Intrigas
17. Intrigas
“Os mistérios, quando são muito maliciosos, escondem-se na luz.”
Jean Giono
Espantei-me, quando me vi outra vez naquele escritório e encontrei o Tom Riddle aka Voldemort, em pé, em frente à lareira. Quando ele me viu, sorriu e eu senti um arrepio ao pensar no que ele iria fazer… será que era ali que ele tentaria finalmente me matar? Ou desta vez não me ia deixar sair?
- Não esperava falar contigo tão cedo, Harry. – Ouvi-o dizer, com o tom de voz calmo e sedoso que tinha usado da outra vez. – Aconteceu alguma coisa?
Aconteceu alguma coisa?
Não tinha sido ele que me tinha chamado ali?
- Não. Eu é que devia perguntar porque estou aqui.
Ele alargou o seu sorriso.
- Desta vez a culpa não foi minha. Eu senti-te a queres entrar pelo nosso link e pensei que desejasses falar comigo. – Ele perdeu o sorriso quando olhou para mim mais fixamente. – Pareces perturbado. – Observou.
Eu suspirei e sentei-me no sofá mais perto de mim. Eu estava no reino dele e já que estava em perigo, de qualquer forma, que me pusesse confortável.
Ele podia parecer jovem e inofensivo, apesar de ter sempre uma aura de poder, no entanto, eu não me ia deixar ser enganado. Com ou sem loucura, ele era o Voldemort e eu não me iria esquecer disso. Tudo mostrava que ele só me estava a querer usar com alguma finalidade, por isso, nunca na vida eu lhe iria contar.
Eu tinha-o defendido porque eu respeitava a privacidade dele mas confiar era uma coisa completamente diferente.
- Não estou. Estou só cansado por vir para aqui em vez de dormir.
Ele inclinou a cabeça, mostrando que me estava a ouvir com atenção, no entanto, os seus olhos denunciaram, por um instante, que ele não tinha acreditado em mim.
- Eu compreendo e aconselho-te a aprenderes oclumência, que é arte que permite controlar a tua mente e protegeres-te das minhas tentativas de falar contigo. Assim, só falas quando quiseres e podes ter uma boa noite de sono. Se quiseres, eu ensino-te mas acredito que isso não seja o mais aconselhável. Tu não confias em mim e quando aprendes esta arte, involuntariamente, dás a conhecer à outra pessoa as tuas memórias, principalmente, as mais difíceis.
Eu pisquei os olhos, confuso. Porque é que ele era uma pessoa tão confusa?
Eu sabia que ele era um psicopata, ou tinha sido… era das pessoas mais perigosas e desejou que eu tivesse morto durante muito tempo. Então porque é que agora era simpático? Até se oferecia para me dar aulas? Porque é que não era consistente nas suas acções??
- Bem, visto que não me chamou posso voltar aos meus sonhos? – Perguntei, querendo parar de pensar sobre aquele assunto. Era demasiado cansativo e eu não ganharia nada em pensar sobre ele. Quando menos interagisse com o Voldemort, melhor.
- Pensei que soubesses que não és um recluso, Harry. Estás livre de sair quando quiseres. – Ele viu-me levantar e continuou. – Acho que o meu isolamento está a fazer-me uma pessoa solitária. Esperei, sinceramente, que quisesses conversar. – Ele deu um sorriso triste e eu tive que me lembrar que ele era a mesma pessoa que atacou o Charlie, mandou atacar Hogwarts e pelos vistos era racista… falando disso…
- Espere. Eu queria tirar uma dúvida. – Eu sabia que estava a navegar em águas perigosas e que a minha dúvida poderia fazê-lo atacar-me, no entanto, eu não me contive.
- Diz.
- Ontem, disse que queria lutar por um mundo mágico mais justo, no entanto, eu vim a descobrir que era contra os nascidos Muggles. Que mundo justo é esse?
Eu vi espantado, ele sorrir tristemente.
- É complicado. A história é muito comprida, por isso, senta-te. – Disse, fazendo um gesto para me sentar enquanto ele próprio se sentava. – Prometo, que te deixo ir dormir quando quiseres.
Eu vi-o dar-me mais um sorriso triste antes de continuar a história dele e eu decidi seguir o pedido dele, sentando-me outra vez.
- Eu já te expliquei que anteriormente não estava em mim, sofri de loucura, dai as minhas ações mais bruscas e violentas. Nessa loucura eu sentia tanta raiva, tanto ódio pelo que passei no Mundo Muggle, que só queria que eles morressem todos, incluindo os nascidos Muggles. – Eu olhei de olhos arregalados para ele e ele deu-me um sorriso cansado. – Eu agora vejo o erro nas minhas acções e se me conseguisse redimir delas acredita que fazia isso. No entanto, não se pode mudar o passado.
- Eu…
- Espera. – Ele disse, cortando-me e fixando os seus olhos, cor de rubi nos meus. - Eu expliquei-me mal. Eu acho que tu consegues perceber o que eu passei, tento estado num orfanato, também. Como é forte a sensação de revolta e de ninguém nos compreender e querer. De não ser adoptado e os outros garotos gozarem connosco. – Eu olhei espantado para ele. Ele não sabia que eu tinha sido adotado? – Do outros adultos nos desprezarem e nos sentirmos a mais no mundo porque nós somos os órfãos da sociedade, os restos… - Ele olhou para mim e sorriu tristemente com o que viu. – Eu consigo perceber que tu também passaste, infelizmente, pelo mesmo que eu. Então, imagina-te agora a descobrires o mundo mágico com 11 anos e a veres que é uma sociedade completamente diferente, onde o poder, realmente importa, sendo completamente aceite e tendo tudo o que sempre desejaste. No entanto, todos os Verões voltavas para a outra realidade, uma que só querias ter nos teus pesadelos. Eu acabei por ficar com uma sensação tão grande, de raiva com o Mundo Muggle que a passei para os nascidos Muggles, afinal, para mim, eles também eram Muggles.
- Mas você também era…
Ele sorriu, o primeiro sorriso frio e sem vida, que o vi dar.
- Eu não era. Se a minha mãe não tivesse morrido com o meu nascimento, eu tinha sido criado como o nobre descendente da linhagem Slytherin. – Slytherin… um dos fundadores de Hogwarts. – E eu tinha tido tudo com o que sempre sonhei. – Ele disse aparentemente orgulho da sua linhagem. – Mas a minha mãe morreu e eu acabei por crescer com ideias revolucionárias, a querer mudar o sistema porque ele também não era perfeito.
- Mas então porquê só atacar, maioritariamente, os nascidos Muggles?
- Eu não os ataquei, maioritariamente. Só não os defendi. Diz-me uma coisa, Harry… tu não tens orgulho da família real inglesa? Da rainha?
Eu abri a boca espantado… o que tinha isso relacionado?
- Sim mas não…
- Então, para o mundo bruxo, a família real são os sangue-puros porque têm o conhecimento das gerações passadas e só assim é que a sociedade consegue melhorar. Não é só conhecendo o mundo mágico a partir dos 11 anos, que se consegue ter uma compreensão, de forma a termos uma sociedade eficiente e optimizada. Nós precisamos de pôr essas famílias no poder para conseguirmos restaurar completamente o sistema e evitar assim a maioria dos problemas existentes. É isso que eu defendo. Acho que mesmo com a tua curta experiência, consegues perceber que este Ministro é incompetente.
Eu assenti. A maioria das conversas ao jantar, eram sobre como este Ministro era corrupto.
- Mas então é só substituir.
- Não é assim tão fácil. Os outros também eram e foi isso que me fez ver que precisávamos de mudar. – Ele disse com tanto vigor que olhei para ele espantado. Ele era realmente uma pessoa carismática. – Eu queria justiça! Eu queria que nunca acontecesse às outras pessoas o que nos aconteceu a nós. Bruxos perdidos no mundo Muggle, onde eram desprezados pelo seu poder.
- Mas não era contra os nascidos Muggles?
Vi-o paralisar e tive a certeza que ele não esperava que eu o interrompesse enquanto ele discursava.
- Era contra as regalias que eles estavam a ter porque eles não tinham conhecimento, conhecimento tal que eu pretendia começar a dar, a partir do momento em que eu tivesse o meu modelo da sociedade a funcionar. Ai já não haveria a distinção porque todos tinham o mesmo conhecimento e conhecimento é poder.
Eu percebi que ele tinha mesmo um sentimento extremamente negativo em relação aos Muggles e consequentemente, aos nascidos Muggles mas decidi evitar falar disso. Ele ainda era o Voldemort, psicopata…
- E esse pensamento levou-me a ter ações mais bruscas porque eu fiz o que nunca ninguém deveria fazer… Envolvi-me até ao extremo na magia negra que é o ramo onde eu sentia uma maior afinidade.
Magia negra… o tabu… o que fazia os bruxos serem violentos.
- Quem usa a magia negra só quer o mal… isso não é uma desculpa.
Ele primeiro olhou chocado para mim e eu esperei que ele me lançasse uma maldição, por falar mal, daquele ramo da magia que ele, pelos vistos amava, mas mais uma vez espantou-me, gargalhando, simplesmente.
- Eu esqueci-me que tu ainda não tens o conhecimento do mundo bruxo que uma pessoa da tua idade deveria ter. A magia negra não carateriza uma pessoa como má como a magia branca também não carateriza uma pessoa como santa. São simplesmente aptidões. Existem pessoas com maior facilidade para a magia negra como no meu caso ou para a magia branca como, principalmente, a tua mãe ou o Dumbledore. O problema acontece quando entramos nos extremos desse ramo da magia onde no caso da magia negra, causa loucura e no caso da branca, existem consequências a nível da vitalidade das pessoas.
- Isso também ocorre para magia branca?
Ele riu.
- É pouco conhecido porque são os seus utilizadores que ganharam as últimas batalhas e controlaram a informação sobre estes casos mas isso acontece. Se perguntares aos teus pais, eles próprios vão admitir que essa magia também tem um preço muito elevado. – Ele disse aquela frase com um tom tão sério e macabro que eu lembrei-me com quem estava a falar… o Voldemort… - Enquanto que os utilizadores da magia negra precisam de uma grande determinação e força mental, os da magia branca precisam de vida porque essa magia é realizada a partir disso. – Disse voltando ao seu tom normal e eu fiquei confuso sobre o porquê da mudança. - É por esse motivo que a magia negra causa a loucura e a branca causa sérios problemas aos utilizadores, sendo o mais drástico, a morte. No entanto, eu não conheço muito sobre a magia branca por motivos que tu podes concluir.
Eu fiquei em silêncio absorvendo a informação como se a minha vida dependesse disso.
Então existiam dois grandes ramos da magia: a branca e a negra e não era a sua utilização que definia as pessoas, era o que as pessoas faziam com ela. Ou seja, elas eram naturalmente inofensivas mas se tentássemos chegar aos extremos de cada magia, isso traria consequências elevadas.
- O que é que são os extremos?
Ele estreitou os olhos para mim e eu vi o quão perigoso e poderoso, ele era…
- Desculpa, não te vou dizer. – Disse, voltando ao seu tom calmo. – Os extremos são demasiado tentadores e apesar de eu acreditar que conseguirias resistir, eu não te quero tentar. O meu erro e o de muitos outros pode ser repetido por ti e eu não vou permitir isso.
- Então, eu também tenho uma aptidão para a magia negra?
Ele riu.
- Nós somos parecidos, de personalidade, poder, história mas nisso não somos. Tu és uma pessoa única Harry.
Eu senti a minha irritação crescer. Todas as pessoas achavam que ao dizer-me aquela frase: “tu és uma pessoa única” ou “tu és especial” me faziam sentir bem. Aquilo só me irritava!
- Eu não sou diferente das outras pessoas!
Isto fê-lo rir-se ainda mais.
- É claro que és! Tu tens tanto poder que as pessoas já te respeitam e temem mesmo tendo acabado de entrar no mundo mágico. Pessoas como nós, Harry, são muito raras e é, por isso, que temos que ser nós a mudar a sociedade. Porque nós temos o poder e é o poder que faz a diferença.
Eu senti-me cerrar o maxilar.
- Isso não é bem assim!
Ele suspirou e deve ter percebido o meu humor porque se acalmou.
- Harry, tu és cinzento. Ou melhor, agora és cinzento, ou seja, podes usar magia negra e magia branca porque tens igual aptidão para as duas. Eu até diria que já foste marcada por extremos dos dois lados da magia e foi por isso que consegues ter essa habilidade única. Ter uma facilidade extrema para usar magia branca ou negra à vontade.
Eu cocei a cabeça, tentando acalmar-me e organizar os meus sentimentos.
- Todas as pessoas não podem usar uma ou outra magia?
Ele observou-me, pensativo.
- Até uma extensão sim. No entanto, os meus feitiços na magia branca são muito fracos e os feitiços do Dumbledore, o Lord da Luz, que usam magia negra são também muito fracos. A nossa magia rejeita o outro lado porque nós pertencemos claramente a um lado. A maioria dos bruxos são fracos, o que faz com que até consigam usar os dois lados, no entanto, os feitiços são também fracos. Depois existem os outros, que têm uma aptidão para um lado, como eu, o Dumbledore, os teus pais. Mas não é isso que marca uma personalidade, isso é um preconceito apenas afinal o Black é um seguidor do Dumbledore, um Lord da Luz e eu tenho seguidores que usam magia branca. – Ele deve ter visto a minha cara de confusão porque sorriu, tentando descontrair-me. – Bem, mas acabei, mais uma vez, por me estender. Eu gosto de falar contigo Harry, por isso, sempre que quiseres, até aprenderes oclumência, pensa em mim antes de dormires que eu venho falar contigo. Agora, vai dormir. Dorme bem, Harry. – Ouvi a sua voz sedosa e dai fui para o meu mundo dos sonhos, onde sonhei com as minhas memórias do orfanato.
***OLC***
- Compreendo. – Disse, calmamente o Dumbledore quando o Sirius acabou de falar, explicando-lhe o que tinha acontecido com o Harry.
O Sirius esperou que ele desse mais detalhes mas ao perceber que ele não ia dizer mais nada, só observava um objecto da secretária, pensativamente, não se conseguiu conter.
- Compreendes, Albus? O Harry está a falar com o Voldemort! Como é que podes compreender isso?
O Dumbledore fixou os seus olhos azuis no adulto e suspirou, mexendo distraidamente na sua longa barba.
- Não posso dizer que esperava que isso acontecesse, Sirius, mas eu compreendo. – Ele murmurou, recostando-se mais contra a cadeira. – Tens que te lembrar que estamos a agir contra o Tom Riddle não é contra o Voldemort. O Tom Riddle é astuto e, principalmente, manipulador. Nunca tinha pensado nesta hipótese mas é um plano inteligente.
- Mas Albus não estás a perceber a gravidade, o Harry…
- O Harry é um adolescente mais adulto do que alguma vez algum adolescente devia de ser. – O Dumbledore disse sério, levantando-se e virando as costas para o Sirius, observando os campos de Hogwarts, onde alguns estudantes estavam a brincar com a neve. – Não te esqueças do passado dele. Tenho total confiança para que ele saiba lidar com a situação.
- Mas Albus, ele não nos deu a memória.
- E é esse o problema, não é? – Ele perguntou, virando-se outra vez e o Sirius conseguiu ver como a cara do Dumbledore parecia velha e cansada, ao falar sobre o assunto. – Como eu te disse, meu rapaz, nós estamos a lidar com o astuto Tom Riddle, não é com o psicopata Voldemort. Eu conheço o suficiente do Tom para saber que ele usou o seu passado em comum com o Harry, para fazer o Harry sentir uma ligação com ele e é essa ligação que o impede de nos dar a memória. Confia no Harry, Sirius.
- Mas ele…
O Dumbledore fechou os olhos, como se tivesse com dor e quando os abriu, o Sirius ficou espantando ao ver, verdadeiramente, dor, refletida naqueles olhos.
- O Harry sofreu durante toda a sua vida, devido aos adultos. Isso impede-o de confiar nas pessoas. É isso que o Tom não sabe e é, por isso, que o plano dele vai falhar.
- Mas então queres que fiquemos assim? Sem fazer nada? Só à espera? E se essa suposição estiver errada?
O Dumbledore ficou em silêncio e sentou-se mais uma vez.
- Não vai. O Tom gosta demasiado de sangue e guerra para ficar quieto por muito tempo, sem fazer algo que o denuncie. Se não estou errado, está a querer ingressar na sociedade, como o jovem Tom Riddle e os seus seguidores estão a fazer com que ele tenha sucesso. O Voldemort está realmente morto, se ele for sucedido nessa sua ação e antes que perguntes Sirius, nós não temos provas que o Tom Riddle é a mesma pessoa que o Voldemort. Ele está protegido e também não podemos fazer muita coisa além de atrasar o seu ingresso na nossa sociedade. No entanto, o Fudge é um tolo e não me espanto se daqui a algum tempo ele o controlar.
O Sirus ficou estupefacto a ouvir o Dumbledore e este sorriu levemente, ao ver a expressão no mais novo.
- Eu já me estou a dispersar outra vez, não te inquietes com isto, Sirius, que eu sei como resolver. Sobre o Harry, não te preocupes. Ele é um jovem talentoso e inteligente o suficiente para desconfiar que está, simplesmente, a ser usado. Deixa-o falar que se o Tom está interessado nele, então até é melhor para ele porque fica protegido, até o treinarmos.
Ficaram num silêncio constrangedor até que o Sirius não aguentou e voltou a falar.
- Albus, desculpa-me, por discordar, no entanto, nós não podemos só esperar. Eu não vou deixar o Harry sofrer mais, agora que está finalmente connosco. O Voldemort não lhe vai fazer nada de bem.
O Dumbledore suspirou e tapou a face com as mãos, mostrando pela primeira vez, fraqueza, para o mais novo.
- Sirius, nós só podemos esperar. – Ele disse cansado, tirando as mãos da sua face e mostrando os seus brilhantes olhos azuis, cheios de pesar. – O que vocês não percebem é que o Harry é incapaz de confiar nos adultos. Ele pensa sempre o pior deles e é essa a nossa vantagem em relação ao Tom. Ele pode usar o elo do passado para criar uma ligação emocional entre eles e até pode resultar porque ambos sofreram, no entanto, o Harry nunca vai confiar numa pessoa como o Tom. Tens que acreditar nele.
- Albus mas…
- Sirius, lembraste quando te disse que a única pessoa que iria fazer o Harry mudar a sua opinião sobre ir viver convosco, era a tua filha? Quando ele pensava que iria fazer mal a todos que vivessem com ele?
- Sim.
- Nunca te perguntaste o porquê?
O Sirius não respondeu ficando em silêncio. Lembrou-se daquela altura, em como todos queriam ir falar com o Harry, para o fazer saber que não iriam desistir dele por muito que ele lutasse contra eles. No entanto, o Dumbledore não tinha deixado, dizendo que aquilo só o iria fazer afastar. Que a única pessoa que o Harry iria ouvir era a Natalie. Ninguém viu a lógica nessa escolha, sabendo perfeitamente que a relação deles era conflituosa mas a Natalie aceitou e, espantosamente, resultou. Ela nunca tinha dito o que foi falado naquela conversa e ele sempre pensou que fosse devido às suas características de Slytherin mas será que havia algum factor extra?
- Porque ela é astuta?
A face do Dumbledore suavizou, com o meio sorriso que ele deu.
- Também. Ela é uma representação viva das melhores características dos Slytherins. No entanto, não foi esse o motivo.
O Sirius sentiu uma sensação de orgulho, ao ouvir o elogio à sua filha, no entanto, o assunto era demasiado importante para ficar distraído.
- Então qual foi o motivo?
- O que eu disse anteriormente, ele não confia nos adultos. Além do mais, ele durante toda a sua vida, foi ou desprezado ou maltratado por eles. Ele não sabe reagir com pessoas que lhe querem bem e não consegue pensar que essas mesmas pessoas não têm um plano escondido, para estarem a agir assim. É devido a isso que vocês, com todo o carinho que lhe demonstram, são essa incógnita que ele tanto teme.
- Estás a dizer que devíamos de ser maus para ele? – Perguntou o Sirius, revoltado com a ideia.
- Eu nunca disse isso. – Disse o Dumbledore com um pequeno sorriso. – Eu só quero que vocês sejam verdadeiros com ele mas não podem pedir a curto prazo, a confiança dele. Isso só se ganha com o tempo e fico feliz em anunciar que acho que vocês estão num bom caminho. Não é por ele recusar uma memória que quer dizer o contrário. O Harry ainda é um adolescente e é um adolescente com um trauma, por isso, não avalies duramente as ações dele. Ele vai saber como agir contra o Tom mas, de qualquer das formas, fizeste bem em avisar-me. Vou começar as aulas para ele proteger a mente o mais rapidamente possível. A Lily pode ensinar-lhe durante a semana? – Ele viu o Sirius assentir. – Vou pedir ao Severus para lhe ensinar também, durante o fim-de-semana, no seu tempo livre. Acredito que ele não vá recusar.
O Sirius arregalou os olhos. O Snape iria ensinar o seu afilhado? Isso era impossível!
- Eu não o vou deixar ensinar! Ele…
- Não! – Cortou o Dumbledore, ouvindo a raiva na voz do Sirius, com uma autoridade que mostrava claramente o seu poder. – Não comeces, Sirius, que ele já se redimiu. Não te lembres só das coisas más, lembra-te de quando ele ajudou também. E além do mais, ele é um mestre que me consegue ultrapassar até a mim.
- O Voldemort pode ver na mente dele e ficas sem espião se isso acontecer.
O Dumbledore sorriu.
- Não te preocupes. Eu sei disso mas isto até pode reforçar a posição do Snape nos rakings dos Devoradores da Morte. Esta é uma decisão irrevogável e acredito que a Lily não se vai opor. Aproveitamos e ele também vai ensinar poções. O Harry não pode perder tempo e tem que aprender o máximo possível.
O Sirius suspirou e fechou os olhos, desejando por um momento, que aquela guerra nunca tivesse acontecido, o Harry tivesse crescido com eles e pudesse ter a adolescência normal que eles tinham tido.
- Porque é que tudo tem que ser tão complicado para o Harry? Porque é que ele não pode ser normal?
- Ele é normal, as circunstâncias da sua vida é que não são. – O Dumbledore suspirou, cansado. - Eu também só queria que ele tivesse uma vida normal mas este interesse do Tom nele, só reforça o fato que ele tem que estar preparado para a guerra. Eu não o vou deixar ficar desprotegido mesmo que isso prejudique a adolescência dele. Ele já sofreu demasiado e não vai sofrer por estar desprotegido. No Verão, arranjei professores mais próximos da idade dele, que acredito que o vão fazer socializar além de aprender mais um pouco. Ele tem que interagir com pessoas da idade dele, também.
O Sirius concordou, distraidamente, lembrando-se do isolamento que o Harry causava a si próprio, nunca indo ter com as pessoas por iniciativa própria. Ele precisava mesmo de falar mais com as pessoas.
- Já agora, Sirius, pensaste na minha proposta?
Ele piscou os olhos, não se lembrando do que o mais velho estava a falar.
- Qual proposta?
O Dumbledore riu levemente.
- Eu sei que te falei antes do Natal mas pensei que tivesses levado mais a sério. De seres professor de DCAT?
O Sirius mordeu o lábio, pensativamente. Com as confusões familiares nunca mais tinha pensando naquilo. Sendo sincero, também nunca pensou que o Dumbledore estivesse a ser sincero naquela proposta. Quem diria, que o Maroto Sirius Black seria convidado a dar aulas?
- Eu até aceitava, nem que fosse para estar perto da minha filha, do Char e do Harry mas eu não posso. Se eu sair, tu sabes tão bem quanto eu que o Malfoy vai lutar pelo meu lugar no Winzegamot. O Frank não pode estar sempre a representar as 3 casas.
- Os Diggory agora são vossos aliados. Não podem usar esse apoio, caso queiras sair?
O Sirius suspirou.
- Isso não é assim tão fácil. Não vou dizer que os Diggory serem nossos aliados, incondicionalmente, agora não nos é útil, até porque eles trouxeram outras casas mas o poder está demasiado distribuído. Se nós falharmos aquelas leis podem passar. Nós somos a última linha e não posso arriscar perder essa vantagem que estamos a ganhar agora. O Moody não pode continuar?
- Temo em dizer que ele não quer ensinar mais. Quer concentrar-se só na guerra que está por vir. A minha outra opção era o Remus mas o Ministro não vai aceitar, principalmente, com as novas leis. – O Dumbledore suspirou. – E o Fudge está a querer entrar nos assuntos de Hogwarts. Não sei se por influência do Lucius ou do Tom mas não o vou deixar fazer o que quer.
O Sirius franziu as sobrancelhas, pela primeira vez, percebendo o significado que o Tom Riddle estava a entrar na sociedade.
- Espera, como é que o Voldemort está a entrar assim? Nós temos que o prender se tivermos a oportunidade. O James….
- O James não pode fazer nada. – O Dumbledore suspirou, cansado. – Como te disse nós estamos a lidar com o Tom Riddle, o jovem e enigmático, Tom Riddle. Ele tem a aparência de quem acabou Hogwarts não é a que as pessoas aprenderam a temer. Não existem provas físicas de que ele é a mesma pessoa que o Voldemort, apesar de ele usar a sua descendência de Salazar Slytherin para a sua influência crescer.
O Sirius estreitou os olhos.
- Todos sabem que o Voldemort era descendente do Slytherin.
- Sabem? – Perguntou, o Dumbledore, calmamente. – Ou sabem que ele dizia que era um descendente de Salazar Slytherin? Além do mais ele tem o apoio incondicional das famílias mais antigas, as mesmas que eram antigamente Devoradores da Morte.
- Então, isso é tudo o que nós precisamos para ter as provas necessárias.
- Mas como vimos na lembrança do Harry, o Tom é jovem, bonito e carismático. Não tem nada que o denuncie como Voldemort. Nós sabemos que ele é o Voldemort mas estas memórias nunca iam funcionar numa corte, além que o Fudge não ia deixar mostrá-las. Ele está demasiado cego pelo Lucius.
- Tu disseste que tinhas isto controlado. O que é que tens planeado?
O Dumbledore sorriu e os seus olhos brilharam, misteriosos, fazendo ver o Sirius que ele era realmente um mestre de manipulações, quando queria.
- O jogo de influências é jogado por duas pessoas. Se não me engano, o Ministro quer pôr o jovem Tom Riddle como professor aqui mas eu não vou deixar que ele entre em Hogwarts, quanto mais como professor! – Ele murmurou, inconscientemente, mostrando a sua aura de poder. – Eu vou arranjar um professor para o lugar e apesar de desconfiar que isso não vai parar o Ministro de tentar influenciar, Hogwarts, o Tom Riddle não vai entrar em Hogwarts.
- Como vais impedir?
O Dumbledore sorriu enigmático, mais uma vez, e o Sirius teve um arrepiou, ao observar.
- O poder do boato. Se eu for dizer que o Tom Riddle é o Voldemort, acusam-me de loucura. Se continuar a dizer que o Voldemort está vivo, chamam-me de maluco que quer conquistar o Ministério. No entanto, se eu disser que o Tom Riddle vai ser o novo Lord das Trevas, tendo ele o Salazar e o Voldemort como ancestral, ninguém concorda nem nega. O medo é uma ferramenta poderosa, como o Voldemort fez ver e eu sei que isto não vai ser efetivo mas tendo o apoio dos membros da Ordem, vai atrasar o seu avanço. Só preciso de conseguir o suficiente para ele se frustrar e começar a demostrar a sua verdadeira personalidade.
- Albus, - disse o Sirius cauteloso – eu acho que isso não é suficiente.
- E não é. – Ele disse com tanta certeza, que o Sirius ficou espantado. – Isto é só o início. O Tom Riddle está a crescer, com o nome mas tem segredos. Sabes como é que ele justifica a aparência, tão nova? – O Sirius negou com a cabeça, fazendo-o continuar. – Dizendo que é filho do Tom Riddle, o jovem adulto que desapareceu com pouco mais de 20 anos. É um plano inteligente mas o facto de ser mentira, tem tantas falhas que é fácil ganhar tempo com elas.
- A certidão de nascimento?
- Também mas já falsificaram uma. Diz que foi ensinado em casa pelo pai, o jovem prodígio que fazia negócios e morreu quando ele ainda tinha 16 anos. Ficou o resto do tempo com uma família em França, sem dúvida, ligada aos Malfoy e agora voltou, aproveitando o apoio dos antigos aliados do seu pai.
- E a mãe?
- Uma jovem bruxa, sangue-puro, que morreu há alguns anos, da França. Sem dúvida também ligada aos Malfoy. A mudança das raízes para França é uma forma de justificar a falta de dados. Infelizmente, é demasiado fácil falsificar informações. – Ele suspirou. – Mas mesmo assim existem pessoas que estão desconfiadas e eu estou a usá-las como barreira. Ele sabe que Hogwarts está fora de limites e até agora está a respeitar a distância. Inclusive, está a fazer com que o meu conhecimento sobre ele seja muito escasso e nunca tenha tido o prazer da sua presença.
- Tem medo…
- Não acredito que tenha medo, no entanto, ele sabe que um confronto comigo pode estragar a minha reputação, fazendo-me passar por maluco mas também estragará a dele, nesta fase tão inicial. Ele só me vai enfrentar quando tiver mais poder.
- E vais deixá-lo fazer isso?
O Dumbledore assentiu, sorrindo.
- Também me convém. Não é só ele que está a usar este tempo para se preparar para a guerra. Este Tom Riddle é mais fatal que o Voldemort alguma vez será, porque está lúcido e, como tal, tenho que tomar medidas mais drásticas. Hogwarts, vai mudar para o ano. Vai estar mais segura e os alunos vão ser melhor preparados. Vou aproveitar esta pressão do Ministro para fazer essas mudanças.
- E o Riddle?
- O Riddle vai ser descoberto, calmamente, e com tanto facto que nem vai conseguir defender-se. É a única forma. Até lá vai ter uma oposição muito forte politicamente e estou a planear outras ações. Acredita, que ele só vai entrar em Hogwarts se eu for expulso como Director.
O Sirius suspirou.
- Mas eu vou ter que recusar Dumbledore.
- Não faz mal. – O mais velho disse bondosamente. – Acho que tenho o candidato ideal em mente, receio é que o James vá perder um bom Auror. Tu estares no Winzegamot vai-me ser útil no plano para parar o Riddle. O que achas de criar um grupo neutro, que tenha frações dos puro-sangue e dos Nascidos Muggle?
- Como assim? – Perguntou o Sirius, não percebendo como ele queria fazer aquilo tendo o Dumbledore uma fama tão grande de ser o Lord da luz.
- Temos um jovem herói connosco, Sirius. O Harry ajudou muitas famílias naquela noite e nós podemos aproveitar isso, começando pelos Diggory…
---OLC—
Quando voltei a acordar continuei preocupado e cheio de emoções. Raiva, angústia, incerteza e, estranhamente, dor. Dor por saber que tinha feito sofrer a Lily e o Sirius e que eles não mereciam. No entanto, eu sabia que não podia dar aquela memória. Ela era demasiado pessoal.
Suspirei, levantei-me e fui vestir um fato mais desportivo.
Eu estava com demasiada energia contida dentro de mim e eu sabia como acalmar a minha mente… correndo. Por isso, sai do quarto e fui para a rua, para a zona do lago e comecei a correr. Senti a minha mente relaxar, daqueles pensamentos autodestrutivos e senti a minha paz interior, que só tinha quando estava a correr, retornar.
Já não me interessava se o Tom Riddle era um psicopata ou não… se tinha agido muito mal com o Sirius e a Lily ou não… só interessava a minha respiração e continuar a correr, tentando passar os meus limites.
Senti o meu coração bater com o esforço, daquela corrida e eu sorri. Pela primeira vez, desde que descobri aquele mundo, eu estava em paz, a sentir o vento bater contra mim, a esforçar-me para tentar correr sempre mais, sem pensar naquele estranho mundo. Aquilo era a minha verdadeira casa e essência e não sei como passei tanto tempo sem correr.
Continuei assim por algum tempo, aproveitando o vento frio que batia contra mim para me refrescar. Só parei quando ouvi passos e senti alguém parar perto de mim. Olhei para trás e espantei-me ao ver o Remus com a Rose e o Charles, sendo que este último olhava para mim como se fosse maluco.
- Não sabia que gostavas tanto de correr. Podia arranjar-te um sítio dentro de casa para fazeres exercício e não teres o risco de adoeceres.
Eu sorri para o Remus, decidindo fazer uns alongamentos.
- Eu gosto de correr na rua. Tem um efeito refrescante.
O Remus assentiu distraidamente, parecendo perdido em pensamentos.
- O Harry até costumava acordar mais cedo para correr de manhã, é um hábito que tem. – Disse a Rose e eu sorri para ela, concordando silenciosamente. Ela era mesmo a única que me conhecia.
- Podemos ajudar-te a fazer isso, se te faz sentir bem. – Disse o Remus chegando mais perto de mim. – Se quiseres arranjamos uma sala que pode servir de ginásio, só é preciso dizeres o que queres.
Eu neguei com a cabeça, divertido. Eu tinha feito muitos exercícios e não me importava de voltar a eles, no entanto, a minha paixão estava mesmo em correr, pela liberdade que esse ato me permitia.
- Eu só preciso de correr ao ar livre. Não preciso que façam isso porque raramente iria usar.
O Remus assentiu.
- Temos mesmo que te ensinar a voar. – Ele murmurou. – Acho que vais adorar.
Eu dei de ombros enquanto me esticava para chegar aos meus pés. Voar, numa vassoura, como nas histórias antigas de bruxas, não era algo que esperava ansiosamente. Via a atração, na liberdade e facilidade que aquilo daria mas também via o perigo.
- Só experimentando. – Disse e só naquele instante é que me lembrei da aula que não tive. – Desculpa, Remus, eu adormeci. Estás aqui há muito tempo?
Ele negou com a cabeça, simpático.
- Eu tive que negociar umas entregas na loja e atrasei-me. Como estava muito atrasado, aproveitei e fui buscá-los, primeiro. A nossa aula hoje começa tardiamente.
Desconfiei que eles o tinham avisado da discussão à hora de almoço mas decidi não comentar sobre o assunto.
- O que vamos aprender?
- O que achas de continuarmos com Defesa contra as Artes das Trevas? – Perguntou o Remus, sorrindo quando me viu assentir. Ele sabia perfeitamente que de todas as disciplinas, aquela era a que eu gostava mais. No entanto, qualquer uma era mágica para mim. Sempre que fazia um simples feitiço, como um Lumus, ficava espantado. Havia uma parte de mim que ainda não acreditava que eu conseguia fazer magia.
- Posso assistir? – Perguntou a Rose ansiosa. Eu decidi parar de alongar, rindo-me da ânsia e sede de saber que a Rose tinha. Muito dificilmente conhecia alguém mais ambicioso que ela.
- Hoje podem. Vamos só rever os básicos. Nunca esperei que fosses um aluno tão bom, Harry.
Eu senti o meu peito apertar-se, contra a minha vontade, ao ouvir o elogio.
- Obrigado mas ainda estamos na matéria do primeiro ano. Não sou um aluno assim tão rápido.
O Remus riu-se, como se tivesse dito uma piada muito boa.
- Eu nunca esperei que estivéssemos tão avançados. Se continuares com essa aptidão para aprenderes acredita que aprendes tudo o que foi dado no primeiro ano, num mês, no máximo. Mas isso também é devido ao teu esforço, que sei que já estás a ler os livros do segundo ano e usas todo o teu tempo livre para aprenderes.
Pareceu-me ouvir um ligeiro tom de repreensão, como se ele fosse contra essa minha decisão mas decidi ignorar.
- Certo, então vou só tomar banho e podemos começar.
O Remus assentiu e começamos a ir para casa. Olhei para o Charles que ainda não tinha dito nada. Dia após dia, ele andava cada vez mais calado. Já tinha perguntado à Rose se ele era também assim nas aulas e fiquei preocupado quando ela disse que só falava um pouco mais e que não tinha grandes amizades com os Muggles.
- Como correram as aulas? – Perguntei, olhando para o Charles, à espera que ele respondesse mas mais uma vez foi a Rose.
- Bem, nós hoje começamos com matemática e…
Eu suspirei e o meu cérebro, sem querer, desligou-se, ignorando o que ela estava a dizer. O Charles assentia, distraidamente e continuava sem dizer nada.
Eu conhecia aqueles sintomas, de isolamento e de não ter energia para nada e isso só me fazia lembrar das palavras da Natalie. Ele estava realmente traumatizado e antes daquela confusão toda, eu tinha sido a pessoa que o tinha feito relaxar.
- Harry, estás a ouvir-me? – Perguntou a Rose, olhando para mim, com uma expressão irritada, que me fez rir.
- Desculpa, estava distraído. Mas então o que é que tu e o Charles fizeram à hora de almoço?
Ela continuou a falar e eu ouvi-a, no entanto, uma parte da minha mente estava reservada para o Charles. Se eu o podia ajudar, iria, mesmo que fosse preciso muito tempo e paciência para isso.
N.A. Primeiro de tudo quero dizer que como já devem ter reparado, existem algumas personagens vivas e sãs que não estão nos livros. Alguns, já devem ter reparado como os pais do Neville e outros só vão reparar mais para a frente. Esta mudança tem motivos que é o facto do James e a Lily também estarem vivos e de alguma forma terem influenciado o resultado final nessas batalhas.
Bem, dito isto, primeiro quero dizer que pus o capítulo dentro do prazo. Urra, para mim! Outra coisa é que o próximo capítulo também já está escrito mas como vou de férias e não sei se levo o pc (vai-me atrasar a escrita) vou tentar adiar para não terem um grande intervalo entre os capítulos.
Agora sobre este, não é um capítulo que goste muito e desconfio que tenha algum erro (se virem, avisem) mas tinha que existir. Tem muitas mensagens escondidas que se num futuro, depois de saberem todas as respostas a alguns mistérios, voltarem a ler vão ver que a resposta já estava aqui. O Harry é que não conseguiu perceber isso.
Sobre o próximo capítulo, estou um pouco ansiosa porque eu gosto muito dele. Tem Hermione, mais Hermione e mais um bocadinho de Hermione. Vou dar já um aviso, eu sei que algumas pessoas estão curiosas sobre quem é o par romântico do Harry e eu vou só dizer isto sobre isso. Nesta fic, a amizade vai ser quase tão importante como o romance. Tanto que vai haver um desenvolvimento de uma amizade em Hogwarts que até pode ter em algumas partes mais protagonismo que esse romance. Eu acho que a amizade pode ser tão bonita quanto um desenvolvimento de um romance e eu acredito que essa amizade pode ser tanto entre pessoas do mesmo sexo como pessoas de sexo diferente. Então não pensem que só por o Harry ter relações especiais com a Natalie, com a Hermione e outras pessoas que vão aparecer que vai querer dizer que ele está secretamente apaixonado por todas. Não está.
Bem, acho que está tudo, por isso, vou deixar só uma cena que eu gosto muito do próximo capítulo e despeço-me.
Ela sorriu, dando-me um sorriso brilhante, que mostrava os dentes da frente maiores que o normal e que me conseguiu reconfortar.
- Hermione Granger. – Ela disse, estendendo uma mão. – E eu realmente não quero saber…
PS: Dia máximo até o próximo capítulo: 31 de Agosto (provavelmente, daqui a pouco mais de uma semana).
PPS: Capítulo 6: Nós somos humanos corrigido.
PPPS: Com este capítulo ou chego às 100 mil palavras ou fico muito perto. Esta fic está a ficar gigantesca.
Milton Geraldo da Silva Ferreira: Eu tentei mostrar o lado de um órfão que nunca sentiu o que era ter pais. Não sei se consegui ser precisa mas espero que sim. Obrigada por comentar :D.
Neuzimar de Faria: Sim, a suposição é completamente correta. O Riddle pensa que conheçe o Harry e como o Dumbledore disse, isso pode causar muitos problemas para o lado dele.
Este capítulo já começou a ser informativo mas acho que ainda não deu as respostas que desejava :p. Obrigada por comentar e espero que tenha gostado ;).
Comentários (3)
Essa fic so me deixa mais impressionada :D ...muito legal...Boas ferias,irei aguardar anciosamente os proximos capitulos.Amo Harry e Hermione como um casal,mas caso isso não aconteça(como aconteceu no filme)..apoio totalmente seu ponto de vista sobre a amizade ser mt importante...e a amizade deles é linda...To esperando hein?!rsrs.bjs
2013-08-19No aguardo da próxima atualização...
2013-08-15Olá! Pelo que entendi, a grande defesa do Harry contra o Tom vai ser a dificuldade de confiar nas pessoas ? Um dos grandes problemas do Harry vai se transformar em sua grande defesa ? O Tom realmente não o conhece. Que coisa ! Aguardando cenas dos próximos capítulos. Boas férias e até lá!
2013-08-15