UMA BABÁ NADA PERFEITA
Disclaimer: Isso ainda é preciso? Sei lá, então vou por né...
Nada disso é meu, apesar que eu gostaria muito que o Draquinho fosse...mas já que não é possível (Só na fic da Lina {Para conquistar Draco Malfoy}), tudo aqui é da JK...
As únicas coisas minhas são o chato do Andrew, e o lindinho do Blaine...e mais alguns aí que vão aparecer..rsrsrs
N/A 1: Bom Galera...eu sei que demorou esse cap. Mas é que ele ta grandinho e eu tava sem tempo pra escrever
N/A 2: A Gina morou muito tempo nos EUA, portanto quando ela voltou, ela não sabia muita coisa que havia ocorrido em Londres.
Cap. 1 - Uma babá nada perfeita...
Anoitecia quando o Nôtibus parou ao pé da colina. No banco de trás, uma mulher passava uma mão cansada pelas mechas desarrumadas de seus cabelos avermelhados. Estivera viajando o dia todo, mas agora finalmente estava ali... Onde quer que fosse.
Ela olhou mais uma vez para o pedaço de pergaminho com o endereço de seu novo emprego nele, algo naquele endereço lhe parecia familiar, mas ela não lembrava o que era.
Sentiu um inquietante nó no estomago, seus nervos à flor da pele. Respirou fundo e obrigou-se a olhar para além da janela do ônibus.
Precisava erguer bem os olhos e corre-los por um longo caminho para avistar a casa, situada no alto da colina. A construção parecia uma sentinela silenciosa, mantendo um olhar atento sob a noite que caía. Era enorme, cinzenta e tinha um aspecto frio...Ela nunca havia sido fraca; a convivência com seis irmãos não havia permitido. Mas olhando para aquela casa agora, sentia os primeiros tremores de autêntico medo percorrendo-lhe a espinha, como gélidos tentáculos.
Forçou-se a respirar fundo mais uma vez, numa tentativa desesperada de se acalmar. Era tarde demais para arrependimentos. O Nôitibus parara, e o garoto que era assistente no ônibus, Stanislau, ou Lalau, como se apresentou já se achava no lado de fora do ônibus, esperando que ela descesse.
Você queria uma nova vida, Virgínia, sussurrou a voz em sua mente. Pois aí está.
Porém ao olhar para o casarão sombrio na colina, não se sentia mais tão entusiasmada...O fato era que não estava preparada o bastante, pensou, freneticamente. Aulas variadas e excelente treinamento não haviam sido o suficiente para a realidade à sua frente, a despeito do quanto a agência fosse conceituada. Passara sua vida inteira próxima ao seus pais, freqüentara Hogwarts, e depois que Harry se casou com Luna, acabara ela também se casando com Nik, um trouxa que conhecera e se apaixonara perdidamente, que a aceitou mesmo ela sendo uma bruxa.
- São 30 sicles, senhorita – As palavras do garoto interromperam seus pensamentos. Sentindo-se um tanto aérea, pegou o dinheiro de sua bolsa e entregou-o com mãos trêmulas. Em seguida, o rapaz ajudou-a retirar a pouca bagagem.
Estava ansioso demais em partir dali, pensava ele. A antiga mansão o inquietava... Situada daquele jeito no alto da colina, ao anoitecer. Era uma visão sinistra. E não era lá que vivia o tal sujeito que havia empurrado a esposa da torre? Sim, isso mesmo.
Olhou para a mulher silenciosa mais uma vez, sentindo-se solidário. Ela parecia tão indefesa e inocente. Coçou o queixo, hesitante.
- Tem certeza que quer ficar aqui? – perguntou-lhe, enfim.
Ela levou alguns momentos para responder e, quando o fez, foi com um sorriso trêmulo que fez o coração do rapaz amolecer ainda mais.
- Sim, senhor – respondeu com suavidade, obrigando-se a erguer o queixo delicado embora suas faces estivessem muito pálidas. – Sou a nova babá.
Ele se deteve por mais um minuto. Era uma jovem bonita, e a voz melodiosa tinha um som que acalmava os nervos de um homem. Será que ela sabia onde estava se metendo? Bem, o assunto não era da sua conta, pensou, dando de ombros e entrou novamente no ônibus mágico.
Quando o Nôitibus partiu, Virgínia Weasley olhou através do imponente portão de grades para a construção de pedra no alto da colina. Endireitando os ombros em súbita determinação, pegou a única mala e pôs-se a caminho. Já era tempo de recomeçar.
Detendo-se junto ao portão de ferro, apertou o botão da campainha mágica. Após alguns instantes, um elfo de aparência assustada apareceu na frente dela.
- Quem ser a senhorita? – Pela voz fininha ela pode perceber que era uma elfa.
Em momentânea perplexidade, ela balbuciou:
- O-Olá? Meu nome é Virginia Weasley – prosseguiu polidamente – Sou a nova babá.
- Nova babá, sim Tinky sabia que viria nova babá. A senhora pode entrar, e Tinky vai avisar Sra. Pram – falando isso a elfa abriu o portão com uma mágica, e desapareceu sob os olhos de Gina.
Ela ainda hesitou, mas como tudo indicava que fora convidada a entrar, procurou deixar a inquietação de lado e passou pelo portão. Foi se aproximando devagar, começando a subir pelo caminho ladeado de gramados que serpenteava à sua frente. Como nada acontecesse, segurou a mala com mais firmeza e apressou o passo. Às suas costas, o portão tornava a se fechar no silêncio da noite.
Manteve o olhar fixo na casa ainda distante. Já escurecera por completo. Agora podia apenas avistar os vagos contornos da enorme estrutura principal com duas torres idênticas na fachada. Parecia tão... Assustadora. Um clima lúgubre envolvia a propriedade, e foi-lhe impossível não associa-la a um mausoléu.
Apenas dois focos de luz ofereciam tímidas boas-vindas. Havia uma acesa no andar de baixo... Provavelmente no hall... E havia outra no alto da torre esquerda. Tudo mais achava-se imerso na absoluta escuridão. Gina tornou a hesitar, parando de súbito a meio caminho. Será que havia chegado numa hora imprópria? Talvez fosse melhor passar a noite em algum hotel na cidade e se apresentar ali pela manhã...Incerta, virou-se para olhar para a base da colina. A escuridão encobrira o caminho. Embora não querendo sucumbir ao nervosismo, estremeceu sob o frio da noite. Não...A perspectiva de voltar não parecia nada animadora. Teria que prosseguir.
Endireitando a tira da bolsa sobre o ombro, a alça da mala ainda firme numa das mãos, retomou a caminhada. Podia identificar os contornos das árvores junto a construção. Galhos longos e retorcidos avançavam na direção da janela iluminada do primeiro andar. Os galhos pareciam espectros, erguendo mãos esqueléticas para o céu escuro...
Gina esforçou-se para afastar tal associação de imediato, mas o cenário à sua frente não contribuía em nada para deter sua imaginação. A inquietação aumentava a cada passo, o coração já ia disparado.
Enfim, chegou à entrada principal. Largou a mala para enxugar o suor frio de suas palmas em sua capa. Respirou fundo mais uma vez para se acalmar, alisou as pregas da sua saia de lã e tratou de levantar a cabeça em determinação. Ergueu a pesada argola de ferro na imensa porta e deixou-a bater de encontro a madeira maciça. Houve uma pequena pausa, e então uma ríspida voz feminina esbravejou:
- Já vou atender!
A porta abriu-se com um rangido.
-Você é a nova babá? – perguntou a mesma voz ríspida. Desta vez, porém, Gina via que a voz pertencia a uma empregada de cabelos grisalhos e expressão carrancuda, num uniforme preto.
-Sim – respondeu ela, tentando soar tão amistosamente quanto possível. Estendeu a mão, esperando que a velha mulher não notasse o quanto tremia. – Sou Virgínia Molly Weasley. Prazer em conhece-la.
Mas a outra apenas franziu o cenho e estreitou o olhar em sua direção.
- Matilda Pram – declarou; o tom seco contendo objetividade. – Sou a governanta. Supervisiono o serviço da casa. – A mulher enfatizou as últimas palavras, claramente definindo a sua posição.
Gina assentiu e baixou a mão ainda estendida à toa, deixando-a cair ao longo do corpo. Seu nervosismo se acentuando, arriscou um pequeno sorriso.
Para este também não houve retribuição.
Sentindo-se totalmente desconfortável agora, pegou sua mala e seguiu a mulher ao interior da mansão. Os saltos de suas botas tamborilavam de encontro ao assoalho de madeira enquanto a acompanhava.
O vestíbulo era imenso, destacando-se duas amplas escadarias laterais que levavam ao corredor aberto do segundo andar. Gina precisou erguer bem a cabeça para observar o gigantesco lustre mágico que pendia do teto abobadado. Mas não estava aceso. A fraca iluminação provinha de alguns archotes na parede, acesas em especial junto à imponente porta da frente. A luz difusa era insuficiente e projetava sombras ao redor.
O exagerado tamanho de tudo chegava a ser intimidante. Era como estar num museu, pensou vagamente... Um imenso e obscuro museu... A Sra. Pram havia parado no meio do vestíbulo e a observava com um olhar pouco amistoso.
O que deveria fazer agora? Qual era o capítulo do manual da agência que falava sobre isso? Engolindo em seco, Gina olhou ao redor mais uma vez. À direita, avistou uma passagem que lembrava um longo túnel, na certa era o corredor que conduzia a uma das alas da mansão. Havia um corredor parecido à esquerda. Bem à sua frente, erguia-se a parede principal, que se elevava pelos três andares. No centro desta destacava-se um enorme quadro que retratava um enorme dragão, que se movimentava com avidez e um M parado ao fundo. Mas as cores do quadro eram escuras; como tudo mais ali, tinham um aspecto sombrio.
E Gina se sentia péssima, o clima pesado daquele lugar aumentando sua incerteza.
De repente, deu-se conta de um homem parado nas escadarias da esquerda.
Estava no alto, seu rosto oculto pelas sombras, mas ela avistou o que parecia um par de sapatos de couro preto e uma calça cinza-chumbo.
Foi quando viu seu rosto, e empalideceu, lembrou-se do endereço da mansão e de como ele lhe parecera familiar. Sim, aquela era a residência dos Malfoy.
Como fora ingênua em não prestar atenção no nome de seu empregador, mas agora já estava feito.
Um frio gelado percorreu a sua espinha, mas ela tinha que fazer alguma coisa, ele era um Malfoy, que ela odiava, mas aquele emprego também seria sua oportunidade de mudança de vida, ele teria que aceita-la trabalhando ali, mas ela tinha certeza que ele não iria a aceitar.
De repente uma voz arrastada, mas firme do que ela se lembrava dos tempos de Hogwarts a tirou de seus pensamentos.
- Cabelos vermelhos, sardas no rosto... Sim você é uma Weasley! Estou certo? – Ele disse em uma voz arrastada, e firme.
- Malfoy? – Embora tenha falado quase num sussurro, o nome pareceu ressoar até o teto abobadado como um eco.
- Você não respondeu minha pergunta. É ou não a caçula dos Weasley? – Gina ainda demorou um tempo para responder.
- Sim – confirmou. – Sou a nova babá.
- É mesmo? – Ele chegou ao pé da escada. Seu corpo era vigoroso, muito mais do que na época em que estudavam, ela notou de imediato. Alto e forte, seu físico trabalhado visível mesmo sob as linhas elegantes da camisa preta e das calças de pregas.
Como sempre, ele irradiava uma incrível autoconfiança. Sua postura permanecia firme, parecendo um tipo enérgico, desde a rigidez de sua espinha até a intensa perscrutação de seus olhos. No momento, esses olhos acinzentados a fitavam de alto a baixo com uma indiferença que a fez estremecer.
- Não. Você não será a nova babá Weasley. Uma Weasley jamais trabalhará nesta casa, e, além disso, você é muito jovem para cuidar de Andrew. – afirmou ele secamente.
Por longos momentos, Gina não conseguiu encontrar a fala. Podia apenas ouvir a voz em sua mente. Não está preparada para algo assim, Virgínia. Você é interiorana demais para esta situação. E isto não é o que esteve esperando.
Não. Estivera esperando alguém um pouco mais... Paternal, imaginava. Não esse homem ríspido, de olhar frio e enorme porte, cujo nome era Draco Malfoy. Respirando fundo, forçou-se a responder:
- Sei que sou jovem, Malfoy – descobriu-se dizendo numa voz um tanto quanto trêmula, e devido à tensão, e ignorando o fato de ser uma Weasley. – Devo ser apenas um ano mais nova que você, e considerando a experiência que as três babás anteriores tiveram aqui, a agência achou que talvez fosse aconselhável tentar alguém mais jovem.
Ele não disse nada, seus olhos mais uma vez a estuda-la com atenção. Não era apenas o fato de ser uma Weasley e parecer jovem demais, pensou Draco. Era o fato de também ser linda, obrigou-se a admitir a si mesmo. Os olhos dela pareciam quase negros sob a fraca iluminação, profundas gradações de um azul escuro (Nota da Beta linda... e convencida: Sabemos que os olhos da Gina são castanhos, mas a tia Ny, a autora que manda nisso aqui, queria porque queria que ela tivesse olhos azuis! Então, aqui está... Depois de tanto encher o saco dela, pude colocar essa nota aqui. Hehe) repletas de dúvida e hesitação. Combinados com os traços perfeitos de seu rosto e pele alva e acetinada, com algumas sardas, o que dava um charme especial, seu rosto era emoldurado por uma cascata de cabelos avermelhados...Bem, a simples visão era suficiente para despertar um fogo primitivo dentro de si. “O que está acontecendo contigo Draco Malfoy? Ela é uma Weasley”. Pensou se recriminando, e ele não era do tipo passional, tratou de se lembrar com frieza. Era um atarefado empresário e pesquisador, um inventor viciado em trabalho, um homem que já aprendera suas dolorosas lições de uma muito mais deslumbrante que a inocente caçula dos Weasleys.
Ainda assim a beleza dela o perturbava; bem como o medo que via em seus olhos.
- Você deve ter cerca de vinte e seis anos, certo? – perguntou-lhe, mantendo um tom distante.
Ela assentiu com a cabeça.
- E acha – prosseguiu ele, ríspido - que conseguiria controlar um menino de seis anos que já passou por três babás experientes em três meses?
Gina apenas assentiu com a cabeça.
- Pode passar a noite aqui, e aproveite bem o luxo da mansão, já que você não está acostuma a ver isso todo dia – disse-lhe sarcástico por sobre o ombro. – Pela manhã, telefonarei para a agência Bradford e lhes direi para enviarem uma candidata mais madura, e que não seja uma Weasley. A Sra. Pram a acomodará num quarto, aproveite bem.
Gina sentiu o ódio tomar conta dela, mas ela precisava se controlar. Mais uma vez a figura imponente dele desaparecia, encaminhando-se pelo extenso corredor da esquerda. Sem parar para pensar, Gina o seguiu, deixando sua mala esquecida no meio do vestíbulo.
- Espere – pediu ela, com certo desespero. A palavra parecer ecoar pelo corredor, mas não houve resposta. Incerta, mas não querendo desistir tão depressa, continuou a segui-lo. Os saltos das botas retumbavam de encontro ao assoalho; a escuridão ali total... Como um corredor podia ser tão longo? E tão frio, apesar de seu grosso casaco?
De repente, uma luz surgiu à esquerda. Apressou o passo nessa direção. Encontrou um outro ambiente, um escritório. No centro, havia uma imensa mesa de mogno e atrás desta já se sentava o intimidante Draco Malfoy com as costas para ela enquanto examinava alguns papeis sobre a mesa.
Gina aproximou-se da mesa, limpando a garganta. Ele, enfim virou-se na cadeira, a expressão em seus olhos deixando claro que soubera que ela o seguira.
- Algum problema Weasley? – perguntou-lhe, ríspido.
- Sim, M-Malfoy. – Ela apressou-se a responder antes que as palavras lhe morressem por completo nos lábios. Ele ergueu uma sobrancelha em expectativa. Gina tentou prosseguir, mas fora um dia tão longo e os efeitos de estar, pela primeira vez, tão longe de casa atingiram-na subitamente. Tivera tantas esperanças de que aquela seria sua oportunidade; a resposta para encontrar uma nova vida depois de todos aqueles meses horríveis, quando sua antiga existência terminara com um tiroteio sem sentido em frente ao cinema trouxa local...Mas agora estava ali... E a casa era tão grande e escura e seu empregador um homem frio, distante e...
Percebeu que faltaria pouco para estar à beira das lágrimas.
Sentado atrás de sua mesa, Draco estudava as emoções que lhe passavam pelo semblante delicado. Ela parecia tão ingênua... Tão jovem e transparente. Com o tempo, aprenderia a desenvolver a couraça necessária para enfrentar a vida, mas agora sua fisionomia era como um livro aberto. E a dor que viu ali estampada era quase... Comovente.
Draco obrigou-se a desviar o olhar, a concentrar seus pensamentos no trabalho, nas anotações que estava em sua mão, até se recobrar. Mas não adiantou. Ainda podia ver aqueles belos olhos... O incrível tom de azul, que ele nunca se dera conta em Hogwarts, límpidos como um céu à meia noite... Olhos repletos de muita dor, e aqueles cabelos vermelhos como as chamas de sua lareira.
Odiou a si mesmo por sua fraqueza, mas virou-se, indicando-lhe uma das cadeiras.
- Por que não se senta? – Ficou aliviado em constatar que seu tom ainda soava desprovido de emoção.
Gina apenas assentiu, ainda não confiando em sua voz para falar.
Draco deu-lhe mais um minuto para se recompor e, então, perguntou:
- O que é que gostaria de dizer Weasley? Fale logo, estou ocupado.– Disse sem ser ríspido. Ele tinha que se controlar, era um Malfoy, e devia agir como o tal.
A ameaça de lágrimas passou e, em poucos instantes, ela sentiu-se sob controle novamente. Ergueu o queixo, determinada a confrontar aquele homem intimidante. Aquela era a sua nova vida. Trabalhara com afinco por esse emprego, ansiara por tal mudança. Além do mais, não sabia mais o que fazer se não desse certo.
- Compreendo que sou jovem, sou uma...Weasley, e tudo mais– começou, suas palavras vagarosas e não tão firmes quanto gostaria. – mas passei por um treinamento completo na agência, e eles depositam a mais alta confiança em mim, Sr. Malfoy – as palavras Sr. Saíram engasgadas, mais eram necessárias, já que ele seria seu patrão – Pode estar certo que não me enviaram a tão longe se não achassem que estou à altura do desafio. Senhor, a verdade é que seu filho é... Bem... Precoce para a idade. E ele já levou três experientes e qualificadas babás a se demitirem. Como pode imaginar nada assim aconteceu antes e...
- Srta. Weasley, acredito que Andrew esteja muito além de ser apenas precoce. - ela se assustou quando o ouviu chamá-la de Srta. mas deixou a surpresa de lado.
Ela assentiu. Sim, na verdade, parecia que o menino estava mais próximo de ser um gênio. Ele adquirira o hábito de ler todos os tipos de estatísticas bizarras, as quais recitava para quem quer que estivesse disposto a ouvir. Pelo que se lembrava do dossiê da agência, Andrew perguntara a sua primeira babá, a srta. Gregory, se ela sabia que a cada dia cento e oito bebês eram concebidos por inseminação mágica. Depois, sugerira que o método poderia ser uma boa opção para ela, deixando a velha e conservadora mulher ultrajada. Em seguida, o garoto se recusara a tomar banho por vários dias, alegando que lera que, na média, uma pessoa morria afogada na banheira por dia, ou que Grindylaw poderia atacá-lo, pq em média esses monstrinhos também costumam atacar pessoas na banheira, vindo pelo encanamento. Alguns outros incidentes se seguiram, até que a srta. Gregory se demitira.
O mesmo acontecera com a srta. Heverford e a sra. Louis, as duas outras babás, também conhecidas por sua extrema habilidade com as crianças. Nenhuma das duas suportara as manias do menino. O caso da Sra. Louis havia sido o mais interessante. Parecera que tudo estava dando certo, até que começara um período de tensas noites de terror. Andrew passara a ter pesadelos e não demorara para que a própria babá se queixasse de estar tendo pesadelos também. Numa noite ela simplesmente saíra correndo da casa usando apenas a camisola de flanela. Recusara-se até voltar à mansão para buscar suas coisas. Que os empregados da mansão enviaram para agência via flú. A agência acabou concluindo que o menino aprontara algo para aterrorizar a mulher, ou foi algum tipo de mágica espontânea do menino que a assustou. Enfim, decidiram enviar Gina. Era jovem, paciente, dinâmica. Talvez tivesse a imaginação e a criatividade necessárias para lidar com o problemático menino. E agora se ao menos pudesse convencer o pai dele disso.
- Sr. Malfoy – tentou outra vez, limpando a garganta. – Concordo que Andrew está além de ser precoce. Foi exatamente por isso que me enviaram. Cresci com seis irmãos mais velhos e sempre convivi com muitas crianças. Aliás, adoro crianças e talvez eu possa pensar numa nova tática para lidar com o mons... Com seu filho, senhor. Sei que posso dar conta do serviço. Sou jovem, mas tenho bastante energia e disposição. Inclusive, me formei como professora infantil a poucos anos, e assim, posso até acompanhar a leitura de Andrew. Por favor, Malfoy, ao menos me dê a chance de tentar.
Os olhos dela pareciam tão sinceros... Mas eram traiçoeiros, arrastando-o, seduzindo-o, quando ele já aprendera muito bem as lições de Fleur para não tornar a bancar o tolo. Ainda assim, era difícil lembrar-se da desilusão do passado ao fitar aqueles olhos tão azuis, o rosto tão franco. A beleza de Fleur sempre possuíra uma qualidade estática, quase como se fosse feita de porcelana... O tipo de beleza para ser vista, não tocada. A garota a sua frente, porém, possuía um viço natural, uma transparência que ele não via há tanto tempo. A expressão nos olhos dela parecia calorosa, a de quem se importava de verdade...
Draco franziu o cenho, o queixo apoiado nas mãos enquanto contemplava a nova virada dos acontecimentos. Simplesmente deveria mandá-la de volta. Aquilo não daria certo. Andrew já afugentara três babás em três meses. Portanto, não queria uma Weasley, muito menos alguém tão inexperiente e... Tão bonita e feminina. Não, para aquele serviço teria que ser uma mulher mais velha, do estilo da severa Sra. Pram. A beleza, afinal, tinha o poder de pegar um homem, de confundir seus sentidos. Não estava interessado em tais distrações; já aprendera suas lições com dissabores passados. Gostava de sua vida solitária, de seu trabalho, do vazio que o rodeava.
Mas ela realmente tinha um rosto interessante... E que par de olhos magníficos, diferente de todos os Wealeys que se lembrava. Um homem podia sonhar com esses olhos para sempre.
Talvez devesse lhe dar ao menos uma chance. Talvez devesse lhe dar somente uma chance. Talvez a Weasley pudesse mesmo domar o brilhante monstrinho disfarçado de seu filho.Talvez...
- Está bem. – Manteve a voz firme, tentando não notar o brilho de alívio que passou pelos olhos dela. Por alguns momentos, seu belo rosto se abriu num sorriso encantador que o fez esquecer-se da frase seguinte. Mas logo em seguida, a jovem endireitava os ombros, esforçando-se para parecer calma e profissional. Era desconcertante...
- Bem, vamos acertar alguns detalhes – prosseguir ele, procurando manter a fachada austera. – Como tenho certeza que já foi informada pela agência, esse cargo é de período integral, com um fim-de-semana de folga outro não. Ficará no quarto ao lado do de Andrew, e terá que estar a disposição sempre que ele precisar. Embora a princípio pareça um serviço muito desgastante, Andrew em geral gosta de ficar sozinho, assim não será tão difícil quanto parece. Você compreende?
Gina assentiu, os olhos ainda cintilando com um misto de alívio e determinação. Draco jamais tivera tanta dificuldade em se concentrar em algo.
- No momento, Andrew não tem tutores, nem ingressou no pré-mágico ainda, embora venha estudando sozinho. Verá que ele preenche boa parte de suas horas lendo. Deixarei a seu critério a melhor maneira de administrar o tempo dele. Se houver alguma emergência, poderá me encontrar na torre da ala esquerda. – O semblante dele tornou-se muito sério e fechado. – É lá onde trabalho – avisou. – E sou um bruxo muito ocupado. Não quero ser perturbado. Quaisquer interrupções desnecessárias, Weasley, e sua estada conosco será bem curta. Estamos entendidos?
Ele soava tão autoritário, que tudo que ela pôde fazer foi assentir com um olhar um tanto assustado.
Ele soava ta autoritário, que tudo que ela pôde fazer foi assentir com um olhar um tanto assustado. Bem, ao menos teria sua chance de fica, consolou a si mesma. De qualquer forma, o alívio em ter o emprego não aplacava de todo a inquietação em seu íntimo. Sim, estava começando uma nova vida, mas certamente não era bem assim que havia imaginado, muito menos trabalhando para um Malfoy.
-Ótimo – dizia Draco em seu tom seco e sua voz arrastada. Pegou uma sineta na extremidade da mesa, e a tocou, a sineta não fez som algum, e logo Gina imaginou que fosse enfeitiçada. – A Sra. Pram estará aqui num minuto para leva-la a seu quarto e apresenta-la a Andrew. Alguma pergunta?
Gina sacudiu a cabeça. Nunca conhecera uma pessoa tão impessoal, aliás, conhecera e era pai dele! Por Merlin, como podia parecer tão distante? E o que haveria de verdade por trás daquela frieza em seus misteriosos olhos cinzentos?
Por um momento, quase se sentiu tentada a investigar. Qual seria a reação dele se, por exemplo, estendesse a mão e lhe tocasse o braço? Estava acostumada a pessoas falantes e afetuosas; aos risos espontâneos e à natural interação de sua grande família, às atenções e ao entusiasmo de seus irmãos. Não sabia lidar com um tipo assim tão distante, sarcástico e reservado.
Será que, mesmo que momentaneamente, deixava cair àquela fachada de severa compostura? Embora curiosa a esse respeito, sabia que não teria a coragem de lhe perguntar.
- Bem, então isso é tudo – disse ele e tornou a examinar os pergaminhos sobre a mesa.
Sentindo-se mais uma vez deslocada, Gina levantou-se da cadeira. Devia esperar a governanta ali, ou simplesmente sair?
De repente, uma dúvida lhe surgiu. Ela sabia que Draco havia se casado com a Fleur, a antiga namorada do seu irmão, Gui. Mas ele não havia falado nada sobre ela, será que ela estava na França? Ela deveria também falar com a mãe do garoto.
- Me desculpe, Malfoy – começou ela hesitante – Tenho uma última pergunta.
Draco virou-se o suficiente para estuda-la com uma sobrancelha erguida em contrariedade.
- Quando poderei falar com a Sra. Malfoy? Acredito que devo falar com ela também...
Gina interrompeu-se ao ver a expressão glacial nos olhos dele, o semblante assustadoramente sombrio.
- Fleur Delacour Malfoy está morta – disse-lhe, ríspido.- Você deveria saber disso. Não torne a falar nela.
-Oh...- murmurou ela, a informação aturdindo-a. Ela realmente não sabia, vivera tanto tempo nos Estados Unidos com seu marido que não sabia dos fatos ocorridos em Londres nos últimos anos.
De subido, sentiu o impacto em seu íntimo, Sua visão começou a se anuviar, dezenas de imagens povoando-lhe a mente. Nick, ao seu lado no altar, a expressão de seu rosto jovem tão solene e determinada ao fitá-la. Nick pulando na sua frente ao primeiro disparo do tiroteio. Depois, caído na calçada, o sangue cobrindo as mãos dela, enquanto com tanto desespero ela tentava com magia o sangue de jorrar. O bonito e forte Nick morrendo em frente a um estúpido cinema trouxa no centro da cidade em que moravam nos Estados Unidos. Mesmo agora, ainda podia ver seu rosto com nitidez. Por que não fora ela a levar aquele tiro de uma maldita arma trouxa.
As lembranças eram tão duras que foi preciso um grande esforço para se recompor. Fazia um ano agora... Supunha-se que devesse superar a tragédia, que devesse estar tocando sua vida p’ra frente.
Respirando fundo, ela virou-se abruptamente para a porta e deixou o escritório.
Atrás da mesa, Draco a observara, absorto. Conhecia muito bem a expressão de dor absoluta que vira nos olhos dela, o angustiante vazio. Já vira essa mesma expressão inúmeras vezes no seu próprio reflexo no espelho. Mas jamais imaginara que a veria em alguém como a Weasley.
Por um momento, quis chamá-la de volta. Entretanto, depois de todos esses anos de solidão, descobriu que não sabia mais das palavras certas. Aliás, nunca soube. E também não precisava fazer nada, pois afinal de contas ele era um Malfoy.
Tratou de se virar de novo para os pergaminhos sobre a mesa. Ela era apenas uma babá, lembrou a si mesmo, e além de tudo, ela era uma Weasley. E ele era um Malfoy que aprendera as suas lições a duras penas.
A Sra. Pram foi conduzindo Gina pelos corredores mal-iluminados em silêncio. Quando lhe fazia alguma pergunta, recebia da mulher uma resposta curta. Dessa forma cansativa conseguiu descobrir alguma coisa sobre o casarão em que iria viver.
A mansão consistia de quarenta e cinco cômodos, que se dividiam em duas alas para formar a edificação em V. A ala oeste continha os aposentos da família, enquanto a parte superior da ala leste fora destinada para as dependências dos criados e elfos. A estrutura principal da casa era constituída pelas salas de estar, incluindo o grande vestíbulo, a cozinha, a sala de jantar, um escritório, dois salões de baile e uma ampla biblioteca, havia também as masmorras que foram trancadas e enfeitiçadas para ninguém mais poder entrar desde a morte de Lucio Malfoy. Uma vez que o atual Sr. Malfoy não tinha inclinações festivas, a maior parte da estrutura principal ficava fechada. A torre da ala direita também estava fechada. Quanto à da esquerda, era usada por ele para desenvolver seu trabalho. Pelo que Gina vira até o momento, a mansão não era re-decorada praticamente desde sua criação!
Com certeza, seu aspecto sombrio não lembrava em nada a acolhedora e alegre Toca, onde seus irmãos haviam sido criados, ou a sua casa nos Estados Unidos. Mas, afinal, não fora isso que estivera procurando? Sussurrou-lhe a voz em sua mente. Uma mudança, algo que a levasse para bem longe...
- Seus aposentos – dizia a Sra. Pram. Acabara de lhe abrir uma porta, e Gina entrou, um tanto hesitante. Ficou surpresa ao constatar que era um ambiente agradável. Os móveis novos e a decoração suave produziam um inesperado contraste com o restante da mansão. Um espesso tapete azul recobria o assoalho de madeira escura, e a mobília era branca. Havia uma cama grande centralizada na parede oposta; estava enfeitada com uma colcha de matelassê rosa e azul. Ao lado, achava-se uma poltrona revestida num tecido do mesmo padrão da colcha. Posicionada a receber a claridade da janela. A estampa delicada das cortinadas também era coordenada com os demais tecidos. Havia ainda um armário e uma cômoda alta. Sim, era um belo quarto, refletiu ela, admirada. Parecia saído das páginas de uma revista de decoração. E era óbvio que fora re-decorado recentemente. Mas por quê? Na certa, ninguém teria todo aquele trabalho por causa de uma babá.
Mas ela não teve tempo pra especular a respeito, pois à sua direita uma porta de comunicação abriu-se de repente. No momento seguinte, viu-se cara a cara com alguém que só podia ser Andrew Philip Michael Malfoy.
Nota da Beta: Poxa, Ny, você está fazendo curso com quem, querida? Sim, porque o final do capítulo foi ótimo! Não, não foi ótimo! Me deixou curiosa! O que o Andrew vai fazer? Será que ele vai pular em cima da Gina, puxar os cabelos dela e gritar “Saia daqui, sua babá metida!”? Eu realmente quero saber o que vai acontecer! Então, por tudo que é mais sagrado, escreve logo o próximo capítulo!
Ah, para variar um pouco, eu vou logo avisando que nos meus poucos anos de vida ainda não deu para aprender a falar um português corretíssimo, então qualquer erro na fic NÃO FOI INTENCIONAL! Você sabe disso, não sabe?
Ótimo! Acabo minha nota dizendo que o capítulo está maravilhoso!
E que quero mais, é óbvio!
Lina Khane Athos
N/A: E aí galera, gostaram? Mandem rewiews por favor, criticando, elogiando, mais mandem!
Esse capítulo ficou meio grandinho, eu sei! Mais o próximo será menor...espero!
Ah...e vai sair mais rápido tb!
N/A 2: Quanto aos olhos azuis da Gina, não estranhem, eu sei que ela tem olhos castanhos, mas é que eu sempre quis que ela tivesse olhos azuis, imaginem ela ruivinha de olhos azuis que lindo seria, portanto já que na fic eu posso tudo, coloquei ela assim!
Hehehehehe
Beijos^^
Agora vamos aos agradeicimentos....
Lina Khane Athos: Fala minha miguxa, quitandinha, beta fofuxa! (Nossa isso rimou) Finalmente postei o capítulo né...
Ah...fiquei totalmente vermelha com o comentário acima, vc me deixou com vergonha, cuidado, não alimente muito meu ego, pq ele já é gordo demais..hehehehe
MaryMadMalfoy: Minha outra miguxa do coração, que elogiou muito o primeiro capítulo, espero que você goste deste também!
Cris Sky Pothus: Outra miguxa, e que é totalmente fã de Guerra nas Estrelas, foi a primeira a ver esse capítulo terminado! Ah..e brigadão pela capa linda que vc fez pra mim!
Suzi: A minha miga querida que quer estudar Matemática e conversar no msn ao mesmo tempo...assim não dá né, ah não precisa mais xingar...já pode matar sua curiosidade!
Carol: A guria que brigou um monte comigo pra eu terminar esse capítulo...(só não brigou mais que a Lina).
Agradecimentos:
Galera...valeu todo mundo que mandou Rewiews...mandem mais! Rsrsrsrs
Vampire Fairy, MiaH Canyo, PatHG, Utopia-90, Bia-Malfoy-84, Phoenix Eldar, Sarah Brington, Atalanta de Tebas
E a quem leu a Fic no Portal Draco e Gina também! Valeu!
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