Malfoy



  Draco Malfoy estava sentado em sua cama, o quarto a sua volta criava uma atmosfera aconchegante. Apenas uma atmosfera.
  Para o homem, parecia que as paredes pegavam fogo e que a cama era dura como pedra. Ele se sentia claustrofóbico ali, sentia como se o teto estivesse descendo lentamente, no próposito de esmagá-lo.
  Ele massageou as temporas e desfez o botão de sua camisa. Sua cabeça palpitava e suas mãos tremiam.
  Por que seu filho tinha de escolher justamente Rose Weasley? Não bastasse ser uma Weasley, tinha de ser a filha de Ronald e Hermione.
  Ele não tinha pensado neles havia um tempo, não tinha muito tempo para pensar sobre seus ex-colegas de escola. Mas tudo havia mudado, seu filho pedira a Granger em casamento. Rose era claramente Granger, embora possuisse o sobrenome Weasley, ela era uma Hermione mais jovem.
  Podia ter sido qualquer uma, até mesmo uma trouxa. Ele não se importaria. Mas não Rose.
  - Pai? Posso entrar? - a voz de Scorpius ecoou pelas paredes do quarto. Maldita educação, se ele houvesse simplesmente entrado teria poupado a dor de Draco. - Entre. - murmurou o homem, sua voz soava amargurada em seus próprios ouvidos.
  - Você me disse que aceitaria quem quer que fosse. - acusou o rapaz, cruzando os braços. - Qualquer uma, Scorpius! Há sei lá quantas mulheres no mundo e você tinha que escolher logo esta? - exclamou o Malfoy. - Qualquer uma!
  O jovem deu um passo para trás, surpreso com a explosão do pai. - Eu a amo, pai. Bem mais do que você amava minha mãe, mais do que você já amou qualquer mulher. - ele disse, rangendo os dentes.
  Malfoy ergueu as sobrancelhas. - Que seja. - murmurou. - Você nunca me obedeceu, não vai começar a me obedecer agora. Case-se com ela, não case, realmente não me importa. Só não se machuque.
  - Não vou me machucar.
  Scorpius não se lembrava de seus pais como um casal apaixonado, mas sim como um casal feliz. Eles eram felizes um com o outro, se aceitavam e se apoiavam. Sem paixão.
  - Por que você não aprova, pai? - questionou Scorpius. Ele sentou-se na cama ao lado do homem e examinou atentamente o rosto do outro.
  - Não é nada contra ela, Scorp. Rose é linda, é inteligente e meiga. Mas... Eu estou sendo bobo, sabe? Tive alguns problemas com a família dela no passado e... Estou sendo velho e turrão. - brincou. Seu filho sorriu e colocou uma mão em seu ombro.
  - Ela é melhor que todos eles juntos, pai. - murmurou. - Você não pode viver eternamente ferido. Uma hora ou outra, a Guerra vai ter de deixar você.
  - Eu sei, Scorp. - ele se virou para olhar nos olhos azuis do filho. Os olhos de Draco eram cinzentos, mas os de Scorpius eram azuis e claros, felizes. - Esqueça-me, filho. Vá viver sua felicidade, você merece, garoto.
  E ele abraçou o rapaz, esperando realmente que seu filho fosse mais feliz do que ele.

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  Rose afundou o rosto no travesseiro, fechando os olhos com força. Aquele casamento estava causando muita dor de cabeça.

  "Eu deveria ter dito não..." Ela abriu os olhos, surpresa por ter pensado isso. Amava Scorpius, tinha certeza disso. Aquele tipo de pensamento era inaceitável.
  Amava Scorpius desde o primeiro ano. Ele era da Lufa-Lufa, fora monitor e mais tarde monitor-chefe. Era aluno modelo, tímido e esforçado. Ficava vermelho por tudo e quando ria, gargalhava.
  Ela correra atrás dele no começo, mas Scorpius eram tão quieto que não percebia. Finalmente a Weasley desistiu. E, obviamente, ele se interessou por ela.
  Seus primos tinham surtado quando descobriram que a Perfeitinha Rose Weasley e o tímido Scorpius Malfoy andavam se pegando às escondidas, durante os turnos dos monitores. James passara mais de mês sem falar com nenhum dos dois.
  Mas Alvo gostara, afinal, era o melhor amigo de Scorp. Alvo, juntamente com Rose, fora para a Sonserina. Era seu primo favorito.
  "Você não sabe em quantos problemas se meteu, no momento em que disse 'sim', Rosie". Dissera Lilly, quando vira o anel na mão da prima.
  E a garota nunca falara nada tão verdadeiro.

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