Capítulo 19
Capítulo 19
Luna Lovegood
Ficara as últimas horas passando por um sistema de reconhecimento criado por Hermione há poucos anos atrás. Ficava no subsolo, em uma sala branca, e ela teve que passar por tudo sozinha. Não havia sido difícil. Todos da Ordem haviam sido treinados para passar por aquilo. Apenas algumas horas depois que foi levada para uma sala ainda no subsolo onde recebeu todos os cuidados de saúde. Tomando calmantes, poções revigorantes, fazendo curativos, e explicando como havia escapado. Falou até se sentir cansada e simplesmente se calou mesmo recebendo dezenas de perguntas de Molly Weasley e as senhoras que a acompanhavam.
Ela podia escutar os gritos de Harry do outro lado da sala onde haviam a enfiado. Impediam que ele entrasse a qualquer custo. Ele era uma das últimas pessoas que gostaria de ver. Não por não sentir falta ou por não gostar dele, mas por saber qual seria sua primeira pergunta.
- Vocês poderiam isolar a porta, por favor? – pediu depois de ter ficado calada por quase uma hora inteira. Molly trocou olhares com uma das outras senhoras e agitou a varinha fazendo a voz de Harry se calar do outro lado. – Obrigada. – agradeceu e se calou novamente.
Somente quando estavam lhe passando a varinha pela centésima vez para rever seu estado de saúde geral foi quando Rony Weasley passou para o lado de dentro. Suas orelhas ainda estavam vermelhas e Luna presumiu que ele tivesse brigando com Harry.
- Hei. – foi o que ele disse ao se aproximar da maca onde Luna estava sentada.
- Oi. – Luna respondeu com seu tom de sempre. Eles nunca haviam trocado muitas palavras mesmo.
- Ela ainda não está pronta para interrogatórios, Rony. – Molly interrompeu.
- Ela terá que estar logo. – ele retrucou.
Luna sabia que ele não estava sendo mal educado ou rude, essa era a realidade da guerra.
- Tudo bem, eu entendo. – ela disse tomando mais uma das poções que colocavam em sua mão. Fez uma careta. Tinha um gosto amargo.
O silêncio durou alguns segundos enquanto Rony (talvez cautelosamente?) receosamente se aproximava mais um pouco. Luna podia ver pelo modo como ele esfregava os dedos no polegar o nervosismo que lhe crescia. Rony Weasley nunca havia sido muito bom com as palavras e muito provavelmente ele deveria estar encontrando a melhor forma de proceder com o diálogo que era obrigado a iniciar ali.
- Luna, eu sei que talvez esteja cansada...
- Não estou. – ela o cortou e ele engoliu a saliva junto com as palavras que diria em seguida. – Tive bastante tempo pra descansar. Acredite.
- Isso é bom. – ele disse sem jeito. Rony não era mesmo bom em lidar com momentos de tensão ou sérios demais. – Quero dizer, não o fato de ter estado lá, ter sido capturada... – pigarreou vendo que não estava seguindo pelo caminho que queria. – Bem, acha que conseguiria aguentar algumas horas de depoimento, explicações, interrogatório e...
- Sim. – Luna o poupou de ter que se esforçar para terminar. Sorriu de modo gentil para tentar ver se conseguia aliviar as linhas de tensão na testa de Rony. Ele logo assentiu com a cabeça e ela esperou que ele fosse dar as costas e deixar a sala, mas claro, ele continuou ali e ela sabia bem a pergunta que coçava em sua língua. – Hermione está bem. Está viva. – ela disse de uma vez.
Ele pareceu ter finalmente soltado o ar dos pulmões que parecera ter prendido por quase um ano inteiro.
- Por que ela não está aqui? Por que ela não está com você? – o olhar dele se abriu para um morto. Todo mundo sempre havia acreditado que Rony nunca esquecera Hermione realmente.
- Eu acredito que poderei responder tudo isso na minha hora de depoimentos, explicações, interrogatórios e derivados. – disse ela.
Rony assentiu entendendo que ela não gostaria de ter que ficar repetindo aquilo que tinha para falar. Foi justamente quando Harry irrompeu para dentro da sala. Os cabelos bagunçados, os olhos poderosamente verdes por trás das lentes redondas, a respiração ofegante e a roupa um tanto desajeitada.
Os olhos dele se cravaram em Luna e ficaram ali. Ele parecia ter receio, mas mesmo assim, com a voz ofegante disse:
- Apenas me diga que ela está viva.
Luna sabia que ele não perderia o tempo que Rony havia perdido. Ele não diria “oi”, não perguntaria se ela estava bem ou se sentindo bem, se algo muito grave havia acontecido com ela. No fundo, desde que ele descobrira que amava Hermione, ela havia se tornado a alegria dele e sua única fonte de forças. Era-se esperado aquela reação.
- Ela está. – Luna respondeu.
Harry tirou o óculos soltando o mesmo ar que Rony havia prendido por quase um ano. Ele pressionou o pulso contra os olhos e Luna quase pode visualizar o fogo que o queimava por dentro.
- POR QUE INFERNOS ELA NÃO ESTÁ COM VOCÊ? – ele gritou como se tentasse tirar toda a dor que tinha por dentro também.
- Harry! – Molly exclamou tomando a direção do homem. – Por favor! – ela o empurrou gentilmente para fora da sala. – Luna dirá tudo que tem a dizer e responderá a qualquer pergunta mais tarde.
- Ela está bem, Harry. – Luna disse. Harry talvez fosse o homem que mais sofresse na face da terra. A pressão da guerra estava toda em seus ombros. Ele mudava de comportamento com bastante frequência por causa disso. Mudava de temperamento com facilidade também. Hermione e Rony eram as pessoas que mais entendiam aquilo e Luna apenas queria ajudar no que pudesse e muitas vezes sentia até dó. Não havia lhe restado muita coisa no mundo, assim como não havia restado muita coisa para ela também. Por um lado eles eram até iguais.
Talvez ter dito que Hermione estava bem foi um tanto motivador para ele porque a Sra. Weasley foi capaz de arrastá-lo para fora da sala e fechar a porta. Rony continuou lá parado ainda esfregando os dedos no polegar. Luna não o encarou e o silêncio reinou por um tempo enquanto os frascos de poções foram tirados das mãos de Luna.
- Você não parece muito feliz de estar aqui. – Rony manifestou-se após alguns minutos enquanto tiravam os curativos de Luna para verificarem mais uma vez o processo de cura.
Luna ergueu os olhos para ele. Rony não costumava ser muito comunicativo, não com ela. Haviam se tornado próximos de uma maneira um pouco singular porque ela sabia que ele ainda achava que ela delirava em seu mundo da lua.
- Hermione onde está precisa mais de mim do que vocês. – foi tudo que ela escolheu dizer. Normalmente ela não responderia visto que estava guardando para seu depoimento, mas achou interessante ele ter percebido aquilo e ter se importado com ela quando na verdade todos queriam saber os segredos de Voldemort e Hermione.
Ele assentiu sem fazer mais perguntas.
- Bem. – limpou a garganta – Sentimos sua falta. Acho que percebemos que o tom de sua voz tinha a capacidade de acalmar muitas das nossas brigas. – ele pressionou os lábios e sorriu de lado. – Gina guardou seus brincos de cenoura no cofre pessoal dela. Espero que isso te anime.
Luna sorriu.
- Anima. – respondeu.
Eles ficaram ali trocando olhares por alguns segundo. Era quase estranho estar de volta. Luna se perguntou se Rony também entendia que a vida que viviam, na realidade não era vida.
- Vamos estar na sala principal te esperando quando estiver pronta com isso tudo aí. – ele se afastou em direção a porta. Ela assentiu.
- Vou precisar da pasta que trouxe. – ela disse. Ele assentiu e deixou a sala.
Tinha que começar a se lembrar de todo o discurso que tinha preparado para explicar quase um ano de história. Contar a todos eles que Hermione agora era marcada como Comensal e que sofria nas mãos de Voldemort. Não podia falar do herdeiro. Não podia falar sobre o novo sobrenome que Hermione. Tinha que passar as ordens de Hermione sobre como proceder os estudos de Brampton Fort e os exames e testes com sangue envenenado que carregava devido a Marca Negra. Tinha que sorrir e tinha que dizer que estava feliz por ter voltado, embora na verdade não estivesse.
- Querida. – a voz de Molly Weasley soou doce e cuidadosa quando ela segurou seu queixo para ter atenção. Luna a encarou. Molly havia sido o mais perto de família que ela tivera desde que perdera a sua, mas ainda assim não era a mesma coisa. – Sei que tem um bom coração e talvez por isso possa omitir algo pelo fato de Harry estar presente nessa reunião que estão organizando para lhe fazerem todos os questionamentos. – ela não parecia muito confortável de dizer aquilo. – Eu preciso que seja honesta. – olhou bem em seus olhos. – Bastante honesta comigo. – completou – Você esteve lá dentro. Dentro do ciclo deles. Viu muita coisa. Conheceu muita coisa. Por favor, Luna. Me responda. Nós temos chance?
- Não. – Luna sabia daquela resposta desde que fora tirada de sua cela e movida para Whitehall. Jamais diria aquilo a Harry, nem que ele tivesse que passar a vida inteira naquela guerra para nada. A expressão que Molly Weasley abriu era dolorosa de se ver. Luna sabia que ela também pensava da mesma maneira. – Talvez tenhamos chance. – disse aquilo não por estar sofrendo ao ver a expressão de Molly.
- O que quer dizer? – o olhar dela se abriu.
- Talvez tenhamos chance se o quem tem feito a Ordem dar dor de cabeça para eles ultimamente seja fonte de um único milagre. – Luna disse.
Molly pareceu processar aquilo com bastante cuidado.
- Nós conseguimos o véu. – foi tudo que ela respondeu.
Draco Malfoy
Seu dia começava do lado de fora de Brampton Fort. Começava bem no inferno que chamavam de Ministério da Magia. Se tivesse escolha, pularia aquela tarefa de seu dia cheio e corrido, mas já havia recebido lições o suficiente de seu pai para saber que não mostrar que se importava com sobrenome que carregava e com o legado que deveria deixar na história era como negar seu próprio sangue.
Brincava com um pêndulo giratório que servia para nada mais que enfeitar, irritar e distrair quando seu pai entrou na sala.
- Draco. – ele soltou cansado ao ver a figura do filho – Por que nunca pode esperar do lado de fora?
Draco sorriu deixando o brinquedo para lá.
- Sentado na antessala de pernas cruzadas esperando ouvir a liberação de sua secretária? – tentou soar irônico enquanto tirava os pés de cima da mesa do pai e se ajeitava na cadeira girando-a para ficar de frente – Não faz meu estilo.
- Fora da minha cadeira, Draco. – ele não parecia estar com muita paciência.
- Ainda não. – adiantou-se Draco – Precisamos conversar e não gosto quando assume o lugar de influência. Ficará de pé bem aí onde está e é melhor que me escute com muita atenção.
Lúcio soltou um riso fraco pelo nariz.
- As vezes você soa muito como eu. Faz de propósito?
- Faço como me ensinou. Mesmo depois de ter se tornado a maior decepção de todos os tempos. – retrucou Draco se inclinando sobre a mesa para colocar os cotovelos sobre ela e se distrair novamente com o maldito pendulo. – Há quase um mês não usa sua cota de permanência em Brampton Fort. É o Primeiro Ministro, não pode se distrair do seu trabalho, e precisa garantir a ordem do mundo bruxo, mas se dedicar ao cargo que ocupa não significa ficar vinte e quatro horas com o status ‘trabalhando’. Você tem uma casa.
- Sua mãe pediu para que viesse até o Ministério dizer isso?
- Sabe mais que ninguém que minha mãe evita qualquer faísca de conflito entre nós dois.
- Diga isso para o seu jantar de aniversário na sexta. – Lucio disse e Draco revirou os olhos.
- Estou apenas o alertando. – Draco voltou para sua linha de raciocínio – Se não usar sua cota de permanência em Brampton Fort vou alegar que não precisa dela. A cidade já está cheia e estou cansado de liberar chaves de portal para suas passagens de duas horas. Theodoro ficará feliz em saber que doará sua permanência para outro.
- Faria isso apenas para me provocar. – ele disse quase entediado.
Draco deu de ombros.
- Apenas faço as coisas como me ensinou. – retrucou e foi a vez de Lúcio revirar os olhos.
- Certo. – seu pai mostrou as mãos em sinal de paz – Prometo deixar de viver do lado de fora da cidade. – disse, porém Draco sabia que as palavras dele eram apenas uma tentativa de ponto final para aquele inconveniente que ele não estava a fim de discutir. – Quem o chamou aqui foi eu.
- E espero que vá logo direto ao ponto. – comentou Draco.
- Irei. Tenho agendamento em dez minutos. Puxou a cadeira a frente de sua mesa e se sentou com toda a classe de um Malfoy tomando cuidado com o terno absolutamente caro que usava. – Não existe nenhum registro no Ministério sobre o véu além das inspeções anuais. Os mitos variam de boca em boca. Cada um tem sua história para contar sobre o véu. Nenhuma bem fundamentada. Resumindo, ele não passa de um artefato amaldiçoado.
Draco precisou de um minuto de silêncio para processar aquilo.
- Acha que maldições estão de alguma forma ligadas a Dementadores? – soltou.
- Por quê? – seu pai pareceu confuso com aquilo.
- A maldição das terras de Brampton e o véu.
- Me parece apenas uma simples coincidência. E ainda não sabemos sobre o véu.
Draco soltou o ar um tento frustrado e se levantou.
- Estou cansado de especular. Me chame quando tiver algo consistente. – sua intenção era ir embora.
- A Ordem de Merlin é um ponto em comum entre meus estudos e as histórias que ouço de Inomináveis. – seu pai disse e Draco parou a meio caminho da porta.
Virou-se para tornar a encarar o pai e finalmente começou a achar que aquilo tomaria algum rumo.
- O que quer dizer? – perguntou.
- Que se houver algo concreto a respeito daquele véu não iremos encontrar em nenhum livro, nenhum pergaminho, manuscrito ou o que quer que seja. A Ordem de Merlin sempre teve um cofre de segredos particular há séculos.
- Um cofre de segredos que foi destruído quando o mestre fez questão de matar cada membro daquela ordem por nome. – Draco completou.
- Você sabe que membros das classes mais baixas escaparam e alguns deles até foram acolhidos pela Ordem da Fênix. – disse seu pai.
- Um número muito pouco e as classes mais baixas não saberiam nem chutar sobre um dos segredos da Ordem de Merlin. Membros da primeira classe eram os únicos que tinham acesso a esses segredos e nem eram todos. O mestre os matou de qualquer forma. Arrancou deles todos os segredos. Foi logo quando nos instalamos nas terras de Brampton. Se a Ordem de Merlin tivesse algum segredo sobre o véu o Lorde o conhece agora e acredito que certamente daria bem mais atenção ao Departamento de Mistérios do que aparenta dar se fosse algo realmente sério. – Draco tratou de justificar todos os pontos.
Lucio se levantou de sua cadeira e foi até o filho.
- Não quero julgar os poderes do mestre carregando a marca dele em meu braço. – começou Lucio num tom baixo – Mas membros da Primeira Classe da Ordem de Merlin eram magos com conhecimentos além do que um dia eu e você juntos poderíamos imaginar. Quantas vezes nossa família enganou o mestre por sermos muito bons em Legilimência e Oclumência? Um membro da Primeira Classe muito facilmente poderia fazer o mesmo.
Draco processou aquilo em silêncio por alguns segundos.
- O mestre não os mataria sabendo que poderia estar deixando passar alguma informação. – concluiu.
- Ele pode não ter realmente os matado. – jogou seu pai.
Draco estreitou os olhos.
- Ele conseguiu fingir muito bem então. – duvidava muito sobre o que seu pai havia sugerido.
- Nós mais do que ninguém sabemos que o mestre sabe guardar muito bem para ele os segredos que lhe convém. São os mais perigosos. São os que mais tememos. – colocou Lucio.
Draco revirou os olhos.
- O que tem a sugerir então?
- Reviste cada pedra das masmorras. Faça um levantamento de cada prisioneiro. Converse com sua mulher. – seu pai parecia saber bem sobre o que sugeria.
- Hermione? – Draco ergueu uma das sobrancelhas confuso.
- Sim. Sabe que se há alguém que possui informações que podem filtrar nossas dúvidas, dorme em sua cama.
Não podia negar que seu pai estava certo. Hermione tinha informações que adiantariam muito do serviço que ele e seu pai andavam desenvolvendo sobre o roubo do véu e o porque de logo o véu. Se a Ordem fora realmente responsável pelo roubo, Hermione muito provavelmente carregava todas as respostas que eles queriam.
- Ela não iria cooperar. – respondeu ele.
- Ela tem que entender que é uma de nós agora. – seu pai ainda insistia naquilo.
- Ela não escolheu ser uma de nós. Nem eu quis que ela fosse uma de nós. Não é tão simples assim como imagina que seja. Ela é leal ao lugar de onde veio. Não vou simplesmente lhe fazer perguntas que se ela responder muito provavelmente estará traindo sua integridade e sua devoção aos amiguinhos retardados que tinha.
Seu pai apenas piscou os olhos com calma, deu as costas e voltou para sua cadeira. Draco sabia que ele não abriria a boca para discutir novamente sobre seu casamento com Hermione. Lucio já havia deixado claro que eles deveriam construir confiança um no outro, que não deveria haver segredos, e que não adiantava fugir dessa realidade porque ele mesmo havia tentado fugir com Narcisa e no final ambos perceberam que havia sido desgastante e uma grande perda de tempo.
- Draco, veja bem. – pigarreou ele ajeitando o terno enquanto sentava – Nós dois sabemos que você gosta de ser teimoso, mas prefere ser inteligente. Então trate de se resolver com Hermione. Eu ajudei a arrastá-la para dentro dessa família por um motivo. Não faça com que as coisas sejam mais desgastantes do que já são. Tudo que tem mostrado até agora é um péssimo serviço.
Draco começou a sentiu o sangue em suas veias lhe enviando sinais de profundo desgosto.
- Você sabe que não deve tocar no assunto do meu casamento.
Lucio mostrou as mãos em sinal de paz mas com um pequeno sorriso nos lábios.
- Estou apenas falando de Hermione. Desisti de tentar interferir no seu casamento. Sua mãe e eu já o alertamos sobre perda de tempo, mas vemos que insist...
- Você não vai querer continuar! – Draco o cortou, o tom grave, os olhos mortíferos e uma veia em seu pescoço.
Seu pai mostrou as mãos mais uma vez e dessa vez deixou o sorriso morrer. Era tudo provocação e provocação era um ponto que Draco jamais superaria mesmo depois de todos aqueles anos em que sustentavam a relação que tinham. Lúcio sabia bem que provocá-lo era um caminho que sempre vinha com uma vingança de prato frio da parte do filho e por isso fez bem em parar por ali.
- Bem, eu só quero deixar claro que não vamos progredir enquanto você não fizer Hermione abrir a boca. Me recuso a correr mais riscos do que já corri tentando chegar o mais fundo possível na história do véu. – ele voltou ao seu tom profissional. - Draco apenas piscou em silêncio recebendo a ordem. – Eu até te daria algumas dicas, mas sei que odeia que lhe digam como um serviço deve ser feito.
Draco engoliu aquilo com toda a paciência que conseguia extrair de suas entranhas. Aproximou-se da mesa e inclinou-se sobre ela com as mãos apoiadas na superfície enquanto encarava os olhos do pai.
- Me deixe ser bem mais claro aqui. – começou – Você não conhece Hermione como eu conheço. Se está esperando que ela vai abrir a boca só porque deu a ela o sobrenome Malfoy, é melhor que esteja pronto para esperar por muito tempo! E muito tempo é algo que nós não temos!
Lúcio deu de ombros.
- Não temos outra escolha. Deve se lembrar que sempre seguimos pelo caminho mais seguro.
- Hermione não é o caminho mais seguro! Ela não está do nosso lado! – quando será que uma benção dos céus cairia sobre a cabeça de seu pai e o fizesse entender isso de uma vez por todas? – Ela ainda não entende que realmente faz parte do nosso meio. O segundo em que ela tiver que nos entregar para se beneficiar tenho absoluta certeza de que nem hesitar ela irá!
- E mesmo assim ela ainda continua sendo o nosso caminho mais seguro! – insistiu seu pai.
Draco revirou os olhos cansado dando as costas e passando a mão pelos fios loiros. Discutir qualquer coisa com seu pai sempre lhe cansava. Desistiu.
- Apenas continue fazendo o seu trabalho. – jogou para ele.
- E você faça Hermione abrir a boca. – disse seu pai – De maneira sábia. – completou ele - Ela é sua esposa, tem seu sobrenome e vive debaixo do seu teto. Não é qualquer outro que pode comprar, colocar contra a parede ou ameaçar.
- Você é desprezível. – comentou Draco com uma careta.
Lúcio sorriu.
- Homens normalmente tendem a me odiar. – seus dentes brancos brilharam
Draco soltou o ar como se estivesse intoxicado e saiu antes que perdesse seu juízo próprio. As vezes não sabia se odiava seu pai por ele ser responsável pela infelicidade de sua mãe, ou se era porque conseguia enxergar em Lúcio tudo que ele era. Evitava ter que suportá-lo e os poucos minutos que estivera ali já haviam sido suficientes para fazer com que usasse toda a cota de paciência que costumava separar para seu dia.
Conseguiu uma chave de Portal para deixar o Ministério com a facilidade que seu nome e sua posição sempre lhe proporcionava. Tinha ainda que fazer visita a mais de cinco acampamentos e provavelmente conseguiria voltar para o Fort em dois dias e bem a tempo do jantar de aniversário que sua mãe estava preparando para ele mesmo sua data já havendo passado. Ele não iria insistir contra. Sua mãe sempre tinha a boba ilusão de que algum ano conseguiria fazer com que a civilidade que se portavam em eventos de família um dia deixaria de ser apenas falsidade.
Pelo menos Draco estava grato de saber que tinha o dia cheio, ou pelo menos queria estar. Precisava de distrações. Aquela manhã quando tomava café da manhã com Hermione sentia que o silêncio dela era significativo. Eles permaneciam sempre tanto tempo em silêncio que Draco já era capaz de lê-los e ele sabia por que o silêncio dela era significativo, ele lembrava bem de que dia era o dia de hoje e aquilo o incomodava.
Hermione havia sido afastada da Catedral e de seus serviços como punição pela fuga de Luna que havia sido a alguns poucos dias atrás. Ela assumira toda a culpa e Draco ainda apresentara suas justificativas para mostrar que ela havia agido sozinha. Voldemort pareceu bastante convencido e furioso. Ele exigiu que ela torturasse alguns prisioneiros como punição e ao invés de resistir, de se mostrar teimosa, Hermione empunhou a varinha e obedeceu. Obedeceu apenas para deixá-lo mais furioso ainda porque ele queria que ela sofresse, que ela resistisse em fazer algo que ia completamente contra quem era, contra sua índole. Isso tudo porque ele não podia tocá-la, não podia fazer com que ela sofresse fisicamente pela atitude ousada que tivera. Ela carregava seu herdeiro afinal.
Draco jamais imaginara que Hermione fosse capaz de fazer aquilo. Ela era a perfeita coração de leão da Grifinória. Leal, corajosa e todas as coisas boas que atrasavam a humanidade. Mas quando ela empunhou aquela varinha e torturou aquele prisioneiro Draco não a viu mais. Não viu a Hermione que achava que conhecia. Ela havia o olhado e ali ele percebera que o que ela queria dizer é que havia entendido como tudo funcionava em Brampton Fort e que sua guerra era maior, era contra Voldemort e que não estava mais no mundo da Ordem da Fênix, não podia ser quem realmente era ali ou seria massacrada e engolida e era isso que Voldemort queria.
Enquanto Draco andava pelo prédio do primeiro acampamento que deveria visitar aquele dia ele ponderava que havia sido melhor que Hermione se afastasse da Catedral por alguns dias. Já haviam indiretas demais nos jornais e revistas da cidade sobre uma possível gravidez. Draco não sabia se estava preparado para essa polêmica e logo não haveria mais como esconder de ninguém. Talvez Voldemort também tivesse considerado isso ao afastá-la.
Foi recebido pelos líderes do acampamento. Era um prédio baixo aparentemente abandonado nos subúrbios de Londres bem próximo a sede da Ordem da Fênix que era a famosa casa dos Black. Draco passou o resto da manhã revendo as rotas de vigilância, montando novas estratégias e tentando entender o novo código de segurança que a Ordem havia conseguido milagrosamente restaurar nas redondezas. Somente quando a tarde estava começando que conseguiu ir para o próximo acampamento no Sul do País de Gales. Interrogou três suspeitos apreendidos e os soltou ordenando aos lideres que os rastreassem por um ano.
Era meio de tarde quando conseguiu ir para o próximo compromisso. Centro de Paris e conferência com os líderes responsáveis pela ordem do país. Era uma reunião extensa o que não ajudou para manter a distração que até então havia o impedido de lembrar com a frequência irritante de sempre que dia era aquele. O relógio o perseguia desde que chegara no Ministério pela manhã e até o presente momento Draco quase podia se lembrar do números de vezes que o ponteiro de segundos travou sua atenção.
Ali enquanto ouvia em um francês culto o resumo mensal das atividades do país se perguntava se a cadeira que estava sentado era mesmo desconfortável ou se o problema era com ele. Sempre gostava de participar de encontros mensais nas sedes de cada país. Como representante de Voldemort os líderes o temiam e ele adorava ser temido. Achar aquele serviço entediante o preocupava.
Foi direcionado para uma sala menor logo após a prolongada reunião. Ali alguns líderes mais próximos começaram a apresentar o resultado dos serviços que haviam implantado no país. Draco tentou se manter atento aos fatos e opinar, mas por mais de uma vez se viu entretido no ponteiro de segundos do relógio pendurado na parede.
- Draco! – seu nome ser exclamado num tom mais elevado o fez tirar os olhos do relógio e perceber que havia sido traído por ele mais uma vez. – Draco! – Draco olhou a voz bem a sua frente de pé segurando uma lista de nomes imensa. – Está tudo bem? – o homem perguntou num inglês precário. Draco olhou a lista de nomes e se surpreendeu por ter estado perdido na própria cabeça por tanto tempo que nem vira a troca de assunto acontecer. – Não nos interrompeu nem nos criticou desde que chegou.
- Eu deveria? – ele ergueu as sobrancelhas.
- Sempre nos interrompe e nos critica. – respondeu – Parece dessa vez não está nem nos escutando.
Draco se levantou assumindo de uma vez por todas que se ocupar não fora a sua melhor saída.
- Preciso ir para casa. – sabia que já era tarde, mas não deveria ter deixado o Fort em primeiro lugar.
- Senhor, sua chave de portal está marcada apenas para amanhã e não é de volta para Brampton Fort. – o homem que o esteve acompanhando desde que chegou disse bem ao seu lado.
- Não me escutou? – Draco não entendia como algumas pessoas apenas gostavam de ser devagar – Eu disse que preciso ir para casa.
Foi assim que em menos de vinte minutos ele estava dentro de sua cara carruagem tomando o rumo de sua mansão. Uma das coisas que se passava por sua cabeça era se alguma vez na vida havia agido de modo mais estúpido que naquele momento. Ele definitivamente precisava urgente organizar sua vida ou consideraria seriamente estar beirando a insanidade.
A verdade era que não queria aceitar e talvez estivesse aceitando mesmo ainda não querendo aceitar. Talvez essa fosse a realidade. Pensou enquanto subia os extensos degraus de mármore da varanda da frente de sua casa. Há alguns meses, quando ainda não havia nenhuma aliança em seu dedo, ele acreditara que passar o resto da vida não aceitando que se casar com Hermione e fazer um filho com ela fosse a solução para manter sua vida exatamente como era. O problema era que ali estava ele com uma mulher grávida e tentar não aceitar estava muito longe de sua realidade.
Encontrou a casa escura como costumava encontrar antes de ter se casado. As janelas estavam todas fechadas, os candelabros e lustres apagados. A sala de jantar vazia e morta. Incomum. Sabia que mesmo que Hermione não estivesse o esperando para o jantar, ela tinha a horrorosa mania de sair acendendo a casa como se fossem dar uma festa ou algo do tipo.
Foi direto para seu escritório onde a primeira coisa que fez foi encher um copo de gelo e whisky. Tomou-o de uma vez para sentir um pouco do efeito do álcool. Bagunçou os cabelos, tirou o terno, afrouxou a gravata sem pressa. Encheu mais um copo e olhou a vista do jardim apagado. Teria que encontrar uma forma de adiantar o serviço que deixara de fazer hoje no dia seguinte. Não podia atrasar mais o jantar de sua mãe ou receberia de presente aquela expressão de infelicidade que ela escondia todos os dias do rosto.
A noite lá fora não o acalmava nem colocava seus pensamentos em ordem. Se perguntava o que fazia ali. Por que havia sido tão estúpido? Que justificativa encontraria para esconder sua real justificativa. E afinal, qual era sua real justificativa? Ele não precisava ter ido com ela a aquele hospital. Não precisava! Ela sabia que ele não precisava e sabia que ele não iria. Ele não se importava com aquela gravidez e ela também sabia disso! E por que maldição aquilo ficava irritantemente o atormentando a cada segundo que se passava?
Derrubou uma sequencia de pequenas estátuas de cobre que ficavam a mostra numa estante ao lado das janelas ao se sentir extremamente frustrado consigo mesmo. Tacou seu próprio copo contra a parede ainda sentindo que merecia ser dominado pela insensatez e então se jogou contra sua cadeira cobrindo o rosto e sabendo que de fato estava beirando a insanidade. Tudo em sua vida talvez tivesse sido diferente se Voldemort nunca tivesse existido ou se ele tivesse apenas continuado a ser o garoto insuportável que se lembrava da infância.
Soltou o ar e apertou os olhos. Piscou e encarou o teto por alguns segundos. Se lembrou de quando fazia aquilo e conseguia esvaziar sua mente. Havia sido daquela maneira que conseguira sobreviver seus primeiros meses de casamento. Agora já era uma tática completamente inútil.
- Tryn. – chamou e assim apareceu a elfa quase no mesmo instante. – Onde está Hermione?
- A Sra. Hermione Malfoy pediu para que Tryn a deixasse em paz há algumas horas atrás quando chegou do hospital. – informou a elfa.
Draco arqueou as sobrancelhas estranhando a atitude. Depois que a vira estender a varinha para um moribundo e torturá-lo, não se surpreendia com o tratamento que ela agora dava a elfos domésticos.
Levantou-se aceitando que muito provavelmente ele estaria refugiada no sótão. A Casa de Poções havia se tornado quase a toca dela desde que se mudara. Tomaria um banho para criar forças e ir até lá, se ele conseguisse ir na verdade, mas quando entrou no quarto foi obrigado a parar por alguns segundos. Haviam coisas quebradas por todo o lugar.
A passos lentos ele foi desviando delas enquanto ouvia o som distante da água correndo vindo do banheiro. O nome Hermione se repetiu em sua cabeça várias vezes. Depois, mais outros milhões de questionamentos surgiram quando ele passou para o lado de dentro do lavatório e pisou no chão inundado. Hermione também estava no chão, logo a frente, vestida em seu robe de banho, o rosto apoiado no braço que estava na banheira, que por sinal transbordava.
Ela não o olhou. Encarava o nada com os olhos inchados, vermelhos e molhados. Não havia muito sinal de vida nela, no olhar dela, mas respirava. Garrafas vazias de álcool jaziam no chão. Uma quebrada um pouco mais longe. Draco girou a varinha fazendo com que a água parasse de correr. O silêncio os abraçou de vez e Hermione abriu a boca para perguntar numa voz fraca e completamente sem vida:
- O que faz aqui? – ela não se moveu um centímetro, nem mesmo o olhou.
Draco não respondeu. Não tinha uma resposta plausível para aquela pergunta e naquele momento nem pensou em tentar encontrar uma. Avançou com calma fazendo a sola de seu sapato afundar na fina camada de água sobre o chão. Empurrou uma garrafa com o pé. Vazia. Aproximou e se abaixou para ficar de frente a ela. Os olhos brilhosos e âmbar se voltaram para ele. Não como normalmente. Sentiu o peso de todo o ressentimento que ela carregava exposto ali. Ele se perguntou quanto tempo ela deveria ter ficado ali chorando para chega naquele estado.
- Você não deveria estar bebendo. – ele disse e a resposta dela foi uma risada débil. Estava bêbada.
- Tarde demais. – ela respondeu ainda com aquela voz morta.
Draco abaixou os olhos para sua mão e a viu segurando um frasco de poção aberto. A cor do líquido ali o preocupou. Passou os olhos mais uma vez pelo lavatório e no balcão das pias encontrou uma caixa de acrílico com mais frascos da mesma poção. Faltava alguns frascos e ele se lembrava daquela caixa cheia numa das estantes da Casa de Poções. Passou os olhos ao redor do lavatório e boiando na água da banheira havia um dos fracos. Vazios.
Algo dentro dele cresceu e ele tomou o frasco da mão dela. Aquele ainda estava cheio, mas aberto. Era veneno. Não o veneno suficiente para matá-la, mas o suficiente para a criança que carregava.
- Hermione! – exclamou já sentindo a fúria de Voldemort. – Tomou isso? – ela olhou o frasco e ficou calada com aquele olhar morto. – TOMOU ISSO? – ele não estava com paciência. Se ela tivesse tomado aquilo talvez já fosse tarde demais.
Com calma ela abriu a boca e sua voz arrastada saiu:
- E se eu disser que tomei?
Ele sentiu o sangue gelar.
- ESTÁ LOUCA? – ele a segurou pelos pulso e tentou levantá-la. Ela lutou – POR ACASO PERDEU A CABEÇA?
- ME SOLTA! – Hermione se debateu impedindo que fosse levantada por ele.
- TEM QUE IR PARA UM HOSPITAL!
- ME DEIXE! – o tom do grito alto que ela soltou o congelou. Ele nunca ouvira ressentimento, raiva e dor ser externado de forma tão cruel quanto aquela. Nem imaginara que ela pudesse ter um tom de voz poderoso como aquele. Soltou-a. Ela se apoiou no chão com as mãos. Encarou o mármore escuro ofegante. O silêncio os abraçou novamente enquanto ele se afastava. – Eu não bebi. – ela disse num tom muito baixo. – Não consegui. – engasgou com a voz trêmula.
Draco puxou o ar e os cabelos. Encostou-se no balcão das pias e a observou ali por alguns segundos. Ela estava em um estado absolutamente miserável e quase doía nele a olhar assim. Ali ele conseguia enxergar o quanto ambos estavam perdidos. Os dois beiravam a insanidade um de cada lado da história. Juntos, mas separados, um de costas para o outro, um ignorando o outro, desconsiderando o outro.
- Hermione. – o nome dela fluiu em sua boca confortavelmente. Ela tinha um nome bonito. Admitia isso desde seu primeiro ano em Hogwarts. – Me dê uma razão para tudo isso.
- Uma? – ela levantou os olhos para ele. Havia milhares de lágrimas presas ali. – Você quer apenas uma?
Ele suspirou.
- O que houve no hospital? Você estava bem até hoje de manhã.
- Eu nunca estou bem. – ela replicou com desgosto.
- Me diga logo o que houve, Hermione. – não tinha paciência.
Hermione estreitou os olhos em resposta ao tom dele. Puxou o ar e começou a tentar se colocar de pé. Ele a observou enquanto ela buscava apoio e se desequilibrava. Não a ajudaria. Ela quem havia se colocado naquele estado.
- Ele não me deixou ver. – ela encheu o peito para dizer aquilo como se quisesse prender a dor que sentia. Cambaleou mesmo se apoiando numa das colunas da parede. Ela pigarreou como se quisesse limpar a garganta. – Sua tia esquisita e o mestre estavam lá. Ficaram em outra sala. Virão tudo, conversaram com os enfermeiros e esclareceram todas as dúvidas que tinham enquanto eu ficava isolada em uma antessala com todos aqueles desconfortáveis apetrechos em minha barriga observando no mudo todos muito entretidos com a visão que tinham da vida que eu estou criando. – ela já estava com os dentes cerrados naquele ponto. – A vida que EU estou criando! – repetiu enquanto mostrava as lágrimas presas em seus olhos novamente. – Não me deixaram nem mesmo escutar o coração dele. – ela sussurrou aquilo deixando sua voz morrer no silêncio.
Ele ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços.
- Então veio para casa, se colocou nesse estado, destruiu o que viu pela frente e tentou matar a criança que carrega por causa disso?
A fúrias nos olhos dela se mostraram com muita vontade quando ele terminou de dizer aquilo.
- EU ESTOU BÊBADA! POSSO AGIR IRRACIONALMENTE SEM JUSTIFICATIVA! - Por um segundo Draco pensou que ela fosse avançar pelo espaço que havia entre eles e o matar com as próprias mãos. Achou até graça que até quando bêbada ela tentava soar como a culta Hermione sabe tudo. Mas bastou um suspiro e toda aquela fúria foi engolida pela dor muito maior que não conseguia dar espaço para mais nada naquele olhar fundo e vermelho.
Hermione apoiou as costas na coluna e encarou o chão molhado. Ela ficou ali por um minuto. Em silêncio. Draco a observou. A barriga dela já era difícil de se esconder e toda vez que a observava se pegava bastante curioso com a sensação que a imagem lhe provocava. Definitivamente eles estavam ligados. Aquilo não o agradava, mas aguçava muito seu sentimento de posse e ele sabia cuidar do que lhe pertencia. Sabia muito bem. Mas não queria ter essa sentimento, não por ela. Esse eterno dilema era sua cruz.
- Eu falhei. – ela começou baixo – Falhei com a Ordem. Falhei com Harry. – ela suspirou e limpou uma das bochechas com as costas da mão. – Falhei com meus amigos, com as pessoas que tinham esperanças em nós, com meus pais e comigo mesma. – ela puxou o ar e pausou. – Eu não queria falhar aqui dentro, mas eu não vejo nenhum outra alternativa. Eu não posso ser forte. Não consigo. Não consigo lutar sozinha. – ela engasgou com as próprias palavras e seu corpo tremeu. – O grito daquele homem. – Draco sabia que aquele homem havia sido o que ela torturara fazia alguns dias. – Ecoa dentro da minha cabeça todo o segundo. – ela ergueu os olhos para ele – Eu sei que eu deveria ser forte. Que deveria lutar contra Voldemort. – ela se desencostou da coluna e caminhou cambaleante em sua direção – Mas eu vou ter que falhar nisso também porque não sou capaz de matar o herdeiro que ele tanto quer nem muito menos capaz de fazer o que devo fazer para lutar contra ele. – a dor ali nos olhos dela estavam absurdamente escancarada – Não sou forte o suficiente para fazer o que devo fazer para vencer o jogo dele...
Ela soluçou e ele apenas deu espaço para que ela voasse em direção a pia. Draco fez uma careta quando ela vomitou. Suas mãos inconscientemente afastaram os cabelos dela. Ele segurou seus cachos até que ela terminasse o serviço. Os braços dela tremiam enquanto ela se apoiava na bancada. Hermione parecia não apenas fraca, mas cansada.
Draco a pegou no colo quando percebeu que as forças dela a arrastavam para o chão novamente. A carregou de volta para o quarto e a deitou na cama, do lado em que ela sempre dormia. Ela se aninhou ali exausta de lado e de costas para ele que se sentou na beira da cama e a observou. Depois de todo o estrago que ela havia feito e do tanto de álcool que havia ingerido não era novidade que estivesse prestes a apagar.
Há meses atrás ela não se passava da mulher que havia deixado Hogwarts e se tornado o maior nome entre os rebeldes depois de Harry Potter. Seu dever era caçá-la, capturá-la, matá-la. Hoje, ali, aquela mesma mulher era sua, dormia em sua cama, morava em sua casa, comia de sua comida, carregava o próximo nome Malfoy a se mostrar na terra. Havia sido tão fácil se esquecer de que ela era uma inimiga que mal conseguia se lembrar da última vez que tomara café da manhã desejando que a silenciosa companhia dela não existisse.
- É sempre difícil, para qualquer um, quando nos marcam com uma dessas. – ele tocou a Marca Negra no braço dela. – No sexto ano, quando todos acreditavam que eu era um Comensal, ouvi dizer que você era a única que acreditava o contrário mesmo eu me negando a mostrar meu braço. – afastou um cacho de cima dos olhos dela. – Você sempre vê coisas boas nas pessoas. Tem esperança nelas. Isso é lindo, Hermione. Mas te torna fraca. Não pode se dar a chance de ser fraca quando tem uma dessas. – mostrou a marca em seu braço dessa vez. – Se for fraca, não demorará a estar no lugar daquele homem que torturou.
- Eu preferiria estar no lugar dele. – ela respondeu roucamente com a voz baixa e quase inaudível. – Fui preparada para isso.
- Não. Não preferiria, porque ele não deve nem estar mais vivo a essa altura do campeonato. O lugar dele é o lugar de perdedores. Você não vence estando no lugar dele. Você vence sendo um câncer dentro do sistema.
- E é isso que você é? – ela já havia fechado os olhos. – Um câncer dentro do sistema?
Ela parecia tão longe do mundo real.
- Sim. – talvez já até tivesse apagado por completo. – Passei todos esses anos crescendo em silêncio, com cuidado e muita atenção. Quando me notarem eu já serei muito grande, muito forte, muito destrutivo. Eu venço no final, Hermione. Não Harry Potter, Voldemort, a Ordem Fênix ou os rebeldes. Eu venço. Sou um Malfoy. Malfoys constroem legados. – ela já parecia ter apagado fazia um bom tempo. - Ficam para a história. – ele concluiu baixo.
Ela ficou ali em silêncio, os olhos fechados, a respiração muito calma. Draco finalmente considerou que ela tivesse apagado, mas então ela abriu a boca e disse num sussurro que ele quase não foi capaz de escutar:
- Sempre soube que você era o mais inteligente depois de mim em Hogwarts.
Draco sorriu antes mesmo que pudesse perceber. Na verdade, ele sempre havia sido o mais inteligente. Ela apenas queria ser a sabe-tudo. A observou por muito tempo. Talvez tivesse ficado ali por horas. Ele sentado, ela deitada. Só não conseguia deixar de entender como mesmo estando em um estado completamente destruído ela parecia ainda tão linda.
Não olhou as horas quando finalmente decidiu se levantar. Tudo que fez foi tirar o cinto da calça, se livrar da blusa que usava e se jogar de seu lado da cama. Encarou o teto por segundos e então foi sua vez de apagar.
Sonhou que Hermione havia bebido do veneno. Que havia bebido todos os frascos da poção. Se viu tentando mantê-la acordada no caminho para o hospital, correndo pelos corredores com ela enquanto o sangue lhe escorria e finalmente, depois de tanta agonia, recebendo a notícia de que a imprudência dela a levara a fatalidade. Percebeu seu fôlego sumir e quando o recuperou seus olhos estavam abertos encarando a abóboda bem detalhada em cima de sua cama.
Estava claro e o colchão se mexia. Olhou para o lado e a encontrou lá. Soltou o ar. Ela estava acordando. Movendo-se preguiçosamente. A ver fez com que ele quisesse beijá-la, tirar sua roupa e tomar seu corpo mais uma vez para agradecer que ela não havia lhe dado o trabalho de tomar aquela maldita poção, mas ficou ali, parado, a observando se sentar e colocar os pés para fora da cama com dificuldade.
Hermione pareceu olhar o quarto a sua volta com curiosidade. Não demorou e ela já estava com a mão na cabeça soltando um gemido que ele sabia que ela soltaria mais cedo ou mais tarde. Ela deveria estar com uma dor de cabeça mortal.
- Ah, céus... – ela soltou passando o olho por todo o quarto. – Draco? – ela virou os olhos para ele atrás de si e depois passou novamente seus olhos pela bagunça. – Fizemos sexo ontem a noite?
Ele riu da forma como ela parecia confusa e perdida. Passou as mãos pelo rosto e levou os braços para detrás da cabeça.
- O que te faz pensar isso? – sua voz saiu rouca e ainda grogue.
- Meu corpo dói. – ela disse enquanto levantava como se sentisse cada músculo. – O quarto está uma bagunça e minha cabeça... – sua voz foi morrendo e ele percebeu que a memória estava lhe clareando a noite anterior.
Ela não falou mais nada. Desviou da bagunça no chão para alcançar o armário mais próximo. Abriu umas duas gavetas até encontrar uma poção incolor e a ingeriu de uma vez. Ficou ali em silêncio pousando a mão na pequena barriga e segurando os próprios cabelos. Draco se sentou com calma e a observou.
- Draco... – a voz dela tornou a soar depois de um longo minuto. Os olhos dourados dela se voltaram para ele. – Eu estava com raiva.
Ele negou com a cabeça.
- Você não me deve nenhuma justificativa. – disse e ela ficou ali, o olhando como se em sua memória cada pedaço da outra noite viesse com dificuldade. Ele se levantou e foi até ela. Hermione deixou o olhar cair sobre seu corpo. Ela sempre fazia isso. – Eu preciso deixar a cidade novamente. Quero que vá ficar com minha mãe hoje.
Ela revirou os olhos.
- Eu não vou tentar matar o bebê novamente. – ela disse.
- Continuo não querendo você sozinha. – ele foi sério, mas ela segurou seu braço impedindo que ele desse as costas para seguir para o lavatório.
- Fique então. – o pedido dela o surpreendeu. Pareceu surpreender até ela mesma também.
Os olhos dela estavam nos seus e o seus estavam também nos dela. Conseguia enxergar o próximo passo dela. Hermione gostava de tocar seu abdômen, de subir na ponta dos pés e de sentir sua respiração de perto. Draco sabia que o toque da mão sempre gelada dela faria com que seus pelos se arrepiassem, sua vontade crescesse e ele acabasse a tomando para si antes mesmo que pudesse calcular se deveria ou não.
- Não posso. – ele decretou. Não era acostumado com a forma que eles faziam sexo ultimamente. Havia muito toque, muito olhar, muita mão, muito beijo. Ele gostava, mas nunca havia feito nada muito parecido com aquilo. Havia momentos que nem ele sabia como proceder. Mesmo que se sentisse muito confortável estando com ela, aquele tipo de sexo lhe subia uma bandeira de alerta e sempre se via na defensiva. Odiava ter que evitar, mas seguia seu sentido.
- Hei. – ela segurou seu braço mais firme quando ele deu as costas em direção ao lavatório. Draco se virou curioso para entender o porque ela não o soltava. Entendeu quando encontrou os olhos dela sobre sua Marca Negra. – ... Câncer... – ela sussurrou e ele soube exatamente do que ela estava se lembrando naquele momento.
Segurou a mão dela e a tirou de seu braço.
- Estarei de volta para o jantar. – cortou fazendo-a entender que não iriam discutir sobre aquilo. Mas quando Hermione tornou a encará-lo, ele viu o olhar que jamais havia recebido dela em sua vida. Talvez agora ela não enxergasse mais o monstro que a vida toda o julgara ser. Ela puxou o ar para dizer alguma coisa, mas ele a interrompeu novamente. – Eu estarei aqui para o jantar. – repetiu mais pausadamente para que ela entendesse de uma vez por todas que não iria discutir aquilo. Deu as costas e seguiu seu caminho.
Lord Voldemort
Gostava de ficar sob a luz da noite, fumando charuto, observando alguma mulher nua se movendo entre seus lençóis. A única coisa que estragava aquela noite era o vento húmido e quente que ele odiava. Verões eram ruins até sem sol. Mas tinha Bellatrix ali em seus lençóis. Nenhuma companhia era melhor do que a de dela. Ela o conhecia e sabia o satisfazer. Ela também conhecia muito de seus segredos e era sua serva mais fiel.
O belo corpo nu se moveu em sua cama preguiçosamente. Ela se esticou e abriu os olhos. Aqueles negros olhos provocantes. Sorriu assim que o viu ao pé da janela.
- Meu senhor. – ela começou com a voz arranhada. – Está quente. – usou de um falso tom para mostrar que não estava contente. – Preciso de seu corpo frio. – ela fez seu pedido e Voldemort apenas tirou o charuto da boca e soltou o ar como se quisesse fazer com que aquele momento fosse eterno. – O que te incomoda, meu mestre? – ela perguntou quando viu que ele não lhe dava muita atenção.
Ele tornou a morder o charuto. Apreciou a sensação de tê-lo entre os dentes depois o tirou da boca para observar seu belo formato e como se encaixava em seus dedos.
- Você sabe o que me incomoda. – respondeu finalmente enquanto estava entretido na textura do objeto em sua mão.
Bella se enrolou nos lençóis deitando de bruços para de aproximar mais da beira da cama, onde ficaria mais próximo dele.
- Odeio quando pensa nela demais. – ela disse com uma cara completamente desgostosa – Principalmente quando estamos fazemos sexo.
Ele voltou a morder o charuto.
- Vou desejá-la enquanto não puder tê-la. Aprenda a lidar com isso.
- Sei disso. – ela quase rosnou – Saiba que se eu souber que encostou em um fio de cabelo dela nunca mais irá me tocar novamente.
Voldemort riu.
- Se essa foi uma tentativa de ameaça saiba que soou bastante como uma piada. - disse soltando fumaça – Te conheço, Bella. Adoraria ver o desespero dela se eu tentasse tocá-la. Adoraria saber que ela iria conviver com essa memória.
Bellatrix pareceu fazer pouco caso, mas Voldemort sabia bem que ela adoraria. Adoraria porque era parte do mesmo princípio que a fizera aceitar o herdeiro vir dela. Bella era fã de causar traumas nas pessoas, por isso ele gostava dela.
- Quero saber o vai fazer com o bebê que ela carrega? – ela se virou deixando o corpo a mostra para ele. Os dedos finos se emaranharam em seus cachos negros distraidamente e Nagini deslizou por cima dela fazendo com que um sorriso brotasse nos lábios rosados que tinha. – Eu não faria nada que colocasse a fidelidade de Draco em risco. – disse pousando o dedo sobra a cobra para sentir a textura enquanto ela deslizava.
Voldemort soltou mais fumaça.
- Draco sabe que o herdeiro é meu, ele sabe ser bastante profissional quanto a isso.
- Meu mestre... – Bella soltou um riso sedutor. – Estamos falando do próximo sangue Malfoy a pisar na terra.
- O que é um sangue Malfoy em comparação ao meu, Bella? Eles não ousariam me desafiar, sabem bem o lugar de quem decide me desafiar.
- Imploro seu perdão se o ofendi de alguma maneira, meu senhor, mas sabe mais do que ninguém que eu jamais ousaria tocar em sua superioridade. Apenas digo o que sei que já sabe. Tem aclamado os Malfoy e passado a mão na cabeça deles por muitos anos. Eles não estão tão acostumados com a sua fúria. Sei que tem os seus planos, mas considere que Draco é mimado o suficiente para pegá-lo de surpresa. Hermione é a mulher dele.
Sim, Voldemort sabia de tudo aquilo.
- A fidelidade de Draco está acima do sangue dele e de suas posses. Ele já me provou isso mais de uma vez. A fidelidade dele está onde há poder. Eu dou poder a ele. E se há algo que Draco aprendeu a ser depois que se tornou comensal, é racional. Eu já disse, ele sabe como ser profissional. Ele teme perder qualquer pedaço de sua posição, poder ou conhecimento e é muito cuidadoso com isso.
- Mas ele está seguindo um caminho muito estranho com Hermione. – comentou Bella.
- Eu quero que ele siga esse caminho.
- Por quê?
- Porque gosto de testar a fidelidade de Draco. Eu o conheço bem. Ela é a única mulher para ele.
Bella riu.
- Eu ainda não aposto nessa teoria. – fez uma pequena reverência mostrando seu respeito pela opinião contrária. - Hermione é uma Sangue-Ruim para ele, meu mestre.
Ele soltou fumaça sem pressa. Tirou o charuto da boca e o analisou entre seus dedos novamente.
- Nós dois sabemos que ela não é. – terminou Voldemort.
N/B: Quanta honra voltar a betar uma fic como é a Cidade das Pedras. E devo dizer que ela está no melhor ponto. Muito curiosa para saber o que vai acontecer nos próximos capítulos, e principalmente com relação ao herdeiro de Voldemort. Algo me diz que Draco e Hermione não abrirão mão dessa criança tão facilmente assim.. bom , mas isso são só suposições.. e é só isso que posso fazer enquanto aguardo muito impaciente para os próximos acontecimentos.
N/A: Gente, capítulo betado! Olha que maravilha! Nada de vocês me xingando por causa dos meus erros! haha Eu sei, eu sei! Coitadinha da Hermione e tal... Calma, tudo tem um motivo maior. Vamos começar a ter algumas partes na Ordem da Fênix também. Capítulo que vem serão 2 partes, esse por enquanto foi só o início e com a Luna. Embora eu saiba que tem muitas perguntas na cabeça de vocês, aos poucos as coisas vão se resolvendo porque muitas águas ainda rolarão. Alguém comentou algo confuso sobre o tempo. Eu sei que eu não sou muito específica, na verdade não gosto de ser, mas vou seguindo a ordem das estações como ocorrem na Inglaterra para vocês terem uma noção do tempo. Eles se casaram no início do outono passado, por agora estão já no meio do verão, então daqui a pouco farão um ano de casados. Me perguntaram também sobre a idade deles. Nos primeiros capítulos, eu coloquei que o Draco estava no meio de segunda fase dos vinte o que gira em torno de 27-28 anos, então como eles tem idades aproximadas fica aí para vocês terem uma idéia. Não vou ser muito específica gente, isso pode ser um pouco confuso, mas eu realmente não gosto mesmo de ser. Eu geralmente solto uma frase ou outra em alguns momentos pra vocês se situarem, então é só prestar atenção. :)
Pessoal, tomara mesmo que vocês tenham gostado do capítulo. Capítulo que vem tem uma baita de uma surpresa!!! E vou dizer que alguns comentários estão acertando algumas coisas sobre o futuro da fic, não exatamente da forma como eu tenho pensado, mas algumas pessoas estão passando bem perto!! haha Especulem aí e vamos ver quem acaba acertando ou quem pelo menos passa mais perto! haha
Comentem o capítulo pessoal! Deixem suas críticas, sugestões, agrados e desagrados! Apresentem suas dúvidas. Se existe algo que vcs não estão entendendo, coloquem nos comentários que eu respondo!
Não poderei responder os comentários de novo! Vida corrida do cacete, mas capítulo que vem não deixarei passar!!! Vou me programar!
Aos leitores novos: Sejam bem vindos e sintam-se livres para deixarem comentários sempre :P
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7x1 hein... vamos carregar isso pra eternidade! hahaha
Comentários (20)
cada dia torço para que a Ordem da Fênix aja logo...Eu quero que o romance entre Draco e Hermione aconteça. Mas quando chegar a hora que Hermione tem de entregar o bebe para o Voldermort,a Ordem interfera ou algo do tipo. Super ansiosa para o próximo capítulo!!!!
2015-05-04Ver luna no esconderijo da resistencia me deixou triste, Triste pq ela voltou pro pesadelo que nao queria retornar. Qndo Mione ameaçou ela pra que ela voltasse ate eu fiquei com medo da mione rsrsrs.Confesso que qndo achei que a mione tinha matado o bebe eu fiquei desesperada como o Draco rsrsrsrsrs.Ele foi muito bonitinho nesse episodio. DO jeito estranho dele mais ele foi. Hum ela nao é sangue ruim isso me levantou mil hipoteses
2015-03-07Eu só tenho a agradecer. Por cada capítulo. Por esta incrível história. Eu sou apaixonada e viciada nesta Fanfic. CIDADES DAS PEDRAS é a melhor de todas!!
2014-08-25aaaah esse capitulo foi sacanagem !!!! ahahahahah no bom sentido...eu amei demais tudoo e principalmente os momentos de tregua entre eles... eu adoreiii aqui o comentário da Landa sobre como ela imagina a cena deles se tocando do amor...hahahhahaha desculpa o comentário pobre, mas to zuretinha de sono. beijos
2014-08-21Anh, Oi. Sou eu de novo. Já devo ter enchido o saco de tantos comentários meus aqui nesse cap, né? Mas juro que vim aqui de novo por uma boa razão. Por favor não brigue comigo rsrsr. Mas o negócio é o seguinte: desde que li o cap dezenove eu venho imaginando o momento em que ele se se descobrem apaixonados e eu sei que pode ser muita pretenção minha, mas eu tenho que te contar como eu imagino isso.Bom... lá vai: Imaginei a Hermione tendo uma pequena discusão com Draco por causa da Pansy, aí ela sai do escritório dele furiosa e recebe um comunicado que Nott quer falar com ela, Chegando lá eles começam a conversar e bem profissional ela escuta tudo o que ele tem a dizer rebatendo de forma sagaz tudo que ele diz. Enquanto eles conversam Nott começa a cantá-la. Nesse meio tempo Draco dá um fora na Pansy e vai atrás de Hermione para terminarem de discutir e ele descobre que ela está com Nott, , entrando sem pedir permissão o que muito do feitio dele, ele pega os dois em uma situação bem comprometedora, mas não porque Hermione quer, mas sim porque ela deixa ele pensar que é comprometedora. Bom... dai em diante eles discutem mais um pouco, em casa e chegam a dormir em lugares separados pensando em tudo que as mentes e os corações estão sentindo...E o resto vc já deve imaginar... Eu só queria mesmo era compartilhar minha sugestão com você. Mas sei mesmo que vc vai saber exatamente o momento e a hora certa de fazer os dois perceberem. bom agora sim vou te deixar em paz e esperar até o mes que vem pra ler cap vinte. bjos e até breve.
2014-08-18Cada capitulo uma nova surpresa... estou cheia de duvidas sim, mas nao quero ficar especulando. Confio demasiadamente na tua imaginacao para me dar ao trabalho... heheheh.Como sempre, parabens... pelo excelente portugues, pela trama afinada, pela excelente descricao dos personagens, pelos dialogos impecaveis e por fazer desta fic a melhor Dramione de todos os tempos. Vc tem uma habilidade incrivel. Deveria investir. Quem sabe vc nao e uma nova JK Rowling ou uma nova Veronica Roth?
2014-08-18Nós dois sabemos que ela não é. – terminou Voldemort. O que vc quiz dizer com isso? Não simplesmente pqra acreditar que ela não é sangue ruimm... Minha nossa simplesmente pirei!!! Essa fic está cada dia melhor e mais interessante.Tem tantos mistérios e coisas interessante que sua mente fica simplesmente confusa.Pode ser que a Mione vai conseguir impesir Voldemort de pegar a criança? Há chances da derrota de Voldemort? O mestre dad trevas tem idéia que o Draco está sendo um cancer, ou Draco está um passo a frente? A Mione vai surpreender myito gente ou pode haver sempre sofrimento?Essas são as pequenas perguntas que rondam minha cabeça! Bjs.Perfeita sua fic.-Lizzy
2014-08-18Eu simplesmente amo a sua fic <3 ansiosa para saber o que vai acontecer nos proximos capitulos.
2014-08-13Aaaahhhhh... Li todos os comentario dos leitores anteriores e estou com eles. Quero maiiis, por favor por favor por favor. E vc falou que proximo capitulo vao ser 2 partes, as duas partes juntas, com 2 capitulos fabulosos? Diz que siim hahahahaha esperando anciosamente o proximo capitulo, ate mais.
2014-08-09Eu acho lindo quando leio uma DraMione onde o Draco se torna "carinhoso" sem ser meloso e irreal. Ele é o Draco afinal!!! E tenho que dizer: que SEXY essa cena VoldyBella! De verdade, achei sexy demaaaaaaaaais!!
2014-08-09