Em casa
Harry não tinha muita certeza se estava ou não acordado, muito menos aonde estava. Só tinha certeza que sua cabeça estava vazia de todo e qualquer pensamento.
Onde quer que estivesse, o silêncio que reinava no lugar era repleto e absoluto. Com um pouco de esforço abriu os olhos: encontrava- se recostado em uma poltrona em uma sala sua conhecida que realmente ficava no Largo Grimmald. Deu uma risada de tristeza ao se lembrar de um fato acontecido naquela poltrona : Foi aqui que uma vez Sirius deixou uma saca de ratos mortos que estivera alimentando Bicuço e logo depois a Sra. Weasley sentara- se em cima, lembrou o garoto.
Mas foi neste momento que ele começou a fazer uma espécie de retrospectiva dos acontecimentos daquela manhã, quando olhou para a janela e viu que já era noite.
- Meu Deus, será que eu enlouqueci?.- perguntou Harry para si mesmo, pois tudo aquilo que acontecera era extremamente estranho.
Durante alguns minutos, em que seu cérebro era atacado por esses e outros pensamentos, a porta da sala abriu – se e quem entrou – para total surpresa de Harry – foi Alvo Dumbledore.
- Boa – noite, Harry. Como você está? . – perguntou amavelmente o diretor.
- Boa – noite, professor. Ah, estou bem .—respondeu o garoto com um tanto de vergonha e culpa, esses dois sentimentos lhe afloravam porque lembrou-se que no final do ano havia sido muito grosseiro com o diretor e agora, sabia que Dumbledore não fizera nada por mal.
- Harry , sei que deve estar extremamente cansado, teve um dia muito cheio. Mas gostaria de lhe perguntar algo: você viu quem foi que o transportou para cá com uma chave de portal? .
- Não, era um homem que usava capuz e máscara. – respondeu o garoto.
- Ele falou com você ?
- Só falou que iria enviar – me para cá.
- Você não lhe reconheceu a voz?
Harry também se perguntara isso.A voz era – lhe muito familiar, mas ele não conseguia lembrar –se a que pertencia. Vendo que Dumbledore queria uma resposta à sua pergunta, respondeu :
- Bem, a voz não me é estranha. Mas me desculpe professor, não consigo lembrar que é.
- Tudo bem, então . Qualquer coisa que possa nos ajudar a saber quem era o bruxo, por favor conte . – pediu o diretor.
- Claro, pode deixar.
- Agora, vá ver Rony e Hermione . Eles estão no mesmo quarto que vocês ocuparam das últimas vezes.
Harry sentia – se transtornado, porque Dumbledore fazia tanta questão em saber quem era o bruxo ?. Tudo bem , pensou , é estranho demais, mas eu estou bem; acho que deveria bastar . Quando subia a escada para se dirigir ao quarto, viu o retrato da mãe de Sirius e sentiu uma vontade louca de esganar a velha do quadro. Como podia odiar um filho que quando vivo foi uma das melhores pessoas que já conhecera?. Velha idiota, caduca, retardada;pensava com ferocidade essas e outras coisas mais.
Chegando ao quarto, ele topou com uma cena que daria sem discutir todo o seu cofre cheio de dinheiro em Gringotes para não Ter interrompido : Rony e Hermione estavam muito próximos um do outro conversando em voz baixa. Rony estava com as orelhas muito vermelhas e Hermione com as bochechas coradíssimas ( O que estaria acontecendo?.)
Rony viu Harry primeiro:
- Harry! . Oi !.- exclamou Rony meio sem jeito.
- Olá, tudo bem Harry?.- perguntou Hermione no mesmo tom.
- Oi, olha vocês não precisam ficar sem jeito. Eu não estou pensando nada!.- disparou Harry.
- NÃO?!?!? .- perguntaram os outros dois juntos.
- Não. Por que? . Vocês realmente estavam fazendo alguma coisa?.- brincou o garoto
- NÃO!!!.- falaram novamente.
- Tudo bem, calma!.- falou Harry rindo da cena.
- Harry estava com saudades!. – disse Hermione dando – lhe um beijo na bochecha depois que se recuperou do susto.( Harry reparou que Rony estreitara os olhos, seria ciúme?.). Então, Fred e Jorge nos contaram o que aconteceu . É verdade?.
- Sim, depende. Até que ponto vocês sabem?.
- Bem, só sabemos que um bruxo desconhecido transformou um jornal velho em uma chave de portal, mais nada.
O garoto gastou aproximadamente cinco minutos contando o que aconteceu, depois foi se sentar na cama que ocuparia aquela noite.
- Harry – começou Rony – você quer contar alguma coisa pra gente?.
- Por que a pergunta Rony?.- perguntou Hermione.
- Bem, não fica bravo Harry, mas escutei Fred e Jorge falando que Dumbledore sabe aquela profecia que quebrou e contou para o Harry e disseram que era algo muito sério.
- É verdade, Harry ?. – perguntou a amiga com muita cautela, já que no ano passado o amigo explodia por qualquer coisa.
- É, é verdade. E vocês dois não precisam mais ficar com medo de mim, o.k.?.
- Não está mais bravo?. – perguntou Rony com alegria.
- Depois que Sirius morreu aprendi uma lição: tenho que aprender a dominar as minhas emoções e sentimentos se quiser ser útil e ajudar nesta guerra que está acontecendo.
Era a primeira vez que o garoto falava da profecia e da morte de Sirius com alguém , além da sua própria consciência e Dumbledore. Mas sentia que tinha de falar destes dois assuntos com Rony e Hermione , tinha a impressão que só assim aliviaria um pouco da dor no coração que o afligia e o tormento que vivia o seu cérebro .
- Harry, se você não estiver preparado para falar nós entenderemos. – falou Hermione com carinho.
- Obrigado , Hermione. Mas eu tenho que falar sobre a profecia e Sirius com alguém, senão achou que vou acabar enlouquecendo.
- Tem certeza?. – perguntou Rony.
- Tenho.
- Então somos seus ouvintes!. – disse Hermione sorrindo.
O garoto não conseguia exprimir a tamanha felicidade que o apoio dos amigos lhe dava. Finalmente, depois de duas semanas na casa dos Dursley, voltava a sentir a alegria que a felicidade produz.
- Obrigado, gente. Bem, eu não sei nem por onde começar.- falou Harry com toda a sinceridade.
- Harry – principiou Hermione – como foi que Sirius morreu?.
Harry suspirou e começou :
- Eu estava fugindo dos comensais da morte com a profecia, entrei naquela sala do arco que parece se chamar Sala da Morte, Neville apareceu e começou a ser torturado com a maldição cruciatus por Bellatriz Lestrange . Daí a pouco chegam Tonks, Quim, Lupin, Moody e Sirius – Harry deu uma parada nesta parte, por sentir uma dor profunda no peito .
- Então ? . – encorajou Hermione.
- Então – continuou o garoto – cada um começou a duelar com um comensal e Quim com dois. Foi aí que chegou Dumbledore, só que a profecia já havia caído do meu bolso e espatifado no chão quando ajudava Neville. Todo mundo parou de duelar , menos Sirius e Bellatriz. O Sirius ria da Bellatriz, quando ela lançou um feitiço de luz vermelha nele e ele caiu dentro daquele arco .
- Como é ?. – perguntou Mione.
- O que?.
- Sirius caiu dentro do arco ?
- É !.
- Mas como ele coube lá?
- Sabe Hermione, andei me perguntando isso também nessas duas semanas que se passaram .
- Harry, ele caiu com a varinha?
- Foi. Por quê? .
- Nada. Só que....Harry você tem certeza que ele está morto ?
- Bom, acho que sim . Ele poderia estar vivo?.
- Poderia.Mas eu não sei nada sobre esse tal arco. – disse Hermione pensativa.
- É, eu também não. – disse Rony.
- Mas, Hermione, acho que ele morreu – disse Harry .Falei com Nick – Quase – Sem – Cabeça e ele disse que Sirius não iria voltar.
- Disse ?.
- É, quando ele disse que eu tinha sofrido uma perda e eu perguntei se Sirius poderia voltar como fantasma.
- Você disse tudo: como fantasma. Isto é , se ele estivesse morto, mas e se não estiver?
- Hermione, Dumbledore contaria a Harry!. – sobrepôs Rony.
- Mas , talvez Rony, Dumbledore não quisesse me dar uma esperança falsa. – interpôs Harry.
- Exatamente!!!. – aprovou Hermione.
Harry pensou : E se Sirius não estivesse morto?. Depois se lembrou da conversa com Nick : “ pelo menos, eu estou atrasado de uma outra maneira[...]”. Tudo aquilo era muito estranho e sugeria que talvez Hermione estivesse certa na sua teoria maluca ou apenas a garota estivesse disposta a falar qualquer coisa que animasse o amigo ou ainda que Harry estivesse tão desesperado para ouvir qualquer coisa que negasse a realidade cruel que estava vivendo, que se deixava levar por qualquer indício que comprovasse o seu ardente desejo.
- E a profecia Harry ?. – perguntou Hermione, tirando o garoto de seus pensamentos.
- Ahh, tá. Olhem, vocês não devem sair por aí contando a profecia, porque Voldemort não sabe e quero que ele continue um bom tempo sem saber de nada. A profecia fala que iria nascer um garoto ao final do sétimo mês que seria marcado como seu igual ao Lord das Trevas e nenhum dos dois poderá viver enquanto o outro sobreviver. – terminou com voz sumida.
- Isso quer dizer .........?.- disse Rony meio engasgado.
- Que eu serei assassino ou assassinado.
Rony e Hermione ficaram brancos e chocados, com muito medo de perder o amigo. Hermione, como se quisesse recuperar – se do susto, perguntou :
- E você descobriu qual era a arma?.
- A arma era a profecia, ou seja, o conhecimento de como Voldemort poderia me destruir.
Desta vez, Hermione não conseguiu recuperar – se.. Como para esconder o espanto, foi olhar para a janela. Rony olhava tristemente para o chão, sem vê – lo. Depois, com voz baixa, disse:
- Não é justo você morrer, depois de tudo que já fez. Você tem que destruir o V – V-V- V- Voldemort.
Harry não agüentou tal demonstração de afeto dos amigos e prorrompeu em lágrimas. Eram lágrimas de preocupação também, mas principalmente de emoção por saber que era amado por Rony e Hermione.Enquanto isso, Hermione tentava conter um choro convulsivo.
Os três foram obrigados a sair deste estado emocional quando a Sra. Weasley falava da ponta da escada:
- Hora de jantar, queridos.
- Vamos gente. – disse Hermione com voz de choro.
- Esperem um pouco – pediu Harry – não quero que contem nada do que conversamos para ninguém, pode ser?.
Os dois amigos concordaram com a cabeça e saíram juntos para o jantar. Quando chegaram na cozinha, viram um homem que não conheciam. Ele tinha uma grande cabeleira que se assemelhava à juba de um leão , óculos feitos com material metálico e andava garbosamente, ainda que mancasse um pouco.
- Olá, garotos. Boa – noite. – disse o homem.
- Boa – noite.- responderam os três.
- Ah, desculpem, não me apresentei.Chamo – me Louis Mclogan, estava na França por alguns motivos e agora estou de volta para ajudar a ordem e ser professor de Defesa Contra as Artes da Trevas em Hogwarts.
- Prazer, hum, eu sou Harry Potter, esta é Hermione Granger e este é Rony Weasley .
- Muito bem, o prazer é todo meu garotos. Não conhecia seu pai muito bem Harry, mas fui um grande amigo de Sirius.
Harry , que já tinha gostado dos modos de Mclogan, gostou ainda mais ao saber que ele fora amigo de Sirius. Tinha que ser amigo de Sirius, pensou o garoto, já que é tão legal quanto ele.
- Por que vocês não se sentam neste lugares aqui ao meu lado para nos conhecermos melhor ?. – perguntou docilmente o homem.
Os garotos se sentaram junto de Mclogan , pelo jeito todos haviam simpatizado muito com ele também.
- Hum, começou Harry, o senhor participou da Ordem da Fênix original?.
- Sim, só que a minha função era ficar no exterior , controlando as ações de Voldemort fora do Reino Unido.
- Voldemort atuava no exterior ? . – perguntou o garoto com assombro.
- Claro e infelizmente já está atuando. Mas , sem querer ser chato, acho que já falei demais sobre a Ordem.
- Ahhhh!!!. Ninguém confia em nós!.- exclamou Rony.
- Não é isso!.- falou Mclogan rindo – É a sua mãe que não permiti e iria ficar muito brava comigo, mas prometo que quando puder irei informar – lhes o máximo que puder . Tudo bem ?.
Os garotos deram largos sorriso, mas pararam a conversa naquele momento, pois a Sra. Weasley e restante do pessoal da Ordem entrava . Todos cumprimentaram Harry e se sentaram .
- Ah, já se conheceram ?.- perguntou Lupin sentando –se à frente de mclogan e ao lado de Gui.
- Sim e devo admitir que são excelentes garotos. Harry é incrivelmente inteligente, não é garoto?. – brincou Mclogan com Harry
- Imagina, obrigado.- disse Harry um tanto encabulado com um elogio tão direto de alguém.
Harry adorou passar o jantar na companhia de Mclogan . Pela primeira vez em semanas, não sentiu a falta de Sirius. Mclogan parecia querer muito bem a Harry e fazia de tudo para que o garoto se sentisse o mais feliz possível na sua companhia.
O garoto nem percebera e comeu três pratos de comida e mais três taças de sorvete como sobremesa.
- Que fome, hein moço?. – perguntou o novo professor.
- O senhor nem imagina!. Na casa dos meus tios como tão mal!.
- Ah, mas nós dois sabemos que é necessário que você fique lá pelo menos uma vez por ano.
Rony e Hermione olharam para Harry intrigados, porém não foram os únicos a olharem: os dois se davam tão bem que era algo impressionante.
- Bom, gente acho que já é hora de dormir. –disse a Sra. Weasley sonolenta.
- Ainda não, Molly .- disse Dumbledore – Quero entregar os resultados dos N . O . Ms.
Harry pegou a sua carta com uma certa apreensão . Logo na frente dos costumeiros avisos, vinham os resultados dos N . O . Ms . e um novo formulário para Hogmead.
- Professor –chamou o garoto – por que tenho outro formulário para Hogmead?.
- Porque você precisa de outro guardião.
Só então é que Harry entendeu : Sirius morrera, precisava de outro guardião.
- Mas quem ?. – perguntou Harry.
- Professor, eu poderia assinar.- disse Mclogan
- Não, não. Se é assim, eu assino. – disse a Sra. Weasley
- Obrigado, Louis. Prefiro a Molly, pois ela conhece Harry a mais tempo
- Claro não tem problema.
Harry já havia resolvido um de seus problemas, mas ainda faltavam os N. O . M.s . e pensando nisso começou a ler os seus resultados:
Feitiços : Excede as Expectativas.
Transfiguração: Excede as Expectativas.
Defesa Contra as Artes das Trevas: Excepcional
Runas Antigas:-----
Poções: Excepcional
Aritmancia:----
Trato das Criaturas Mágicas: Excepcional
Astronomia: Aceitável
Adivinhação: Reprovado
História da Magia: Reprovado
Total: Seis N . O . Ms em possíveis Oito N . O .M .s .
Vice – diretora Minerva Mcgonagall
Harry estava atônito : passara em poções!!!!.
- Meus parabéns!. Você foi muito bem !.- escutou Mclogan dizendo de muito longe para ele.
- Muito obrigado!. – disse Harry ainda levemente boquiaberto.
O garoto olhou para os lados e viu Hermione tão estupefata quanto ele, decidiu perguntar :
- Tudo bem, Mione?.
- Eu consegui 9 N . O . M. s em possíveis 9!.
- Parabéns!!!.
- E você?.
- 6 em possíveis 8 !.
- Nossa, muito bem Harry!.E você Rony?.
- Fui horrível!.4 N . O . M. s em 8, somente um a mais que Fred e Jorge!.
A Sra.Weasley, infelizmente, ouviu e disparou :
- Então provavelmente, você não é mais monitor?.
- Tomara que não !.Ahhhhh, droga ainda sou!.- Rony disse isso com uma expressão entre alegria e tristeza.
- Molly, acho que você disse que já era hora de dormir?. – perguntou Dumbledore na tentativa de evitar a briga que se iniciava.
Harry desejou boa – noite a todos e foi se deitar . Fora um dia realmente muito cheio.
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