O desvio de Draco
Harry acordou muito cedo na manhã seguinte, tão cedo que o céu ainda estava escuro.
No momento em que tivera o sonho com Voldemort, ficara incrivelmente surpreso por Ter conseguido escapar do bruxo, mas ao mesmo tempo ; passara a ser afligido por dois pensamentos distintos: como fizera aquilo?e.... quem era o tal Weasley?. Porque , sem dúvida, ouvira muito claramente a citação desse sobrenome e....... o indivíduo assim chamado, possuía a mesma estatura de Rony!!!......Será que o seu melhor amigo era na verdade inimigo?.....
O céu foi passando de um escuro azul petróleo para um vermelho – sangue , que denunciava a chegada dos dourados raios solares. O garoto escutou uma coruja voar rápida para dentro do quarto e pousar ao lado de Rony.
- Ei, saia daí, ele ainda está dormindo. Não vá acordá – lo!. – ordenou Harry para aquela coruja negra de olhos escuros, que ao olhar para ele, deu-lhe um certo arrepio.
A coruja não obedeceu e começou a bicar Rony dolorosamente por todo o rosto.
Harry travou uma briga dolorosa com a coruja e, claro, saiu perdendo. A briga só parou porque Rony acordara.
- Harry, o que você pensa que está fazendo?.- perguntou o garoto entre sonolento e rabujento.
- Ah, oi, Rony!. Essa coruja infeliz que invadiu o quarto para entregar esta coruja para você. – Harry tentou de todas as maneiras possíveis demonstrar que tudo estava bem, mas só de olhar para Rony e lembrar da traição que estava cometendo contra Harry, a Ordem e todos os que eram contra o partido das trevas......e ele lá, deitado, com aquela cara de idiota contemplando os olhos verdes do amigo.
- Tá tudo bem , Harry?. – perguntou o outro, ao ver que Harry poderia assassiná-lo se tivesse algum instrumento para concretizar esta ação.
- Hum, hum, hum!. – Harry respondeu tão maldosamente que assustou- se com a própria ironia .
O garoto teve a nítida impressão de que a cena havia paralisado com a maldade que respondera e sentiu que só sairiam daquela situação quando ele desejasse. Foi quando a porta se abriu e quando olhou para trás se viu no mesmo aposento em que acontecera o Baile de Inverno e se viu amando e ao mesmo tempo odiando Hermione.....quem ela pensa que é para dançar com aquele babaca do Vítor Krum???........
Mas, de repente, se viu no saguão de entrada de Hogwarts e teve vontade de bater em Rony e Delacour.......... esses idiotas ficam se beijando no rosto!!!que ousadia dessa pirua!!!!.
- Harry, Harry!!. O que está acontecendo?. – foi só naquele momento que o garoto acordou daquela espécie de transe e se viu olhando abobalhado para a Sra. Weasley.
- Sra. Weasley, o que foi?. – perguntou ainda meio aturdido.
- Eu que pergunto, querido!. Hermione disse que você ficou todo duro e começou a se contorcer e balbuciar sons indistingüíveis....
- Ah, eu não sei o que foi que aconteceu.....
A Sra. Weasley parecia apavorada com a situação, mas fingiu que tudo estava bem e saiu do quarto sorrindo para os garotos.
É esse traidor, que fica fazendo eu parecer paranóico, a serviço de Voldemort.pensou o garoto com raiva.
Hermione saiu do quarto, seguida por Rony . Harry já havia terminado de se trocar, quando viu o som refulgir em um papel muito branco de um pergaminho. Aproximou-se para olhar e viu que devia ser a tal carta que Rony acabara de receber.
- Mas quem será que enviou uma carta tão cedo, para esse Zé Traíra?.
Movido por uma curiosidade incontrolável, aproximou-se e apanhou o pergaminho :
“ Como vai, meu caro irmão?.
Lembro-me que lhe mandei uma carta ano passado , dando-lhe vários conselhos e , infelizmente, soube que você não obedeceu nenhum. Não imagina a decepção que tive ao saber disso tudo .
Mas espero que você agora resolva obedecer-me : estou convivendo com um seleto grupo de amigos que me fizeram ver a vida de outra forma. Adoraria que você também conhecesse estes meus amigos e passasse a viver a vida de uma outra forma.
Estou muito mais feliz e , mais uma vez, descobri que nosso pai e nossa mãe estavam errados.
Irei buscar-te em Hogwarts caso você aceite o meu convite.
Abraços,
Percy Weasley.
Harry acabou de ler a carta e ficou ao mesmo tempo espantado e chocado com a tamanha ousadia de Percy , naquele momento o garoto começou a suspeitar ainda mais de Rony ....... Será que Rony resolvera aderir ao partido de Percy ?.
Naquele exato momento, Gina entrou no quarto :
Harry, o que está fazendo ?. – perguntou a garota com curiosidade.
O garoto exitou por um momento : contar ou não contar à Gina? . Mas ao olhar para aqueles olhos castanhos tão sinceros da menina, preferiu abrir-se com alguém:
- Gina, preciso muito falar algo com você ! . – falou Harry com voz de pânico e urgência .
- Fala ! . O que foi ?. – perguntou a menina ainda mais preocupada que antes.
- Eu tive um sonho esta noite com Voldemort ! . – falou antes que conseguisse se conter.
- Meu Deus ! . – exclamou a menina horrorizada .
- É, e o mais estranho é que o Rony era um comensal da morte ......
- O QUÊ?!?!?!?. – gritou .
- Shiiiiiuuu!. Fale baixo!. – pediu Harry sussurrando.
Em poucos segundos, contou tudo que lembrava do sonho . A cor do rosto de Gina foi voltando pouco a pouco , até o final da narração.
- Acho que você pode estar se precipitando!. Você – Sabe – Quem disse “Weasley “ e isso pode querer dizer qualquer um da minha família que não seja eu , claro!.
- Há, Há , Há !!!. Ajudou tanto!. – ironizou Harry .
- Pois saiba que eu ajudei muito, viu !.- falou Gina com uma expressão muito mandona que Harry achou uma gracinha e não pôde conter um sorriso.
- Ah, como a senhorita ajudou ? . – perguntou o garoto brincando .
- Ajudei o senhor informando-lhe que seu melhor amigo não é um tarado assassino!. – falou a garota com o indicador no rosto do garoto, mas com um sorriso também .
Neste momento, a porta se abriu e a senhora Weasley entrou :
- Queridos, vamos logo !. Estamos muito atrasados !.
- Ah, já estamos indo, mamãe !. – informou Gina sorrindo.
- Então, vocês lá embaixo !.
Logo que a senhora Weasley saiu, Gina perguntou :
- Harry, de quem era aquela carta que você estava lendo ?.
- Ahhhhh, não era minha ! . É do seu irmão !. Desculpe!.
- Imagina!. Mas, pegue-a !. Quero lê-la, também!. – falou a garota com um brilho fulgaz nos olhos .
Harry não esperava aquele tipo de reação da garota, mas ficou muito feliz de ver que ela não ficara brava com ele. Foi pegar a carta e a entregou para Gina. Depois que a leu, a garota disse:
- Sem dúvida, a letra é do desgraçado do Percy!.
- O que aconteceu com ele?. – perguntou o garoto com curiosidade.
Na hora que Gina iria responder, a senhora Weasley chamou –os :
- Harry e Gina !. Estamos indo embora !.
- Vamos, Gina!. Senta comigo no trem ?. – perguntou Harry enquanto pegava seu malão e a gaiola com sua coruja.
- Você está certo!. E ..... aceito o seu convite!. – respondeu a garota.
Os dois desceram as escadas juntos e Harry teve certeza, naquele momento, que Gina poderia ajudá-lo a resolver o mistério que envolvia a morte de Sirius.
- Nossa, como vocês demoraram !. – exclamou Rony .
- Você já trouxe suas coisas, Rony ?. – perguntou Mione.
- Ah, bem lembrado!. – exclamou a senhora Weasley .
Rony subiu rapidamente as escadas e com isso, deu a Harry um tempo para pensar : ele não entendia muito bem o porquê, mas parecia que todos estavam muitos felizes com a amizade dele e de Gina.
Em pouco mais de alguns minutos Rony estava de volta com a mala e a gaiola de Pich .
- Bem, agora já podemos ir !. – exclamou a senhora Weasley entre alívio e preocupação.
Lupin, Moody, Quim, Sr. Weasley , Sra. Weasley , Emelina, Héstia, o próprio Dumbledore, Mcgonagall, Snape e Mclogan juntaram-se a eles para levá-los à estação de trem.
Mclogan e Lupin puseram-se lado a lado de Harry, formando uma guarda.
- Vamos todos de chave de portal, pois assim o perigo é menor. Apesar de ser obrigatório os estudantes passarem pela passagem, magia poderosa pode ultrapassá-la . – informou Dumbledore – Por nada neste mundo vocês devem separar-se de nós. Entenderam bem ?.- terminou o diretor .
A este importante aviso , todos responderam com um aceno de cabeça e Harry engoliu em seco : aquela situação de perigo constante e iminente estava apavorando-a.
Enquanto Harry tinha este pensamento, Dumbledore aproximou-se com a chave de portal: um troféu de prata sem a cabeça.
- Quando eu contar três, tudo bem ?.
- SIM!. – responderam todos juntos .
- Um ... Dois.... Três!. – contou o professor.
O garoto sentiu aquela já antiga sensação de Ter o seu umbigo puxado para a frente, só que dessa vez foi muito mais rápido que das outras vezes e logo se viu diante do expresso de Hogwarts.
- Que bom!. Já estava ficando preocupado, Alvo !. – ninguém mais ninguém menos que Cornélio Fudge .
- Não precisa mais ficar, Cornélio !. – disse Dumbledore sorrindo.
Harry percebeu que enquanto estavam naquela situação, Draco passou por eles junto com Narcisa – sua mãe .
- Bem, tchau!. – falou Lupin quando apertava a mão de Harry com mais força do que de costume e quando o garoto olhou – o , percebeu como o professor estava diferente de quando o conhecera : todo o cabelo estava branco e o rosto tão enrugado que era difícil não se lembrar de um velho moribundo qualquer ao olhá-lo.
- Tchau, professor!. E se cuide!.- disse Harry um tanto triste para Lupin.
- Ah, obrigado!. E você também se cuide muito bem, entendeu ?. – respondeu o professor com um sorriso que só acentuou ainda mais a sua velhice precoce.
Depois disso, Harry foi engolfado pelo abraço tamanho família da Sra. Weasley :
- Agora, vão logo !. Andem!.- exclamou com urgência a Sra. Weasley.
Harry , Rony, Hermione e Gina foram quase correndo para o trem e se postaram – como sempre – nas janelas mais próximas para despedir- se , porém não havia mais ninguém lá do lado de fora.
- Por que será que não tem ninguém para se despedir de nós ?. – perguntou Gina tristemente.
- Talvez, porque estejam todos com medo e pavor do Lord das Trevas e dos seus terríveis Comensais da Morte !. – intrometeu-se Draco Malfoy na conversa .
Harry sentiu tanta raiva de Draco por vê-lo falando daquele jeito irônico com Gina que se voltou para dar-lhe um soco bem no meio do nariz, porém algo o distraiu : Malfoy estava usando um distintivo todo verde com letras douradas : P.E.D.D.O. .
- O que é isso, Malfoy ? . A sua senha de inscrição na fila para retardados perdidos?.
- Não, Potter!. Mas com toda ceteza esse é o significado do F.A.L.E. da sua amiguinha Sangue – Ruim !.
- Agora escute aqui, Malfoy ...... – Harry sentiu tanta raiva que foi caminhando na direção de Draco. Por sorte; Rony, Hermione e Gina o seguraram em tempo.
- Só para sua informação Potter, o significado é : Partido Engrandecedor Dos Direitos Obrigatórios!!!. – depois que Draco forneceu essa informação , caiu na gargalhada.
A pesar de Harry ainda estar recuperando-se da raiva que Draco lhe infligira, ficou muito curioso para saber o porque da criação daquele “Partido” e o que ele defendia.
- O que você pretende com essa porcaria em Hogwarts?. - perguntou Harry com a voz tremendo um pouco.
- Interessado, Potter?. É um partido formado por um pequeno grupo de pessoas com puro-sangue que desejam Ter os direitos que realmente merecem, em virtude do nobre sangue que corre em suas veias e da linhagem familiar exemplar que possuem!. – Draco falou tudo isso com enlevo nos olhos, voz embargada pela emoção e uma auto-promoção tão grande que se assemelhava a alguém que iria se candidatar ao cargo de Ministro da Magia. Harry não agüentou e caiu na risada : para completa fúria de Malfoy.
- Quem vê você falando assim , pensa que irá até se candidatar ao cargo de Ministro de Magia !. – falou harry zombando.
Olha que o Ministério está precisando !. – exclamou uma outra voz muito parecida com a primeira, só que mais velha : Lúcio Malfoy.
- Pensei que você estava na prisão !. – exclamou o garoto entre susto e zombaria.
- Disse bem : “estava”!. Agora estou aqui para MATAR VOCÊ!!!. – Lúcio gritou e foi para cima de Harry , que correu para o corredor.Atrás dele ouviu vários gritos e muitos outros pares de pés correndo no seu encalço , o que significava que havia mais Comensais além de Malfoy atrás dele.
- FECHEM OS CORREDORES, IMBECIS!!!!. – gritou Bellatriz Lestrange junto com Malfoy.
Harry nem sabia por quantas cabines já havia passado, seu medo era só do final do trem chegar, antes de conseguir se livrar dos capangas de Voldemort. O garoto devia estar na metade do trem , quando tropeçou na bandeja de comida e saiu de debaixo dela engatinhando , com o rosto cheio de restos de sapos de chocolate.
Atrás dele , escutou pelo menos três pessoas tropeçando no carrinho e caírem desmaiadas. Depois de alguns segundos sem escutar mais ninguém na sua cola, deu trombada em um corpo .
- Quer sair da minha frente?. Estou tentando escapar dos capangas de Voldemort!. – falou com selvageria e ferocidade.
- Onde vai com tanta pressa, Potter?. – perguntou uma voz extremamente fria e cruel, mas com um toque de graça.
- EU JÁ FALEI!!!!. – gritou o garoto.
- Ótimo, então já vou direto ao lugar que quero chegar, ou melhor: ao que já cheguei!. – exclamou a voz de Voldemort de dentro daquele capuz preto e antigo.
- Ao lugar que você pensa que chegou, Voldemort!. – exclamou uma outra voz em um outro capuz preto. Harry – mesmo com a pouca energia que possuía- conseguiu reparar que aquela voz de homem vinha de um corpo muito alto e forte, sua voz era calma; mas expressava uma crueldade maior que a de Voldemort.
- Mas quem você pensa que é ? . – Voldemort parecia também não saber de quem era a voz.
- Pelo jeito, o tempo fez você esquecer a minha voz!. Surpreendente !.Não era você que só pensava em me destruir?. – perguntou a voz com uma ironia enorme. Harry sentiu-se muito aliviado: pelo menos era um inimigo de Voldemort e poderia – quem sabe ? – salvá-lo!.
- Olha, você deve estar cometendo um enooorme equívoco!. Eu não te conheço!. Mas , tudo bem, se você quer que eu te mate, é pra já!. – exclamou Voldemort e novamente Harry percebeu – como no seu sonho – que o Lord parecia confuso e vulnerável, portanto destrutível!.
- Não tão fácil!. – exclamou o homem e começaram a duelar.
Harry sentia-se confuso e prestes a desmaiar . No momento em que Voldemort lançou um feitiço de cor laranja – que fez os vidros das cabines próximas se quebrarem – o outro bruxo esquivou-se fenomenalmente, o seu capuz caiu; embora Harry não conseguisse ver o seu rosto, Voldemort deu um grito:
- COMO VOCÊ VEIO PARAR AQUI?!?!?!?. – gritou.
- Há, Há, Há!!!.Agora você se lembra de mim, não é?. Pensei que estava com crise de memória!!!.
O homem aproveitou o momento de transe de lord Voldemort e conjurou várias cordas para amarrá-lo.
- Agora, vou mandar você direto para Hogwarts!. Tudo bem?. – perguntou o homem para Harry.
- Ah, tá. Mas quem é você?.
- É só você pensar um pouquinho que saberá!. – disse o homem diante da luz do sol, para não poder ser identificado.
- Mclogan?. – perguntou.
- Eu tenho algum problema na perna?. – retrucou o outro com vestígio de riso na voz.
- Não...... SIRIUS?!?!?. – gritou Harry, mas não obteve resposta e logo se viu deitado na ala hospitalar de Hogwarts e desmaiou.
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