Preocupação



               Abri a boca para respondê-la, quando ouvimos um barulho vindo em nossa direção. Mas não era como o barulho que Steve estava fazendo, pareciam vários passos andando com pressa. Nos levantamos rapidamente e eu abracei Hermione, colocando ela um pouco atrás de mim. Peguei um pedaço de tronco que estava no chão, e me preparei para acertá-lo na cabeça de quem quer que fosse.


- ESPERA RONY! SOU EU! – Harry disse aflito.


- Harry? – Ainda estava um pouco escuro.


- Graças a Deus achamos vocês! – Snape apareceu atrás de Harry.


- Vocês vieram! – Hermione correu até o professor e o abraçou. Eu olhei assustado, Hermione deveria estar louca por abraçar Snape. Mas fiquei mais assustado por ele não xingá-la, muito menos empurrá-la. Ele olhava para nós com preocupação, e não soltou Hermione nem um segundo. Harry pulou em cima de mim.


- Estávamos procurando vocês desde ontem à noite. – Harry disse.


- Ontem à noite? Perceberam que não estávamos lá? – Hermione perguntou, se soltando de Snape.


- Claro. Eu e os garotos fomos escondidos até a barraca de Rony, para ficarmos conversando até tarde. – Eu olhei para Snape e ele não parecia bravo com aquilo. – Então vi que vocês não estavam lá e avisamos o professor.


- Professor... Nós... – Hermione tentou argumentar, mas Snape fez um gesto pedindo que ela se calasse.


- Depois Granger... Vamos voltar para as barracas agora.


- Vocês... Lembram o caminho? – Eu perguntei.


- Acha que viríamos aqui sem eu conhecer o caminho Weasley? – Ele perguntou friamente.


- Não...


- Então vamos logo! Devem estar famintos. – Snape disse.


- Nem tanto... Conseguimos alguns alimentos.


- O que? Ficaram loucos? E se fossem venenosos?


- Hermione é uma ótima aluna Sr, sabia exatamente o que poderia ser ingerido ou não. – Eu sorri para ela.


- E Rony conseguiu pegar as frutas mais altas, graças a sua força. – Ela sorriu para mim.


- Bom... Está bem. – Ele olhou para nós dois. – Vamos... Vocês precisam descansar.


 


 


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                Durante todo o caminho eu não consegui falar com Rony. Estávamos explicando tudo ao professor, até chegarmos às barracas. Foi incrível. Estávamos tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Parecia até que o destino estava nos pregando uma peça e nos deixando presos ali até que resolvêssemos nossos problemas... Mas pelo visto não tinha resolvido. Rony ainda não tinha dito que me amava, e não parecia que ia dizer tão cedo. Talvez ele só se sentiu pressionado por estarmos presos em uma mata... Enquanto voltávamos, eu avistei Steve no alto de uma árvore, e ele estava com mais dois micos ao seu lado... Talvez fosse sua família. Ele parecia feliz. Olhei para Rony,e  ele sorriu para mim.


                Chegamos próximos às barracas e Snape nos deu comidas enlatadas. Com certeza era melhor do que frutas. Comemos rapidamente e depois fomos até um trailer que tinha ali, para nossa higiene pessoal. Tomei rapidamente um banho, e me senti renovada. Quando eu saía do trailer, Rony estava entrando, e nós trombamos.


- Sempre essa mania hein? – Eu ri para ele.


- É... Desculpe. – Ele parecia meio envergonhado.


- Tudo bem... – Nós ficamos parados sem dizer uma palavra.


- Er... Melhor eu entrar. Estou precisando de um banho. – Sem me olhar, ele entrou no trailer. Fiquei parada diante daquela cena. Como uma pessoa pode mudar tanto de uma hora pra outra?


               


                Depois que Rony terminou o banho, o professor Snape nos chamou para uma conversa, e eu senti que não seria nada agradável.


- Vocês quebraram as regras. Eu pedi para que não entrassem na mata, e horas depois onde estavam vocês? Conseguem perceber que se eu não tivesse os achado, eu teria sérios problemas graças à teimosia dos dois? – Ele não parecia bravo, mas sempre tinha a feição fria.


- Desculpe professor, a culpa foi minha. – Eu disse. – Ouvi um barulho e resolvi procurar. Rony apenas veio atrás de mim.


- Claro, porque é obvio que se você ouvir um barulho no meio da noite você vai atrás não é? – Eu não respondi. Rony ficou calado o tempo inteiro. Eu não esperava que ele fosse dizer algo, mas ele estava quieto até demais. – Mas diante disso, tenho que reconhecer que vocês se saíram bem... Por isso, eu não irei reprová-los... Mas saibam que se na prova final vocês não forem bem... Eu não irei dar chances. Entenderam?


- Sim senhor. – Dissemos juntos.


- Ótimo... Podem ir dormir. Amanhã iremos partir cedo.


                Saímos calados indo em direção à nossas barracas. Quando chegamos próximos a elas, eu olhei para Rony, mas ele não me olhava. Abri a boca para dizer algo, e então ele me deu um rápido: “Boa noite”, e entrou para sua barraca. Por que ele tinha que ser daquele jeito?


 


 


 


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                Eu não sei o que estava acontecendo comigo. Era como se tivesse um muro impedindo que eu e Hermione fossemos felizes. Eu tinha medo, por isso não conseguia pular os obstáculos. Não consegui dormir naquela noite... Fiquei pensando nela o tempo inteiro, e no que fazer para finalmente ficarmos juntos.


 


                No dia seguinte, o alarme de Snape nos acordou cedo. Eu rapidamente saí da barraca, e olhei em volta. Todos já começavam a arrumar suas coisas. Hermione saiu logo depois, e se assustou quando me viu. Passou as mãos nos cabelos rapidamente, e eu dei um breve sorriso.


- Bom dia. – Ela me disse.


- Bom dia. – Eu respondi.


                Não dissemos mais nada. Ela se apressou para arrumar suas coisas, e eu as minhas. Pouco tempo depois eu já tinha terminado. Desmontei e minha barraca e a dela, mas sempre o silêncio prevalecia. Quando eu terminei, resolvi sair um pouco para pensar. Andei em direção à barraca de Harry, quando Lilá pulou em meu pescoço.


- Won won! Eu estava tão preocupada com você! – Ela apertava mais ainda o abraço.


- Lilá... Não consigo respirar.


- Desculpe. – Ela se soltou. – Como vocês sobreviveram? Como se alimentaram? Você deve ter sofrido tanto Won Won.


- Eu estou bem Lilá.


- Vocês... Fizeram alguma coisa?
- O que quer dizer?


- Bom... Estavam sozinhos em uma mata... No escuro.


- Não Lilá, não fizemos nada. Você conhece muito bem Hermione, e sabe que eu não faria nada.


- Isso é ótimo! – Ela me abraçou de novo. – E como foi a experiência de passar 24 horas com Hermione Granger? – Ela riu um pouco e eu respirei fundo. Se eu falasse que tinha sido maravilhoso, as melhores horas da minha vida, ela nunca ia me deixar em paz.


- Não foi tão bom assim.


- Vocês não se dão bem... Já imaginava.


-É... Somos diferentes demais para darmos certo. - Eu menti.


 


 


 


 


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                “Somos diferentes demais para darmos certo”? O que ele queria dizer com aquilo? Fiquei parada atrás dos dois, esperando que ele me desse uma explicação, quando Vítor apareceu.


- Hermione! – Ele me abraçou. – Eu fiquei tão preocupado com você. – Nessa hora Lilá e Rony olharam para nós, Rony estava mais vermelho do que nunca.


- Eu estou bem Vítor. – Eu disse sorrindo.


- Eu levei um susto quando descobri que você e Weasley estavam sozinhos lá.


- Mas eu estou bem agora.


- Deve ter sido difícil não é?


- Não foi tanto assim...


- E como conseguiram sobreviver? Não conseguem passar nem duas horas juntos. – Ele riu e eu sorri, olhando para Rony.


- Foi fácil... Foi como ficar presa em uma jaula com um leão que não sabia como atacar. – Eu olhei de volta para Vítor, mas pude perceber que Rony tinha ficado nervoso. Antes que ele pudesse responder algo, Snape se aproximou.


- Muito bem... Quero que entrem no ônibus e se sentem com seu parceiro ou parceira. – Ele disse.


                Eu e Rony nos olhamos, trocando faíscas silenciosamente. Vítor e Lilá vieram atrás, e então nós entramos no ônibus.


- Quero sentar na janela. – Eu disse quando Rony se preparava para sentar.


- E eu também. – Ele disse de cara amarrada.


- Rony, eu preciso sentar na janela! Eu passo mal em viagens, preciso de vento!


- Peça o Vítor para ficar assoprando o seu rosto. – Ele disse grosseiro.


- Não, ele vai estar ocupado demais me beijando. – Eu disse sem pensar e Rony rapidamente se levantou.


- O que você disse? – Ele ficou vermelho.


- Você ouviu. – Eu me sentei no canto, cruzando os braços.


- Weasley, sentado! Já vamos dar partida. – Snape disse bravo e Rony se sentou.


- Hey Mione, como conseguiu passar tanto tempo perto dessa fera? – Harry cochichou para mim do banco de trás.


- É só saber como domá-lo Harry. – Nós dois rimos. Rony nos olhou desconfiado.


- Tá olhando o que? – Eu perguntei brava.


- Eu não posso mais olhar pra onde eu quero? – Ele cruzou os braços e olhou para a janela.


                Ficamos em silêncio, o ônibus deu partida e nossa viagem de volta começou. Algumas vezes Harry conversava comigo, mas de tanto Rony lançar olhares mortais para ele, nós paramos de conversar por um tempo. Coloquei meus fones de ouvido e peguei um livro para me distrair. Percebia que Rony olhava a todo instante para mim, mas eu o ignorava completamente.


 


 


 


 


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                Eu não sei o que estava acontecendo comigo. Nem eu me entendia, imagina Hermione. Eu não quis dizer as três palavras para ela, e depois a tratei totalmente indiferente, sem contar que ela ouviu quando eu disse para Lilá que não combinávamos. Mas ao mesmo tempo em que eu me sentia arrependido, eu me sentia aliviado por não termos dado certo. Algo me dizia que não nascemos para ficarmos juntos, e que Hermione merecia alguém bem melhor do que eu.


                Durante a viagem de volta, Hermione passou todo o tempo lendo um livro e escutando música. Apenas Harry e Dino conversavam comigo de vez em quando, mas eu não estava muito interessado na conversa. Em certo momento, Hermione abaixou o livro e encostou a cabeça na poltrona, fechando os olhos. Eu parei de conversar e a observei... Ela estava respirando fundo.


- O que foi? – Eu perguntei não demonstrando muito interesse.


- Nada. – Ela disse rapidamente e voltou a ler o livro.


                Olhei para Harry e ele fez sinal para que eu perguntasse de novo. Eu não queria demonstrar que estava tão preocupado, mas foi mais forte do que eu. Tirei o livro dela e a olhei. Ela não brigou.


- Você está passando mal de novo? – Perguntei.


- Não é da sua conta. – Ela foi grossa.


- Você não é assim... Não tente ser uma pessoa que você não é. – Fui curto e grosso. – Agora me responda como Hermione Granger, e não como uma garota mimada.


- Estou enjoada Ronald... Está satisfeito?


- Sim. – Eu me levantei e as pessoas olharam para mim sem entender. Fui até o professor e me abaixei um pouco, para que só ele ouvisse. – Professor... Hermione não está se sentindo muito bem. Podemos parar por alguns minutos?


- O que ela tem? – Ele não parecia muito interessado em saber.


- Ela está tomando remédios para enjoos, mas durante esses dois dias ela não tomou, e está se sentindo enjoada agora. E se não pararmos ela vai piorar, e vai vomitar nesse ônibus inteiro. – Eu disse calmamente e Snape me olhou, erguendo as sobrancelhas. Ele fez sinal para o motorista, e o mesmo encostou o ônibus. Voltei até a poltrona de Hermione e estiquei minha mão. – Vamos descer.


- O que? Tá louco Ronald?


- Não, você que deve tá louca de querer viajar desse jeito. Anda Hermione, vamos descer.


- Não. Eu consigo aguentar até o colégio.


- Hermione você está pálida, e daqui a pouco vai ficar verde, e eu não estou nem um pouco interessado em chegar ao colégio todo vomitado.


                Ela me olhou por alguns instantes e percebeu que eu não ia desistir. Ela respirou fundo e me acompanhou, um pouco envergonhada.Senti os olhares triste de Lilá e os furiosos de Vítor, mas não me importei. Descemos do ônibus e fomos para um lugar um pouco mais afastado.


- Pronto. – Eu cruzei os braços.


- Vai ficar me olhando assim?


- Vou.


- Eu não vou conseguir com você me olhando.


- Hermione é só você vomitar logo.


- Não é assim, não vou vomitar porque eu quero. E agora nem estou mais com vontade. – Ela cruzou os braços.


- Pelo amor de Deus Hermione, deixa de ser teimosa. Paramos o ônibus por sua causa, e você vai ficar com essa teimosia?


- Eu não estou mais com vontade Rony, passou. Vou fazer o que?


- Você vai passar mal de novo assim que voltarmos para o ônibus.


- Foi por sua culpa, eu disse que era melhor eu sentar na janela.


- Não acredito que estamos discutindo por causa disso.


- Eu que não acredito que depois de tudo que você faz ainda quer me ajudar. – Ela disse brava.


- Ei vocês dois! Andem logo! Não estou por conta de vocês. – Snape gritou da porta do ônibus.


- Não quero falar sobre isso agora. – Eu virei o rosto sem olha-la.


- Nunca vamos conversar, porque você sempre vai fazer isso. Sempre vai dizer que não quis me magoar, que gosta de mim, mas nunca vai dizer o que eu quero ouvir.


- Talvez eu não queira dizer o que você quer ouvir.


                Ficamos em silêncio. Pude ver claramente que ela queria chorar, e aquilo já estava indo longe demais.


- Se não está mais com vontade vamos voltar para o ônibus, estou perdendo o meu tempo aqui. – Eu disse friamente e me virei, quando ouvi Hermione se abaixar e colocar tudo pra fora. Eu queria ter ficado parado, estava bravo com ela, estava realmente nervoso, mas meus sentimentos falaram mais alto. Eu me aproximei e me agachei ao lado dela, segurando seu cabelo.


                Depois de alguns segundos ela abaixou a cabeça, e eu lhe entreguei um lenço que eu tinha pegado na minha mochila quando estávamos descendo do ônibus. Ela pegou o lenço e levantou sua cabeça, sem me olhar.


- Não precisa ficar com vergonha de mim. – Eu disse ajudando ela a se levantar.


- Não estou com vergonha de você. – Ela disse baixo. – Estou com medo.


- Medo de que?


- Não sei o que é isso que eu tenho... E não tenho coragem de fazer os exames.


- Mas você precisa fazer, para saber o que tem, e se curar logo.


- E se for algo grave? – Nesse momento ela me olhou. Eu pude ver o medo em seus olhos.


- Vamos ao hospital... Hoje.


- Hoje? Tá louco?


- Não, não estou louco. Agora vamos voltar antes que Snape fique nervoso.


                Ela não disse mais nada. Eu a segurei pela cintura ajudando ela a andar, ela estava um pouco fraca. A ajudei a subir para o ônibus e deixei que ela se sentasse na janela. Harry e Dino estavam com um sorriso estranho para mim, mas eu os ignorei. Hermione não parecia ter melhorado muito pelo contrário. Ela estava mais pálida ainda. Deitei sua cabeça em meu ombro, e continuamos nossa viagem.


 


 


 


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                Não conversamos durante o caminho de volta. Eu estava mais fraca do que das outras vezes, na maioria das vezes, a luz me incomodava, e eu tinha que ficar de olhos fechados. Eu estava me sentindo tão mal, que nem o fato de Rony ter me tratado como uma estranha mais cedo e agora estar sendo um príncipe comigo estava me incomodando. A cada cinco minutos ele olhava para mim e perguntava se estava tudo bem. Eu apenas balançava a cabeça. Mas na verdade, estava tudo péssimo. Às vezes eu perdia a noção de onde eu estava e só minutos depois me dava conta.


                Harry algumas vezes se levantava perguntando se eu precisava de alguma coisa, e eu apenas negava. Talvez Rony percebeu que eu não estava nada bem, e não ficava perguntando muita coisa.             


                Não notei que tínhamos chegado. Percebi que todos se levantaram de uma vez e foram descendo do ônibus. Lilá perguntou alguma coisa para Rony,e  ele apenas disse para ela ir na frente. Vítor fechou a cara para ele e desceu atrás de Lilá. Harry ficou por último, talvez para se certificar que eu estava bem.


- Eu vou levar ela para o hospital. – Ouvi Rony dizer.


- Vá rápido Rony, ela não parece nada bem.


- Avisa Gina pra mim? Minha mãe deve ficar preocupada. E peça ela para avisar os pais de Hermione também.


                Harry confirmou e desceu do ônibus. Rony me olhou, e segurou minha mão.


- Você está péssima.


- Eu me sinto péssima. – Eu disse sincera.


                Ele respirou fundo e levantou. Tentei fazer o mesmo, mas eu estava realmente fraca. Rony segurou minha cintura e me ajudou a descer do ônibus.


- Ela está péssima Weasley. – Ouvi Snape dizer.


- Eu sei Sr, vou com ela até o hospital.


- Espera um instante. – Snape saiu de perto, enquanto eu lutava para ficar de olhos abertos. Percebi um homem chegar e os três começaram a conversar. A última coisa que vi foi Gina, Luna e Harry correndo em nossa direção. Depois disso, tudo escureceu.


 


 


 


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                Senti um aperto no coração quando senti Hermione desfalecendo em meus braços. Não foi como das outras vezes, que eu sabia que ela ia acordar. Dessa vez ela estava pior. Estava muito pálida, e não parecia conseguir prestar atenção em nada que acontecia ao seu redor. Snape disse ao taxista para que nos levasse para o hospital o mais rápido possível. Eu disse para Harry ajudar Gina a levar nossas coisas para casa, e o taxista abriu a porta para que eu entrasse com Hermione.


                Se me perguntarem o que o taxista conversou comigo naquele momento, eu não sei dizer. Eu apenas concordava com a cabeça e afirmava o que ele dizia. Eu estava preocupado demais para prestar atenção em outra coisa. Senti como se meu coração fosse sair do lugar, de tão rápido que ele batia.


                Por sorte, o taxista foi realmente muito rápido, e em menos de dez minutos estávamos no hospital. Ele abriu a porta para que eu saísse com Hermione, e entrou comigo no hospital. Ele foi até a recepção e pediu para que arrumassem algum médico, urgente.


- Qual é o problema dela? – A recepcionista perguntava enquanto lixava as unhas.


- Bom, se eu soubesse não estaríamos vindo a um hospital. – O taxista disse com raiva.


- Quero saber o que ela sente.


- Ela está desmaiada, não está vendo? – Ele apontou para Hermione.


- Hm, estou vendo. – Ela olhou com indiferença. – Tem que preencher esse formulário aqui. – Ela colocou uma prancheta com três folhas no balcão.


- Está me dizendo que ela só vai ser atendida se preenchermos essas três folhas? – Eu perguntei bravo.


- É.


- Olha aqui, ela está desmaiada a mais de vinte minutos, está ficando cada vez mais pálida, e se o caso dela piorar comigo DENTRO DE UM HOSPITAL, EU NÃO SEI NEM O QUE EU POSSO FAZER. – Eu aumentei o tom de voz e as pessoas começaram a olhar para nós.


- Ele tem razão! – O taxista disse indignado. – É um absurdo ela estar desmaiada e vocês fazendo toda essa cena para ela ser atendida. E se o caso dela for grave?


- Só podemos saber se ela fizer uma consulta. – A recepcionista disse sinicamente.


- VOCÊ É RETARDADA OU O QUE? – Eu me aproximei do balcão e a recepcionista deu um passo para trás. Talvez se eu não estivesse com Hermione em meu colo, eu realmente tinha feito algo de muito ruim. – ELA SÓ PODE FAZER UM CONSULTA SE VOCÊ CHAMAR A PORCARIA DO MÉDICO PARA ATENDÊ-LA, SEM QUE EU ASSINE ESSAS DROGAS DE PAPÉIS! MAS QUE DROGA! ACHO QUE É MAIS RÁPIDO EU FAZER UMA FACULDADE DE MEDICINA, VIRAR MÉDICO E ATENDER ELA DO QUE VOCÊ ARRUMAR UMA DROGA DE MÉDICO!


- O que está acontecendo? – Um médico apareceu do nosso lado.


- ELA ESTÁ DESMAIADA HÁ QUASE MEIA HORA, E ESSA INÚTIL DESSA RECEPCIONISTA DIZ QUE NÃO PODE CHAMAR UM MÉDICO ENQUANTO NÃO PREENCHERMOS ESSES PAPÉIS IDIOTAS, SENDO QUE ISSO LEVARIA QUASE VINTE MINUTOS, E ATÉ LA O CASO DELA PODE AGRAVAR.


- Tudo bem... Traga ela na minha sala. – O médico saiu andando e eu dei uma olhada mortal para a recepcionista. O taxista fez sinal dizendo que estaria esperando ali, e eu levei Hermione até a sala do médico.


- Muito bem... Pode deitá-la ali. – O médico apontou para a cama e eu a coloquei lá. Cruzei meus braços e fiquei andando de um lado para o outro. – Pode me contar o que aconteceu?


- Há dias ela está se sentindo mal, com enjoos e desmaios. Estava tomando remédios para enjoos, e parecia que eles adiantavam, um pouco. Mas nesse final de semana fomos para uma excursão, e tivemos um problema que ela não tomou os remédios por dois dias. Na volta para o colégio ela ficou pior do que os outros dias... Vomitou uma vez, mas ficou muito fraca, às vezes nem conseguia falar ou abrir os olhos.


- E ela já fez alguma consulta depois desses sintomas?


- Sim... Ela veio aqui uma vez, e marcou exames para a semana seguinte, mas ela não veio.


- Isso é muito grave. Você sabe por que ela não veio? – Ele anotava em sua prancheta.


- Acho que estava... Com medo. – Eu engoli seco. – E não tinha ninguém para acompanhá-la.


- Você não é namorado dela? – Ele perguntou abismado.


- Não...


- Por Deus... Pensei que era. – Ele deu uma risadinha. – Pra fazer tudo isso só podia ser namorado. Mas isso não vem ao caso... Qual é o nome dela?


- Hermione Jean Granger.


- Hum... Estou reconhecendo. Por sorte, fui eu quem a atendi quando ela veio aqui. – Ele deu uma olhada em seus papéis. – O caso dela pode ser mais grave do que imaginamos.


                Falando isso, eu prendi minha respiração.


- Ela deveria ter feito os exames para eu confirmar minhas teorias. Tenho que fazer os exames imediatamente. – Ele colocou sua prancheta em sua mesa. – Você pode aguardar na recepção.


- O caso dela é muito grave?


- Temo que sim... Desculpe...


                Fiquei calado. O médico abriu a porta, e me acompanhou até a recepção.


- Não se preocupe. Aconselho você a ir embora e descansar um pouco... Avise aos parentes dela, se possível. Depois pode vim visitá-la. – Ele disse apertando minha mão.


- Obrigado.


- E então, como ela está? – O taxista se aproximou de mim.


- Eu espero que esteja bem... – Eu com um aperto no peito.


 


 


 


 

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Comentários (3)

  • Lana Silva

    Nossa... Realmente o negocio tá ficando seria. Concordo com  Eliana o Rony tá com medo demais... A Hermione tá tão boba que fica sempre cedendo ao Rony e a tudo que ele faz. Ele deveria ser mais homem  - acho que entende o que eu quis dizer - para assumir os sentimento por ela, ou deixá-la de vez. Bem... Espero que não seja tão grave o que a Mione tem :/ Beijoos! 

    2013-03-24
  • lumos weasley

    Tadinha da Mione doente e com o Rony sendo um trasgo com ela. Ele não sabe o que quer, espero que o que a Mione tenha não seja nada grave!Bjs! Até a próxima! 

    2013-03-24
  • Eliana de Albuquerque Lima

    Ótimo capitulo minha linda, mas sinceramente eu estou com raiva do Rony que homem mais covarde. Por favor que a Mione não tenha nada de muito grave. Ela bem que poderia ser mais durona e não caí tão facilmente nos encantos do Rony, porque ela parece uma cachorrinha que só basta o dono assobiar que vai correndo atender seu chamado. Ele precisa de um tratamento de choque para amadurecer e se tornar um verdadeiro homem adulto. Bjos

    2013-03-24
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