A festa - Parte II

                Fui a passos firmes até Hermione, e ela pareceu ignorar totalmente a minha presença. Vítor sorria satisfeito por algum motivo, e eu fiquei ainda mais bravo.

- Hermione para com isso. – Eu a puxei pelo braço para longe da multidão.

- Me larga Ronald! – Ela tentava se soltar, mas obviamente eu era mais forte.

- O que pensa que está fazendo? – Eu larguei o braço dela, mas ela apenas me fuzilou com o olhar.

- Eu estou me divertindo. Você não percebeu que isso é uma festa?

- E precisava dançar daquele jeito?

- Que jeito? Eu estava dançando como todas as meninas do colégio estão dançando, inclusive Lilá. – Hermione apontou para ela dançando com outros homens no meio do salão. – Aliás, ela é sua ex-namorada, você deveria estar assim com ela, e não comigo. Afinal não somos nem amigos mais.

- Deixa de ser doida Hermione. Eu não quero nada com Lilá, ela que se exploda. Ela tá acostumada a ser assim, mas você não. Está acabando com sua reputação.

- Que reputação Ronald? Eu não tenho reputação nesse colégio. As pessoas nem me notam. Só começaram a me notar porque eu estava andando com o capitão do time de futebol, que por acaso é um dos mais populares do colégio.

- E você acha que dançando que nem uma louca você vai conseguir mudar isso?

- Não quero mudar nada. Só quero aproveitar a festa. Se você não quer fazer o mesmo problema é seu. – Ela me deu as costas e me deixou falando sozinho. Ninguém fazia isso comigo. Fiquei mais bravo ainda (se é que tinha como) e fui atrás dela. Antes que eu pudesse falar alguma coisa Vítor deu um copo de refrigerante para ela, e eu não gostei nada do sorriso que ele deu ao vê-la beber.

- Me da isso. – Eu tomei o copo da mão de Hermione.

- EI, QUAL É O SEU PROBLEMA? – Ela estava pronta para dar um ataque quando eu tomei um gole do refrigerante. As pessoas ao redor me olhavam sem entender, inclusive Hermione. Eu joguei o copo no chão e fui pra cima de Vítor. Harry e Simas me seguraram, e outras pessoas entraram no meio para separar a briga.

- O QUE DEU EM VOCÊ WEASLEY? – Ele perguntou bravo.

- EU QUE PERGUNTO O QUE DEU EM VOCÊ! POR QUE TÁ DANDO ISSO PRA HERMIONE?

- RONALD! ELE SÓ QUIS SER GENTIL! – Hermione entrou na minha frente tentando impedir que eu batesse em Vítor.

- GENTIL? E POR ACASO VOCÊ SABE O QUE TEM NESSE REFRIGERANTE? VODKA! ELE MISTUROU COM REFRIGERANTE!

- O QUE? – Ela se virou para ele.

- E QUAL É O PROBLEMA? NÃO TEM NADA DE MAIS!

- NÃO TEM NADA DE MAIS? ELA ESTÁ TOMANDO REMÉDIOS SEU IDIOTA!  - Eu ficava mais nervoso a cada segundo.

- Eu... Eu não sabia! – Ele pareceu ficar mais calmo.

- Claro que não! Você a ignorou durante toda a semana! – Eu me soltei de Harry e Simas.

- Hermione... – Ele se aproximou dela e eu a puxei para perto de mim.

- Não quero ver você perto dela, Krum. – Hermione me abraçou e escondeu o rosto em meu peito. – Vem, vamos sair daqui. – Eu a levei para uma mesa mais afastada, e ela se sentou.

 

 

 

                                                            **

 

 

- Tá sentindo alguma coisa? – Ele me perguntou.

- Não... – Eu abaixei minha cabeça.

- Hermione, você tem que ser sincera comigo... Se tiver sentindo algo... – Ele levantou minha cabeça carinhosamente e eu fechei os olhos. – Por que não quer olhar pra mim?

- Eu estou envergonhada Rony... Te tratei mal, e você só queria me proteger.

- Isso não vem ao caso, estou mais preocupado com sua saúde agora. Temos que ficar atentos a qualquer sintoma que você sentir... Te levo direto para o hospital.

- Eu não acho que vou me sentir mal... Não tomei muito...

- Mesmo assim... Posso não ser inteligente como você, mas sei que misturar bebida com remédios é um grande problema. Você tomou o remédio mais cedo?

- Sim.

- Viu só? Melhor eu te levar pra casa Hermione...

- Não Rony, não precisa.

- MIONEEE ! – Gina e Luna corriam em nossa direção. – Você está bem?

- Estou Gi...

- Meu Deus, que susto! Harry está dando um sermão no Vítor e suspendeu ele do futebol por um mês.

- E ele fez muito bem. – Rony falou. – Vou lá ajuda-lo. Gina, Luna, se Hermione tiver alguma coisa vocês me avisam. – Ele olhou para mim e segurou minha mão. Não disse nada, mas pelo seu olhar eu vi que ele estava tenso, e então saiu voltando para o meio da festa.

- Menina o que foi aquilo? – Luna falou. – Ele quase teve um troço de preocupação.

- Verdade Mione. Sinta-se lisonjeada porque meu irmão não faz isso por qualquer um. – Gina riu.

- Deixem de ser bobas... Ele só ficou nervoso porque nós discutimos um pouco antes, e eu não quis ouvi-lo.

- Mais um motivo pra você perceber que ele está louco por você. Você viu como Lilá estava dançando com Draco? Eles estavam praticamente em uma orgia no meio da festa. – Gina fez careta. – E com certeza ela tentava fazer ciúmes nele. E por acaso você o viu falando alguma coisa com ela?

- Não... – Respondi.

- Então! Ele está totalmente na sua Mione! Ele está apaixonado por você!

 

 

                                                             **

 

 

 

- E depois resolvemos se você irá continuar como titular. – Eu disse cruzando os braços. Nessas horas era o máximo ser o capitão do time.

- Está bem Weasley. Como quiser. – Ele disse amargo e saiu de perto.

- Uau Rony, não sabia que Vítor tinha tanto medo de você. – Simas brincou e nós rimos.

- É bom ele ter medo mesmo. Se ele fizer mais alguma coisa com Hermione eu quebro a cara dele.

- Huuummmm... – Harry e Simas falaram juntos.

- Calem a boca! – Falei rindo.

- Won Won está apaixonado? – Harry falou rindo.

- Não estou. Somos apenas... Amigos.

- Por opção né... Dela. – Simas e Harry riram.

- Vocês estão me deixando irritado... Se quiserem continuar no time é melhor procurarem algo melhor para fazer. – Eu cruzei os braços e eles saíram de perto rindo.

- Oi Ron. – Lilá se aproximou.

- Ah... Oi Lilá.

- Como Hermione está?

- Está bem... Parece que não causou nenhum problema, por sorte. Daqui a pouco vou voltar lá para ver como ela está.

- Você ficou mesmo preocupado com ela...

- Sim... Fiquei.

- E por que nunca se preocupou assim comigo?

- Lilá...

- Rony, não minta para mim... Você está gostando de Hermione?

Eu poderia mentir, dizer que não, que éramos apenas amigos, como eu acabei de fazer antes. Mas nesse caso era diferente, Lilá gostava de mim, e eu não poderia iludi-la.

- Sim Lilá... Estou gostando de Hermione.

- Eu sabia! – Ela quase gritou e as pessoas olharam para nós.

- Lilá, podemos conversar em outro lugar? – Eu olhei ao redor.

- Está bem... – Nós andamos até um canto mais afastado. – Por que Rony? Por que você gosta de Hermione e não gosta de mim?

- Essas coisas não se explicam Lilá... Eu apenas... Gosto.

- Ela não faz o seu tipo.

- Nem você, e mesmo assim namoramos durante cinco meses.

- Sete.

- O que?

- Sete meses.

- Ah, sim... Sete meses.

- Está vendo? Você não se importa com a gente Rony, nunca se importou. – Ela começou a chorar, e eu vi que aquilo seria mais difícil do que eu esperava.

 

 

 

                                                             **

 

 

 

- Acho que você deveria falar com ele Mione. – Luna disse.

- Não sei... E se não for o que estamos pensando? E se ele apenas me considera uma amiga mesmo? Ou pior... Apenas a melhor amiga da sua irmã caçula.

- Tenho certeza de que não é isso. – Gina falou.

- E se eu passar vergonha? Se ele falar que não quer nada comigo?

- Mione, você nunca vai saber se não tentar. – Luna me levantou.

- Não, gente...

- Vamos Mione, anda! – As duas me puxaram para o meio da festa. – Agora vamos procurar ele. - Nós três olhamos ao redor, mas nenhum sinal dele.

- Harry, você viu onde está meu irmão? – Gina perguntou.

- Ele foi naquela direção. – Ele apontou. – Gina, posso conversar com você?

- Agora não dá Harry, to ocupada. – Ela se virou, mas ele a segurou.

- Por favor...

- Gina, pode ficar... Luna me ajuda a procurá-lo. – Eu sorri para ela, e Harry sorriu para mim.

- Está bem. Qualquer coisa me chama. – Os dois se afastaram.

- Ai meus primos estão aqui Mione... Desculpe, preciso cumprimentá-los se não já viu... Mas boa sorte, tenho certeza que vai dar certo. Qualquer coisa me chame. – Luna sorriu e eu sorri de volta. Estava sozinha. Meu estomago começou a embrulhar, e as coisas começaram a se embaralhar. Devia ser só o nervosismo, a tensão e o calor...

                Olhei para um canto e o encontrei. Mas ele não estava sozinho, estava com Lilá... Eles estavam conversando... Tudo bem... Era só uma conversa... E ela estava chorando? Normal, Lilá sempre está chorando... E ele... Ele a abraçou? Bom... Tudo bem, abraço de amigo, normal... Ele me abraçou muitas vezes. Meu estômago... Estava piorando... Minha vista estava escurecendo... E então... Um beijo! Ele a beijou! Ou ela o beijou! Eu não sei... Não conseguia prestar atenção em mais nada. Fiquei muito enjoada e encostei-me a alguém que estava ao meu lado.

 

 

                                                             **

 

 

- Rony! Rony! – Alguém me chamou e eu empurrei Lilá e olhei bravo para ela.

- Rony...

- Por que fez isso Lila? Isso só irá te fazer mal... Eu não gosto de você. Gosto da Hermione.

- RONY!!!! – Alguém me gritava.

- Mas Rony...

- Mas que diabos esta acontecendo? – Ignorei Lilá e procurei quem estava me gritando.

- QUE FOI? – Gritei de volta.

- Simas está te chamando. – Lilá encostou-se à parede. Procurei onde Simas estava até que o achei... E... Hermione estava ao seu lado. Corri até os dois, e assim que cheguei Hermione desmaiou. Peguei-a no colo e saí de toda aquela multidão. Simas veio atrás e Gina e Harry logo depois.

- O que aconteceu Rony? – Harry perguntou.

- Eu não sei... O que aconteceu Simas?

- Eu estava conversando com os caras e senti alguém se apoiando em mim, quando olhei era Hermione e ela estava totalmente pálida.

- Viu? Não te falei que aquele imbecil ia fazer isso acontecer? – Falei com raiva colocando Hermione em uma cadeira do lado de fora do salão.

- Vou buscar água pra ela. – Gina saiu correndo.

- Será que não seria melhor levar ela pra um hospital? – Harry perguntou.

- O hospital mais próximo daqui fica há uns trinta minutos... – Simas falou.

- Vamos esperar, se ela acordar eu levo ela pra casa, se não eu levo para o hospital. – Falei aflito olhando para ela. Como uma pessoa poderia me fazer ficar tão preocupado? Eu sentia meu coração quase sair do meu peito de tão rápido que ele batia, eu suava frio... Queria poder fazer alguma coisa para tirar toda aquela aflição.

 

 

 

                                                             **

 

 

 

- Ela acordou. – Ouvi a voz de Simas.

- Hermione! – Era Rony. – Hermione, está me ouvindo?

- Rony...  – Só conseguir dizer isso.

- Tá sentindo alguma coisa Hermione?

                Não consegui dizer, mas pela minha cara Rony adivinhou.

- Harry, pega aquela lixeira ali. – Ele falou e Harry correu trazendo a lixeira. No mesmo instante coloquei tudo pra fora. Rony se levantou e ficou atrás de mim, segurando minha cintura. Depois que eu terminei Simas e Harry olharam para mim, pálidos... Consegui notar a preocupação nos olhos deles. Olhei para Rony e sem mais nem menos comecei a chorar. Rony tirou a lixeira da minha mão e me abraçou. Gina voltou com Luna trazendo um copo de água. Rony me ajudou a tomar, eu tremia muito.

- Eu vou levá-la pra casa...  Harry, você leva Gina depois? – Rony falou.

- Claro... Não se preocupe.

- Obrigado. – Ele me ajudou a levantar e segurou minha cintura. – Tudo bem? – Ele me perguntou e eu afirmei com a cabeça.

- Fique bem Mione. – Simas falou.

- Obrigada.

- Certifique-se de que ela vai ficar bem Rony. – Harry falou e Rony balançou a cabeça.

- Tchau amiga, fique bem tá? Amanhã eu te ligo. – Gina me abraçou.

- Desculpe por não ficar mais Luna...

- Não precisa pedir desculpas Mi, espero que fique bem... Amanhã se você estiver melhor fazemos uma comemoração só para os íntimos está bem? – Luna também me abraçou.

- Então vamos... – Eu e Rony saímos do condomínio e ele deu sinal para um taxi. Me senti pior ainda por não ter levado nenhum dinheiro. Rony se sentou no banco de trás comigo, e ficou abraçado comigo o tempo inteiro. Não falamos nada, eu apenas o ouvia explicando ao taxista como chegar até a nossa rua.

 

 

 

                                                             **

 

 

                Em menos de meia hora chegamos à casa de Hermione. Paguei o taxista e a ajudei a descer do táxi. Era quase uma da manhã, provavelmente os pais dela estariam dormindo. Por sorte ela tinha as chaves. Peguei as chaves dela e abri o portão, depois abri a porta da casa dela, e entramos.

- Eu não quero saber! Você me deixa nervosa! – A mãe de Hermione gritava.

- Você que me deixa nervoso! Não aguento mais esses ataques seu! – O pai dela gritou de volta. Nós dois olhamos para eles, e só depois de quase um minuto eles nos notaram ali.

- Querida, o que aconteceu? – O pai dela perguntou.

- Eu...

- Não está vendo que ela estava em uma festa? Olha só, ela está pálida. Tinha bebida lá não tinha? - A mãe dela me perguntou e eu abri a boca para responder, mas fui interrompido pelo seu pai.

- Não seja doida! Hermione não bebe!

- E quem garante que ela não virou rebelde só pra chamar nossa atenção? Só ficamos brigando o dia inteiro.

- Mãe...

- Não tem nada a ver! Hermione não é rebelde! – Os dois começaram outra discussão. Hermione me olhou com os olhos em lágrimas, e eu não poderia simplesmente ficar parado ali sem fazer nada!

- HEY! – Eu gritei e os dois me olharam. – Será que podem ficar sem discutir pelo menos agora? Hermione não bebeu senhora Granger, muito menos virou rebelde. Acontece que a filha de vocês está se sentindo mal há duas semanas, e vocês não perceberam... E nem teria como perceber não é? Brigam vinte e quatro horas. Ela já foi ao médico duas vezes e vocês nem sabem. Está tomando medicamentos há quase uma semana e vocês também não sabem. Ela está mal porque um infeliz que estuda em nossa escola deu um pouco de bebida para ela, e agora pode ser que ela precise ir para o hospital ou pior, ficar internada. Mas vocês não poderiam saber não é? Não param de brigar um minuto! E se querem saber talvez isso tudo seja pior para ela. Vocês não estão ao lado dela para ajudá-la e isso só complica as coisas. Meus pais estão sendo mais pais dela do que vocês. Ela vive lá em casa porque não suporta ficar aqui dentro com vocês brigando, e sempre que precisava fazer uma consulta era meu pai que levava ela. Então se vocês se importam com Hermione, acho bom começar a deixar essa briga de vocês de lado e ajudá-la nesse momento. – Respirei fundo tomando fôlego. Hermione apenas apertou o abraço e encostou a cabeça no meu peito. Sua mãe olhava para ela com lágrimas nos olhos, e seu pai abaixou a cabeça.

- Eu... Eu não sei o que dizer. – A mãe dela falou com a voz tremula. – Que tipo de pais nós somos Henry?

- Filha... Sinto muito se eu e sua mãe não estamos presentes... Agora percebo que nossas discussões só pioram as coisas. – Seu pai olhou para mim. – Obrigado por abrir nossos olhos Rony.

- Melhor ir se deitar filha... – A mãe dela se aproximou. – Segunda eu e seu pai iremos com você até o médico, não é Henry?

- Sim Clarice... – Ele sorriu para Hermione. – E prometemos que vamos parar de brigar, está bem? – Hermione sorriu e correu para abraçá-los. – Nós te amamos filha, e nos preocupamos com você.

- Eu sei pai...

- Agora vá descansar... Já está tarde. – Clarice falou.

- Mãe... Posso pedir uma coisa?

- Claro filha, o que quiser.

- Rony pode dormir aqui? – Eu olhei assustado para Hermione. Já estava esperando que a mãe dela falasse um: “Mas é claro que não!” e me mandasse ir embora... Mas ela me olhou sorrindo.

- Pode sim... Vou preparar o quarto de hóspedes para ele. – Ela se virou e entrou em um quarto de frente para o da Hermione.

- Obrigado por ter cuidado de Hermione esses dias Rony... Isso tem sido importante para ela. – Henry apertou minha mão.

- Foi um prazer Senhor...

- Me chame de Henry... Você faz parte da família agora. – Ele sorriu e eu sorri envergonhado. Parte da família? O que ele quer dizer com isso?

 

 

 

                                                             **

 

 (Leiam essa parte escutando essa música: http://www.youtube.com/watch?v=E8lzzZ9--BA)

Minha mãe me ajudou a vestir minha camisola. Nós conversamos um pouco sobre o que aconteceu na festa, e parece que Rony havia ganhado uma fã. Ela não parava de perguntar quando íamos começar a namorar, que Rony era um ótimo garoto e que ela aprovava 100%. Meus pais foram dormir, não discutiram mais naquela noite. Fui tomar água e passei pelo quarto deles, eles estavam dormindo abraçados.

                Eu ia voltar para o meu quarto, e então olhei para a porta em frente a minha. Sorri ao olhá-la, e então a abri devagar. Rony estava dormindo tranquilamente, apenas com o short que meu pai lhe emprestou, e eu não deixar de entrar. Olhei para o rosto dele... Não parecia o mesmo rosto de alguns minutos atrás, que estava totalmente pálido e aflito. Olhei para o outro lado da cama, e imaginei que se um dia a gente casasse, eu iria dormir daquele lado.  Sorri com aquele pensamento... Nem sabia se Rony gostava de mim... Ainda mais depois daquele beijo que ele deu em Lilá. Resolvi saber como seria se um dia nos casássemos, mesmo que fosse improvável. Deitei-me ao lado dele, e o observei por alguns instantes.

- Sabia que é crime observar escondida uma pessoa dormir? – Ele falou sem abrir os olhos, e eu não me assustei, e nem me envergonhei, apenas sorri.

- Não pude evitar.

- Como você está? – Ele abriu os olhos e olhou nos meus.

- Estou melhor...

- Não sentiu mais dores ou enjoos?

- Não.

- Ótimo. – Nós continuamos nos olhando, e eu abri a boca para dizer algo, mas ele me interrompeu.

- Antes que fale alguma coisa... Eu acho que imagino o que você viu quando passou mal.

- Sabe?

- Sim... E quero dizer que não é o que você pensa.

- Por que todos os homens dizem isso quando vemos vocês aos beijos com outra mulher? – Eu disse calmamente. – Não faz sentido... O que pensamos é exatamente o que estamos vendo, não tem outra explicação.

- No meu caso tem.

- E qual é?

- Não sei se notou, mas Lilá estava chorando.

- Sim, notei.

- O motivo de ela estar chorando, era eu. Ela ainda tinha esperanças que nós dois voltássemos a namorar.

- E não vão?

- Não.

- E por quê?

- Esse é mais um dos motivos por ela chorar. Eu disse que não quero voltar com ela porque estou gostando de você. – Ele disse sem rodeios. Eu poderia ter pulado de alegria, ficado assustada, abismada ou coisa do tipo... Mas apenas continuei olhando para ele, com calma, esperando que ele continuasse. – Não quero ficar com mais ninguém além de você. E hoje quando quase tive um ataque do coração quando vi você desmaiada, tive mais certeza ainda. Ninguém me faz ficar tão preocupado, irritado e apaixonado como você me faz. Às vezes eu tenho vontade de gritar com você, falar que você é uma sabe tudo irritante e chata... Mas ao mesmo tempo, olho para os seus olhos e quero te abraçar, e dizer o quanto você é linda, o quanto seu sorriso me faz feliz, e o quanto sua gargalhada faz o meu coração disparar. Eu nunca senti isso por ninguém, e só percebi isso hoje.  – Fiquei calada, olhando para ele com os olhos brilhando. Eu queria dizer que eu sentia o mesmo, que eu estava apaixonada por ele, e que qualquer coisa que ele fazia ou dissesse só me fazia ficar mais apaixonada ainda. Mas ele não me deu tempo de responder... Apenas me puxou para mais perto dele, e me beijou. Eu havia beijado apenas uma pessoa minha vida inteira, e mesmo assim foi em uma brincadeira de “verdade ou desafio” que fiz no aniversário de doze anos da minha prima. Mas com certeza, esse era o melhor beijo que eu daria na vida. Paramos de nos beijar e eu sorri para ele.

- Eu sinto o mesmo por você Rony... Eu nunca pensei que gostaria de alguém assim, principalmente de você...

- O que quer dizer com isso Senhorita Granger? – Ele riu. – Está dizendo que eu não sou bom o suficiente para você?

- Não é isso. – Eu ri. – É que... Bom, somos totalmente diferentes.

- Você gosta de dormir?

- Gosto, mas...

- Gosta de comer?

- Gosto.

- Gosta de respirar. – Eu dei uma gargalhada.

- Gosto Rony.

- Então somos iguais. – Ele sorriu. – Sua gargalhada é a mais linda do mundo.

- Não é nada...

- Pra mim é. – Ele me apertou contra o seu corpo, e nossos olhos se encontraram. – Eu queria ficar assim com você por vários dias. – Eu sorri. – Fica aqui comigo.

- E se meus pais entrarem aqui?

- Bom... Eles irão saber que não fizemos nada... Estamos sem cobertor, e vestidos. – Nós dois rimos. – Irei dormir mais tranquilo se você ficar aqui.

- Obrigada por se preocupar tanto comigo.

- É mais forte do que eu. – Ele sorriu. – Eu faria qualquer coisa pra te ver bem.

                Eu apenas sorri. Virei de costas para ele, e ele me puxou para mais perto. Adormecemos daquele jeito... Ele me abraçou, e foi a melhor noite da minha vida. Pela primeira vez me senti segura, como se nenhum mal fosse me afetar.

E dormi ainda mais feliz, por ter me apaixonado por Rony Weasley. 






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N/A: E aí pessoal? O que vocês acham que a Mione tem? Deem seus palpites no comentário, vamos ver quem vai acertar rsrs. Beijinhos 

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