A Festa de Aniversário de Mort
|Título: Os Gêmeos Potter e a Câmara Secreta
|Sinopse: 2ª temporada da série "Os Gêmeos Potter". Em seu segundo ano em Hogwarts, os gêmeos encontram novos mistérios e aventuras. O que era a voz na parede? Quem estava por trás dos ataques aos alunos? Mais uma vez, Hogwarts trazia a eles muito mais do que aulas de magia.
|Disclaimer: Harry Potter e seus personagens pertencem apenas à Tia Jô. Peguei emprestado apenas, e dei o meu toque pessoal. Espero que gostem! ^^
|Escrita por: Gaby Amorinha
|Betada por: Sem Beta
|Classificação: 14+
|Gêneros: Ação, Amizade, Aventura, Escolar, Fantasia, Ficção, Magia, Mistério, Romance e Novela, Shoujo
|Alertas: Heterossexualidade, Spoilers
|Shipps: Segredo. Por enquanto.
|Capítulo 8
Lumus!
Olá leitores.
Sabem o que me fez aparecer aqui? A peça nova, que eu não vi mas fiquei sabendo que tá um babado, e minha prima que começou a ler essa fic e me pedir pra postar mais kkkkk Assim sendo, dedicado a você, Aninha, vou tentar manter o ritmo aqui.
Notem que a Ash não é mais ofidioglota. Eu mudei algumas coisas na narrativa, espero que para melhor.
Boa leitura,
Gaby Amorinha
Capítulo 8 - A Festa de Aniversário de Morte
A chegada de outubro trouxe consigo uma leve friagem e um surto de gripe. Madame Pomfrey andava ocupada na enfermaria distribuindo poções para reanimação instantânea que faziam quem a tomasse fumegar por horas. Por muita insistência de Percy, uma Gina que andava bastante pálida acabou tomando uma dose. Fred e Jorge diziam que era o estresse da escola. Percy dizia que era culpa de Fred e Jorge a seguindo pela escola para pregar peças na garota. De uma forma ou de outra, ela tomou a poção, e a fumaça saindo por baixo dos cabelos laranjas deixava a garota parecendo uma fogueira viva.
E não era apenas o frio. Estava chovendo quase que o tempo todo, o que era ótimo para o lago e para as abóboras de Hagrid, mas péssimo para qualquer um sob o comando do Capitão Wood. A chuva nada vez para diminuir o entusiasmo do grifino, que continuou marcando treinos insistentes e fazendo os jogadores da grifinória baterem o recorde de resfriados por semana que Madame Pomfrey tinha que tratar.
- Então. – Olivio começou, depois de um desses treinos de sábado. Todo o time estava molhado e enlameado e queria voltar para o calor agradável da sala comunal, mas o capitão tinha que enrolar nas conclusões. – Não se esqueçam da prática de amanhã e das da semana que vem. Marquei de segunda a quinta, infelizmente a sexta já foi tomada pela Lufa-lufa e...
- Espera. – Ashley interrompeu. – De segunda a quinta?
- Sim. – Olívio comentou, cruzando os braços. – Algum problema?
- Eu tenho ensaio do coral toda terça-feita. Não posso vir na terça. É logo antes do dia das bruxas, Flitwick vai repassar o repertório para apresentação do jantar. Eu não posso faltar.
- Ah, mas pode faltar ao quadribol? – ele perguntou se irritando.
Fred tirou uma moeda do bolso, a mostrando a seu irmão, e sussurrou:
- Cinco nuques como a Potter leva essa.
- Tá brincando? Ganhar uma discussão de quadribol com o Olívio? Ninguém consegue isso!
- Eu já acho que o impossível é ganhar uma discussão qualquer dela. Ela é muito teimosa.
- Nem assim. Apostado.
Enquanto isso, ela continuava discutindo com o capitão.
- UM treino em uma SEMANA inteira!
- Você precisa revisar suas prioridades, Potter. Se não está cem por cento aqui, então é melhor nem estar.
Seis pares de olhos se arregalaram em direção a Olívio.
- Está me chutando do time por uma prática semanal de coral?
- Você com certeza pode falhar a uma.
- Mas não posso faltar aqui? Olívio, é o último treino antes da apresentação do dia das bruxas! Seria como faltar a um treino antes de um grande jogo!
- O coral não tem adversários! Fred e Jorge andaram espionando a Sonserina, e adivinha só, eles voam como borrões! Nem mesmo as Nimbus de vocês vão conseguir acompanhar! – ele bufou, respirando fundo. - A escolha é sua.
O queixo de Ash caiu. Ela olhou em volta, esperando alguém se levantar para defende-la, e quem fez isso foi Johson.
- Você perdeu a cabeça, Olívio? Ela assumiu um compromisso com Flitwick da mesma forma que com você. Não pode força-la a escolher.
- Talvez não devesse pegar mais responsabilidades que consegue carregar.
- EU CONSEGUIRIA CARREGAR SE VOCÊ NÃO ESTIVESSE ESCRAVIZANDO O TIME SETE DIAS POR SEMANA! – ela explodiu por fim. – Você tem ideia de quanta lição de casa Hermione tem feito por Harry e eu simplesmente porque não estamos conseguindo lidar com tudo? Aposto que não. Querem saber, ele está falando da boca pra fora. Eu vou tomar uma chuveirada quente aqui no vestiário.
E ela juntou suas coisas e saiu.
- Ótimo. – ele resmungou. – Eu sou o monstro agora?
Não houve resposta. O restante do time também se retirou, pingando lama pelo caminho, e deixando um Olívio fumegante para trás.
Harry ainda tentou encontrar sua irmã, mas acabou decidindo que ela simplesmente já tinha subido para a sala comunal e seguiu seu caminho sozinho. Perdido em pensamentos como estava, provavelmente teria passado direto pelo corredor se não tivesse sentido como se tomasse um balde de água fria na cabeça. A sensação era conhecida. Tinha atravessado um fantasma.
- Ah! Olá Nick.
O fantasma não respondeu. Na verdade, agora que Harry parou para prestar atenção. Nick estava flutuando no meio do corredor completamente perdido em qualquer pensamento que fosse, e talvez nem tivesse sentido que fora atravessado.
- Nick? NICK!
- Ah! Olá Harry.
- Parece preocupado. Aconteceu alguma coisa?
- Não. Não mesmo, eu só pensei que pudesse me candidatar... Mas aparentemente não sou qualificado o bastante.
Harry ergueu uma sobrancelha, visivelmente não entendendo do que o fantasma falava. Percebendo isso, Nick tirou uma carta do bolso e leu em voz alta:
“Só podemos aceitar caçadores cujas cabeças tenham se separado dos corpos. O senhor compreenderá que, do contrário, seria impossível os sócios participarem das atividades de caça como Balanço de Cabeça a Cavalo e Polo de Cabeça. É com o maior pesar, portanto, que devemos informar-lhe que o senhor não satisfaz as nossas exigências.
Com os nossos cumprimentos, Sir Patrício Delaney-Podmore.”
- Um centímetro de pele e um tendão! Apenas isso segura minha cabeça! Mas nãaaaaao, não é o bastante para o “Senhor completamente decapitado Podmore.”
- Ah. Uau. Sinto muito Nick. Gostaria de poder fazer algo pra ajudar.
- Nah, obrigado Harry. Você mesmo parece preocupado o bastante.
- É, mas a menos que você saiba onde conseguir sete Nimbus 2001 para o jogo contra a Sonserina, não há nada que...
Ouviram, então um miado. Ao fim do corredor, Madame Nor-r-ra olhava para Harry com os olhos brilhantes e arregalados.
- Harry, é melhor você sair. Filch esteve limpando o corredor a manhã inteira, se ele te ver aqui...
Tarde demais.
- LAMA! LAMA NO CORREDOR!
- Ah, droga... – Harry murmurou. – Eu não fiz nada de errado!
- Sinto muito, Harry. – Nick respondeu, sumindo imediatamente pela parede mais próxima.
- Você, rapazinho, comigo!
Harry não ousaria discutir. Apesar de estar com a péssima sensação de que seria severamente punido, tinha certeza de que não tinha cometido nenhuma infração grave e com sorte a justiça (vulga McGonagall) o livraria de uma punição severa demais. Ela podia ser séria, mas era justa, e aquilo era uma baita de uma injustiça.
Filch levou Harry até sua sala e fez o garoto se sentar ao outro lado da mesa. Enquanto o zelador procurava o formulário, Harry só conseguiu ficar olhando em volta, um pouco assustado, para as algemas que Filch guardava azeitadas, os enormes dossiês de alunos encrenqueiros e a gaveta inteiramente dedicada a Fred e Jorge.
- Achei! – Filch exclamou, pegando o papel. – Tripas de rato, bombas de bosta, já basta. Que o grandioso Potter seja feito de exemplo então. – Nome... Harry Potter. Casa... Grifinória. Crime...
- Crime? Foi um pouco de lama!
- Um pouco de lama pra você, horas de limpeza pra mim! – ele resmungou, voltando ao formulário. – Crime... sujar o castelo. Sentença sugerida...
Filch parou. Um barulho de algo muito grande caindo soou à distância, e Harry viu, se é que era possível, Filch ficar mais nervoso ainda.
- PIRRAÇA!
E sem dizer mais nada, ele se levantou e saiu desembestado da sala, planejando milhões de formas de pegar o poltergeist.
Harry pensou se aquele não seria o momento mais sortudo de sua vida. Talvez devesse aproveitar o sumiço de Filch e fugir da sala, mas temeu que isso fosse apenas coloca-lo em ainda mais problemas. Então, sem nada melhor para fazer, deixou o olhar vagar pela sala, até cair em um envelope roxo sobre a escrivaninha. Na frente, em letras prateadas, lia-se:
FEITICEXPRESSO
Um curso de magia por correspondência para principiantes
Intrigado, Harry olhou sobre o ombro para ver se Filch estava voltando. Como não viu sinal do zelador, abriu o envelope. Dentro, havia um maço de pergaminhos. No primeiro deles, leu:
Você se sente antiquado no mundo da magia moderna? Vê-se inventando desculpas para não executar feitiços simples?
Ouve caçoadas por manejar tão mal uma varinha de condão?
Temos a solução!
Feiticexpresso é um curso inteiramente novo, que garante resultados rápidos e fácil assimilação. Centenas de bruxos e bruxas já se beneficiaram com o método do Feiticexpresso!
Madame Z. Nettles of Topsham nos escreve:
“Eu não tinha memória para guardar encantamentos e minhas poções eram motivo de riso na família! Agora, depois do curso Feiticexpresso, sou o centro das atenções nas festas, e meus amigos me pedem a receita da Minha Solução Cintilante!”
Bruxo D. J. Prod of Didsbury nos conta:
“Minha mulher costumava caçoar dos meus feitiços pouco eficazes, mas depois de um mês no seu fabuloso Feiticexpresso consegui transformá-la num iaque! Muito obrigado, Feiticexpresso!
Impressionado, Harry estava prestes a abrir outro pergaminho, se perguntando porque um bruxo queria um curso de magia, quando ouviu passos no corredor. Ele mal teve tempo de enfiar tudo de volta no pergaminho e atirá-lo à mesa quando Filch entrou na sala. Primeiro parecia muito irritado, mas em seguida ficou branco cera, olhando assustado do pergaminho para Harry, e de Harry para o envelope de volta. Subitamente enjoado, Harry se deu conta de que largara o pergaminho há meio metro do local onde estava antes. Agora sim podia se considerar encrencado.
- Você... Você leu? – Filch perguntou, apontando assustado para o pergaminho.
- Não. – Harry respondeu imediatamente, tentando soar o mais natural possível.
- Bom. Muito bom. Saia da sala.
Não precisava pedir duas vezes. Sabendo que não tinha como conseguir mais sorte que aquilo, Harry pegou sua vassoura e saiu quase que literalmente voando da sala do zelador.
Do lado de fora, ele deu de cara com um Nick ansioso, que assim que viu Harry, flutuou na direção do garoto, vomitando perguntas.
- Funcionou? Deu certo? Você está livre?
- Foi você?
- Bem, mais ou menos. Convenci Pirraça a derrubar o armário bem em cima da sala do Filch e...
- Funcionou sim Nick, obrigado, de verdade! Como posso retribuir?
- Ah, eu não acho que... Oh, mas se bem que, pensando agora... Seria pedir demais se... Eu não sei... – Nick virou a cabeça para o lado, pensativo, o que fez Harry educadamente desviar o olhar. – Bem, esse Dia das Bruxas será meu quingentésimo aniversário de morte. E eu vou dar um super festa!
Harry, que pensara que deveria ficar triste, logo mudou a expressão.
- Uau, que legal Nick!
- Sim, vão vir fantasmas de todos os lugares... E o Podmore vai estar lá. Então, quem sabe, você possa conversar com ele. Dizer que eu sou assustador, e todo o resto...
- Claro Nick, sem problemas.
- Verdade?! Puxa, obrigado Harry! – o fantasma agradeceu, animado. – Vai ser na masmorra maior, eu te passo a localização exata mais tarde. Ah! Leve sua irmã, o Sr. Weasley e a Srta. Granger também, ok?
- Aaah, claro, levo sim!
- Legal! Te vejo depois!
...
Enquanto isso, no vestiário, Ashley acabara de colocar vestes limpas. Ainda estava furiosa, e provavelmente socaria a cara de Olívio se o visse pela frente, e exatamente por isso precisou segurar a mão ao ver que ele esperava do lado de fora.
- O que quer? Que eu devolva as vestes também? – ela perguntou.
- Me desculpe. Eu não deveria ter duvidado do seu comprometimento. Você é quem mais em ajuda e eu sei que é a única pessoa que presta atenção quando eu estou falando.
- Não fique muito cheio de si. Não presto atenção por sua causa, presto porque realmente gosto de quadribol.
- Eu sei. Eu vou cancelar o treino da terça. Não faz sentido treinar com uma a menos.
Ela não respondeu, e ainda tinha um bico bastante irritado no rosto.
- É que... – ele continuou. – Eu vou me formar ano que vem. Eu quero ser jogador profissional e eu não tenho nenhum campeonato ganho no meu currículo. E eu sou capitão! Como um time importante vai me contratar com um histórico desses? Acho que eu fico nervoso demais e acabo descontando tudo em vocês, me desculpa.
- Desculpo, Olívio, mas eu sei que você vai fazer tudo de novo.
Ele deu um sorriso de canto culpado e ela acabou amolecendo.
- Talvez seja melhor assim. Eu brigo, você briga de volta. É bom pra me frear um pouco.
Ashley concordou com um aceno de cabeça e então os dois ficaram um tempo parados no meio do vestiário, ela desembaraçando os cabelos com os dedos.
- Então, - ele disse, de repente. – gostaria de ir...
- À Sala Comunal? – ela cortou, quase sem pensar. – Sim, claro. Tenho dever de casa pra fazer e ainda preciso repassar algumas músicas pro coral. Te vejo por aí, Olívio.
Ela então saiu andando para a sala comunal da grifinória, deixando um Olívio atordoado para trás.
...
- Ah, oi Harry! – ela cumprimentou, ao ver o irmão na sala comunal.
Ele, Rony e Hermione olharam para ela completamente aterrorizados.
- Você fala Harry. A ideia foi sua. – Rony denunciou. Ash levantou uma sobrancelha sentindo que, em breve, teria motivo para brigar.
- Nick me convidou pra festa dele. Nick Quase-Sem-Cabeça. É uma festa de fantasmas, no Dia das Bruxas. Quinquagésimo aniversário de morte, ou algo do tipo.
- E...?
- E... E eu meio que disse que iríamos todos.
Ela pareceu demorar um pouco para entender.
- Você prometeu a minha presença numa festa de fantasmas?
Harry abriu e fechou a boca algumas vezes tentando encontrar a resposta.
- Me desculpa. – ele disse por fim. - Filch tinha acabado de me prender, eu não estava pensando direito e...
- Espera, Filch o que? – Hermione perguntou.
- O que importa é que não deu em nada. E que...
- E que eu não vou nessa festa. Não vou, tá ok? Não posso cabular a apresentação do coral depois do escândalo que eu fiz no treino de quadribol por causa disso.
- Mas o Nick...
- Não, Harry. Não. Eu tenho coral.
- Mas...
- Qual é o problema de vocês homens de entenderem que eu fiz um compromisso com o Flitwick? Que inferno! Dê as mãos ao Olívio e vão os dois para o raio que o parta!
O trio olhou surpreso para Ash enquanto ela subia para o dormitório para guardar suas coisas.
- Bem, não pode culpa-la. Ela tem pavor de fantasmas. – Rony comentou.
- Eu sei. – Harry respondeu. – Eu sei.
Dez minutos depois, ela estava de volta.
- Desculpa. – a menina pediu. – Não leve pro pessoal, tenho feito muito isso com as pessoas, não sei o que está acontecendo. Mas eu ainda não vou à festa.
Hermione levantou uma sobrancelha.
- Que foi? – Ash perguntou.
- Nada. – a menina respondeu, voltando ao livro, com aquele ar de quem sabia alguma coisa. Nisso o buraco do retrato se abriu e Olívio entrou, acenando para Ash com um monte de pergaminhos. A artilheira foi quase pulando até o rapaz e logo se sentaram para revisar jogadas. – E ela ainda diz que não sabe o que está acontecendo. – Hermione comentou.
Harry e Rony olharam para Hermione com expressões que indicavam que claramente eles também não sabiam.
- Ela está apaixonada. – as expressões não mudaram. – Pelo Olívio!
- Sem chance! – Rony comentou. – Ela é quatro anos mais nova!
- Meninas da nossa idade gostam de meninos mais velhos. Isso provavelmente é porque vocês, meninos da nossa idade, são uns imbecis.
- Eles estão saindo? – Harry perguntou, assustado.
- Claro que não né Harry. Hmpf. Meninos. – Hermione resmungou, pegando seu livro e indo se sentar do outro lado da sala.
- O que foi que eu fiz agora? – Harry perguntou.
- Sei lá. Quer jogar xadrez?
Harry aceitou, e ele e o amigo foram se divertir com o Xadrez de bruxo.
...
À medida que o dia das bruxas se aproximava, Harry começou a se arrepender da promessa que fizera. A decoração estava maravilhosa, o castelo estava quentinho, haviam morcegos vivos voando pelo Salão Principal e as abóboras de Hagrid tinham rendido lanternas gigantescas. Hermione continuava lembrando a Harry que ele tinha prometido, e Ash só conseguia se sentir aliviada por ter um motivo para não ir. Enquanto ela aquecia a voz com os outros alunos do coral, o trio chegou ao corredor da festa. Nick espalhara diversas velas pretas de chamas azuis pelo corredor, dando um tema nem um pouco alegre ao local. O clima esfriava cada vez mais, e conseguiram ouvi um barulho semelhante a unhas arrastando em um quadro negro.
- Por favor, me digam que isso não é música. – Rony pediu, começando a odiar Harry em segredo. À porta da masmorra encontraram Nick, que os cumprimentou com floreios e mais floreios do chapéu. A alegria em pessoa.
Um pouco incomodados, os amigos decidiram dar uma volta pelo lugar, tomando cuidado para não atravessar ninguém, e tentando tapar os ouvidos para ignorar a orquestra de serrotes que tocava. Logo que começaram a caminhar, viram que não atravessar seria bem complicado. Na verdade, estava tão difícil se locomover, que Hermione quase não percebeu a presença de alguém que realmente queria evitar.
- Ah não! É a Murta-Que-Geme!
- Quem?- Rony perguntou, sendo arrastado por Hermione para a direção contrária.
- Uma fantasma que assombra um dos boxes do banheiro feminino. Dia desses ela alagou o banheiro, foi horrível.
- Assombra um boxe?
- Rony você é surdo? Eu já disse que...
- Uuuh, comida! – o garoto comentou, indo até a mesa e largando Hermione no meio da frase. Contente por poder seguí-lo para outro lado, a garota foi atrás.
Para a tristeza de Rony, porém, não era comida para gente viva. Tudo estava podre ou estragado de alguma forma, e cheirava muito mal. Havia um bolo cinzento com os dizeres em glacê:
SIR NICOLAS DE MIMSY-PORPINGTON
FALECIDO EM 31 DE OUTUBRO DE 1492.
Eles viram um fantasma se aproximar e pegar um petisco. A comida o atravessou e ele foi para o próximo.
- O senhor sente o gosto atravessando a comida? – Harry perguntou.
- Quase. – o fantasma respondeu, dando as costas.
- Não me surpreende que esteja tudo podre. – Hermione comentou. – Certamente é para acentuar o sabor.
- Vamos embora, estou ficando enjoado. – Rony chamou, pensando no enorme banquete de dia das bruxas do salão principal.
Quando estavam se virando para ir, no entanto, Pirraça apareceu na frente deles.
- Aaaaah que coisa feia, garotinha... Ouvi você falando da coitada da Murta... – em seguida, se virou para o outro lado, encheu os pulmões, e berrou: - OI MURTA!
- Ah não Pirraça, não diga a ela, ela vai... – tarde demais. A fantasma de uma aluna de maria-chiquinhas pretas, óculos e um grave caso de acne apareceu flutuando na frente deles com uma expressão lamurienta.
- A Srta. Granger estava mesmo falando de você... – Pirraça atiçou.
- Ah, eu só estava dizendo como você está bonita hoje! Não é gente?
- Ah, claro. – os meninos reafirmaram.
- Vocês está caçoando de mim! – ela choramingou, derramando lágrimas prateadas. – Acham que não sei o que falam de mim? Murta gorda, feiosa, chorona, apática...
- Espinhenta... – Pirraça completou. Murta começou a chorar ainda mais e saiu flutuando, com Pirraça indo atrás e cantarolando “espinhenta”.
- A gente já pode ir embora? – Rony perguntou, ainda pensando na comida do Salão Principal. Talvez Harry dissesse que sim, se Nick não tivesse aparecido nesse instante.
- E aí? Estão se divertindo?
- Sim. Festa muito boa, Nick. – Harry mentiu.
- Bem, está na hora do meu discurso, então...
A fala dele foi interrompida pelo som de trombetas, e então dezenas de fantasmas decapitados e montados em cavalos irromperam pela porta adentro. O da frente carregava a cabeça sob o braço, de onde tocava a corneta. Ele parou no centro da masmorra, levantou a cabeça para olhar em volta, gerando gargalhadas, e estendeu a mão, cumprimentando Nick.
- Como vai? Ainda com a cabeça pendurada? – perguntou, encaixando a cabeça no pescoço.
- Haha. Seja bem vindo, Patrício. – o cumprimento saiu seco, mas o recém-chegado pareceu não se importar, agora dando atenção a Harry, Rony e Hermione.
- Gente viva! – ele exclamou, fingindo espanto e deixando a cabeça cair, o que gerou mais gargalhadas. Como Nick ainda parecesse irritado, Patrício passou o braço pelos ombros dele e começou a jogar a própria cabeça para o alto como se fosse uma bola, de forma que a voz dele oscilou ao falar. – Aaaah, não liguem para ele... Ainda está chateado por não poder entrar no clube.
- Ah. Eu acho o Nick muito assustador e...
- Ele te pediu pra falar isso, rapaz? – Patrício perguntou, deixando Harry sem resposta. – Claro que sim. Bons amigos os seus, Nick. Amigos vivos, quem diria!
- É, sim. – Nick respondeu, tirando o braço de Patrício de seus ombros. – Se puderem todos me dar atenção agora, está na hora do meu discurso e...
Mas ninguém estava ouvindo. Os cavaleiros decapitados estavam se organizando para uma partida de pólo e Harry não pode deixar de se sentir mal por Nick.
- Gente, chega, é sério. Vamos logo, ninguém está olhando. – Rony comentou, puxando os amigos para fora. Foi um alívio chegar no corredor quentinho e começar a se afastar do lugar.
- Harry, da próxima vez, se certifique ao menos de que tem comida. – o ruivo pediu. Harry não respondeu, mas concordava com o amigo.
- Uai, estão indo embora? – uma voz perguntou ao fim do corredor, e eles viram Ash vindo ao seu encontro. – O coral acabou e eu já comi tudo que quis, então pensei em... Hm... Vocês sabem, dar um oi BEM RÁPIDO ao Nick. Coisa de meio minuto. Ou menos. Na verdade, se ele pudesse vir aqui fora...
- Acredite, não perdeu nada. – Harry comentou. – Vamos voltar logo, eu estou morrendo de frio e...
O garoto estacou no meio do corredor. A voz tinha voltado.
“... rasgar... romper... matar...”
Harry se jogou contra a parede, ouvindo a voz e começando a correr pelo corredor.
- Harry? – Hermione chamou. – Harry o que está fazendo?
Como ele não respondeu, só restou aos amigos seguí-lo corredor acima.
- É a voz! Vai matar alguém!
- O que? Harry, não estamos ouvindo nada! – Rony reclamou, o seguindo corredor afora. Os quatro se adiantaram, chegando até o segundo andar. Harry parou no meio do corredor deserto. Havia uma enorme quantidade de água no chão.
- É o corredor da Murta-Que-Geme. – Hermione comentou.
- Por que o corredor dela cheira a sangue? – Ash perguntou, tapando o nariz.
- Aaah... Gente? – Rony chamou, apontando a parede. – Nada bom...
Escrito em letras garrafais, com sangue fresco, haviam as palavras:
A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA
INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO!
- E o que é aquilo? – Harry perguntou, apontando para uma sombra dependurada sobre o lustre. O quarteto se aproximou para ver melhor, Harry chegando a tocar na coisa, quando perceberam o que era.
Era Madame Nor-r-ra. Estava dura como uma estátua, o olhar vidrado, e gélida.
- Ah não... – Rony comentou. – Não, não, nada bom. Nada bom, vamos sair daqui, agora!
- A gente não devia ajudar? – Harry perguntou.
- Harry, péssima hora pra ser o bom moço. É a gata do Filch! Se ele pega a gente aqui...
Tarde demais. Um barulho imediato de passos indicou que a festa tinha acabado, e todos os alunos estavam vindo naquela direção. O quarteto gelou, e logo o corredor estava cheio.
O barulho morreu. Todos olhavam chocados para a pintura e a gata. No meio das pessoas, Draco sentiu o sangue subir ao rosto. Era isso, então. Era isso que seu pai estava falando que ia fazer. Sentiu um súbito instinto de escrever para ele, pedir por novidades, mas se conteve. Por agora, seria o bastante apenas comemorar.
- Inimigos do herdeiro, cuidado! – ele gritou, da multidão. – Vocês serão os próximos, sangues-ruins!
Gente, eu tento, eu juro que eu tento, mas não consigo não amar o Draco :v
Beijos e abraços
Gaby Amorinha
Nox!
N/B: N/B: (Sem betagem até o momento)
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