Memórias
Hermione se sentou na varanda da casa. Ela suspirou pesadamente.
Não estava triste, estava alegre, contudo sua alegria era manchada pela nostalgia decadente.
Ela sabia que não devia se envolver com o passado. Era algo doloroso e saudoso demais para ser feito.
Rose agora era noiva de Scorpius. Scorpius Malfoy. A Granger sorriu ao lembrar-se do tempo que se alguém lhe dissesse que sua futura filha seria uma Malfoy ela lhe chamaria de louco. Quando fora a última vez que tivera este sentimento? No quarto ano.
No quarto ano, quando tudo começara. Todos os segredos, todas as mentiras se tornaram mais necessários. Ela se afundou neles.
Hermione adorara-o com todas suas forças, por que ele era proibido, ele era sua fuga da rotina. Com Draco Malfoy ela não tinha que ser uma boa menina, ela não tinha que agradar.
Mas os opostos se atraem, e depois se matam de tédio.
Os passeios as escondidas, os beijos, se tornaram desculpas para brigas sem fim. Sua paixão a consumia, ela sentia raiva, sentia dor, mas não podia se afastar. Tão tolos, tão jovens.
Agora sua Rose iria ser uma Malfoy.
Scorpius era tão lindo quanto pai. Tão doce quanto Astoria. Draco nunca fora gentil, nunca fora meigo ou simpático, mas ela se apegara à aquele jeito frio e distante dele. E ele ao dela.
Eram opostos. Ela era fogo, ele gelo. Ela era doce e ele grosseiro. Grifinória e Sonserina. Uma eterna antítese. Incompatíveis. Inevitáveis. Inigualáveis.
Ela se lembrava de tudo. Dos beijos escondidos nos corredores escuros. Dos xingamentos banais que nunca passaram de atuação. Das promessas inválidas. Das lágrimas na última noite. E tudo não passou de um sonho. Sonho do qual ela não quisera acordar.
Acordara.
Casou-se com Ronald. Tivera filhos lindos e, acima de tudo, fora feliz. Sua Rose seria feliz com o pequeno Malfoy e ela poderia voltar a realidade e deixar de lembrar e sonhar com o passado e futuro irrelevantes.
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