A economia grega
Narrado por Remus Lupin
- E como ficou o time? – perguntei casualmente, ocupado em encher meu prato com o que tinha disponível na mesa para o jantar. Macarrão, purê de abóbora, frango assado, couve flor... Não, não gosto de couve flor, nada de couve flor no meu prato.
James deu de ombros.
- Eu como apanhador, Sirius e Marlene como batedores, – o que não era nem um pouco surpreendente. – Frank Longbottom como goleiro, Josh Gunter, Jack Torrance e Alice Johnson como artilheiros.
Fiz que sim com a cabeça, jogando uma couve flor para fora do prato.
- Boa escolha. – elogiei, embora realmente achasse que Alice e Frank juntos iam se agarrar em vez de jogar quadribol. Mas não vou acabar com os sonhos do meu amigo.
Era sábado, quase oito da noite, o jantar estava servido e nem sinal do resto do nosso bando.
James passou o dia todo fazendo os testes para o time de quadribol e nem havia tomado banho ainda. Como eu deduzi isso? Não, eu não andei cheirando James. Mas a gente costuma perceber quando as pessoas tentam se manter longe, entende? E foi isso o que aconteceu durante todo o período em que fiquei o lado dele. Mas acho que isso deve ser relativo, porque Sirius havia sumido nos jardins com uma de suas fãs assim que terminou a seleção do time e ela não parecia preocupada com o cheiro dele.
De todo modo, não é isso que está me preocupando. O fato de Sirius estar sumido não surpreendia ninguém, afinal ele fazia isso frequentemente. Mas Kate ainda não havia descido para jantar e, era verdade, Lily e Lene também não, mas elas também faziam isso frequentemente. Ou pelo menos Marlene fazia, já que Lily abandonara essa carreira à seis meses.
Eu e Kate estávamos meio que brigados, embora eu nem sequer saiba o motivo disso. Acho que fiquei um pouco chateado por ela não ter me contado que cantava, mas compreendo que não havia motivo para ela ter me contado. Eu não ligava muito para ser mantido fora dessa parte da vida dela (principalmente se for levado em conta o fato de que eu nem a conhecia naquela época), mas queria muito que ela me incluísse agora. E queria dizer isso à ela, porque, eu admito, ficar sem falar com ela durante toda a semana é muito chato.
- O que acha da Anne? – James me perguntou, me puxando de volta ao meu problema com a couve flor. Anne Blake e suas amigas passaram pela mesa da Grifinória, acenando para James, que retribuía com mais animação do que deveria, na minha opinião. Olhei em volta, preocupado se Lily apareceria bem naquele momento. Que não era nada propício, compreende?
Talvez eu dissesse que achava Anne simpática. Mas a verdade é que ela tinha o cérebro do mesmo tamanho e formato do cérebro de Sirius. E, acredite, o cérebro dele é pequeno. O que a torna pouco interessante para mim. Em outras palavras, Anne Blake é igual à couve flor. Ninguém gosta, mas todo mundo é obrigado a comer. Ambas não tem cérebro e não fazem nada além de vegetar e serem comidas. No meu caso, jogo as duas para fora do prato.
O que? Eu sei que você também não gosta.
- E eu deveria achar alguma coisa? – perguntei na defensiva. Sim, ela é linda, maravilhosa, gostosa, usa saia curta, decote ousado, e era uma das loiras mais bonitas de Hogwarts, depois de Katherine, é claro. Mas eu não diria isso à James. Sabe porque? É claro que não sabe. Mas entenda, querido leitor, que se eu dissesse isso ao James, Lily me mataria sem pensar duas vezes. Então, em vez de entregar meu couro de bandeja, eu disse: - Lily vai mata-la de qualquer jeito em questão de semanas, se ela continuar a te jogar sorrisos.
James fez uma careta.
- Evans não tem absolutamente nada a ver com isso.
- Então é melhor você avisar à ela, antes que o inevitável aconteça. – previ, enfiando macarrão pela boca.
Certo, eu admito. Não foi uma boa idéia. Porque nesse momento, Kate sentou à minha frente, trajando um vestido de verão azul claro que a deixava tão linda que eu seria capaz pular em cima dela nesse momento, puxar sua nuca na minha direção e beijar aqueles lábios rosados, que sorriam tão lindamente para mim agora (com macarrão na boca e tudo). Mas, ao invés de satisfazer meus desejos mais profundos, eu preferi, é claro e sem sombra de dúvida, engasgar com o macarrão.
Muito mais proveitoso, não acham? Acham? Viu só, eu disse!
Mas, além de tossir que nem um louco, eu não me contentei e tive que cuspir todo o macarrão na cara da Katherine. Acreditem: voou macarrão no cabelo, no pescoço, no vestido...
Agora sim eu ia conseguir alguma coisa com ela, não? Você também acha?
Narrado por Lily Evans
Assim que eu cheguei a mesa da Grifinória para jantar, eu soube que havia alguma coisa errada. Espera! Você também acha?! Puxa, que coincidência! E olhe que nem sei quem você é! Mas, se quer saber, eu sempre soube que tínhamos uma ligação especial.
E realmente há alguma coisa muito errada aqui. Sempre respeitei imensamente a hora do jantar na minha casa e principalmente em Hogwarts. Minha vó sempre dizia que a hora das refeições era importante e eu sempre segui o que ela me ensinou.
Por esses (e outros) motivos, fiquei abismada ao ver a cena desrespeitosa que acontecia bem à minha frente, no meio do Salão Principal. Como podem fazer isso no meio de uma refeição?! Como podem?! Como?!
Como, em nome de Merlin, esses elfos domésticos tem a cara de pau de preparar couve flor para o jantar?!
‘Tá me olhando assim porque? Pensou que a “coisa errada” para a qual eu me referia era o Remus engasgando, a Kate com a roupa e o cabelo cheio de macarrão, o James fedendo a cachorro (exatamente o mesmo cheiro da Marlene) e tentando desengasgar o amigo? Cara, sua imaginação é limitada. Isso acontece todo dia por aqui, amigo.
Maldito couve flor!
- Não vou nem perguntar o que houve. – disse, me sentando ao lado da Kate e passando meu guardanapo para ela. Pode falar, eu sei que sou uma ótima amiga.
- É melhor. – aconselhou James, tentando não cair na gargalhada. Ai, ele falou comigo! Ele não é lindo? É melhor você não responder. Não me obrigue a quebrar sua cara. – Não ia querer saber. – comentou meu ruivo, finalmente desengasgando Remus. Já disse ele fica lindo desengasgando o Remus? Pois é, ele fica mesmo lindo desengasgando o Remus!
Coloquei macarrão no meu prato e cortei um pedaço de frango assado. Hum, purê de abóbora? Ah, eu prefiro purê de batata, mas esse serve. E não. Nada de couve flor.
- Você entendeu errado, ruivo. – comentei, ignorando a cara feia que James me mandou quando o chamei daquele jeito. – Eu só não vou perguntar, porque é óbvio que o Remus cuspiu macarrão na Kate. Não precisa ser gênio para descobrir isso. – expliquei, jogando um sorriso simpático para ele.
James fez uma careta. Francamente, o que foi que eu fiz para ele?
Remus, recuperado do ataque de tosse, se virou para minha amiga-metade-macarrão.
- Desculpe, Kate. – disse, envergonhado. Ele não é uma graça? – Não foi minha intenção, eu juro. Engasguei sem querer.
Kate deu de ombros e deu um sorrisinho de lado.
- Me ajude a me limpar, por favor? – perguntou ela. – Esqueci a varinha no dormitório.
O suspiro de alivio do Remus pode ser ouvido por todos ao redor do mundo. E a bondade da Kate me surpreendeu. Como ela conseguiu ficar tão calma? Se jogassem macarrão em mim, eu teria começado uma guerra de comida. Marlene provavelmente faria um escândalo, principalmente se molho estivesse envolvido no negócio.
Enchi a boca de frango e observei os dois se levantarem, indo sei lá para onde. Talvez tenham ido ao banheiro, ou ao jardim, ou a Sala Comunal... Quem sabe se eu cuspisse em James, ele me peça ajuda para limpá-lo e então iriamos para algum lugar isolado, em particular. E esse seria o começo do nosso romance.
Mas não vou ficar pensando muito nisso, estou ocupada comendo frango e não pretendo cuspir em ninguém no momento.
Uma garota passou correndo e chorando pela nossa mesa e, logo depois, dois seres sobrenaturais se sentaram ao meu lado. Acho que um era a Marlene e o outro era Sirius, mas o cheio era horrível, então levei em consideração a possibilidade de serem cópias alienígenas dos meus amigos. Mas é só uma possibilidade, não se preocupe.
- Nossa, o que aconteceu com vocês três? – soltei, incluindo James nessa. Mesmo ele sendo o amor da minha vida, eu tenho que admitir que ele já cheirou muito melhor do que isso. – Estão fedendo. – tapei o nariz com a mão para enfatizar. Deve ser por isso que a garota estava chorando.
Marlene levantou o braço e cheirou o próprio sovaco, fazendo uma careta logo em seguida. Mas que porca!
- ‘Tá pior do que eu imaginava. – comentou, respirando pela boca, o nariz franzido.
Não tenho como discordar.
- Foi um dia puxado. – explicou-se Sirius.
James se pronunciou, inclinando-se para a frente, confuso.
- Você não estava no jardim com uma garota? – perguntou, apontando um dedo acusador para Sirius.
Marlene bufou, desgostosa.
- E eu sou o que? – perguntou, indignada.
Uma porca. Mas isso eu disse dentro da minha mente, então só eu mesma escutei.
O meu lindo ruivo revirou os olhos.
- Eu quis dizer que o vi indo até lá com uma garota, e voltando com outra!
Todos fizemos que sim com a cabeça, finalmente entendendo o que ele queria dizer.
- Porque trocou de garota, Sirius? – perguntei, querendo fazer parte da conversa.
- A outra era muito chata. – ele me contou. – Então Marlene passou perto de nós e fazer a troca foi coisa básica. – a cada dia que passa ele fica mais parecido com Marlene.
Ah, acho que sei porque a garota que passou estava chorando! Como eu sei? Questão de lógica, querido! Muito além das suas capacidades.
Nesse momento, antes que eu pudesse dar qualquer resposta, Anne Blake e seu bando de seguidoras passaram por nós, dando um aceno amigável demais para James, que retribuiu alegremente.
Minha vida já não é complicada o bastante? Agora vou ter que aguentar mais esse problema?
Sabe, eu andei pensando... se eu tivesse jogado um simples tchauzinho para James, será que estaríamos juntos agora? Porque a Blake está tendo mais sucesso do que eu, e olha que ela só teve que balançar a mão uma ou duas vezes. Merlin, será que todo esse esforço foi em vão?!
- Uau. – fez Lene, encarando as vagabundas que passavam rebolando pela nossa mesa. – A Lufa-Lufa nunca fabricou tantas vadias de uma vez só.
- Nunca vi tanta vadia por metro quadrado. – concordei, balançando a cabeça negativamente.
Sirius riu, enquanto James se limitava a me lançar seu melhor olhar raivoso.
- Marlene, Anne Blake é da Corvinal e não da Lufa-Lufa. – ah, então era disso que ele estava rindo.
Espera ai... Como é que é?!
- Sério? – perguntamos eu e Marlene juntas. É incrível como temos o mesmo raciocínio, não?
Aquele pedaço de mau caminho (que James não me ouça) riu de novo. Até fedendo que nem gambá ele consegue ficar charmoso. Desista, Sirius! Meu coração pertence à outra pessoa!
- Isso é óbvio. – comentou James. – A gravata dela é azul, a cor da Corvinal. Se fosse amarela, seria da Lufa-Lufa.
- Sério? – perguntou Marlene, completamente perdida. Fala sério, Lene, dessa até eu sabia. – Nunca tinha reparado na gravata dela. – bem, nem eu tinha reparado.
Sirius e James reviraram os olhos ao mesmo tempo. Ah, meu ruivo fez isso com muito mais elegância, dignidade e beleza!
- Espera um instante. – eu disse, tirando meus olhos de James e pensando. – A Corvinal não é a casa dos inteligentes?
- Sim. – responderam os três juntos. Pelo menos disso você sabia, né, Lene?
- Então, como diabos a Blake foi parar lá? – perguntei. Merlin, que decadência! Aonde esse mundo vai parar?
Marlene e Sirius abanaram a cabeça afirmativamente, concordando comigo veementemente.
- Bem, ela é... esperta. – disse James, defendendo ela.
Defendendo ela! Agora vê se ele move os pauzinhos para me defender! Se dependesse dele, eu morreria humilhada!
- Francamente, Potter. – eu disse, magoada por ele a ter defendido.
Sirius fez cara de pensativo e apontou para mim.
- Você até que se comportou bem, levando em conta que a Anne acabou de dar em cima do James. – observou.
Eu sorri, marota.
- Não tenho que me preocupar com isso agora. – disse. – Com James fedendo desse jeito, a Blake nunca chegaria a menos de cinco metros dele.
Meus amigos explodiram em gargalhada, e James fez um gesto obsceno com as mãos para mim. Eu sorri para ele e me levantei.
- Vou para o dormitório. – avisei e depois apontei o dedo para Marlene. – E você vem comigo.
Lene levantou a sobrancelha.
- Porque você vai ao dormitório? – ela perguntou. – E porque eu tenho que ir com você?
Revirei meus olhos.
- Bom, você tem que tomar banho. E eu tenho que fazer o dever de Poções.
Marlene riu de mim. De mim!
- Você? Fazendo dever? – perguntou, descrente. – Da última vez, você só ficou fazendo uns rabiscos estranhos no pergaminho.
Será que só eu tenho bom senso por aqui?
- Aquilo chama-se passos de dança. Já ouviu falar?
Marlene deu de ombros, sem se importar. Agarrei-a pelo pulso e puxei para fora da mesa, arrastando-a atrás de mim.
- Passos de dança? – ouvi James perguntar, mas já estava saindo pelo Salão Principal.
Narrado por Katherine McCanzey
- Me desculpe. – dizia Remus pela milésima vez. Garoto insistente!
- Já te perdoei. – repeti, pela milésima vez. – Não foi culpa sua.
Estávamos em um dos corredores do castelo e Remus trabalhava com a varinha em mim, retirando toda a sujeira que o macarrão deixara no meu vestido, rosto e cabelo. Eu estava fedendo a molho.
- Sinto muito. Estraguei todo o seu vestido. – disse ele, apoiando uma das mãos na minha cintura e segurando a varinha com a outra, retirando a sujeira do vestido.
Senti um calafrio subir pela minha espinha e tremi de leve. Se Remus percebeu, não disse nada. O lugar onde a mão dele estava começava a formigar e eu senti um súbito impulso de agarrá-lo, fedendo a molho ou não. Tive que me controlar, porque do jeito lindo e concentrado que ele estava, eu provavelmente acabaria fazendo aquilo mesmo.
- Eu estava chateado por você não ter me contado que cantava, entende?
Obrigada, Remus. Eu estava mesmo a fim de falar sobre as minhas antigas humilhações. Mas até que serviu como distração, enquanto eu tentava ignorar o fato de estar completamente tonta, com as pernas bambas e o coração a mil.
- E então resolveu cuspir macarrão em mim como vingança? – tentei fazer piada, mas a mão de Remus saiu da cintura para a nuca, segurando meu rosto perto dele, enquanto limpava a sujeira do meu rosto, de modo que a frase saiu mais desesperada do que eu gostaria.
Mas acho que deu certo. Remus riu.
- Na verdade, eu queria é fazer as pazes com você. – explicou, passando a limpar a parte da frente do meu cabelo. – E dizer que, não importa se é bom ou ruim, eu quero fazer parte de cada pedaço da sua vida. – dizendo isso, ele colocou uma mecha de cabelo limpo atrás da minha orelha e sorriu. – Sem contar, que senti muito sua falta essa semana.
Uma garota normal, teria sorrido de volta. O sorriso mais doce e incrível do mundo. E teria dito que sim, também sentira muita falta dele. E então se colocaria na ponta dos pés para beijar o garoto mais maravilhoso que já conheci. E ela viraria sua namorada algumas semanas depois. E provavelmente ela poderia contar todos os seus segredos para ele. E se casaria com ele, e o faria feliz.
Eu pensei em fazer tudo isso. Mas eu não fiz. Porque eu não podia contar todos os meus segredos para ele sem assustá-lo. Porque eu não queria um dia ter que dizer para ele que eu escondia muito mais do que um Recital de Natal arruinado. Porque eu não queria que ele se apaixonasse pelo monstro. Porque eu não era uma garota normal e Remus sem duvida merecia uma garota normal.
Por isso, de repente me sentindo ordinária, eu apenas forcei um sorrisinho.
- Tudo bem. – eu disse, colocando a mecha que Remus tocara de volta no lugar e saindo pelo corredor, deixando-o sozinho e confuso.
Às vezes, eu fico muito triste por não ser normal o bastante para ele.
Narrado por Sirius Black
Segunda-feira. Eu odeio segunda-feira. Porque diabos a semana não começa na terça?! Segunda-feira é o dia em que eu tenho que acordar cedo, depois de três dias dormindo tarde. É o dia que interrompe o fim de semana. É o dia em que os professores levantam cheios de mau humor para distribuir.
Como se eu precisasse de mais essa na minha vida!
Olhei para o prato de mingau que eu tinha na minha frente. Estava quente e muito bom, mas eu estava sem animo para comer. Com o sono que eu estava, provavelmente acabaria enfiando a cara ali, o que não seria muito bom para a minha carreira social. Com o dedo indicador, afastei o prato de mim. Agora eu poderia cair de cara sem correr riscos.
Remus estava sentado na minha frente e revisava o relatório da semana de monitor. Passara a maior parte da noite de ontem trabalhando nele. James estava sentado ao meu lado e olhava para a mesa da Corvinal, suspirando apaixonadamente, mexendo o mingau com o dedo, esquecendo-se que podia usar a colher. Pensei em avisá-lo, mas acabei me questionando se valeria a pena.
- BOM DIA! – berrou Marlene, animada, se jogando do meu outro lado, agindo como se fosse sábado. Como ela ousa estar de bom humor em pleno começo da semana?! Isso é um insulto aos fins de semana! Me virei para dizer isso à ela, tentando não pensar no quanto isso seria ridículo. Mas Lene me deu um selinho estalado e eu não tive a chance de expressar meu descontentamento. – Como vão os homens mais lindos da face da Terra? – perguntou ela, me dando um abraço carinhoso e bagunçando meus cabelos.
Eu não respondi, porque não sabia se ela estava falando com o nosso grupinho, ou com todos os homens do Salão Principal.
- Bom dia, Lene. – Remus cumprimentou com um sorriso. James não respondeu, porque ainda estava ocupado babando na Blake. Eu não respondi, porque estava de mau humor. E eu não dou ‘bom dia’ para ninguém quando estou de mau humor. Pois meu dia não está sendo bom, então é completamente desconexo desejar que o dia de alguém seja bom. Deu para acompanhar?
Kate chegou e se sentou ao lado de Remus, dando um beijo na bochecha dele. E eu teria rido do quanto ele ficou vermelho, mas eu estava de mau humor, então deixei para lá.
- Oi, meninos. – a loirinha cumprimentou, sorridente.
- Oi. – respondi, apoiando a cabeça nas mãos, esperando que o mundo caísse sobre a minha cabeça.
E então Lily chegou, andando casualmente, e passando as mãos nos cabelos constantemente. James sempre achou que essa mania era irritante, mas eu achava um hábito bem charmoso, considerando que era Lily. Já Marlene tinha o péssimo hábito de morder o lábio. E isso sim é irritante. Porque? Ora, pelo simples fato de que eu sempre morro de vontade de beijá-la toda vez que faz isso. Que foi que disse? Ah, sim! Claro que ela fica linda desse jeito. Mas é... irritante. Não sei bem porque.
Como eu não sei? Ah, vá cuidar da sua vida! Eu tenho que narrar e não posso perder tempo com besteiras.
O fato é que Lily chegou à nossa mesa e arregalou os olhos, como se estivesse terrivelmente surpresa.
- Pelas cuecas imundas de Merlin! – ela exclamou, alto o suficiente para chamar atenção de todos nós. E isso inclui James. E olhe que ele estava bem concentrado.
Segui o olhar da baixinha e percebi que ela encarava James. Mas o que diabos havia de errado com ele, para ela ter esse tipo de reação? Verifiquei se meu amigo não tinha esquecido algo importante no dormitório, como os sapatos ou as calças.
- O que foi, Lil’s? – perguntou Marlene, seguindo o olhar da amiga. Katherine e Remus fizeram o mesmo, e depois se entreolharam, como se perguntassem um ao outro do que se tratava aquela conversa estranha.
A expressão de Lily passou de chocada para confusa. Ela passou as mãos nos cabelos de novo, pensando sobre alguma coisa obscura, antes de perguntar:
- A economia na Grécia está tão ruim assim?
Mas... o que?! Como?! O que diabos...?! Como é que é?!
- Ahn... – fez Kate, hesitando. – Acho que... não. – respondeu, dando de ombros. – Porque, Lily?
Lily apontou para James, como se dissesse ‘é óbvio’.
- Então porque um deus grego se mudou para cá?
Eu e Marlene nos entreolhamos. Então começamos a gargalhar alto.
- Lily! – repreendeu Katherine, escondendo o rosto nas mãos. Remus riu pelo nariz e voltou à atenção ao relatório.
James bufou de desgosto. Eu sei que ele odeia as cantadas da Lily, mas nem eu posso negar que ela tem certo talento para esse tipo de coisa.
E eu sei que estou de mau humor. Rir provavelmente estava fora da minha lista de tarefas para segunda-feira.
Mas existem coisas impossíveis de se ignorar.
Narrado por Marlene McKinnon
Eu ri tanto que cheguei a passar a mal. Por Merlin, qual era a utilidade daquelas cantadas mesmo? Conquistar James? Ele não parece estar gostando muito de nada disso. Eu tinha que avisar Lily que esse não era exatamente o tipo de coisa que se fazia para conquistar um garoto como James. Mas ela está tão desesperada que acaba usando qualquer método. Pobre Lily.
Peguei um prato de mingau e tomei a primeira colherada com satisfação. Já disse que eu adoro mingau? Não? Bom, ‘tô dizendo agora. Adoro mingau. É liquido o suficiente para tomar e pastoso o suficiente para virar na cabeça de alguém quando estiver com raiva. Mingau é perfeito!
Nesse momento, enquanto eu reverenciava o mingau, a inimiga de palco da Kate passou pela nossa mesa. Anne Blake. A prova viva de que toda loira tem o cérebro menor que uma ervilha. Que Katherine não me ouça.
Cada um de nós olhou de um jeito diferente para ela. Kate olhou como se não tivesse vendo a garota, Remus olhou, reprovador, provavelmente se perguntando se ela tinha feito o relatório da monitoria, Sirius olhou para os peitos dela (e eu não sei se isso me agrada), eu olhei com nojo (porque é o que toda vadia merece), Lily fez uma imitação do meu super olhar de desprezo e James piscou apaixonadamente.
Os homens de hoje em dia tem um péssimo gosto para mulheres.
- Oi, Jay. – a Blake cumprimentou, sorrindo.
- Oi, Anne. – o ruivo respondeu, enfiando o cotovelo no prato de mingau sem perceber.
A loira esquisita deu um aceno para ele e andou rebolando até a saída do Salão Principal, deixando para trás um James sujo de mingau, que nem ao menos sabia que estava sujo.
Esse negócio de se apaixonar é complicado, sabe? A gente fica idiota e nem percebe! Exatamente como o James ‘tá fazendo agora. E exatamente como a Lily fazia quando percebeu que era loucamente apaixonada pelo James. Acredite, ela escovou os dentes com condicionador de cabelo em um momento de distração. Não me perguntem como ela conseguiu confundir creme dental com condicionador. Graças a Merlin essa fase passou.
- Mas o que foi aquilo?! – dizia minha linda amiga Lily, raivosa.
- Não comece! – já cortou Kate. – A garota só disse ‘oi’.
Eu tinha uma boa teoria sobre os motivos de uma garota dizer ‘oi’ à um garoto, mas achei melhor guardar para mim.
- Eu, quando disse ‘oi’ ao James pela primeira vez, foi exatamente assim. – retrucou Lily. – E veja só o que aconteceu comigo. – apontou para si mesma, exagerando.
Com essa parte eu tive que concordar.
- Ela tem razão. – comentou Sirius, por nós dois.
Katherine revirou os olhos, desdenhando do assunto.
- Foi só um ‘oi’. – exclamou.
James, assim como eu, preferiu ficar fora da discussão. O que não me surpreendia em nada, já que Lily parecia sinceramente revoltada.
- Pode até ter sido só um ‘oi’, mas a Blake tem passado pela mesa da Grifinória umas cinco vezes por refeição. – retrucou Sirius para Kate, que abriu a boca para rebater, mas foi cortada por Lily:
- E ela evoluiu de um simples tchauzinho para um ‘oi’.
- Não apenas um ‘oi’ – opinou Remus. – Foi um ‘oi’ acrescido de um apelido.
Lily arregalou os olhos, compreendendo.
- Tem razão. – disse ela. – A Blake o chamou de ‘Jay’.
James não disse nada, apenas se levantou da mesa e saiu do Salão Principal, provavelmente bem irritado por estarem discutindo a vida dele. O que eu acho um exagero, porque todo mundo discuti a minha vida, e eu nem ligo. Todo mundo ignorou a saída dele.
Mas, bem, eu tinha que concordar com a Lily. A Blake com certeza queria alguma coisa com o James.
- E eles devem ter conversado em algum momento. – disse eu, cautelosa. – Se não, de onde ela tirou intimidade para usar um apelido?
Lily pareceu completamente indignada por um momento. Bateu com a mão em punho na mesa, forte ou suficiente para fazer o suco de Remus virar e o meu mingau pular.
- DROGA!
N/A: eai, meu povo?? Se é que tem algum ser vivo que lê essa budega, né? Bom, mas, para aqueles que se fizeram presentes, OI!! Ah, eu gosto tanto desse fanfic! E olha que esse ainda é o capitulo 2.
Sobre o capitulo: eu sei que não era o que vocês esperavam. Não era nem o que eu esperava, mas foi o que deu pra fazer. A cantada da Lily? Péssima, mas eu prometo melhorar nesse quesito.
N/Lily: minha cantada foi ótima!
N/A: ninguém falou com você, Evans. Mas, enfim, a coisa toda vai começar a se abranger, porque temos outros casais para juntar, e vamos precisar de muitas Anne’s para que isso aconteça.
Resposta aos comentários? Meu Merlin, eu francamente nunca respondo comentário em fanfic. No geral, agradeço e coisa e tal, mas vou fazer um esforço. Porém, para que isso dê certo, façam o favor de deixarem comentários descentes, porque não tem nada que me desanime mais do que aqueles comentários que dizem: ‘tá legal’ ou ‘posta mais’. Vamos lá, gente, vocês tem mais conteúdo do que isso. Quem quiser resposta descente, faça comentário descente.
Então, vamos lá:
Duda Souza: olá, moça. Bom, eu nunca te vi aqui pelo FeB e acho que essa a primeira vez que te vejo ler uma fanfic minha. Um super obrigado por estar aqui e por comentar minha história, espero que curta e continue comentando.
Maria_Fernandes_99: tenho que dizer que postei o primeiro capitulo e você nem apareceu por aqui! Mas, já que comentou no prólogo, achei que não me custava nada te incluir aqui. Conhece você de outra fanfic minha e estou feliz que esteja acompanhando! Fique tranquila, porque essa eu não pretendo abandonar. Dê um sinal de vida!
Lenah Weasley: você é outra que comentou uma vez e aparatou. Não te vi mais por aqui, mulhé! Volta, pelo amor de Merlin! E diz o que achou do capítulo.
Neuzimar de Faria: kkkkkkkkkkkkkkkk’, oi, de novo, minha amiga. Você está sempre por aqui, né? Muito feliz de te ver.
Lana Sodré: Cara, nunca tive um leitor que incentivasse tanto minha fanfic. Você deu ótimos comentários e já é uma das minhas preferidas. Continue comentando desse jeito e não suma! Como reparei que você parece ter uma criatividade absurda e fica devaneando sobre o desenrolar da fanfic, pode dar algumas sugestões, eu costumo dar crédito à essas coisas. E cantadas também, sou péssimo nesse quesito.. Obrigado.
Bom, não sei se respondi certo, mas... taí.
Comentários (6)
aaaaaaaaaaaa, essa cantada foi épica! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk e o Lupin joando macarrao na cara da Kate também foi ótima! kkkkkkkkkkkkk e a Lily é tao... Lily SADAUYDSAAmei!
2013-04-14Em primeiro lugar desculpe... Um desculpe bem grande. Eu não tinha visto os capitulos - se não obviamente eu já teria lido - o que aconteceu foi que eu com a minha "genialidade" esqueci de marcar a fanfic no meu outro perfil (no caso esse perfil) que é o que eu uso frequentemente, então eu não vi atualização e achei realmente que você não tinha atualizado a fanfic, só que por um grande acaso eu fui visitar meu outro perfil e vi a atualização. Serio, espero que me desculpe por isso kkkkkkkkkkkk Eu ri muito no capitulo a Lily é uma figura, realmente cara você é um genio. Não sei se cansarei de dizer isso, porque a fanfic é totalmente diferente de tudo que eu já li. O capitulo foi sensacional, tipo eu tive que parar na cantada da Lily pra rir, essa foi boa demais, sem mas. Realmente eu costumo viajar bastante com o capitulo, fiquei imaginando porque a Lily começou a fazer o dever de poções também... Eu achei que fosse pra mostrar ao James que ela é inteligente e a Blake não... Mas vai saber né ? É a Lily. Beijoos!
2013-03-15Que fic é essa??? é totalmente perfeita! E esse capítulo? Ri tanto que quase caí da cadeira! É super sem noção essa versão feminina dos marotos, amei demais! Qual o problema da couve-flor? kkkkkkkkkkk morri aqui. Não sei nem se tenho pena ou raiva dessa Ane Blake, coitada... Preciso de um próximo capítulo com urgência, parabéns, você escreve muito bem! Nem acredito que estava perdendo essa fic perfeita e excelente!
2013-02-17Quase morri de rir com esse cap cara , bora la , companheiro continua a fazer o q vc faz de melhor , Escrever !!
2013-02-11I'M ALIVE!!!Yeah, não te vês livre de mim!! Fico para fazer a tua vida um inferno, MUHAHAHAHAH!!''maluquice offf''Eu AMEI a cantada da Lily!!! Eu comecei a rir feita louca e a minha mãe olhou para mim como se fosse uma E.T! EU NÃO ACREDITO que vais pôr o excelentissimo James Potter com aquela míseravel que nem sabe o que é um cérebro. Eu antes confiava no chapéu selector, mas agora se aquela deslavada está na corvinal, eu acho que ele aceita subornos. Que vergonha!!Fora isso, eu AMO a fic e espero que postes rápido!!Bjs <3
2013-02-04Esse capítulo foi divertidíssimo. A Lily, fazendo o dever de poções?! O que é isso, minha gente? Alguma estratégia para chamar a atenção do James? E que cantada foi aquela? KKKKKKK Acho que a gente fica meio sem noção quando se apaixona. rsrsrsrs E estou com pena da Blake, se eu fosse ela, trataria de me esconder ou de aprender a fazer um feitiço de desilusão bem poderoso. Agora, que negócio é esse de "ninguém gosta, mas todo mundo é obrigado a comer" ? KKKKKKKK Obrigado a comer ?! KKKKKKKKKKKKE você ODEIA mesmo couve-flor, não é? rsrsrsrsrs Bjos! Até o próximo, que eu espero que esteja bem próximo.
2013-02-03