NA IRMANDADE DA RAPOSA



    Harry concluiu rapidamente que aquela noite estava perdida. Além de não terem mais que três horas antes do amanhecer, ele sentia-se como se uma tropa inteira de trasgos o houvesse pisoteado. Era melhor mesmo descansar.
Caius saiu da igreja e foi andando em passos largos, o coração habitualmente duro de pedra carregado do velho sentimento de dor que ele lembrava de ter sentido apenas três vezes: quando Misty o traíra, quando Jane se fora e finalmente quando seu maior inimigo levou dele Lubna... agora as perdera novamente, em definitivo... elas estariam bem, mas e ele? Agora sentia-se infinitamente só em sua maldição, preso em um inferno com seus demônios particulares. Sentiu pela primeira vez desde que decidira se tornar um vampiro pacífico, a vontade de extinguir a vida de um sangue quente, apenas  para aplacar a raiva. Era difícil fingir que sua origem maligna não estava ali... mas estava, dentro de seu coração morto que cessara de bater há mais de trinta anos, estava acorrentado a ele como sua alma estava acorrentada no fundo do inferno. Com esse pensamento, desfez-se em névoa e deslizou para longe dali, pelo frio subeterrâneo de Nova Iorque.
Só quando saiu da igreja, Harry lembrou-se de olhar para Virginie. Realmente, agora a moça parecia realmente alguém de dezoito anos... não era preciso olhar muito para ela para ver o quanto estava feliz.
‒ Agora só falta conseguir de novo uma autorização para praticar magia ‒ ela sorriu, um sorriso franco e feliz, mas a esfinge, novamente com sua máscara de cão parecia amuada, quando falou:
‒ Mais um dono que eu vou ver morrer... é um saco viver muitas eras, não dá nem para fazer amizades direito... antes eu tivesse ficado mais uma era enterrada...
Harry riu e lembrou-se de perguntar a Virginie porque Caius entrara na Igreja.
‒ Vampiros não gostam muito de igrejas, nem se sentem à vontade dentro delas, mas não deixam de entrar em uma se realmente  necessário... mas você nunca vai ver vampiros brigando numa igreja... isso eles respeitam.
‒ Vampiros... brigam?
‒ Brigam, e são brigas medonhas... mas são brigas somente por poder, eles não conseguem se ferir com os próprios poderes, e se usam algo que possa ferir um semelhante, provocam dano em si mesmos idêntico ao que provocaram no oponente.
‒ Porque isso?
‒ Ninguém sabe ao certo... a lei que governa suas naturezas é diferente das leis da natureza deste mundo. Não saberia dizer a você porque, mas sei que é assim.
‒ Virginie... o que você sabe sobre os assassinatos?
‒ Eu vi um dos assassinatos... tenho algo comigo que identifica o criminoso.
‒ Como você viu?
‒ Bem... eu nunca tive amizade com vampiros da aliança, além de Caius, mas conheço quase todos os que hoje compõem a família, estava com uma das assassinadas quando aconteceu...
‒ Isso eu sei, Caius me disse... mas quem ele é?
‒ Prometi a Caius que não diria a ninguém, até o momento certo... é parte de nosso acordo.
‒ Virginie... eu salvei sua alma...
‒  Está bem... eu lhe direi amanhã. Eu prometo. Vá para seu hotel e descanse, Harry... se eu dissesse a você agora quem é, você não dormiria em paz.
Harry olhou o rosto da mulher um instante, então, bastante irritado desaparatou para seu hotel. Deitou-se ainda vestido olhando para o teto indignado... foi quando notou que havia alguém no quarto com ele.
‒ Um pulgento amuado...‒ ele levantou-se de um salto para encarar os olhos negros de alguém que o espiava sentado numa cadeira, na sombra ‒ lumos ‒ disse a figura e Harry aliviou-se quando viu que era o demolidor, usando um de seus disfarces favoritos, que ele não sabia, mas era na verdade quase idêntico à figura de  Arnold Schwarzenegger, só que talvez um pouco mais moreno.
‒ O que você quer?
‒ Apenas atormentá-lo por sua inconseqüencia e incompetência.
‒ O que você quer, Doom? ‒ Doom era o subapelido de Demolidor ‒ Ele sabe quem é, uma amiga dele sabe quem é... mas eles não querem me dizer... quer que eu faça o que? Use uma maldição cruciatus?
‒ Isso não funciona com vampiros e você sabe bem disso.
‒ Foi modo de falar... quer que eu o ameace com uma réstia de alho, então?
‒ Você anda estressado, garoto... não é para menos, poucos sobrevivem inteiros e mentalmente sãos depois de enfrentar alguém como Azazel... ‒ Harry parou olhando para o bruxo, que esboçou um sorriso cínico.
‒ Como você sabe disso?
‒ Temos nossas fontes ‒ disse ele entregando a Harry um pergaminho meio luminescente e intensamente branco onde reluziam letras douradas. Passando os olhos rapidamente, Harry pôde ver que estava escrito ali um pequeno resumo de toda a história desta noite.
‒ Quando você recebeu isso?
‒ Bem... na verdade, ele me entregou pessoalmente. Eu reclamaria por ser acordado tão  cedo e feito uma viagem continental forçada... mas não se discute com anjos. Ele me trouxe aqui, e acredite, a viagem foi mais rápida que uma aparatação... Com esta carta, livraremos Virginie Vermont de sua condição de renegada, e daremos a você uma promoção... Auror classe dois. Muito bom para alguém com 25 anos.
‒ Não entendo porque você veio me entregar a carta.
‒ De alguma forma, eu sou responsável por você...e mais uma coisa...
‒ O quê?
‒ Eu vou ficar por aqui até segunda... amanhã é sexta feira, consegui uma pequena folga nas minhas outras atividades. Mas não me chame hoje durante o dia... eu preciso me adaptar a este fuso horário chato...
‒ Porque você vai ficar?
‒ Como eu te disse... não se discute com anjos. Tome ‒ ele entregou a Harry uma pedra, gêmea de outra que ele tinha ao pescoço em um cordão ‒ objeto chave, sabe como funciona, use-o e ele irá automaticamente onde eu estiver, mas não me apareça em horas impróprias, ok? ‒ dizendo isso, Demolidor desaparatou levando a carta do anjo consigo.
Sem saber exatamente porque, um segundo depois disso Harry estava rindo.

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O dia foi passado estirado na cama, vendo as horas passarem-se inexoravelmente diante dos olhos dele, através do sol que batia na janela e da programação televisiva, que ele realmente achou muito sem graça, a não ser quando esbarrou por duas vezes nos comerciais protagonizados pelos Gêmeos Weasley, que agora trabalhavam enganando trouxas para o ministério da Magia se passando por bruxos fajutos, para que as pessoas achassem que não haviam magos de verdade. Isso realmente fazia Harry rir!
Ainda não anoitecera, quando o telefone do quarto do hotel tocou, e ele atendeu intrigado. Era Virginie, ele dera o telefone do hotel para ela, caso ela quisesse falar com ele.
‒ Vai ser esta noite...
‒ O quê?
‒ Eu vou revelar o segredo, Harry. Para você e para outros...
‒ Não era sem tempo...
‒ Na verdade eu estava esperando a irmandade da raposa reunir-se.
‒  A Irmandade, a família Von Helsing?
‒ Precisamente. Confirmei com meu espião, vamos aparecer na reunião de hoje da irmandade, consegui uma passe para nós três...
‒ Não estou entendendo... acho que eles não são os maiores interessados nisso.
‒ Você vai entender porque, assim que souber a verdade ‒ disse Virginie, entrando logo em detalhes sobre o encontro. Ela disse que Caius superando diferenças pessoais, compareceria ao encontro. Quando desligou, Harry ficou um tempo olhando o aparelho, se perguntando como será que seria a reação dos Van Helsing à presença de Caius na sua reunião.

A sede da irmandade era um prédio antigo bem no centro de Nova Iorque, na fachada não havia inscrição que sinalizasse o que era, nem mesmo uma pequena placa. Apenas uma raposa em relevo no concreto, pouco acima da porta principal, chamava a atenção, junto com o monograma V.H. Era ali que os "V.H.s" se reuniam a cada dois meses para discutir os avanços. Na verdade sua luta com vampiros estava sempre empatada. Se os vampiros se multiplicavam com a mesma voracidade que eles os combatiam, e , se era fácil matar muitos escravos, era muito difícil pegar os mais poderosos, praticamente apenas um dos maiores caía por ano... em uma cidade como Nova Iorque, o que eles faziam ficava camuflado sob a capa dos desaparecimentos constantes. Seria muito mais fácil e desejável caçar vampiros durante o dia, mas como os Van Helsing não eram bruxos e não conseguiriam explicar o fato de supostas pessoas explodindo à luz do sol em Nova Iorque, era bem mais comum caçá-los durante a noite, quando infelizmente os vampiros estavam mais fortes, especialmente os líderes.
Uma imensa fileira de carros estava à porta, Harry, Virginie e Caius, este com cara de quem havia comido seis quilos de alho cru, estavam parados pouco adiante, vendo o movimento de gente entrando, todos muito diferentes entre si. Harry viu entre outras pessoas, Draco Malfoy chegando com sua mulher, não parecendo muito satisfeito em ter que comparecer ao evento.
‒ Pela cara do Malfoy, essas reuniões devem ser um tédio ‒ comentou com Virginie.
‒ John fazia a mesma cara quando tinha que comparecer a uma, há trinta anos atrás... ‒ comentou Caius casualmente.
‒ Nossa, eu contei umas mil pessoas ‒ disse Virginie ‒ não sabia que haviam tantos Van Helsing...
‒ Na verdade só cerca de 15% deles comparecem a essas reuniões ‒ comentou, ainda aborrecido, Caius. ‒ Claro que para os que estão em outros países é mais difícil comparecer a cada dois meses... mas os que nos interessam estão aí, eu garanto.
O pai de John Van Helsing, até alguns anos atrás líder da irmandade, morrera há cerca de 3 anos, deixando John com a espinhosa tarefa de liderar a nem sempre pacífica família Van Helsing. Frequentemente eles entravam em polêmicas sobre liberação de verbas para um determinado clã. Eventualmente as reuniões despencavam para a mais notória baixaria quando alguém não concordava com uma liberação especial para uma caçada na Louisiana ou coisa parecida.  Normalmente as reuniões eram fechadas, e dificilmente alguém como Caius conseguiria autorização para entrar ali. Virginie conseguira  os três  passes por telefone, usando alguns ardis para convencer John Van Helsing (que estava novamente solteiro, portanto, muito fácil de ser dobrado por uma voz feminina...)
Quando toda a assistência pareceia ter chegado, eles se dirigiram para a porta da frente, com Harry levando o passe, pronto para fazer um feiticinho qualquer para que o porteiro os deixasse passar.
‒ Alto lá ‒ disse esse olhando para Caius ‒ eu sei que vocês tem um passe, mas este cara é um vampiro... nunca um entrou neste prédio!
‒ Bem ‒ disse Harry pondo a mão no ombro do sujeito e fazendo um discreto movimento hipnótico com a sua varinha  ‒ existe primeira vez para tudo, não é?
‒ Claro ‒ disse o porteiro deixando-os passar . Mas Caius estancou na porta e disse:
‒ Não consigo entrar... tenho que ser convidado para entrar num lugar, e mesmo antes de ser vampiro nunca entrei aí...
‒ Você é meu convidado ‒ disse o porteiro hipnotizado de forma enfática
‒ Se é assim ‒ Caius disse dando seu primeiro sorriso aquela noite ‒ it's show time! ‒ ele deu um passo largo para dentro do Hall, olhando o ambiente luxuoso e comentando casualmente com Harry:
‒ Esses caras são uns bregas... ostentação demais só para matar uns vampiros bocós... ‒ eles entraram num corredor longo ao final do qual ficava a sala de reuniões.
‒ Ei! ‒ Disse uma voz de adolescente indignada bem atrás de Caius assim que ele passou ‒ o que esse cara está fazendo aqui?
‒ É mesmo! Não queremos vampiros aqui! ‒ respondeu outra voz de adolescente.
Eles se viraram e deram de cara com duas meninas de seus 12 a 14 anos mais ou menos, ambas de cabelos fulvos e olhos verdes. Harry não pode deixar de notar os punhais de prata na cintura, presos a um cinto de couro preto.     
‒ Quem são as pirralhinhas? ‒ disse Caius, divertido
‒ Alto lá, vampiro... veja lá como fala! Nós somos filhas do chefão aqui, nós fazemos as perguntas ‒ disse a maior, pondo a mão no cabo da faca.
‒ Vocês são filhas de John? ‒ Caius segurava-se para não rir das duas garotas com a mão sobre a faca na cintura.
‒ Sim, canalha, elas são minhas filhas ‒ disse John Van Helsing saindo de uma saleta à direita. ‒ espero que você realmente tenha um bom motivo para estar aqui na sede... ‒ mudando completamente o tom, John dirigiu-se a Virginie ‒ a senhorita deve ser Virginie Vermont... eu imaginava que fosse mais velha.
‒ Acredite, sr Van Helsing, as apareências podem enganar realmente muito...
‒ Interessante. Olá, Harry! Como  vão todos? E o cachorro do seu padrinho, vai bem?
‒ Ah, sim, claro Sirius está ótimo.
‒ Ok... vocês já conhecem Melody e Clara, minhas filhas
‒ Oi ‒ disse Melody, a mais velha que tinha o estranho hábito de levantar uma sobrancelha de cada vez. Ela cutucou a mais nova que sorriu e disse:
‒ É, olá... pai, esse cara é aquele que...
‒ Clara!
‒ Tá, tá... já sei que é ele.
‒ Muito bem, eu tenho mais filhos ‒ disse John ‒ estava tendo uma reunião com estes moços sobre a proibição de menores de 18 anos de pegar nas armas da família... principalmente as katanas de prata do século 18, não é, Paul? ‒ disse ele falando com um menino magro e louro de uns 17 anos que saía da mesma saleta, junto com outros dois. ‒ Eu tenho 12 filhos, atualmente, Harry ‒ disse John  alegremente ‒ Sue, a mais velha, você já conhece... tenho ainda Lorna e Marlyn, que estão na Europa com uma das filhas de Steve, estudando para tornarem-se médicas. Ally, Lucy e Jane não puderam vir à reunião, e Sally, a menor, ainda não tem idade... sobram estes cinco pestes. Melody, Clara, John, Paul e George. Eu devia ter mais um filho homem para chamar de Ringo. ‒ disse John fazendo Virginie dar uma risada ‒ a senhorita também é fã dos Beatles? ‒ ele disse novamente galante.
‒ John ‒ perguntou Harry inocentemente ‒ você não ia casar com Alexandra Wolf?
‒ Não quero falar sobre essa mulher ‒ disse John se afastando
‒ Ela o trocou por um lobisomem russo ‒ disse Clara quase susurando para Harry ‒ foi bom, nós detestávamos ela... talvez a popularidade dela fosse ainda menor que da mãe de Sally, a madrasta n° 7.
‒ Vocês vêm ou não vêm? Perguntou John fingindo que não ouvira o comentário da filha e já dirigindo-se para o salão principal.
O salão estava lotado, e era como uma espécie de auditório, com uma mesa à frente onde o conselho, composto pelos mais velhos membros se reunia. John era o presidente, e fora eleito pelos demais para um mandato que pela regra era vitalício e que duraria até a sua morte, ou até sua paciencia se esgotar, o que os outros imãos apostavam, aconteceria brevemente...
Harry não pode deixar de notar uma certa hostilidade da parte dos Van Helsing que não conhecia, mais notadamente dos mais velhos, que viam com extrema desconfiança a presença de bruxos e principalmente vampiros entre eles. Deu um breve aceno na direção de Draco e Sue, que naquele momento especulavam entre si o que Harry e Caius estariam fazendo ali. A reunião começou com um chatíssimo relatório de um dos membros mais antigos sobre as recentes caçadas e tipos de vampiros mortos. A voz do velho tio de John que lia o relatório lembrava bastante a do professor Bins, o que fazia a leitura ficar ainda menos interessante, mas mesmo assim Harry percebeu que eles no último mês não haviam conseguido exterminar um único líder vampiro. O que era óbvio, não era tarefa das mais fáceis.
Quase fora vencido pelo sono quando um dos filhos de Steve Van Helsing (um garoto meio ruivo com cara de Nerd que lembrava Percy) subiu à tribuna e começou a falar sobre a pistola de prata que em breve eles iriam ter disponível. Ele (que tinha 17 anos) aperfeiçoara uma arma que disparava prata líquida a 328°C, e tinha mira laser com sensor de movimento e detecção de sinais vitais para não correrem o risco de matarem algum inocente acidentalmente. O projeto era realmente impressionante, mas para Harry parecia grego, porque fora feito com alta tecnologia, e não com mágica.
‒ Eu tive essa idéia ‒ disse o garoto arrogantemente ‒ vendo o filme "queima de arquivo" só que minha pistola ficou mais compacta que as armas do filme graças ao hiperfusor supratérmico que desenvolvi... obviamente como todas as armas que desenvolvemos, já comutei a patente para o exército americano e esses milhões de dólares reverterão para o fundo da VH reaserch Inc, o que nos dará um lucro anual de...
‒ Viu como esses miseráveis fazem dinheiro, Harry? ‒ sussurou Caius‒ em breve essas armas vão estar por aí matando trouxas comuns... e você não acredita quando eu digo que eles não são santinhos... ‒ Harry ficou calado durante o resto das palestras, sobre medicina e pesquisas sobre o sangue imune, tudo tão interessante para ele como seria uma palestra sobre rochas ígneas, e pelo jeito para outros também, um Van Helsing bem velho dormia de boca aberta acintosamente mesmo sentado na mesa do conselho. Harry não via  hora de o chamarem para acabar logo com aquilo. Quase não acreditou quando o chamaram e a Virginie e Caius.
Um dos grandes pânicos da vida moderna é falar em público, e Harry Potter não estava livre deste pânico apenas por ser um bruxo formado, de 25 anos e agora Auror Classe 2... não se sentiu muito confortável quando o chamaram para falar à frente da tribuna, e pediu que Virginie e Caius ficassem por perto quando começou a falar sobre os assassinatos dos vampiros da família, que pedira auxílio aos bruxos que por sua vez, haviam comentado com a Irmandade, que pelo jeito não dera a mínima bola para aquilo. O fato de ter ouvido algo como: "E quem se importa se matam os malditos? Afinal essa é a idéia"  não ajudou muito e ele sentia-se cada vez mais constrangido. Rapidamente disse que Caius Black dissera saber de alguma coisa, e o apresentara a Virginie, que finalmente resolvera revelar o que vira quando testemunhara um dos assassinatos,  mas insistira em fazê-lo, ele não sabia ao certo porque, ali, na sede da irmandade.
Suspirou aliviado quando finalmente se viu sentado ao lado de Caius. Sem dúvida falar para um monte de caras mal humoradas era quase tão chato quanto enfrentar algo muito assustador. Talvez tenha sido isso que o fez cair num estado de desatenção total e não notar o crescente burburinho à sua volta conforme Virginie ia relatando o crime que testemunhara. Só foi "despertado" quando alguém bem ao seu lado gritou:
‒ Oras, ninguém entra assim na irmandade da Raposa e ataca livremente um de seus membros! ‒ ele olhou diretamente para a tribuna, bem a tempo de ver Virginie repetir:
‒ Eu vi Steve Van Helsing atirar uma flecha contra Layla Lestat há um mês atrás. Fui testemunha ocular, e posso provar ‒ ela sacou uma ponta de flecha e a assistência se calou. Steve Van Helsing, irmão de John, estava parado em pé, e parecia não acreditar que ouvia a acusação. Harry olhou para ele e levantou-se, rosnando para Caius:
‒ Se a gente não sair vivo daqui, não reclame!
O vampiro apenas sorriu, afinal, amava apaixonadamente uma encrenca.

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