Capítulo VII



Capítulo
sete


 


    -
Acorde, Harry - disse uma voz que parecia bem longe, o que retirou Harry
momentaneamente do estado de sono e fez com que ele percebesse que o sol estava
bastante forte, irrompendo entre suas pálpebras; Harry piscou várias vezes os
olhos, para desenturvar a vista e, depois, pôs os óculos, fazendo com que os
borrões coloridos tomassem forma. Anne estava sentada à beira da cama e, sobre
si, havia uma enorme bandeja, daquelas que parecem uma mesinha e os casais
apaixonados usam para levar café da manhã à cama do amado.


    -
Bom-dia - sussurrou Harry, recebendo um beijo da garota. Sem querer, ele
refreou-se, tentando se livrar do beijo. - Mas olha o que temos aqui! Bolinho de
açúcar, varinha de alcaçús, suco de abóbora, sanduíche... você é uma
cozinheira de mão cheia, hein...


    -
Na verdade, o quarto é - disse Anne, sorrindo alegremente. -, onde você
descobriu isso aqui? É fantástico... eu tomei um banho quente em uma banheira
de ouro! E à noite passada... tinha até pétalas de rosas... - A garota tinha
uma vivacidade que Harry nunca contemplara em mais ninguém...


    -
É, realmente. No ano passado, as reuniões da AD eram aqui - informou ele. -,
mas, infelizmente, o ministério nos pegou e nós tivemos que pará-las. Hoje em
dia quase não é usada a sala, pois quase ninguém sabe de sua existência,
apenas alguns elfos e os outros alunos que aqui se reuniam.


    -
Elfos? - exclamou Anne, estupefata. - Há elfos em Hogwarts? Quer dizer... elfos
domésticos?


    -
Sim... vários deles...


    A
garota pegou um pedaço de sanduíche apenas para ter algo com o que se ocupar.


    -
Não sabia que havia elfos aqui - disse. -, na verdade, eu nunca vi um... venho
de uma família trouxa e, bem. Lá não tem elfos!


   
Harry deglutiu um pedaço de pão e depois eles ficaram ali, se encarando
silenciosamente, sem saber o que dizer. Anne preferia não perguntar o que seria
deles, embora aquilo estivesse em seus lábios, pronto para ser interrogado, porém,
ela não podia... não conseguiria perguntar...


    -
Eu acho que vou indo - disse ela, a voz vacilando. -,eu só... não, deixa.
Tenho aula de adivinhação agora e já vou caminhando para a torre norte,
porque vou demorar quase quinze minutos daqui até lá.


    -
Tudo bem - disse Harry. - eu arrumo as coisas por aqui. Bom-dia.


    -
Dia - murmurou Anne, enquanto saía do quarto. Ela sentia-se uma covarde, uma
incapaz. Sua mão ainda tremeu para abriu a porta e finalmente perguntá-lo, mas
novamente ela vacilou e precipitou-se andares à cima, em direção á Torre
Norte. Seu estômago se revirava desagradavelmente e ela ainda teve que agüentar
uma aula modorrenta de adivinhação em que a professora previu a sua morte trágica
caindo de um prédio.


 


*-*


 


   
Aquilo fora errado. Sabia isso. Sentia isso... ele fizera a coisa mais íntima
de sua vida com uma pessoa que não amava. Ele simplesmente usara-a para
desabafar de suas mágoas com Gina. E agora? Não podia dispensar a garota do
nada, dizendo que, infelizmente, descobrira que não a amava. Aquilo fora mais
que um simples beijo e Harry sabia disso. Uma lágrima brotou de seu olho e
rolou por seu rosto ao qual ele rapidamente secou. Depois, cerrou o punho no lençol,
com raiva de si mesmo. Fora uma noite perfeita, mas proibida.


   
Enquanto arrumava a bandeja sobre a mesa circular depois saía da porta e
esperava-a desaparecer, Harry tinha apenas uma frase em mente. "O proibido
é mais gostoso!"


 


 


*-*


 


    -
Onde você esteve noite passada? - Foi a primeira coisa que ele ouviu quando
encontrou-se com Rony e Hermione; a garota olhava-o com censura e tinha nos lábios
uma expressão de impaciência.


    -
Ué, no dormitório - mentiu Harry, sonsamente. - fui dormir mais cedo porque
estava muito cansado. - Ele deu uma olhada censuradora para Rony, como quem
dissesse para ele se calar.


    -
Mentira - disse o outro. -, eu fui ver na sua cama. Estava vazia. E você nem se
deu o trabalho de fechar a cortina. Seria mais convincente!


   
Harry sentiu vontade de matá-lo porém, apenas cerrou o punho com raiva.


    -
Tudo bem - disse, sem vontade. -, eu estive a noite fora.


    -
Onde? - repetiu Hermione.


    -
Na sala precisa - respondeu Harry, desprezando-a cada segundo. - aff... eu tenho
dezesseis anos, pelo amor de Deus. Eu faço o que EU quiser.


   
Hermione pareceu analisar por um longo tempo o que iria dizer, porém, quando o
fez, a sua voz estava carregada de desprezo, o que fez com que Harry sentisse
uma pontada de culpa.


    -
Com certeza... eu não sou sua mãe e nem Rony é seu pai, mas somos seus
amigos. E, até onde sei, amigos se preocupam um com o outro! Eu estava
preocupada...


    -
Você é uma intrometida... - começou Harry.


    -
...e, afinal, por mais que você não queira nos falar onde estava, a amizade
também baseia-se na confiança. Mas eu não digo mais nada... vamos logo antes
que nos atrasemos para Feitiços...


   
Eles subiram as escadas de mármore em direção à uma sala pequena no fim do
primeiro andar. A aula foi mais uma repetição de todas as outras, onde eles
ficaram dizendo feitiços, enquanto conversavam animada e alegremente; aquela
aula era, sem dúvida, uma das melhores para Harry, porque ele podia falar
bastante as últimas notícias, embora, àquele dia, ele tenha preferido ficar
longe dos outros, treinando o feitiço do fogo.


 


*-*


 


    -
Você nunca mais sorriu desde que terminou com Anne, não é? - perguntou um
garoto louro a Johnny, em uma aula de DCAT.


    -
Hum... não sei... - disse ele. - não sinto vontade de sorrir, apenas isso...


 


WE
BELONG TOGETHER (tradução)


"Eu não
quis dizer isso quando eu disse que


Eu não te amava
tanto


Eu deveria ter te
agarrado


Eu nunca deveria
ter deixado você ir


Eu não sabia
nada


Eu fui estúpida,
eu fui tola


Eu estava
mentindo pra mim mesma


Eu não poderia
ter compreendido que


Eu não viveria
sem o teu amor


Nunca me imaginei
sentada


Aqui sozinha


Achando que eu não
te conhecia


Você deve achar
que eu não me conheço


Mas eu pensava
que sabia de tudo


Eu nunca senti


 


O sentimento que
eu estou sentindo


Agora que eu não
ouço mais a sua voz


Nem sinto o seu
toque, nem o beijo dos seus lábios


Porque eu não
tenho escolha


Oh o que eu não
daria


Pra te ter
deitado ao meu lado


Exatamente aqui,
porque, baby


 


Refrão 1:


Quando você se
foi, eu perdi uma parte de mim


Ainda é tão difícil
acreditar


Volte baby, por
favor, porque


Nós pertencemos
um ao outro


Em quem eu
poderei me encostar


quando os tempos
se tornarem difíceis?


Quem vai
conversar comigo ao telefone


Até o sol
aparecer?


Quem vai tomar
seu lugar?


Não há ninguém
capaz


Oh baby baby


Nós pertencemos
um ao outro


 


Eu não consigo
dormir à noite


Quando você está
na minha cabeça


Bobby Womack está
tocando no rádio


Cantando pra mim:
"Se você pensa que está sozinho agora"


Espere um minuto,
isso é tão profundo


Eu preciso mudar
de estação


Então eu giro o
dial, tentando dar uma parada


E então ouço
Babyface


(Eu só penso em
você) e está magoando meu coração


Eu estou tentando
manter tudo nos conformes, mas eu estou me


despedaçando"


 


*-*


 


    -
Não... repete o que você acabou de dizer - exclamou Clara, na mesa da Grifinória,
o que fez com que vários alunos parassem de comer e olhassem para ela; no outro
lado da mesa, Harry parou o garfo a meio caminho para os lábios e encarou-a por
alguns minutos. Anne não soube o que fazer e apenas acenou a cabeça para ele.
- Eu não posso acreditar nisso, Anne!


    -
Por quê? - disse a outra, sorrindo. Nossa, foi perfeito, foi TUDO! Eu nunca
imaginei que fosse ser assim... porque eu tinha medo não é... mas, para mim
foi a melhor coisa que eu já fiz em toda a minha vida!


    -
E agora...?


    -
E agora o quê?


    -
Vocês tão namorando? - perguntou Clara, curiosa.


    -
Não sei - respondeu Anne, séria. -, eu, sinceramente, não sei... ele parecia
estranho hoje de manhã quando eu servi café na cama... não sei... ah... eu
tenho tanto medo!


    -
Eu te entendo - disse Clara, com ferocidade. - No quinto ano um garoto ficou me
paquerando, aí, depois que a gente se beijou, ele disse que não queria nada
comigo!


    -
É - suspirou Anne -, mas, entre um beijo na boca e fazer amor, há uma grande
diferença...


    A
garota não soube o que responder e começou a comer rapidamente o macarrão que
descansara enquanto elas conversavam; quando a sineta tocou por todo o castelo,
elas se levantaram e foram arrastando os pés, lentamente até a sala de história
da magia, que era no terceiro andar no lado oeste; já haviam alguns alunos
conversando tranquilamente quando elas entraram e encaminharam-se para 
duas  carteiras no fim da
sala e sentaram-se pesadamente, jogando as mochilas de forma rude.


    O
segundo sinal soou, avisando que, quem não chegasse à sua aula não poderia
mais entrar e, o prof. Binns apareceu, sombriamente, irrompendo do quadro-negro
e fazendo com que os alunos se sobressaltassem.


    -
Boa-tarde - disse ele, naquela voz treinada para ser o mais monótona possível.
-, hoje nós vamos ver como houve a batalha... - Ele explicou por quase duas
horas a batalha entre os centauros e os humanos, que, segundo ele, vinha
acontecendo desde a época medieval e era travada até os dias de hoje, já que
os centauros tinham que abrigar-se em florestas longe dos olhos humanos.


   
Porém, nenhum dos alunos que estava ali presente de corpo, estava de mente;
alguns desenhavam despreocupadamente em um pergaminho, o som farfalhante da pena
a escrever; outros apenas encaravam algum ponto, vazios e outros, como Anne,
pensavam em todos os detalhes do que ocorrera nas últimas vinte e quatro horas.


   
Mais uma vez a sineta tocou em todo o castelo e o professor distribuiu,
magicamente, um pergaminho com trinta questões de dever de casa e pediu uma
redação de quarenta centímetros sobre tudo que ele dissera. Enquanto descia
as escadas em direção à próxima aula, ela pensou na tentadora oportunidade
de ir à sala precisa e desejar que os trinta exercícios estivessem feitos e a
redação estivesse caprichosamente escrita, em uma letra bem miúda, para
parecer que ela prestara bastante atenção...


 


*-*


 


    -
E a Gina...?


    -
O que tem ela? - perguntou Hermione, consultando alguns livros antes de
responder ao questionário que a profª. McGonagal mandara para a aula, valendo
três pontos.


    -
Hum... eu vi que ela está... com um cara - disse Harry, inseguro.


    -
Ah, sim - disse Hermione. - ela está namorando o Pedro Petty, do sétimo ano...


    -
E...?


    -
E daí, Harry? - exclamou a garota, impaciente, jogando um livro para o lado e
pegando outro. - Você traiu ela, não é? Quantas vezes eu a vi chorando pelos
corredores? Agora ela está vivendo! E no mais... bem, você não nos disse o
que estava fazendo, mas passou a noite na sala precisa e sozinho que não foi!


    O
garoto preferiu não responder, apenas encarando-a com um certo desprezo. Ao
lado de Hermione, Rony exclamou alegremente que achara a resposta e começou a
distribuí-la pela turma inteira, enquanto a professora corrigia umas provas em
sua carteira lá na frente. Em algum momento, ela ergueu os olhos para a classe
e viu aquele burburinho geral enquanto a resposta da questão quatro era passada
de pessoa em pessoa, porém, ela não reclamou, mas apenas sorriu levemente e
voltou-se para as provas, riscando com vontade uma resposta...


   
Quando, mais uma vez a sineta tocou, os alunos fecharam os livros e
precipitaram-se porta afora, ansiosos pela janta. Mais um dia passara-se e, para
muitos deles, fora um dia e tanto. Porém, para Anne, fora um dia decepcionante
em comparação à noite anterior... se ela pudesse repetir... apenas sentir o
gosto daquele corpo... apenas de pensar, sua espinha tremeu dos pés à cabeça
enquanto subia as escadarias em direção à sala comunal da Grifinória.


 


*-*


 


  
"Love
can be so cruel"


  
O amor pode ser tão cruel



                                    
Circles, Mariah carey


 


   
Ele estava descendo a escadaria de mármore - sozinho - quando Anne foi abordá-lo.
De início, parecia um pouco apreensivo, olhando para os lados, como que para
ver se havia alguém por perto, mas, depois, seus olhos pareceram bastante
verdadeiros...


    -
E então, Harry?


    -
Você quer repetir? - perguntou o garoto, com vivacidade.


    -
Adoraria, de verdade - disse Anne, a esperança enchendo como um balão, dentro
de si. -, mas, você quer? Parecia tão... frio... hoje de manhã.


    -
Eu não tenho certeza de nada - murmurou Harry - e eu acho errado o que estou
fazendo com você, afinal, eu não te amo...


    A
garota baixou a cabeça, tristemente.


    -
Eu sempre soube disso - resmungou. -, mas não vou desistir de você!


    -
Tudo bem. Já vamos direto para a sala precisa?


    -
Por mim, sim - disse ela, com revigorada esperança.


    -
O.k., então - disse Harry, segurando sua mão e conduzindo-a, alegremente, para
o andar da Sala Precisa...


 


   N/A:
Bem, eu terminei de escrever a fic... vou postando-a aqui lentamente, ok? Só
pra dizer mesmo... idéias para uma outra fic? Talvez... hoje eu tentei escrever
um pouco, mas não adiantou de nada, o que saiu for merda u.u saudades dessa fic...
amanhã talvez eu poste outro capítulo, ok? Valeu!



 


 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.