ORGULHO SONSERINO
‒ Willy, eu...
‒ Cala a boca, seu panaca. Você é igualzinho ao Malfoy.
‒ Ah, mas não sou mesmo, Willy.
‒ Harry, deixa eu falar com ela.
Hermione observara quieta a discussão dos dois, mas agora achava que era hora de falar com Willy ‒ Willy, porque você fez isso? Porque provocou o Harry, porque provoca todo mundo?
‒ Olha só, Granger, eu vou te dar uma dica ‒ disse Willy enxugando os olhos ‒ Quando uma palavra te machuca, você não costuma gostar de ouví-la, sacou? Pode deixar, o segredo de vocês está seguro, eu não vou contar nada para ninguém... Granger, eu não preciso de terapia... agora se vocês dão licença, vou visitar um amigo na ala hospitalar.‒ E sumiu correndo, carregando como sempre a vassoura atrás de si.
‒ Garota maluca ‒ disse Hermione ‒ falou tão mal do Malfoy e vai visitá-lo na ala hospitalar... ‒ de repente, ocorreu-lhe que Malfoy não era o único internado...
Toda história dos times estarem desfalcados e formando novos elencos tinha atrasado bastante o início da temporada de Quadribol, que ia se resolver em cinco semanas seguidas esse ano... o primeiro Jogo seria Grifinória versus Corvinal, e nem para Harry, nem para ninguém, talvez só para Neville que estreava (ainda estava com a roupa de Harry, parecia que ele tinha esquecido completamente que haviam combinado que só usaria a roupa até perder o medo de cair), parecia realmente uma estréia emocionante... Corvinal parecia ter entrado em campo para ser o saco de pancadas da temporada.
Harry olhou para Cho Chang, apenas para constatar que não havia mais nada naquela menina que realmente lhe chamasse a atenção... ela parecia outra, magra, pálida. Não parecia mais a garota alegre e cheia de vida da primeira vez em que haviam se enfrentado. Quando o jogo começou, Cho sequer olhava direito para o campo ou buscava o pomo com os olhos... O resto do time, preocupado em olhá-la, estava tomando uma surra daquelas, nem Lino Jordan parecia estar muito animado, ele nunca narrou uma partida de Quadribol tão sem graça. Quando Harry avistou o pomo e disparou na sua direção, Cho até o seguiu, mas nem sequer chegou perto. Harry sentiu um gosto amargo na boca quando finalmente sentiu o pomo em sua mão... ganhar assim não tinha realmente graça nenhuma... Principalmente se lembrasse do último jogo contra a Corvinal, quando ele estava tão bem, que conjurou um patrono como se estivesse fazendo uma pena levitar.
O que o preocupava é que achava que a essa altura, já era para Sirius e Sheeba terem aparecido ou dado notícias. Depois que Edwiges chegara, nenhuma mensagem mais chegara dos dois, sequer uma corujinha... e ele realmente começou a ficar preocupado quando Hermione disse que o olho de tigre estava desligado há exatamente uma semana. Resolveu então procurar Dumbledore, que o tranqüilizou, mas não o convenceu:
‒ Eles devem ter tido algum problema no caminho, Harry, não se preocupe.
Mas Harry se preocupou. E muito. Não gostava da idéia de seus únicos parentes bruxos sumirem assim... e começava a pensar em Voldemort, na forma como Voldemort não se preocupara nem um pouco em matá-lo no precipício, quando se jogara decidido a, se preciso, morrer para que Sheeba e Sirius ficassem bem. Procurou Hermione e juntos foram conversar com Rony, que ainda não sabia do fogo sagrado porque eles não queriam contar nada a ele na frente de Draco.
Qual não foi a surpresa dos dois ao encontrar Willy sentada de pernas cruzadas sobre a cama de Rony, de frente para ele, que estava na mesma posição. Estavam jogando uma espécie de joguinho, que lembrava muito algo que Harry já vira na casa dos seus tios trouxas: um videogame. Só que ao invés de uma tela de tevê, este jogo era jogado numa tela de vidro que ficava levitando entre os dois, onde dois bruxinhos desenhados se enfrentavam, apenas comandados pelas varinhas dos dois. Neste exato instante, o bruxinho de Willy acabava de matar o bruxinho de Rony, que falou, animadíssimo:
‒ Eu guero uba revange!!! Isdo dão vale! Vozê esdá roubando... Invendou eze joguinho zó pra boder ganhar roubando dambém.
‒ Kakaka ! eu jogo honestamente, quem rouba é ele ali... ‒ disse apontando Draco ‒ Tanto é que ontem “vozê” me ganhou duas vezes...kakaka.
‒ Rony! Você pode me dizer o que você está fazendo??? ‒ Hermione estava indignadíssima ‒ Jogando esse jogo violento e horroroso!
‒ Relaja, Mione, é zó um joguinho. Dão vou zair bor aí arrancadaaaando aaatchin a cabezaaaatchô dos oudros zó bor gausa de um jogo...
‒ Tchau, Weasley ‒ disse Willy ‒ Você já tem com quem se distrair... Willy ia saindo e diante dos protestos de Rony disse: ‒ Eu “zei” que eles são seus “abigos”, Weasley, e que eles são legais... mas não gostam de mim... Torce por mim amanhã no Quadribol... Eu ia pedir o mesmo a você Malfoy, mas acho que você está com medo de perder o lugar.
‒ Você não vai torcer por esse... esse elfo doméstico, vai ? ‒ Perguntou Harry ‒ Não se esqueça que ela é da Sonserina...
‒ Adé eu vou dorzer condra ela, snif ‒ disse Draco, tentando puxar assunto na outra cama, ele estava bastante solitário, Crabbe e Goyle não costumavam visitá-lo, tinham medo de pegar o resfriado, e depois que Rony descobrira que ele roubava muito no xadrez não lhe dirigia mais a palavra, preferia passar o tempo com as revistas que ele continuava escondendo debaixo da cama.
‒ Eu pozo torcer a aatchô snif snif, bara que ela aaaatchô begue o bomo de ouro e a LuvaLuva ganhe o jogo, que dem aquela bartida da coba de Quadribol, snif, que a zente azistiu do ado pazado...
‒ Se você fizer isso eu paro de falar contigo! ‒ Hermione disse isso e olhou nos seus olhos, e soube que se queria manter a amizade de Rony, era melhor esquecer a promessa.
Harry pensou e achou melhor não falar ainda para Rony que Sirius e Sheeba estavam sumidos, não era o tipo de notícia que se dá a amigos doentes.
No dia seguinte, o campo de Quadribol estava cheio. A maior parte da escola estava como sempre torcendo contra a Sonserina. Entraram os dois times em campo e a torcida da Lufa-lufa abriu uma grande bandeira com o rosto de Cedric Diggori onde se lia: Lembrem-se de Cedric Diggori. O novo capitão da Sonserina encarou Julius St Johnson, que deu um sorriso franco, ao que o outro deu as costas. Ao ver isso, indignada, Willy saiu do seu lugar e foi pessoalmente apertar a mão de Julius, sempre arrastando Sieglinda no chão. Antes de começar a voar, enrolou as mangas da camisa e deu uma piscada na direção de Harry e Hermione, e disse, só com os lábios: “depois contem para Rony!” Hermione deu um salto no mesmo lugar, indignada.
Todos subiram na vassoura, e a pequena Willy disparou para o céu, subindo tão alto como só uma pessoa que todos ali já tinham visto: Harry Potter, que engoliu em seco na arquibancada. Lino Jordan começou a narrar a partida, e em pouco tempo, estava 50 a zero para a Lufa Lufa. Parecia que ia ser uma surra daquelas. Willy não tomava conhecimento de Julius, que estranhava muito isso. O time da Sonserina conseguiu fazer dois gols, mas logo depois fez duas faltas, que foram convertidas levando o placar para 70 a 20 para Lufa Lufa... A Sonserina nunca perdera tão feio, nem com Malfoy. Neste momento, Willy viu o pomo e avançou, mas um batedor da Lufa Lufa atirou um balaço para cima dela, que desviou bem na hora. Julius St Johnson bateu nela e quase a derrubou. Falta para Sonserina. Mais um pouco, o time da Sonserina reagiu e pareceu melhorar um pouco: Conseguiu fazer mais dois gols; 70 a 50. Então, Willy disparou para a esquerda, , seguida por Julius St Johnson, mas no último minuto, fez uma curva fechada e apanhou o pomo quase rente ao chão. Ganhara: 200 a 70 para a Sonserina. Mas ao invés de comemorar com o time, Willy rumou sozinha para dentro de vestiário. Harry não pôde deixar de sentir pena dela.
No dia seguinte, a mesa da Sonserina apareceu com uma grande faixa: “Willy! Orgulho Sonserino!” Harry ouviu-a dizer, quando passou:
‒ Que emoção! Acho que eu vou vomitar...
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