A presença do Mal



A presença do Mal


Harry percebeu, apavorado, que a situação não estava boa. Os estudantes menores acuavam-se amedrontados e os maiores dispersavam-se para fora da estação, em direção à estrada de Hogsmeade. Abrindo, desajeitadamente, a janela do vagão em que ele, Gina, Neville e Rony estavam (sem sinal de Hermione), Harry gritou:
- Cho! Gallender, Creevey! Não deixem os veteranos fugirem, peça-lhes que combatam os comensais. Procurem proteger os menores!
Imediatamente Cho começou a ordenar a bagunça. Por sorte, havia outros ex-membros da AD que, percebendo a situação, começaram a ajudar Cho, Gallender e Creevey.
- Gina, onde está Hermione? – perguntou Harry, tirando a cabeça da janela para olhar para a ruiva que estava lívida de medo.
- Não sei, Harry! Ela saiu... disse que...
- Tá, tá, já entendi! – disse Harry, impaciente, ainda sentindo o efeito do sonho no seu ser. – Gina, Rony, Neville, ajudem Cho, eu vou atrás de Hermione. Tive um sonho e... bem... não quero pensar que foi uma premonição mas...
- Se você conseguir sair do trem, Harry...
- Como assim? – perguntou Harry.
- Olhe o corredor!
Saindo para o corredor, Harry entendeu o que Rony queria dizer. Estava todo mundo socado e um empurra-empurra geral que tornava impossível qualquer movimento.
- Pessoal, pessoal! – Harry gritava, mas entre o tulmulto e o alvoroço, ninguém escutava nada. Então, resolveu apelar e brandindo a varinha, apontou para o próprio pescoço – Sonorus! PESSOAL! – a voz de Harry ressou por todo o trem fazendo todos olharem para ele. – OS ALUNOS DO PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO ANO, DEVEM ENTRAR NAS CABINES E FIQUEM ABAIXADOS, EVITEM OLHAR PELA JANELA. OS ALUNOS DO QUARTO, QUINTO, SEXTO E SÉTIMO ANO: DESÇAM DO TREM E FAÇAM UMA LINHA DE COMBATE! GINA, NEVILLE E RONY IRÃO GUIÁ-LOS.
Como num passe de mágica, a coisa começou a funcionar: os novatos entraram nas cabines, os veteranos começaram a sair do trem e Harry, Gina, Neville e Rony conseguiram sair, enfim do trem.
O problema é que a muvuca era ainda maior ali fora. Os raios dos comensais cruzavam-se com dos alunos e professores (que vieram organizar a coisa toda). Harry começou a andar por entre a multidão. Tentava achar Hermione, mas ela parecia ter sumido da face da terra. Imaginava se, por algum motivo, Hermione ainda se encontrava dentro do trem e então passou a olhar por entre as janelas do trem. Na maioria das cabines, havia alunos deitados ao chão, mas numa cabine, que chamou a atenção de Harry por alguns segundos, havia uma mulher sentada confortavelmente de pernas cruzadas, soltando baforadas de cigarro para o alto e olhando para o cenário na plataforma como se fosse uma paisagem monótona. Quando viu que Harry a observava, a mulher, loira e de olhos azuis penetrantes deixou aparecer no canto de seus lábios um sorriso irônico. Perturbado com a atitude daquela mulher, Harry nem percebeu quando um raio o atingiu pelas costas.
Harry foi jogado de encontro ao trem, mas virou-se rapidamente e contra-atacou, derrubando o comensal que o atacara. Quando viu que não havia mais perigo, voltou a olhar para a cabine com a mulher, mas ela simplesmente desaparecera. Sem perder mais tempo, Harry continuou a olhar pelas janelas, chamando por Hermione, com a esperança de vê-la. Foi quando escutou aquela voz, a mesma de seus sonhos:
- MINHA VINGANÇA.... VER SUA DOR, POTTER!
A voz ecoou por todos os lados da plataforma. Era impossível prever de onde viera, mas uma coisa Harry tinha a certeza: VOLDEMORT estava ali. E a lembrança do pesadelo assolou seus pensamentos.Voldemort torturando sua amiga. Sua amiga tão querida. Não podia deixar que isso acontecesse. Não podia!
Hermione! Era só no que podia pensar.

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