ENFIM, É NATAL!



Antes de ir para a casa de Sheeba e Sirius, Harry e Rony foram tomar um chá com Hagrid. Hermione já fora embora, mas eles encontraram Willy lá, desolada. Siegmund pegara um resfriado de seburrêlho. Hagrid gritou que eles não entrassem por causa disso, enquanto levava Siegmund para o viveiro de tratamento. Willy saiu da cabana chateada, tirando a máscara cirúrgica. Rony deu um passo atrás:
‒ Não estou nem um pouco a fim de pegar essa coisa de novo!
‒ Não se preocupe, Rony‒ Hagrid saiu de trás da casa, já pusera o seburrêlho no viveiro ‒ Só se pega este resfriado uma vez... você está imunizado!
‒ Estou? Que bom... posso pegar qualquer seburrêlho doente... isto deve ter uma utilidade, não sei qual, mas deve...
‒ Hehe ‒ Hagrid respondeu ‒ para mim teve muita utilidade... eu peguei quando ainda era estudante, agora posso tratar deles a vontade... Não se preocupe, Willy, vou cuidar bem do seu Siegmund... quando você ver que não ele vai estar fuçando tudo por aí.
‒ É, mas eu queria comprar uma coleira para ele em Londres... Como vou poder saber se ele gosta dela se ele não for comigo?
‒ Willy, você não existe mesmo ‒ Harry a abraçou, depois de olhar disfarçadamente se Snape não estava em nenhum lugar num raio de cem metros. Hagrid os olhou, rindo:
‒ Parece que foi ontem que eu vi os pais de vocês namorando nessa escola... Cansei de entregar bilhetes de Atlantis para Nuhra, sem que suas tias vissem ‒ Willy deu um sorriso triste. Não gostava de pensar na mãe. ‒ Vocês dois estão tendo juízo, não estão mais se agarrando pelos cantos na frente de todo mundo, não é?
‒ Bem, nós tomamos bastante cuidado... O Snape pega muito no nosso pé! ‒ Disse Harry. Agora nós podemos entrar, está um bocado frio aqui fora...
    Passaram a tarde na cabana com Hagrid, Harry deu um presentinho para ele, um jogo novo de xícaras de chá porque as dele estavam muito lascadas, Rony deu um cachecol do tamanho de um lençol que sua mãe fizera e Willy uma de suas muitas invenções: sapatos levita-neve (como ela conseguira sapatos do tamanho de Hagrid é que fora um mistério) era só pisar sobre neve e você levitava... bem útil para quem tinha de cruzar o terreno de Hogwarts no inverno.
    À noite foram com Sirius para a casa de Hogsmeade , sempre sob as inúmeras recomendações dele que não falassem em hipótese alguma que Sheeba estava gorda ou barriguda.
    Sheeba os recebeu felicíssima. Agora as agulhas automáticas estavam tricotando casaquinhos. Sirius olhou desconfiado para um par que tricotava  em lã cor de rosa:
‒ Se for menino ele não vai usar isso, não é mesmo?
‒ Se for menino eu transfiguro em azul, Sirius ‒ Ele saiu, sorrindo satisfeito. Ela olhou para os meninos e disse:
‒ Se for menina eu vou ter muito mais trabalho para tornar esse mundo de roupa rosa... que tal estou, ‒ disse, empinando a barriga para eles, que não sabiam exatamente o que dizer.
‒ Grávida!‒  Disse Willy alegremente,  procurando não usar a palavra barriga ‒ está muito bonita assim.
‒ Oh, que bom! ‒ Sheeba saiu cantarolando atrás de Sirius, que sumira na cozinha, procurando algo para comer ‒ Nem pense em comer algo antes do jantar, Sr. Black! ‒ Eles olharam-se rindo e espalharam-se nos estofados da sala. A casa estava com a decoração favorita de Sirius, em estilo gótico, com vitrais. Rony comentou:
‒ Essa decoração parece o cenário da peça!
‒ E como está a peça, Rony?
‒ Ah, estamos indo bem... eu fui o primeiro a decorar todas as falas! Acredita que a Padma ainda precisa fazer o papel ficar levitando na frente dela  enquanto atua? Ela é bonitinha, mas não tem talento nenhum... e o babaca do Malfoy? Eu nunca vi um sujeito tão canastrão, gente, ele é muito ruim, nossa. Sorte dele que o Lockhart adora uma atuação exagerada...
‒ Rony, onde você arrumou tanto talento, hein? ‒ Harry riu ‒ Outro dia eu fui lá e dei uma olhada... realmente você é muito bom nisso.
‒ É, eu não te vi, o Lockhart tem essa mania de ambientação real, tudo escuro... Hermione também foi lá outro dia... mas acho que ela não viu muita coisa, de repente ela deu um grito e o ensaio parou, ela disse que o Pirraça  tinha feito alguma coisa... bem na hora da cena do beijo.
‒ Na hora da cena do beijo? ‒ Willy riu ‒ Rony, você é tapado ou o que? Ela ficou com ciúmes!
‒ Ciúmes? Não, Willy... ela não gosta de mim, acha que eu não sou bom o suficiente. Em pensar que eu li aquela porcaria de livro por causa dela...
‒ Que livro?
‒ Hogwarts, uma história.
‒ Você leu?
‒ Li, qual o problema? Eu queria surpreendê-la com isso, mas nunca surgiu uma oportunidade.

    Na véspera de Natal, foram a Londres, onde encontraram Hermione. Era impressionante a quantidade de desejos que Sheeba tinha, fazendo Sirius sair igual um maluco pegar os mais estranhos doces dentro de lojas de trouxas, o que ele odiava, pois se embolava no dinheiro deles. Até que Hermione e Harry se ofereceram para fazer isso. Compraram toneladas de presentes e coisas para o bebê. Em pouco tempo Sirius estava atolado de pacotes, resmungando porque afinal não trouxera Smiley, que naquela ocasião ia ser muito útil. Iam passar a noite num hotel de  trouxas e voltar no dia seguinte. Quando chegaram ao hotel, Sheeba foi logo para o quarto despachar com feitiços os pacotes direto para sua casa. Depois pendurou-se em Sirius com um olhar suplicante, ao que ele respondeu:
‒ Nem vem que não tem, não vou me enfiar no metrô mundial hoje para ir a Nova Iorque comprar um berço... o bebê vai nascer depois da Páscoa, Sheeba, temos muito tempo. ‒ Ela fez um muxoxo.

    Estavam tomando chocolate quente no salão de chá do hotel quando Harry viu surgir algumas figuras, engolindo em seco. Pelo saguão entravam Beth e Bianca Fall, seguidos de um menino de seus nove ou dez anos e de uma senhora baixinha, que parecia uma índia sul americana.
‒ Sheeeeeeeeba!!!!!! ‒ Beth Fall gritou fazendo o salão de chá em peso olhar para ela. Bianca baixou a cabeça.
‒ Beeeeeeeeeth!!!!!! ‒ Sheeba respondeu. Desta vez foi Sirius que baixou a cabeça. ‒ Você veio para cá! Que maravilha! Olá, Bianca! Bernardo! Nara! Há quanto tempo eu não a vejo!
    Ao ouvir o nome Bianca, Willy fez a cara mais feia da face da Terra. Harry disfarçou, olhando para Rony e comentando algo imbecil como "que lustre bonito, não?". Para sua infelicidade, Sheeba convidou todos para sentarem-se à mesa com eles. Bianca sentou-se sorrindo ao lado de Hermione e bem à sua frente:
‒ Olá, Harry! Você deve ser Willy! ‒ Alguma coisa na forma que ela pronunciou  o nome de Willy fez nascer um brilho selvagem e assassino nos olhos da menina, que respondeu:
‒ Oi! Você deve ser a bruxinha da Escócia... ‒ Riu mostrando os dentes, Hermione podia jurar que ouvira um rugido. Ela estivera até então bem calada, então disse:
‒ Como estão as coisas, o que eles estudam lá em High Hill? ‒ sorria amarelo para Bianca, sem perceber que Bernardo, que apesar da cara de inocente fazia os gêmeos Weasley na pior fase da vida parecerem anjinhos  barrocos, enfiara por dentro de seu cabelo algo grande e cheio de patas. Quem viu foi Rony, que segurando seu asco por aranhas, enfiou a mão por dentro do cabelo dela e retirou uma grande tarântula, para horror dos presentes (menos Beth e Sheeba, que fofocavam ruidosamente, e Sirius que olhava entediado para o nada). Jogou-a discretamente ao chão e pisou-a olhando bem feio para o garoto, mas sem dizer uma palavra
‒ Era meu bicho de estimação ‒ ainda protestou o garoto.
‒ Você disse bem, era ‒ Disse Rony. Hermione, olhava atônita para a enorme aranha que ele matara, sabendo que ele detestava aranhas e olhou-o agradecida. Ele piscou um olho e disse:
‒ Não precisa agradecer. ‒ Isso chamou a atenção de Beth Fall, que até então estava entretida na conversa animadíssima com Sheeba.
‒ Bernardo Fall D'Anime ... você não ousou trazer aquela coisa nojenta para cá, ousou ?‒ Diante do olhar severo da mãe Bernardo encolhera uns dez centímetros, afundando atrás da mesa.
‒ Ela às vezes se solta ‒ ele fez a cara mais inocente do mundo ‒ ou melhor, se soltava ‒ ele olhou feio para Rony, que retribuiu com a mesma intensidade ‒ porque esse cara matou ela.
‒ "Esse cara" é convidado de Sirius e Sheeba... e ele me fez um favor, eu odiava esse bicho asqueroso que seu pai te deu. Obrigada, meu querido ‒ a bruxa sorriu para Rony e olhou glacialmente  para o filho, que encolheu mais um pouco ‒ em casa conversamos.
    Durante todo esse todo diálogo, Willy e Bianca trocaram olhares hostis... pobre Harry.

    Em sua casa, Draco imaginava um jeito de escapar... ainda não sabia aparatar, e não saía de casa pelo menos sem um elfo doméstico (havia uns vinte na casa) para vigiá-lo e ele sabia como era chato se livrar de um elfo doméstico. O horário que combinara com Sue ia chegando e ele não sabia o que fazer. Subitamente teve uma idéia. Vestiu sua melhor roupa de trouxa de sair, olhando-a desconfiado,  será que ainda estava na moda? Por cima, pôs uma veste de bruxo normal e disse ao pai:
‒ Pai, posso ir ao beco diagonal comprar umas coisas?
‒ O que você quer comprar? Eu mando um criado lá ‒ Lucio Malfoy respondeu sem desviar os olhos do "Profeta Vespertino"  ‒ Aquele cretino do Weasley conseguiu aprovar outra lei pró trouxas! Esse Fudge é um banana mesmo
‒ É que eu queria ir sozinho, pai... já tenho dezesseis anos ‒ Lucio finalmente olhou o filho
‒ Acha que já é homem?
‒ Não é isso... Não sou mais criança! Posso escolher uma veste nova sozinho, não acha? ‒ O pai hesitou por um minuto então disse:
‒ Está bem... você vai com o nosso motorista.  Mande ele esperar por perto e não demore uma eternidade ‒ Draco ia saindo feliz quando ouviu ‒ e leve um elfo junto.
    Pronto, tudo estragado... como ia sair com Sue e um elfo doméstico a tiracolo? Não importava, só de não ter nem o pai nem a mãe por perto já era um tremendo triunfo...  qualquer coisa ele dava um jeito...

    O que Draco Malfoy não sabia, e não havia meio dele saber, porque a fada que se propusera a ajudá-lo ficara em Hogwarts, de onde não podia sair, era que Sue Van Helsing àquela altura estava tão apaixonada por ele quanto ele estava por ela, embora ela não fosse admitir isso nem sob a pior tortura que um Comensal da Morte pudesse imaginar.
    Começara de mansinho, na alegria dela quando uma coruja amanheceu pousada na janela do seu  dormitório na escola na Itália... metade das garotas acordara gritando... a coruja chegou um dia apenas depois que ela chegara à escola. Quando abriu o envelope e viu o papel negro e a caligrafia fina e desenhada escrita em tinta dourada, ela ficou simplesmente maravilhada. Olhava a letra dele com um sorriso besta nos lábios, cheirou, virou e revirou a carta, o papel tinha o mesmo cheiro dele... Draco lhe escrevera, o seu Draco... então de dentro do envelope caiu uma fotografia, e Sue deu um grito. Nela Draco parecia vivo!
    E olhava para ela com o mesmo sorriso debochado que ela estava começando a sentir saudades! Ia escrever uma carta para ele quando lembrou-se que sua letra era horrível! Então, começou a imaginar o que Draco faria se soubesse o quanto ela ficara feliz ao receber a carta. Tendo sido criada numa escola americana até os treze anos, uma coisa que ela sabia reconhecer quando via era um faroleiro... e Draco era um tremendo faroleiro, ela sabia disso. Se ela escrevesse juras de amor, ele ia se encher de si, e adeus gentileza... então, decidiu que iria dar uma de durona... mas não sabia até quando. Sentou na frente do computador, e como se apenas respondesse um e-mail, escreveu a carta mais debochada e sarcástica que podia imaginar, rindo de mansinho imaginando a cara de decepção dele quando lesse. Foi assim até que combinaram de encontrar-se em Londres pelo Natal.
    Fora um tremendo sacrifício convencer sua prima Annie a deixá-la ficar em seu apartamento enquanto ela estava na Rússia. Como toda Van Helsing de primeiro time, Annie era médica e tinha um mau humor constante, porque trabalhava muito mais como médica que como caçadora de vampiros. Estava sempre com um par de olheiras pretas a adornar-lhe a face cansada. Mas se havia por perto algum vampiro, se transformava da água para o vinho, pois caçá-los era divertido. E Annie tinha partido junto com seu pai Steve para matar uns vampiros na Rússia. "Que bom!" Pensou Sue, olhando-se no espelho. Vestia uma saia preta longa e um casacão preto sobre um suéter cor de rosa, além de luvas de lã pois estava muito frio. "Espero que Draco goste" ‒ ela disse para si mesma e saiu.

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