Perdidos - Parte 2
Estávamos sentados há vários minutos no mesmo lugar, ou há varias horas... Não sabíamos direito. Resolvemos não andar mais e esperar amanhecer para conseguirmos enxergar alguma coisa e voltar para as barracas. E também, assim que amanhecesse Snape ia perceber que não estávamos em nossas barracas e ia nos procurar. Pelo menos esperávamos que fosse assim.
Eu olhei para Hermione dormindo sobre meu peito. Como uma pessoa conseguia ser linda e radiante até quando dormia? Com o rosto molhado de tanto chorar, e mesmo assim conseguia ser linda. Senti um pouco de culpa por vê-la daquele jeito... Talvez se eu tivesse sido sincero com ela sobre meus sentimentos, estávamos dormindo juntos em uma barraca uma hora dessas. Eu olhava para as lágrimas secando em seu rosto, sentindo sua respiração calma, e só queria ter uma solução para nunca vê-la daquele jeito.
- Ron... – Ela resmungou sem abrir os olhos.
- Estou aqui.
- Eu estou... Com um pouco de dor...
Pronto. Era só o que me faltava... Perdidos no meio da floresta e Hermione sentir dores, sem nenhum remédio.
- Está muito forte?
- Não... Suportável. Mas eu to com medo. – Ela se inclinou um pouco para me olhar, com a cabeça ainda em meu peito.
- Tente aguentar só mais algumas horas. Logo vai amanhecer e vamos poder achar o caminho de volta. – Tentei acalmá-la.
- E se não acharmos?
- Claro que vamos Hermione. Snape vai procurar a gente, e a mata não é tão grande assim.
- Espero que você tenha razão... – Ela fechou os olhos.
- Eu também... – Sussurrei, logo depois caindo no sono.
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Acordei com a luz do sol me incomodando. Pensei em reclamar no início, mas depois em apenas um pulo fiquei em pé.
- RONY! RONY! – Eu o balançava.
- Hum? Que foi Hermione?
- JÁ AMANHECEU! – Eu disse animada. – TÁ CLARO RONY!
- O que? – Ele abriu os olhos e se levantou. – Até que enfim! – Ele disse sorrindo.
- Podemos ir procurar o caminho de volta! Anda! Vamos.
- Espera. – Ele segurou meu braço. – Olha só pra isso. – Ele olhava em volta. Era uma vista maravilhosa. Eu estava tão empolgada para irmos embora que nem tinha notado como aquele lugar era lindo. (https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSVC0HujRyk4P3M-xk5ppTCz11osB6sS-MmJVKpJBYuIVpgHznt).
- É tão lindo. – Eu olhava em volta.
- Como as coisas mudam da noite pro dia né? Literalmente. – Rony disse e eu ri. – O que você acha de procurarmos algo para comer, e ficarmos mais um pouco por aqui?
- Tem certeza?
- Você ainda está com dores?
- Hum... Não.
- Então vamos. – Ele pegou minha mão e saiu me arrastando pela mata.
Procuramos alimento para todos os lados. Rony subiu em algumas árvores para pegar algumas frutas, enquanto eu continuava no baixo, pegando pequenas frutinhas.
- Rony... Você vai cair daí! – Eu disse quando ele tentava pegar uma fruta na ponta do galho.
- Relaxa Hermione... Eu sou profiss... – POFF!
- RONY! – Corri até ele. – Você se machucou?
- Não... Mas consegui pegar. – Ele me mostrou a fruta, e sorriu.
- Você é doido! – Eu sorri para ele.
Voltamos para o lugar onde estávamos, e Rony improvisou uma mesa, com uma pedra que tinha ali perto. Sentamos ao redor dela, e comemos o que pegamos.
- Tem certeza que essas frutas não são venenosas? – Ele me perguntou comendo varias delas.
- Tenho, mas se fossem você já tinha morrido.
- Espera... – Ele colocou a mão na garganta. – Hermione... – Ele tombou para o lado e eu me levantei rapidamente.
- RONY! – Eu o balançava, mas ele fechou os olhos. – AI MEU DEUS! RONY ME RESPONDE!
Nada. Ele nem se mexia. Me desesperei. O que eu faria ali, sozinha? Naquele estado? Estava pronta para abrir um berreiro e chorar, até que Rony se levantou rapidamente e me jogou no chão, ficando por cima de mim.
- SEU IDIOTA! – Eu gritei pra ele.
- Você tá muito tensa Mione. – Ele sorria pra mim.
- Talvez por que você estava se passando de morto! – Continuei brava.
- Ohhh... Hermione Granger está brava?
- ESTOU!
- Será que vou precisar fazer cócegas nela até que ela fique feliz de novo? – Ele me lançou um olhar malicioso.
- NÃO RONY! – Mas era tarde demais. Ele fazia cócegas em mim, e segurava meus braços com o seu corpo. Depois de um tempo dando gargalhadas, ele parou. Nossos olhares se encontraram, e ele tinha o mesmo olhar de semanas atrás.
- Er... – Eu desviei o olhar. – Melhor começarmos a procurar o caminho de volta... Antes que fique tarde de novo.
- É... Claro... – Ele se levantou e me ajudou a levantar.
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Andamos por algum tempo, e nada de encontrarmos o caminho de volta. Hermione dizia que talvez estivéssemos entrando mais na mata ao invés de sairmos, e eu concordava com ela. Não era possível andarmos tanto e não encontrarmos nem uma pista.
- Rony... To ficando cansada...
- Eu também Hermione. Mas temos que achar as barracas logo antes que anoiteça de novo. Você quer passar mais uma noite aqui?
- Não. Mas eu não tenho culpa se estou cansada.
- E eu não tenho culpa se você é uma doida e entrou na mata no meio da noite. – Eu disse bravo. Me arrependi. Eu estava nervoso por estar com fome, cansado e não conseguir achar as barracas, e estava descontando em Hermione. Olhei para trás e ela estava parada, olhando para o chão. – Olha... Desculpe... Mas...
- Eu sei. Não precisa ficar falando que a culpa é minha que eu já sei. – Ela disse friamente. – Vamos continuar andando está bem? – Ela passou do meu lado e eu continuei parado, me sentindo um idiota. Continuei andando atrás dela, sem dizer nada. Ela também não dizia nada. O silêncio estava me perturbando, até que quando abri a boca para dizer alguma coisa, ela se escorou em uma árvore.
- Hermione? – Me aproximei dela. – O que foi?
- Nada. – Ela respirou fundo e continuou andando. Olhei desconfiado para ela, até que mais uma vez ela se escorou na árvore. Corri até ela segurando em sua cintura.
- Hermione, o que tá acontecendo?
- Só estou... Um pouco cansada Rony. – Ela fechou os olhos, e eu percebi que não era apenas cansaço. Eu a peguei, e andei com ela até o lugar onde estávamos que felizmente estávamos perto dele. – Olha só Ron... – Ela me disse um pouco fraca. – Estávamos andando em círculos. – Olhei em volta, e ela tinha razão... O tempo inteiro estávamos andando em círculos.
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Abri os olhos e a claridade me incomodou um pouco. Passei as mãos em meu rosto, e então senti uma respiração. Eu estava deitada com a cabeça nas pernas de Rony.
- Está se sentindo mal de novo? – Ele perguntou.
- Não... Já estou melhor, eu acho.
- Hermione, você por acaso fez os exames?
- Er... Não. Não tive coragem. – Eu fui sincera.
- E por que não? – Ele perguntou um pouco bravo.
- Eu não queria ir sozinha...
- Como assim? E Gina? Luna? Seus pais?
- Meus pais trabalham, Gina e Luna estavam ocupadas com outros... Problemas. – Menti.
- E por que não me chamou?
- Por que não te chamei? – Eu perguntei ironicamente e me sentei. – Talvez porque você me ignorou durante toda essa semana.
- Eu não... Te ignorei.
- E como me explica beijar uma pessoa em um dia, dizer que gosta dela, e depois dizer que foi simplesmente uma diversão? – Eu me irritei e me levantei.
- Hermione...
- Como acha que eu me senti depois de ter falado tudo o que eu falei para você, ter confiado em você, e depois descobrir que fui apenas uma piada para você? – Eu aumentei o tom de voz e ele se levantou.
- Hermione...
- Não Ronald! Não vem tentando me acalmar não, porque eu estou MUITO furiosa com você! Eu... Eu... Eu te odeio!
- Me odeia? – O tom de sua voz parecia divertido.
- Sim, eu odeio!
- Você sempre me odiou, não faz muita diferença.
- Mas... Agora eu odeio mais. Muito mais! Você... É um idiota!
- Você também sempre me achou um idiota.
- MAS AGORA VOCÊ É MAIS! - Eu gritei e saí de perto dele. Dei a volta no pequeno lago que havia ali, e sentei-me do outro lado.
- Não seja boba Hermione! Precisa disso realmente? – Ele gritava do outro lado.
- EU NÃO ESTOU CONVERSANDO COM VOCÊ! – Cruzei os braços.
- Ótimo! Fica aí então, sua cabeça dura! – Ele também se sentou... E o silêncio tomou conta do ambiente.
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Eu sabia que tudo aquilo não passava de apenas um momento de raiva. Eu poderia ir até ela, e tentar me explicar... Mas achei melhor não fazer isso. Ela ainda estava muito nervosa. Estávamos sentados longe um do outro há muito tempo, e mesmo assim ela não parava de olhar para mim. Algumas vezes eu a encarava, sorrindo, e ela virava o rosto com raiva. E como ficava linda quando estava com raiva... A minha vontade era de ir até ela e abraçá-la... Dizendo que tudo o que eu disse era verdade. Mas aquele não era o momento.
- Está escurecendo. – Eu disse alto para que ela ouvisse.
- Eu percebi. – Ela disse brava.
- Você vai dormir aí sozinha?
- Vou.
- Não vai ficar com medo dos ursos ou de alguma outra coisa?
-... Não. – Ela demorou um pouco para responder e eu sorri.
- Já assistiu a bruxa de Blair? – Eu disse divertido.
- Já Ronald, eu já assisti.
- Lembra daquela hora que a moça sai da barraca porque ouviu barulhos de crianças brincando e quando saiu não tinha nada?
- Lembro.
- Lembra também quando eles ouviam barulhos na floresta e também não viam nada?
- Sim.
- E o final foi tão hilário né? Eles foram parar na casa da bruxa e ela matou todos eles. – Eu sorri e fez-se silêncio. Como se planejado, alguma coisa fez barulho ao lado de Hermione, e no mesmo instante ela se levantou.
- RONY TEM ALGUMA COISA AQUI! – Ela gritou assustada, e eu ri.
- Cuidado, pode ser a bruxa querendo pegar você.
- PARA RONALD, NÃO TEM GRAÇA.
- Você quis dormir aí sozinha, agora fique aí... Boa sorte pra você, eu digo ao professor Snape que fiz de tudo para te salvar.
- RONY PARA! – Ela começava a chorar e então eu me levantei. Ainda rindo, fui até ela.
- Deixa de ser boba Hermione. Não tem nada aqui! – Eu falei olhando para o local do barulho, que ficou ainda mais alto.
- VIU RONY? VIU? TEM ALGUMA COISA SIM. – Ela se escondeu atrás de mim.
- Você é uma medrosa. – Eu entrei no meio da mata, procurando de onde vinha o barulho.
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- Rony? – Eu o chamei, mas ele não respondeu. – Rony não tem graça! – Eu tentei olhar para ver se via alguma coisa, mas já estava escurecendo. – Rony, por favor... – Eu segurava para não chorar. O silêncio permaneceu por longos segundos, e quando eu criei coragem para entrar na mata para procurá-lo...
- BU! – Ele apareceu na minha frente e eu dei um grito. Ele começou a rir.
- SEU IMBECIL! O QUE ESTAVA FAZENDO? – Eu disse brava e ele riu ainda mais.
- Você é muito medrosa Mione.
- E daí? – Eu cruzei os braços.
- Olha só o que estava fazendo barulho. – Ele esticou o braço, e havia um mico ali, que não parecia estar com medo.
- Rony... Não podemos pegar os animais... O professor Snape disse...
- Ele também disse para não entrarmos na mata, e você entrou.
- Bom... – Não sabia como argumentar. – Deixa ele ir então.
- Ok. – Ele pegou o mico com cuidado e o colocou no chão. – Vai, pode ir. – O mico não se mexeu, apenas ficou olhando para mim e para Ronald.
- Vai... Pode ir! Volta pra sua casinha. – Eu disse, mas ele continuou parado. – Viu Rony? Agora ele não quer voltar.
- Ele deve tá com fome. – Rony o pegou, e o levou até onde estava nossa comida. – Toma coma isso. – Ele deu pequenas frutinhas para ele, que em pouco tempo as devorou.
- Tadinho... Ele deve estar com dificuldades para sobreviver. – Eu me sentei e Rony se sentou ao meu lado. O mico começou a pular e fazer graçinhas, e nós dois começamos a rir. – Ele é tão fofinho. – Ele veio até mim e subiu em meu ombro, mexendo em meu cabelo. – Vamos colocar um nome nele?
- Qual você acha que combina com ele?
- Hum... Steve.
- Steve? Não combina com ele...
- Você tem um melhor? – Perguntei brava.
-Tá bem... Steve então.
- Oi Steve. Gostou do seu nome? – Eu perguntei e ele começou a pular, nós dois rimos.
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Anoiteceu e tudo ficou escuro, a claridade que havia ali era apenas por causa do lago. A lua refletida nele dava um pouco de luz naquele lugar. Steve ainda estava conosco, não quis ir embora. Passamos a maior parte do tempo brincando com ele, e Hermione estava muito apegada a ele.
- Mais um dia estamos aqui... – Hermione respirou fundo.
- É...
- Será que nunca vão nos procurar?
- Claro que vão. Snape não vai embora sem a gente. Ele é um idiota, mas nem tanto.
- Tem razão.
Ficamos em silêncio. Steve subiu em uma árvore próxima a nós... Provavelmente ia dormir.
- Sobre... O que você me disse de manhã, você tem razão. – Eu quebrei o silencio.
- Sobre o que?
- Eu sou um idiota mesmo.
- Ah, com certeza. – Ela disse séria e eu a olhei. – Desculpe. – Nós dois rimos.
- Na verdade, eu que te devo desculpas... Por ter falado aquilo para você.
- Desculpas por quê? Você foi sincero não foi?
- Não... Eu não fui.
- O que quer dizer?
- Você não foi uma diversão para mim... Tudo o que eu disse aquele dia na sua casa era verdade.
- E você acha que eu vou acreditar em você por que... ?
- Não quero que acredite em mim... Só estou dizendo que não fui sincero. Não consegui dormir bem esses dias por causa disso.
- E por que você disse isso? Por que me ignorou durante toda a semana?
- Eu tive medo...
- Medo de que?
- Eu não sei... Apenas medo. Nunca gostei de ninguém na vida...
- Lilá...?
- Eu nunca gostei dela. Eu pensava que sim, mas nunca gostei. É estranho eu ter que me preocupar com alguém o tempo inteiro, saber se você está bem, saber se está feliz, se está triste... Ter vontade de querer falar com você o tempo inteiro, de ficar com você o tempo inteiro. Eu nunca senti isso. Sempre liguei apenas para mim, e agora que tenho mais uma pessoa para preocupar, é tudo estranho. Não sei se estou preparado para isso.
- Rony, foi apenas um beijo... Não sou dessas garotas que acham que um beijo já é um compromisso.
- Eu sei disso... Mas pensei que se ficássemos afastados seria melhor para você. Não quero te magoar futuramente.
- Mas sabe que já me magoou não é? – Ela me olhou, e eu olhei em seus olhos.
- Sim... Eu sei.
- Não se preocupe com isso... Não vou te obrigar a ser meu amigo. Se não quiser, tudo bem. – Ela respirou fundo.
- Mas eu quero. Você não entende? Eu preciso saber como você está. Preciso saber se tem alguma coisa te incomodando ou te chateando. Preciso saber do que você precisa, pra que eu faça o possível para conseguir. – Eu me aproximei dela.
- E por que acha que eu acreditaria em você agora? – Ela olhou em meus olhos.
- Por que a única coisa que me restou é a sua confiança.
- E se nem a confiança tiver restado?
- Eu sei que sim... Você não é como as outras garotas.
- Talvez você espere que eu diga mais uma vez que te amo, para que você possa me deixar falando sozinha, quer que eu me jogue em seus braços dizendo que ainda sinto o mesmo por você, que não importa o que você faça eu sempre vou gostar de você. Que olhar em seus olhos é como se me matasse por dentro, pedaço por pedaço. Que ver você com esse cabelo bagunçado e esse perfume faz meu coração disparar, que ouvir sua voz prende a minha respiração. Quer que eu diga isso Ronald? Quer que eu me acabe de tanto chorar e me jogue em seus braços?
- Não... Não precisa chorar. – Eu sorri e me aproximei.
- Sim... Precisa. – As lágrimas rolaram em seu rosto e eu a beijei.
Nosso segundo beijo, e eu sentia que foi ainda melhor do que o primeiro. Nessa hora senti uma vontade incontrolável de beijá-la todos os dias, apenas para descobrir que cada beijo seria melhor do que o anterior. Eu a apertei contra meu corpo, e então nós nos deitamos.
- Viu o que você me faz? – Ela perguntou olhando em meus olhos.
- Você faz muito pior comigo. – Eu sorri.
- Não faço nada. Eu deveria te ignorar para o resto da minha vida.
- Meu dever é não deixar que isso aconteça.
- Então trate de não me decepcionar.
- Eu prometo. – Eu sorri e a beijei de novo. Queria poder fazer aquilo o tempo inteiro.
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Não dormimos desde então. Ficamos abraçados, olhando um nos olhos do outro. Ele era a única pessoa que eu conseguia olhar nos olhos, sem me sentir envergonhada. Sempre achei que olhar nos olhos de alguém é algo muito poderoso, pois assim parecia que você ia descobrir todos os segredos dela. Nós quase não falávamos nada. Não tinha muita coisa para falar.
- Eu não queria ter ido embora aquele dia. –Ele quebrou o silêncio.
- Que dia?
- Quando... Você disse que me amava.
- Por favor, não me lembre desse momento constrangedor. – Eu ri.
- Desculpe.
- Tudo bem... Você não precisa dizer se não sente. – Aquilo doeu em mim. Percebi que talvez eu gostasse dele mais do que devia. Mais do que podia. Mais do que ele gostava de mim. Ficamos longos segundos em silêncio.
- Talvez... Eu esteja preparado para dizer. – Ele disse.
- Dizer? Dizer o que? – meu coração disparou.
- As três palavras.
- Não precisa fazer isso para me agradar.
- Não estou fazendo isso para te agradar...
- Então... Diga. – Eu me levantei um pouco.
- Diga você primeiro. – Ele me olhou.
- Mas eu já disse.
- Mas pra eu dizer você tem que dizer de novo.
- Eu disse sem você dizer.
- É diferente.
- Diga logo Rony.
- Não... E se eu disser e você não dizer?
- Como você fez comigo?
- Não jogue a culpa para mim.
- Se quer dizer, diga logo!
- Eu não sei se quero dizer mais.
- Rony você quer dizer ou não? – Eu perguntei brava.
- Não, não quero.
- Ótimo!
- Ótimo!
Nós ficamos em silêncio. Ele me olhou, e então eu olhei para ele. Ele respirou fundo e se aproximou de novo.
- Desculpe.
- Pelo que?
- Por eu ser assim.
- Idiota?
- É.
- Insensível?
- Sim.
- Cabeça dura?
- Uhum.
- Tudo bem. Já estou me acostumando.
- Eu ainda tenho que aprender a lidar com esse sentimento.
- Você nem sabe se tem algum sentimento por mim.
- Eu sei que tenho... Só não consigo demonstrar.
- Se não consegue demonstrar como vou saber que você sente?
- Olhe nos meus olhos. – Eu olhei. – Qual a cor dos meus olhos?
- Azul, é claro.
- Agora olhando nos meus olhos, tente descrever o que eu sinto por você.
- Como vou saber Ronald?
- Tente. – Ele se aproximou mais um pouco, e eu olhei no fundo dos seus olhos.
- Você é sincero quando diz que tem medo desse sentimento, e também é sincero quando diz que se preocupa comigo. Posso notar a preocupação nos seus olhos quando eu desmaio ou me sinto mal. E também posso ver que você faria tudo para conseguir me ajudar. – Eu respirei fundo.
- Viu? Não preciso de palavras quando você consegue saber exatamente o que eu sinto olhando em meus olhos.
- Mas o que isso tem a ver?
- Eu não olho nos olhos de outra garota a não ser você. Não tenho esse brilho nos olhos quando olho para outra garota. Quando você olha em meus olhos, é como se eu permitisse que você saiba todos os meus segredos, e que eu confio em você.
- Eu também penso assim. Agora diga o que você vê em meus olhos?
- São os castanhos mais lindos que já vi em minha vida. Vejo que você é a pessoa mais doce que eu já conheci, mais meiga, mais sincera e mais carinhosa. Que você é tão frágil que precisa de alguém para cuidar de você, e não deixar que nada de ruim te aconteça. E esse alguém sou eu. – Nós continuamos olhando nos olhos um do outro. – Não vou permitir que nada de ruim lhe aconteça.
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Me aproximei dela e a abracei. Tudo o que eu disse era verdade, eu sentia que meu coração ia sair pela garganta, de tão rápido que ele batia. Eu estava pronto para dizer as três palavras.
- Rony... – Ela me olhou nos olhos. – Eu... Eu te amo. – Aquilo fez meu coração bater ainda mais rápido. Era ótimo ouvir aquilo enquanto ela olhava em meus olhos. Era a minha vez. Respirei fundo e abri a boca para dizer...
Comentários (3)
Otimo! Só mesmo se perdendo no meio de uma floresta para eles se acertarem! Bjs!
2013-03-23Ótimo capitulo, mas você foi extremamente malvada ao terminá-lo neste ponto. Achou que vai acontecer alguma coisa para impedir o Rony de dizer as três palavrinhas magicas pra Mione. Bjos
2013-03-23Pra mim vão achar eles agora kkkkkkkkkkkkkkkkkkk ai ele não vai conseguir dizer ou algo assim... Achei o capitulo muito bom, os dois perdidos são comédia. O povo agora vai querer saber o que aconteceu durante esse tempo em que eles estiveram ali na mata e tal... Quero saber como é que eles vão reagir se acharem eles agora kkkkkkkkk Eu gostei muito do capitulo, a fanfic está ótima.Beijoos!
2013-03-23