uma enorme cama de casal ocupava boa parte do espaço e era coberta com lençol de veludo negro. Um guarda-roupa tomava toda a parede do lado esquerdo, enquanto no lado direito havia uma escrivaninha, um espelho de corpo inteiro e uma porta entreaberta pela qual saíam pequenas nuvens de vapor e o som de água se agitando. O que significava que aquilo era uma suíte e que logo ela teria companhia no quarto. Pouco antes que a pessoa saísse do banheiro Gina se enfiou embaixo da cama, rezando para conseguir sair logo dali.





Viu um par de pernas, obviamente masculinas, darem a volta na cama, indo até o armário. Antes de abri-lo o rapaz deixou cair a toalha negra que envolvia sua cintura, muito próximo de onde Gina estava, o rosto parecendo um tomate ante a idéia de estar presa num quarto com um rapaz nu.





Dali a pouco ele fechou o armário e ela se sentiu aliviada, pois era óbvio que ele já se vestira, e provavelmente logo sairia do quarto, deixando o caminho livre para ela tentar uma fuga.





Ledo engano. A criatura se sentou na poltrona de couro em frente à cama, parecendo entretido em algum tipo de leitura.





- Ah, você está aí.





Gina quase pulou de susto, achando que tinha sido descoberta, mas logo percebeu que a voz vinha do espelho ao lado da porta do banheiro, e se dirigia ao rapaz.





- O lord espera por notícias suas. - continuou a voz.





- É bom vê-la também, mãe, obrigado. - ele respondeu com ironia. Gina fechou os olhos, praguejando silenciosamente. Por que, de todos os lugares onde poderia se esconder, tinha que ter ido parar justo no quarto de Draco Malfoy?





- Não seja impertinente, Draco. - retrucou a voz fria de Narcisa Malfoy - Sabe muito bem o quanto me preocupo com você.





- Eu sei, mãe, me desculpe. - Gina se surpreendeu ao notar que o rapaz parecia estar sendo sincero. Afinal, talvez ele gostasse pelo menos da mãe - Pode dizer ao lord para ficar tranqüilo, pois tudo corre conforme o combinado.





- Ele ficará satisfeito em saber. É bom que você tenha desistido daquelas idéias loucas, filho. - nesse momento a voz dela tremeu um pouco - Já foi muito difícil perder seu pai.





- Não se preocupe, mãe. Eu farei o que foi ordenado.





- Fico feliz em saber. Vou agora falar com o lord. Adeus, filho.





- Adeus. - a imagem de Narcisa sumiu, e Draco continuou falando para si mesmo - Farei tudo o que foi ordenado, sim, e algo mais. O lord terá aquilo que merece.





Gina ficou impressionada com o tom sombrio com que ele falou, tentando imaginar o que ele queria dizer com aquilo, e quase teve uma parada cardíaca ao ouvir as palavras seguintes do sonserino.





- Saia daí, Weasley. – como Gina não fez menção de se mexer, ele insistiu - Agora!





Percebendo que seria inútil resistir, ela saiu do esconderijo, a mão voando para a varinha, mas não foi rápida o bastante. Olhou para o loiro estirado na poltrona, segurando displicentemente sua própria varinha, enquanto girava a de Gina na outra mão, com um sorriso debochado. Gina ficou um pouco constrangida ao ver que o rapaz usava apenas uma samba-canção de seda negra, e um roupão aberto, do mesmo material.





- Ora, ora, ora... a leoazinha resolveu se aventurar no ninho das serpentes...





- Como soube que eu estava aqui? - Gina não se deixou intimidar pelo jeito do sonserino.





- Pude ver seus cabelos pelo espelho. Eles não são nada discretos.





- Ótimo! Chame logo o Snape e acabe com isso!





- E por que eu faria isso? - ele ergueu uma sobrancelha numa expressão sarcástica.





- Deixe de ironias, Malfoy. - Gina se impacientou - Você não perderia uma oportunidade dessas.





- Nisso você está certa. - ele se levantou, caminhando de modo felino em direção a Gina, que instintivamente recuou até suas pernas baterem na cama, assustada com o estranho brilho no olhar do rapaz, e com o arrepio familiar que subiu por sua espinha. Será que...? Não podia ser! - Realmente, eu não deixaria passar essa oportunidade. Não faz parte da minha natureza.





Gina o encarava incrédula, os olhos arregalados. Estendeu as mãos diante do corpo, tentando impedir a aproximação, mas foi inútil. Ele a segurou pela cintura, puxando-a de encontro ao corpo, fazendo com que suas mãos ficassem espalmadas sobre o tórax definido.





- Você... não pode ser... - a garota balbuciava.





- Surpresa, pequena? - comentou com evidente satisfação.





Sem esperar pela resposta ele esmagou seus lábios num beijo faminto. Talvez tenha sido pela surpresa da descoberta ou de estar sendo beijada pelo maior inimigo, mas ela não conseguiu esboçar nenhuma reação, o que permitiu que ele a acariciasse livremente, derrubando suas defesas e despertando seu corpo para reações já conhecidas. Involuntariamente Gina enlaçou seu pescoço, passando a corresponder ao beijo com ardor.





De repente ele interrompeu o beijo, ofegante, soltando-a e indo até a escrivaninha, tirando um pequeno frasco de uma gaveta. Gina, que estava atravessada na cama – sem saber como fora parar ali – olhava-o com confusão.





- O que... o que é isso? - conseguiu balbuciar ao vê-lo destampar o frasco.





- Essa sua inocência realmente me agrada, sabia? - respondeu com entonação satisfeita - Se fosse experiente como as garotas com quem costumo sair, teria reconhecido essa poção imediatamente.





- Está dizendo que isso é...? - ele assentiu calmamente, enquanto tomava a poção sem tirar os olhos dela - Pode esquecer, Malfoy! Nem em sonhos!





- Ah, mas eu já cansei de ficar apenas com sonhos, pequena. - ele avançou na direção dela, que se levantou de um salto, deixando a cama entre eles - O que vai acontecer aqui vai ser bem real.





- Você enlouqueceu! - ela gritou, pulando sobre a cama para fugir quando ele deu a volta, tentando alcança-la - Pare com isso, Malfoy! Eu sou uma Weasley, esqueceu? Você me odeia!





- Isso não tem nada a ver com disputas de família ou inimizades, pequena. - ele retrucou, subindo também na cama, seguindo-a calmamente - Tem a ver com desejo. Eu te quero, e o que um Malfoy quer, ele consegue.





- Dessa vez não. – ela desviou dele e correu para a porta. Preferia ser descoberta a ficar ali com aquele doido.





Mas para sua surpresa e decepção, não conseguiu abrir a porta, e passou a esmurrá-la, gritando a pleno pulmão.





- Isso é inútil. O quarto tem uma barreira acústica. - ele vinha calmamente em direção à garota, que tentava desesperadamente encontrar uma rota de fuga.





Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ele de repente agiu com incrível velocidade, agarrando-a e atirando-a sobre o ombro, passando a carregá-la para a cama.





- Meu largue, seu gorila! - Gina gritava histericamente, esperneando e socando as costas dele, que pareceu não se importar nem um pouco com aquilo - Eu vou acabar com você!





Ele atirou-a sobre a cama, e antes que ela pudesse esboçar qualquer reação, ele estava deitado sobre ela, prensando-a contra o colchão, retrucando com malícia antes de voltar a beijá-la com volúpia.





- Estou contando com isso, minha ruivinha!





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N/A: Finalmente revelado! Sei que muitos ficaram desapontados por não ser o filho do Sirius, mas pra mim, se a Gina não fica com o Harry, tem que ficar com o Draco! Seria muito fácil pra vocês descobrirem isso se vissem o meu perfil aqui no : a maioria das fics são D/G!



Agora, o crédito a quem merece: Parabéns, Isa Potter, que foi a primeira a acertar quem era o Eros, ainda no comecinho da fic, e por enquanto está levando o prêmio do concurso.



Bom, agora eu quero fazer um convite a todos que acompanham a fic: vão lá no nosso fórum (o endereço tá no meu perfil, pq aqui não dá pra por links), e se unam a mim no grupo dos Inomináveis pra gente botar o terror naquilo lá! Já tem até a primeira missão no ar!



Eu tinha mais coisas pra falar, mas fui interrompida pela minha tia, que ficou aki fofocando e esqueci!(rs)



Então acho que é isso. Não deixem de me dizer o que acharam, ok? Bjaum para todos!







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