LAS VEGAS
Harry tentava convencer Willy que não tinha nada demais ser ameaçado de morte, afinal era agora um Auror conhecido, mesmo sendo recém formado, e essas ameaças eram comuns na vida de um bruxo que escolhia esse caminho. Estavam sentados na lanchonete e diante deles o café da manhã esfriava:
‒ Willy, estamos vivendo um tempo de relativa paz, mas sempre tem alguém cultivando as artes das trevas... Olho Tonto Mood recebe umas cem dessas por mês. É normal para um Auror.
‒ Não me venha com essa, Harry. Quantas dessas você recebeu?
‒ Ah, essa é a primeira, mas eu ainda não tenho inimigos reais. Ainda estou na minha viagem de formatura... quer dizer, não pode ser ninguém ligado a Voldemort, todos os que eram ligados a ele estão presos ou mortos. Para falar a verdade eu acho que sei quem me mandou essa carta.
‒ Quem?
‒ Acho que você não vai gostar da história... tem a ver com Bianca.
‒ Tinha que ter essa criatura no meio...
‒ Ela não é causa direta de nada, Willy. Bem, quando eu estava no terceiro ano, fui visitá-la no meio das férias, ela estava no Japão, com o pai. ‒ Willy fez uma cara péssima ‒ Bem, o pai dela fabrica brinquedos mágicos, miniaturas, essas coisas... e havia alguém usando os brinquedos dele para matar pessoas.
‒ Matar pessoas?
‒ É, exatamente. Olho Torto Moody estava atrás dele há muito tempo... mas ninguém sabia quem era, ou porque estava matando trouxas aleatoriamente. Foi Bianca que descobriu. Era um funcionário do pai dela, um Japonês chamado Nagashi Ikeda.
‒ E o que você tem a ver com isso.
‒ Eu o capturei. Bianca não sabia o suficiente sobre combate contra objetos animados. Foi uma luta até fácil. Mas depois de um ano preso ele fugiu. A prisão Japonesa não é tão segura como Azkaban, porque nunca houve um grande bruxo das trevas oriundo do Japão. Ele estava desaparecido, mas agora que não estou mais debaixo da proteção do Professor Fernandez, provavelmente ele vem atrás de mim.
‒ E você fala isso com essa tranqüilidade...
‒ O que você esperava? Lembra quantas vezes tentaram me matar até eu terminar Hogwarts?
‒ Ah, Harry, será que a nossa vida toda vai ser assim? ‒ Ele riu e estendeu a mão sobre a mesa, pegando a dela.
‒ Willy, só surge um maluco poderoso como Voldemort a cada século... não se preocupe com sujeitos como esse japonês... para casos assim eu estou perfeitamente preparado... agora, trate de comer seu café da manhã.
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Algumas horas mais tarde, Harry cismou que queria conhecer Las Vegas. Willy sentiu-se aborrecida, porque não queria encontrar o ex-namorado, que provavelmente estaria curtindo a temporada de férias da Liga Americana de Quadribol por lá.
‒ E o que tem demais nisso? ‒ Harry insistiu ‒ Vocês se separaram há cinco anos, e ele até já casou com outra. Nada mais natural que você também esteja com outro.
‒ Não é isso. Não gosto de encontrar com ele, a mulher dele me odeia desde o tempo da Desert Stone
‒ Nome idiota para uma escola.
‒ Ah, Harry não começa.
‒ Vamos, Willy... eu preciso continuar minha viagem de formatura, vou assumir minha primeira missão a partir de segunda feira. Até lá quero pelo menos conhecer algum lugar divertido.
Harry venceu-a pelo cansaço. Depois de arrumarem as coisas na moto e pagarem a conta no hotel, Harry transfigurou as roupas de ambos em trajes de motoqueiros e eles partiram rumo à cidade do jogo, indo pela estrada porque estava cedo demais para voar, mas Harry aparatou logo a moto na entrada de Las Vegas. Aprendera a fazer isso sem querer e agora achava que realmente era muito útil.
Era o começo da Noite e a cidade se iluminava para receber os trouxas que iam perder todo seu rico dinheiro nos cassinos da cidade. Bruxos normalmente não viam muita graça em jogar em cassinos porque era muito fácil para eles ganhar, era só querer. Mas as outras coisas que Las Vegas oferecia eram muito interessantes. Logo que chegaram, Harry procurou um caça níqueis e pôs um centavo de dólar nele. Com um giro de manivela e um discreto feitiço ele ganhou quase trezentos dólares, o que Willy reprovou.
‒ Nem vem que não tem, sei que essas máquinas roubam dos trouxas... estou sem dólares trocados e estamos no mundo dos trouxas. Nem imagino onde haja uma filial do Gringotes... ‒ Willy ria diante das explicações furadas que ele ia dando, conforme iam entrando no saguão do hotel, não tinham reservas, mas ele daria um jeito para que se hospedassem.
‒ Senhor e senhora? ‒ Perguntou um trouxa magricelo na recepção.
‒ Potter ‒ Harry disse muito sério ‒ reservamos a suíte de lua de mel ‒ ele fez um ligeiro movimento com a varinha dentro do bolso enquanto o homem consultava a lista de reservas no terminal de computador.
‒ Lamento, senhor, a suite de Lua de Mel está reservada para o senhor Jackson Smith e esposa.
‒ Não é possível ‒ disse Harry exasperado ‒ consulte de novo ‒ fez um movimento mais forte com a varinha e murmurou qualquer coisa ao que o recepcionista disse um "Oh!"
‒ Mil perdões, Senhor Potter! Realmente errei ao fazer a consulta ‒ Harry sorriu ‒ o rapaz vai levá-los à sua suite.
Enquanto eles iam andando pelos corredores do Hotel, Willy sussurava para ele:
‒ Você não presta! Pobres senhor e senhora Smith!
‒ Não reclame, não é todo bruxo que sabe enfeitiçar terminais de computador.
‒ Onde você aprendeu isso?
‒ Você ia ficar muito zangada se seu dissesse que foi no Japão, com o irmão de Bianca?
‒ Aquele peste?
‒ Aquele peste agora é um mini gênio que estuda em Hogwarts. O pai dele não o quis em High Hill, a escola na Escócia onde Bianca...
‒ Harry, mudando de assunto, porque justamente a suíte de Lua de mel?
‒ Vamos nos instalar primeiro, ok? ‒ haviam acabado de chegar na suíte, que era ampla e confortável. O boy do hotel esperava na porta e ele deu uma gorjeta generosa para ele. Willy ficou olhando a suíte enquanto ele ligava a televisão.
‒ Kakaka! Os sabonetes tem forma de coração!
‒ Que romântico... ‒ disse ele de forma irônica ‒ você lembra dos gêmeos Weasley?
‒ Lembro. Aqueles cretinos que me chamavam de Elfo Doméstico...
‒ Eles moram em Miamy agora... eu tento ver o comercial do negócio deles sempre que ligo uma TV e não consigo.
‒ O que eles fazem?
‒ Enrolam trouxas fingindo saber ver o futuro.
‒ Isso é a cara deles. Harry ‒ Willy se aproximara dele e o olhava de frente agora ‒ Porque você quis vir para cá? Eu acho que sei, mas quero escutar de você.
‒ Muito simples. Porque vamos nos casar aqui. Sempre ouvi dizer que aqui era fácil casar.
‒ Eu não quero casar aqui! Quero casar em Hogwarts!
‒ Nós casamos aqui e em Hogwarts, que tal? ‒ Ele a abraçou ‒ Não quero passar mais nem um dia solteiro, senhorita Fischer... nem pense em dizer não para mim.
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Uma hora depois eles estavam de pé diante de um celebrante numa capela de casamentos destas bastante comuns em Las Vegas. Não era o casamento dos sonhos de Willy, usando a mesma roupa preta de motoqueira com uma grinalda na cabeça, ao lado dele, que não parecia conseguir ficar sério diante do celebrante gordo e bigodudo que o lembrava Tio Válter. Pelo menos ele comprara alianças de verdade. Ele dera seu documento de bruxo, que aos olhos de qualquer trouxa parecia o documento que seria necessário. Willy tinha uma carteira de motorista do estado de Nevada. O casamento durou exatos seis minutos e trinta e dois segundos, devidamente documentados por um fotógrafo com cara de panaca.
‒ Pelos poderes a mim designados em nome do estado de Nevada, eu os declaro oficialmente casados, Senhor e Senhora Harry Potter. Podem beijar-se ‒ Eles se beijaram segurando o riso, enquanto o celebrante despejava uma chuva de arroz sobre eles.
Saíram para a rua às gargalhadas, com a certidão de casamento num envelope junto com as fotos em polaróide muito mal tiradas pelo fotógrafo. Seriam documentos posteriores da coisa mais trouxa que já haviam feito na vida.
‒ E agora, Harry?
‒ Vamos para nossa suíte de lua de mel, vou pedir o champagne mais caro, a comida mais requintada, vamos tomar um banho morno naquela banheira estúpida em forma de coração... ‒ ele olhou para ela e viu que ela olhava séria para o lado oposto da rua. Ele olhou na mesma direção e viu um homem mais ou menos da mesma altura que ele, de ombros largos e cabelos encaracolados, usando uma roupa esportiva de trouxa: Troy Adams Jr. Ele atravessou a rua e disse:
‒ Boa noite, Mina.
‒ Ah, olá Troy. Este é Harry. Harry Potter... meu marido.
‒ Muito prazer, afinal você acabou se casando com ela... eu achava que ela só o conhecia em sonhos...
‒ Nós nos conhecemos há bastante tempo... fomos namorados antes dela ser seqüestrada em Hogwarts ‒ Harry olhava-o de forma hostil, como a procurar lembrá-lo que ele fora namorado de Willy antes de Troy ‒ a avó escondeu a verdade dela por seis anos.
‒ Eu sei ‒ Troy olhou-o da mesma forma hostil, um brilho frio nos olhos cor de mel ‒ eu estive no bar ontem à noite e a avó de Mina, ou melhor, de Willy me contou tudo. Parabéns, Potter, cuide bem dela.
‒ Não precisa pedir duas vezes, Adams.
‒ Até mais ver... felicidades, é extremamente elegante casar-se em Las Vegas ‒ Harry segurou a raiva por um segundo, não queria estragar a própria Lua de Mel.
‒ Obrigada, Troy ‒ Willy disse puxando Harry para longe ‒ lembranças a Daphne.
‒ Nós nos divorciamos.
‒ O quê?
‒ Eu e Daphne... você fez bem, Potter, um casamento em Las Vegas sai bem mais em conta... se eu soubesse teria feito isso também.
‒ Ora, seu.... ‒ Harry deu um passo na direção de Troy e Willy o segurou. Troy o olhava de uma forma semelhante à que Draco Malfoy o olhava na época de Hogwarts. Ele parou e olhou para Willy ‒ Vamos embora, Willy... eu entendo... é apenas inveja.
Voltaram para o hotel, Harry tentando recuperar o bom humor enquanto pedia o jantar para os dois. Mais tarde, quando estavam imersos num banho de espuma, ele finalmente perguntou:
‒ Porque afinal de contas você namorou aquele panaca?
‒ Porque achava que você era só um sonho... mas agora é passado e prometemos não falar mais nisso, lembra?
‒ Está bem... Willy, precisamos comprar uma casa, não acha? Que tal uma casa portátil como a de Sirius e Sheeba?
‒ Eu adoraria... por falar neles... já imaginou a cara deles quando chegarmos de volta a Hogwarts casados?
‒ Creio que Sheeba não vá se surpreender... ela sempre dá um jeito de saber as coisas primeiro.
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