CONSPIRAÇÃO DO DESTINO



A substância na penseira de Sheeba se agitou e anuviou-se novamente. Nenhuma imagem se formou, além de uma névoa sombria e cinzenta, meio lusco-fusco. A pitonisa franziu a testa preocupada. Uma das coisas que ela mais detestava era esse tipo de pressentimento vago que poucas vezes a assaltara na vida. Uma espécie de atmosfera de tragédia inevitável. Ela sentira isso dias antes de Sirius ser preso, e não conseguira evitar o que acontecera, e dias antes da volta de Voldemort.
Uma irritação a dominou e ela deixou aquilo de lado, pegando o tarot. Havia outros apetrechos divinatórios por perto, e Sheeba sabia não ser muito hábil com nenhum deles. Ela podia dominar perfeitamente seu dom, mas não lidava bem com pressentimentos impalpáveis e estranhos, Viviane Lake lhe disserra quando ainda era menina, que uma pitonisa demora anos para se tornar segura e infalível, mas jamais consegue evitar uma conspiração do destino. Era contra aquilo que ela sentia-se lutar agora, contra uma conspiração do destino. Ouviu atrás de si a porta da sala de estudos discutindo com Sirius, havia horas que ela estava lá dentro, e normalmente Sirius a deixava trabalhar em paz, mas naquele momento ele provavelmente queria pedir ajuda para ela na organização da festa que seria realizada em Hogwarts, dali a dois meses.
Dédalo Diggle, atualmente o bruxo mais velho em atividade iria completar cento e muitos anos. Ele pedira que a grande festa fosse realizada na escola onde estudara e fora professor contemporâneo do seu amigo saudoso, Alvo Dumbledore. Sirius consentira com prazer, aquela era uma grande ocasião para mostrar a capacidade da equipe de Hogwarts de sediar eventos e tentar que o próximo torneio tribruxo fosse disputado em Hogwarts. Seria também seu primeiro grande evento como diretor, e ela não podia deixar de ajudar o marido.
- Deixe-o entrar, Doorperson - disse ela para a porta que ficou dois ou três segundos num silêncio contrariado, depois abriu-se com um alto rangido como fazia quando estava extremamente aborrecida. Sirius entrou num indisfarçável mau humor e disse:
- Você disse que ia me ajudar com a lista...
- Eu sei. Mas há algo estranho no ar. Ela pousou a mão sem luvas sobre a dele, como sempre fazia quando estava aflita. Felizmente nenhum pressentimento medonho a assaltou e ela sorriu, dizendo:
- Então... vamos começar nossa lista?
- Tem umas coisas chatas acontecendo, queria falar delas antes da gente começar... veja isso - ele estendeu uma carta e ela pegou. Era de Rony.

Caro Sirius,
Já conversei sobre isso com Harry, e ele está a par de tudo.
Preciso da ajuda de vocês. Estou indo a Hogsmeade em segredo este fim de semana, se pudesse queria conversar com os dois. Responda pela mesma coruja, por favor.
Rony.

- Ela leu a carta sentindo os pressentimentos sobre o assunto se misturando em sua cabeça. Ela já sabia o que estava acontecendo quando Sirius estendeu a ela o Semanário dos Bruxos com Rony e uma garota na capa. A garota era bem jovem, e aparecia pendurada no pescoço de Rony, beijando-o. A legenda estampada em letras garrafais acima da foto com a palavra "ESCÂNDALO" dizia muito. Sheeba olhou para Sirius e disse:
- Armação.
- Tem certeza?
- Absoluta. Alguém quer prejudicar Rony e Hermione
- E porque alguém acabaria com o casamento dos dois?
- O Ministério da Magia vai mudar de mãos. Acabar com a reputação do marido da melhor candidata seria excelente, não?
- Você acha que Mione vai conseguir ser eleita ministra?
- Esse é o segundo problema, Sirius... pelo que vi, ela não tem a mínima chance, para o nosso azar. Mesmo com Rony sendo inocente.
Os dois dialogaram sobre aquilo e após algum tempo, deixaram aquela conversa de lado para resolver os detalhes da festa. Mas Sheeba não pôde deixar de pensar que aquela podia ser uma peça da tal conspiração do destino.
Ela não estava de todo errada, mas aquela conspiração tinha muito mais elementos que ela podia supor. Um deles naquele momento recostava a cabeça no travesseiro num hospital londrino, sentindo o já familiar enjôo de mais uma sessão de quimioterápicos. Severo Snape olhou o rosto de sua afilhada de casamento e atual médica assistente, não podendo deixar de notar que o divórcio não fizeram mal apenas para Draco. Sue Van Helsing, ex-Malfoy, não era mais a moça alegre e falante que conhecera. Tornara-se uma mulher de olheiras fundas a macular o antes adorável rosto, agora um pouco sem viço. Mas ainda era uma mulher bonita. Porém qualquer um que a olhasse veria que ela não era feliz. O doente sorriu e disse:
- E hoje, acaba minha tortura?
- Por enquanto, senhor Snape - ela disse, checando o prontuário - como o senhor se sentiu com essa última sessão de quimioterapia?
- Sue, eu fui seu padrinho de casamento... não precisa me tratar como se eu fosse uma criatura esquisita...- a médica olhou-o por um instante e então disse:
- Perdoe-me... eu...
- Entendo. Tanto você como Draco ficaram estranhos depois do divórcio... pode não ser exatamente isso, mas... você não acha que deveria conversar com seu ex-marido?
- Sr. Snape... por favor, eu não quero falar sobre isso agora.
Sue saiu, e Severo pensou que era até engraçado que tanto ela quanto Draco tivessem tido a mesma reação quando ele falara em uma conversa entre os dois... mais tarde comentou isso com Annie, que veio para a segunda visita, a da noite. A médica sorriu. Depois de um início difícil, a relação dos dois passara a ser de uma total confiança. Mais até do que Annie achava deveria ser entre médica e paciente. Ela piscou-lhe um olho e disse:
- Severo. Eu não me meto nessas histórias da minha prima. A família toda a crucifica, menos o pai dela, desde que ela casou com esse bruxo. Ela já tem gente demais dizendo que ela orientou a vida de forma errada para eu me meter nisso.
- Pelo que você me falou, você não liga muito para o que sua família diz.
- Na verdade minha família liga tanto para mim quanto eu para eles... mas Sue é diferente, sempre foi. Ela até os 18 anos era tratada como um prodígio da família Van Helsing, então casou com um bruxo e se tornou alguém malvisto. Eu nunca fui nada para eles, e continuo não sendo, mas Sue perdeu muito quando casou, e mais ainda quando o casamento não deu certo. Caçadores de vampiros podem ser bem cruéis quando querem. Aprenda isso.
- Você caçava vampiros, Annie? - a mulher parou e o encarou séria.
- Acho que acabamos, Severo. - ela saiu despedindo-se de forma simpática, mas Severo teve certeza que Sue não era a única Van Helsing machucada.

Longe dali, Draco Malfoy nos aposentos que usava em Hogwarts, escrevia. Ele começara a escrever para abafar a angústia, e agora já não sabia mais porque escrevia. Eram histórias de bruxos, sobre aventuras de um menino herói, um pequeno bruxo genial que conseguia viver grandes aventuras numa escola de bruxaria. Descansou a pena um instante e releu o que escrevera. Sentia-se meio indignado porque não conseguia fazer o bruxo parecido com ele e ainda assim um personagem cativante. Ele parecia bem mais com o rival insuportável do mocinho que com este. Acabara criando alguém que parecia-se demais com Harry Potter. Ele achava isso meio chato, mas a verdade era que desde que sua filha entrara para a Grifinória e o filho de Harry para a Sonserina, ele achava que havia algo errado no seu mundo. Nada do que ele planejara na sua vida acontecera da forma desejada.
Pelo contrário, Harry tinha tudo que sempre quisera: o casamento dele dera certo, ele era ainda reconhecido como um grande bruxo, e não precisava aturar piadinhas ou desconfiança por onde passasse, ao contrário dele, que sofrera um grande preconceito da família de Sue por longo tempo, e ainda via alguns bruxos torcendo-lhe a cara porque ele tivera a infelicidade de ter um pai comensal da morte e depois criminoso famoso. Ninguém lembrava que o mesmo pai tentara matá-lo duas vezes.
Ele sacudiu a cabeça e voltou às suas histórias, sem saber que o pequeno diabrete de papel o observava, disfarçado de rabisco num pergaminho solto que ele largara por perto.

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Dias depois, Rony chegou à Hogsmeade. Não vinha como de hábito sorrindo e brincando. Não passaria sequer a noite ali, afinal sua visita era apenas para conversar. Quando chegou ao três vassouras viu Harry, que veio ao seu encontro nem bem ele chegou. Eles foram para uma sala reservada nos fundos do pub e pouco depois Sirius se juntava aos dois. Rony não estava abatido ou chateado, antes parecia sério, bem mais sério que de costume. Depois de alguns minutos de conversa neutra, ele finalmente desabafou:
- Está tudo errado.  É tudo mentira. Eu não tenho nada com aquela garota... não posso entender porque ela fez aquilo...
- Calma, Rony - disse Sirius, olhando preocupado para a bebida que Rony pedira. Na vida nunca o vira beber algo mais forte que vinho de cerejas e ele pedira um conhaque, que fumegava a sua frente. Harry olhou para Sirius e ele percebeu que o outro também estava muito preocupado com Rony.
- Rony, antes de tudo precisamos saber DIREITO o que aconteceu - disse Harry, com uma firmeza na voz que fazia parecer que ele era um adulto e Rony apenas um adolescente. O amigo levantou os olhos para ele e tinha um estranho sorriso nos lábios.
- Sabe aquela coisa que a gente tem de ser legal? Um bom amigo? Uma pessoa... sei lá, em quem os outros podem confiar? Nunca seja assim, Harry, pelo menos com quem você não conhece direito. Querem saber como eu fui parar nos jornais como o "crápula da semana"?
- Não dê tanta importância assim a isso - minimizou Sirius - daqui a pouco ninguém mais fala nessa história
- O problema, Sirius, é que o estrago já está feito... nem tanto para a minha carreira como ator... você sabe, eles adoram esses escândalos, ainda mais quando é com alguém como eu, que em anos nunca dei motivo para especulações fofoqueiras... claro que sempre houve uma enxurrada de mulheres atrás de mim depois que eu fiquei conhecido... mas uma coisa eu nunca esqueci...
- Imagino - completou Harry - que você devia se lembrar daquilo que a Hermione falava sobre o Krum na época em que ele era um sujeito famoso...
- Exato. - respondeu Rony - eu sabia que elas não olhariam duas vezes para o garoto sardento de Hogwarts... mas o ator famoso era muito mais atraente. A única que sempre esteve comigo foi Hermione... e eu sabia valorizar isso, aliás, eu sei.
- Ela não acreditou que você tinha um caso, acreditou?
- Harry, Hermione é uma farejadora da verdade, lembra? Ela sabe quando alguém fala a verdade ou mente... eu é que posso estar atrapalhando a vida dela com isso...
- Mas o que aconteceu, afinal? Por que você se meteu nessa, cara?
- Essa garota, Nayenne Reese, entrou para o elenco daquele filme que eu estava dirigindo... ela sem dúvida era uma boa atriz, e desconhecida... e apesar dela ser muito bonita, eu não prestei realmente nunca muita atenção nela, vocês sabem, nesse meu meio o que não falta é mulher bonita. E nossa relação era simplesmente profissional...
- Sim, e o que isso tem a ver com o escândalo?
- Uma tarde, depois das filmagens, eu a encontrei chorando no trailler da produção... nem me toquei que não era para ela estar ali. O trailler da produção é vetado a atores... eu achei que ela tivesse se escondido ali sei lá porque... e eu tentei ajudá-la perguntando o que estava acontecendo e tudo mais... afinal ela é bem nova... creio que tem a idade de Hope, ou até é mais jovem.... ela me disse que tinha descoberto que estava grávida de alguém... que essa pessoa não tinha nada a ver com o filme e que ela não sabia o que fazer...
- E você?
- Eu tentei traqüilizá-la dizendo que não havia problema algum, que as filmagens acabariam em duas semanas, que eu arrumaria um jeito de ajudá-la a conversar com o pai do bebê, que ela não disse quem era... ela parecia deseperada, falou em suicídio e tudo mais...
- Entendo... e como a história acaba com vocês flagrados naquele beijo que saiu na revista , Rony? - perguntou Sirius
- Bem, as duas semanas passaram e quando as filmagens acabaram, e a produção se despedia... ela pediu para falar comigo e nós fomos a um restaurante bruxo... entendam, eu não me via numa situação especialmente embaraçosa ou que parecesse romântica... ela só falava do tal suposto namorado... eu não notei que conforme ela falava minha mente ia se esvaziando... eu me lembro muito pouco da conversa em si...
- Ela usou algum feitiço ou poção? - Harry perguntou, já catalogando mentalmente todas as poções que tinham esse tipo de efeito.
- Claro que usou, só que eu não sou um auror profissional que nem você e caí feito um pato... só acordei com os flashes dos fotógrafos quando ela me beijou... e o resto vocês já sabem...
- No dia seguinte a fotografia estava no Profeta Diário, na Bruxa Semanal, e em todos os tablóides fofoqueiros como o Sussurro Mágico - disse Harry - Meu Deus, que estrago... e que fim levou a tal garota?
- Ela está dando milhares de entrevistas mentirosas sobre o nosso suposto caso... a gravidez era obviamente mentira, e eu abri um processo contra ela, mas é meio difícil ter algum crédito quando você é flagrado beijando uma safada como esta... Claro que foi a cretina que chamou os fotógrafos e a imprensa... ELES ESTAVAM TRANSFIGURADOS EM COISAS POR TODO O RESTAURANTE -Rony gritou, irado  VOCÊS TEM IDÉIA DO QUE ESSE TIPO DE ARMAÇÃO FAZ COM A VIDA DE UM HOMEM?
- Calma, Rony... pelo menos Hermione está com você... - disse Sirius pouco convicto
- A que preço... todo o ministério está olhando-a atravessado por causa do escândalo... é terrível ter esse tipo de cobrança daquele bando de conselheiros velhos... pior é a pressão sobre o meu pai...
- E o que você pretende fazer?
- Eu não sei...  eu queria poder pegar Hermione e me afastar disso tudo até sair o resultado do meu processo... na noite do escândalo eu estava meio lerdo e não pude fazer uma perícia anti feitiço, é minha palavra contra a dela...
- Você pode usar um depoimento dela... quem sabe veritasserum...
- Você não conhece nosso código de ética? O uso de veritasserum só é permitido em casos mais graves... o máximo que eu posso fazer é procurar outro farejador da verdade que não seja Hermione para tentar solucionar isso tudo... mas eu não conheço nenhum...
- E se Sheeba depusesse? Ela pode usar a penseira e descobrir como se chegou a isso - disse Sirius - ela é considerada idônea... mesmo te conhecendo, não creio que você vá ter problemas...
- É, me parece a melhor solução - disse Rony, dando um longo gole no conhaque - acho que não há outra melhor... você falaria com ela por mim?
- Claro... em quanto tempo é o julgamento?
- Um mês... até lá, acho que nada demais pode acontecer... creio que vou pegar Hermione e as crianças e tentar dar uma sumida... é o melhor que a gente pode fazer, numa hora dessas. Quando voltarmos tudo vai estar perfeitamente no lugar...
Isso era o que ele pensava.

Naquele mesmo momento, Arthur Weasley comunicava a todos a decisão de retirar-se do Ministério da Magia. Isso fora decidido há muito tempo... Seria necessário o consenso entre todos os membros do conselho do ministério para eleger o novo ministro. Ele chegara a pensar em adiar a decisão por causa do problema entre Rony e Hermione, mas os três conselheiros diretos do primeiro escalão, Ludo Bagman, Percy e Hermione, acabaram concordando que era melhor para ele manter-se longe do escândalo, pois a história respingara nele também, não tanto quanto em Hermione.
Hermione sabia que aquilo acabava com as suas chances de ser ministra, mas decidiu por não se candidatar ao cargo. Era melhor para ela. O fato de ter ficado do lado do marido quando o escândalo estourara provocara comentários maldosos, mas ela era uma farejadora da verdade. Ela sabia que ele estava certo e que tudo fora armado... ela sabia também que havia algum motivo para os dois outros conselheiros, um dos quais seu cunhado, evitassem o seu olhar. Antes do escândalo eles eram quase carta fora do baralho, e Hermione era a primeira opção de qualquer um para ser a nova ministra. Um simples beijo mudara tudo. Rony era inocente e um deles era culpado, ou ambos. Mas ela não conseguia nunca ter certeza sobre qual, porque eles lhe evitavam o olhar.
As férias que Rony planejara não aconteceram... ela estava muito ocupada preparando a eleição e a transição para o novo ministro, fosse quem fosse... e ela estava magoada com o marido, apesar de tudo, porque ele não percebera o real motivo daquilo tudo. Não era só uma jovem atriz tentando estar em evidência a custa de uma grande mentira. Era muito mais que aquilo. Quando Percy foi eleito ministro, Hermione o apoiou. Mas ela não pôde deixar de perceber que ele baixara os olhos quando ela o cumprimentou.

Longe dali, Sheeba continuava preocupada com aqueles pressentimentos impalpáveis. Ela sempre trabalhara bem com previsões pessoais, ela sempre pudera contar com o toque de Prometeu. Mas agora, um perigo oculto e intangível parecia espalhado, parecia estar se aproximando do destino de todos eles com conseqüências drásticas e imprevisíveis... ela gostaria muito de saber qual seria a última peça daquele quebra cabeça... o último peão na conspiração que o destino parecia estar planejando.

Uma gaivota de papel pairou sobre Hogsmeade na semana antes do Natal, confundindo-se na alvura da neve, ninguém prestou muita atenção nela... era comum alguma gaivota encantada ser lançada por alunos em Hogwarts e ir voando enfeitiçada até bem longe, às vezes até Hogsmeade. Mas aquela não era uma gaivota comum... ela pousou suavemente na frente da livraria e sem que ninguém notasse, se dobrou e redobrou como um envelope que passou por debaixo da porta sem alarde. O livreiro sorriu ao ver o envelope e caminhou até ele, abrindo-o com um sorriso. No papel desdobrado sobre a mesa, surgiu a figura do diabrete de papel. A criatura fez uma profunda reverência e disse:
- Encontrei, mestre, em Hogwarts uma criança como o senhor disse que queria, um rapazinho que tem dentro de si o bem e o mal, capaz de provocar um vórtice na Fronteira.
O cenário estava pronto. Faltava apenas colocar todos os personagens no lugar.

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