A vadia ATACA - parte I
Narrado por Katherine McCanzey
Entrei pela porta do dormitório depois de uma ronda noturna mais do que exaustiva. Como esses alunos conseguem ter tanta energia para fazer tanta besteira? Francamente, é a segunda semana de aula, em plena quarta feira, e eu e Remus já encontramos dois casais aos amassos, cinco casos graves de azarações e sete alunos do primeiro ano presos em armários de vassouras. Foram mais de 14 detenções em uma semana!
Como se já não me bastasse o fato de amanhã ser o primeiro dia de lua cheia do mês!
Bati a porta e me joguei na minha cama com um suspiro, completamente exausta, o que me surpreendeu, já que a única coisa que fiz foi vadiar amargamente pelos corredores do castelo.
- Parece que alguém teve uma noite bem quente. – comentou Lily, com um sorriso malicioso, percebendo meu cansaço e relacionando com uma coisa completamente diferente da realidade, enquanto fazia uns movimentos incompreensíveis pelo quarto e parava para anotar em um pergaminho. Não sei vocês, mas eu acho que é o mesmo pergaminho de uns dias atrás. Ou algum tipo de macumba... Mas não tenho certeza quanto a ultima opção. Embora seja perfeitamente possível.
Marlene espiou por cima do pergaminho aonde escrevia, deitada na cama.
- Me diga qual dos corredores você e Remus usaram. – pediu, confraternizando (claro) com Lily. – Não quero correr o risco de passar por lá amanhã. – eu não podia e nem queria imaginar o que diabos ela achava que tínhamos feito que teria ocupado o corredor todo.
Lily riu, enquanto jogava a cabeça e o braço direito no mesmo sentindo. Para fechar o dia com chave de ouro, tenho que aguentar essas duas enchendo a minha paciência.
- Se eu deixasse de passar por cada corredor que você usou nos últimos anos, não vou poder andar pela escola. – rebati, me sentindo o máximo. Ah, você tem que admitir que eu fui demais!
Marlene e Lily se entreolharam e riram juntas.
- Ah, então ela admite que fez alguma coisa com o pobre Remus! – exclamou minha amiga quatro-olhos.
Pois é, acho que não me sinto tão demais agora.
- Eu e Remus não fizemos nada! – exclamei, tapando o rosto com as mãos.
Marlene levantou as sobrancelhas, divertida, e não disse nada.
Respirei fundo, tentando conter o impulso de pular no pescoço dela. Lily riu de novo, percebendo que, tecnicamente, eu havia me entregado. Se é que dava para chamar aquela situação assim, já que eu e Remus realmente não havíamos feito nada além da monitoria. Ainda assim, eu não podia deixar de pensar que minha noite teria sido mais produtiva se tivesse feito alguma coisa com Remus. Mas deixa para lá.
- De um jeito ou de outro – comecei, jogando as mãos para os lados. – eu e Remus não fizemos nada mesmo.
Marlene revirou os olhos e voltou a atenção ao pergaminho que escrevia. Lily passou a mão pela cabeça, jogando os cabelos para o lado, e mexeu os ombros, em um movimento bem elaborado.
- Kate, tem certeza de que gosta de homens? – perguntou, zombeteira.
A coisa morena atrás do pergaminho (que se dizia minha amiga) riu com gosto. Ela e Lily trocaram um cumprimento, enquanto eu me sentava na cama, pensando se não estava perdendo meu tempo sendo amiga dessas animais.
- Eu gosto de homens. – proclamei, como uma imbecil. – Só não preciso gostar necessariamente de Remus.
As duas trocaram um olhar com a minha afirmação.
- Porque? – perguntaram juntas.
Não é possível. Essas duas devem ser algum tipo de irmãs de mães diferentes. Gêmeas que foram separadas, ou alguma coisa parecida.
- Ele é um geek encantador. – acrescentou Lily sozinha, rabiscando no pergaminho novamente, como se isso explicasse tudo.
Mas o que?
- Ahn? – fiz eu, sem entender merda nenhuma. Estava dividida entre ter ciúmes por Lily achar Remus um não-sei-o-que-lá encantador e ficar confusa sobre o que significava aquele termo extraterrestre.
Entende o meu drama? Pois é.
- “Geek” é um sinônimo americano para “nerd”. – explicou Marlene, sacando de cara a minha dúvida. O que era uma surpresa. Ela normalmente demora para entender as coisas.
- Ele não é nerd. – defendi meu amigo. Porque, no fim das contas, ele não era mesmo. Talvez inteligente demais, mas não nerd. – E nós não somos americanas.
Lily fez um movimento com os braços, deu um giro e parou na minha frente.
- Mas você não pode negar que ele é encantador. – disse. – E eu adoro os americanos. – acrescentou, com a pior cara de safada que já a vi fazendo.
Sabe quando te vem aqueles impulsos malucos e você nem pensa no que ‘tá fazendo? Pois é, quando eu dei por mim, estava jogando um travesseiro na Lily (que desviou dele deslizando para o lado que nem o Michael Jackson). Então eu joguei outro travesseiro. Porque eu fiz aquilo? Bem, em minha defesa, ela chamou o Remus de encantador pela segunda vez na noite. E eu não sei o que achar disso. E quem ela pensa que é para sair chamando o Remus de encantador? Nem eu faço isso! E olha que sou a melhor amiga dele.
Mas eu tinha que concordar. Os americanos são deliciosos.
Lily, sorrindo, desviou do segundo travesseiro com um passinho de dança.
- Eu não acho. – neguei.
Mentira deslavada, porque Remus não era só sinceramente encantador, como também tinha um belo de um bumbum, o que também era o caso dos americanos. E é claro que minhas duas amigas sabiam disso, porque bufaram audivelmente. Bom saber o quanto a gente pode contar com as pessoas.
Marlene voltou a atenção ao pergaminho e Lily voltou a se movimentar pelo quarto, ignorando minha presença totalmente. Também amo vocês, meninas.
E então caiu a ficha.
- Lily, você ‘tá dançando? – perguntei, incrédula, vendo-a fazer movimentos contínuos pelo quarto. Pelo que pude perceber não era nada elegante nem calmo... Talvez hip hop. Ou street dance.
- Não, Kate. – negou ela. – Estou tendo um ataque epilético, não percebeu?
Deixei essa passar.
- Então é isso o que tem feito? – perguntei, levantando da cama e analisando o pergaminho dela. – Uma coreografia?
- Pois é. – respondeu ela, tomando o pergaminho da minha mão e rabiscando mais alguns passos.
Eu realmente não entendia nada do que ela rabiscava naquele papel, mas enfim...
- Isso é ótimo! – exclamei. – Faz um tempinho que não te vejo dançando...
Lily revirou os olhos e deu de ombros, fazendo pouco caso.
- Ela teve um bloqueio de criatividade com os últimos cinquenta e três foras que levou do James. – zombou Marlene, por trás do pergaminho.
- E quem é que está contando? – perguntou Lily, parando um passo no meio para olhar Marlene.
- Sirius está. – ela respondeu, espiando por cima do pergaminho.
Olhei para Lene com um olhar cortante.
- Espero que isso seja seu dever de casa. – rugi para ela, apontando o pergaminho.
Marlene me mandou a língua.
- Porque só eu levo a bronca? – perguntou, revoltada. – Que eu saiba, Lily estava dançando e não fazendo o dever de casa!
Pensei a respeito, mas decidi que hoje deixaria Lily em paz. Afinal, era uma coreografia. E quando ela faz uma coreografia, você deve parar para ver. É, você. Você mesmo.
- E você? – perguntei, me virando para Marlene. – Se não está fazendo o dever de casa, então o que está fazendo?
Acho que foi a pergunta certa, porque um sorriso enorme se espalhou pelo rosto de Marlene e ela veio saltitando na minha direção. Lily correu até nós, parecendo tão animada quanto a amiga. As duas ficaram dando pulinhos animados na minha frente, como duas crianças bêbadas. Não que isso fosse surpreendente.
Mas, enfim...
- Estou escrevendo uma música! – exclamou Marlene, triunfante.
Oh, Merlin, por favor, não...
- Uma música? – desconfiei. – Para quem?
Marlene deu um sorriso culpado demais.
- Para você.
Será que só eu tenho sanidade mental aqui?
- Não. – respondi.
Lily bufou audivelmente, como se desprezasse minha resposta. O que eu não duvidava que ela seria capaz.
- Ah, qual é, Kate, o Recital de Natal foi á anos! – argumentou. – Já está na hora de superar.
Lily só diz isso porque não foi com ela que aconteceu a merda toda.
- Não. – repeti.
Marlene pareceu desconsolada.
- Por que não, Kate? Poxa, você sempre cantava as minhas musicas. – apelou ela.
Suspirei. Eu estou cansada e fedendo. Será que não posso tomar um simples banho e dormir em paz?
- Porque eu não quero. – respondi simplesmente, na falta de uma resposta melhor.
E é claro que Lily não caiu nessa.
- Viu só? Não há motivo algum para que não volte a cantar. – acusou.
- Então me dê um bom motivo para que eu volte. – desafiei.
- Que tal se vingar da Blake? – sugeriu ela.
Pense pelo lado bom, Kate. Se quiser cometer um homicídio, não vai poder ser presa, já que ainda é de menor. Mas matar Lily podia sujar meu currículo, sem contar que eu tendia a pirar de culpa mais tarde.
Fiz que não com a cabeça.
- Não, não, não, Lils, quem quer se vingar da Anne Blake é você. – e então caiu a ficha (pela segunda vez na mesma noite [acho que o sono está afetando o meu raciocínio]). – E quer me usar para fazer isso! – surpreendi-me. Cara, eu sou um gênio!
Lily deu de ombros.
- Porque a surpresa? – perguntou, indiferente. – Eu sempre usei você e isso nunca foi um problema.
Marlene fez que sim com a cabeça, concordando com Lily.
Realmente, elas tinham razão.
- A resposta ainda é não. – declarei, colocando um ponto final na discussão.
Odeio a minha vida.
Narrado por James Potter
- Oi, Jay.
Prendi a respiração. Nem em todos os meus mais lindos, maravilhosos e desejosos sonhos, eu cogitei ouvir voz mais doce e melodiosa do que aquela.
- Oi, Anne. – respondi, suspirando que nem um completo imbecil, o que talvez fosse o caso.
Anne Blake veio andando belamente em direção à mesa de estudo que eu ocupava, a saia curta esvoaçando com o movimento das pernas bem torneadas, os cabelos dourados sacudindo com o vento, o quadril rebolando, as mãos soltas ao lado do corpo, os olhos brilhando de malicia, os dentes mordendo o lábios inferior com astúcia.
Agora me diga: existe garota mais espetacular do que aquela? Não, é óbvio que não.
Ela se sentou na cadeira à minha frente, cruzando as pernas, apoiando os cotovelos na mesa, o decote da blusa perfeitamente à mostra, o que me dava uma visão privilegiada dos... anh...
- Tudo bem? – Anne perguntou, sorrindo, sedutora, tirando meus pensamentos dos... anh...
- Tudo sim. – respondi, rapidamente. – Isto é, melhor agora. – minha voz saiu meio rouca, então pigarreei. – E com você?
O sorriso dela alargou com meu desconforto.
- Estou ótima. – respondeu e me deu aquela olhada. Tipo, aquela olhada mesmo. Aquela olhada que você só dá quando está completamente apaixonado ou totalmente drogado. - Muito bem mesmo. – acrescentou, lambendo os lábios com sacanagem.
Engoli em seco, nervoso. Eu e Anne já havíamos conversado uma vez, mas foi coisa de dois minutos, já que ela estava junto com as amigas. Mas ainda assim foi uma conversa muito produtiva. O que conversamos? Ah, sobre várias coisas. E eu só não me lembro exatamente do que foi, porque estava ocupado admirando a beleza excepcional dela. Sei, e daí?
‘Tá, eu não lembro do que nós falamos, mas isso não é da sua conta. E sim, foi algo de suma importância, para a sua informação. E, afinal, porque isso é tão importante? O que importa é que nós conversamos e ponto final.
De um modo ou de outro, estava mais do que na cara que Anne não estava muito entusiasmada com conversas sem sentido. Como eu sei disso? Ora, seja homem! Quando uma garota está mordendo o lábio, jogando olhares sacanas, falando manso, mostrando o decote e roçando a perna na sua por baixo da mesa, o que acha que ela quer?
Pois é, e eu acho que concordo perfeitamente com as intenções dela. Afinal, porque as pessoas conversam? Dizem que a linguagem corporal diz muita mais do que qualquer papo furado. Concorda?
- Sabe... – começou Anne, jogando o cabelo para trás, em um gesto provocante. – Tenho pensado muito em você.
Sei bem do que ela está falando.
- Também tenho pensado muito em você. – confessei, corando absurdamente.
Fala a verdade, corar é a coisa mais ridícula para um garoto com o meu índice de masculinidade. Mas fazer o que? Garotas como Anne Blake causam esse tipo de reação em mim.
- Acho que temos muito em comum. – continuou Anne, se levantando devagar, para que eu percebesse o movimento. – E você parece ser um cara diferente dos outros. – prosseguiu, dando a volta na mesa, alisando-a com a mão esquerda.
- Você acha? – perguntei, suando como um porco.
- Eu acho sim. – respondeu Anne, chegando até mim, se postando atrás de mim e sussurrando em meu ouvido: - Você não faz idéia de como. – e BEIJOU o meu PESCOÇO.
Merlin, acho que vou ter um principio de ataque anafilático.
Em uma situação dessas, só há uma coisa à dizer:
- Já foi aos fundos da biblioteca?
Quem diria que eu, James Potter, levaria uma loira maravilhosa para os fundos da biblioteca em plena quinta-feira a tarde?
Narrado por Marlene McKinnon
Sono. Muito sono. Nunca senti mais sono do que estou sentindo agora. Acho que o deus do sono jogou seu pozinho purpurina em mim. E acho que ele faz isso de propósito, porque sempre que a Kate está em período de transformação, me bate um maldito sono. O deus do sono poderia me dar uma folga, porque, sinceramente, já é difícil ficar acordada a noite toda sem a ajuda dele.
Ou talvez eu deva culpar a Lily, por ter ficado dançando até tarde ontem a noite, me impedindo de ter meu cochilo diário. Ou talvez deva culpar a Kate, porque hoje a Senhorita Lobisomem está amuada e não quer quebrar a Casa dos Gritos inteira, o que deixa a coisa toda completamente entediante.
Encontramos a Kate em frente ao Salgueiro Lutador pontualmente às seis da tarde. Entramos pela passagem e chegamos à casa dos gritos pontualmente às seis e meia. Eu e Lily assumimos nossa forma animal (cachorro e corça, respectivamente [o meu é bem mais legal]) antes que Kate virasse um lobo, para não ter perigo de ela se transformar de repente, nos ver humanas e arrancar nossas cabeças.
Tudo isso antes das sete da noite. Pontualmente.
Agora, mais ou menos à meia-noite, eu estou estirada no chão, tentando não me incomodar com as malditas pulgas, prestes à morrer de tédio. Normalmente, Kate costuma quebrar a casa toda, o que me deixa entretida, mas hoje ela resolveu uivar a noite inteira.
Lily está deitada à alguns metros de mim, com o pescoço reto, a cabeça empinada (pelo menos em forma de corça ela consegue ser elegante). Ela está encarando Kate e dá para ver em seus olhos que está preocupada.
Olho para o lobo também, deitado perto da janela, a cabeça entre as patas, uivando baixinho e longamente. E de repente sei o porque de Lily estar preocupada.
Fome. Kate está com fome.
Sei que ela nunca nos atacaria. Ela fica bem passiva quando está perto da gente (talvez seja a convivência, não sei). Mas, às vezes, costumam vir alguns adolescentes idiotas que moram em Hogsmeade, tentando provar sua coragem entrando na Casa dos Gritos. Se algum deles vier aqui hoje...
Toda vez que alguém aparece, Kate dá problema. Fica agitada. Tenta sair da casa para pegar a presa. Graças a Merlin ela nunca fica cara a cara com nenhum deles.
Só me resta rezar para que ninguém resolva vir aqui hoje. Afinal, o lobo tem fome.
O vento bate e sacode as janelas. Lily levanta as orelhas, aguçando a audição, tentando perceber movimentos lá fora. Eu me encolho ainda mais, tentando não dormir. Kate uiva, mais alto dessa vez, reclamando.
Agraço mentalmente por ser verão. Se fosse inverno, seria bem pior.
Narrado por Sirius Black
- SABADO! – berrei alegre, saindo do banheiro com a toalha enrolada na cintura, jogando minha escova de dentes na cara de Remus, que vestia a camisa. – É SABADO! – berrei de novo, fazendo um passinho de dança totalmente absurdo. – FIM DE SEMANA! – comemorei, tentando abrir um espacate e quase quebrando as pernas.
Remus tacou a escova de volta para mim, com cara de poucos amigos. Ele voltou a fechar os botões da camisa. Olhei para James, que ajeitava a gravata.
- Ah! – exclamei. – Porque estão colocando o uniforme? – perguntei, tentando me recuperar do bendito espacate. – É sábado! Coloquem as bermudas! – gritei, me levantando. – É dia de sair para o jardim e ver as saias das garotas levantarem com o vento.
E por falar em vento, minha toalha voou da minha cintura com o vendaval que entrou pela janela aberta. Espera só um segundo, me deixa recapitular...
Minha toalha voou e eu agora estou PELADO NA FRENTE DE DOIS CARAS!
- AAHHH!! – berrou Remus tapando os olhos. – CEGO, ESTOU CEGO!
- TAMPA ISSO! – ordenou James, olhando para qualquer lugar que não fosse o meu... ahn... – GUARDA O RATO NA CASINHA!
Francamente, são os cachorros que dormem na casinha. E eu ainda acho que vi e ouvi de tudo nessa vida.
- Eu não me importaria de andar pelado. – comentei andando calmamente até onde estava minha toalha e amarrando-a de volta na cintura. – É sábado.
- Ahn... – fez James, se certificando de que eu estava vestido e calçando os sapatos. – Sirius, hoje não é sábado.
Então é domingo?! Melhor ainda!
- Hoje é sexta. – informou Remus, verificando se sua visão ainda funcionava e colocando as meias.
Como é que é?! Eu abri um espacate por nada?!
- Oh. – fiz eu, completamente decepcionado. Andei até a cama e me deitei, de toalha e tudo, pensando que, graças ao espacate, eu não conseguiria andar por uma semana. Sério, meu amigo, minhas pernas estão completamente acabadas. Tenho sorte de aquele espacate não ter afetado o meu... anh...
James e Remus se entreolharam, confusos.
- O que está fazendo? – perguntou Remus.
- Não vai para a aula? – perguntou James.
Será que um cara gostoso de toalha não pode dormir em paz, sem ser atacado com perguntas por dois babacas magrelos?
- Me acordem quando for sábado. – resmunguei.
Fechei os olhos lindamente, pronto para desabar totalmente até amanhã. O que não seria nada mal, já que meu sono de beleza precisa ser longo e bem demorado, principalmente depois do stress que eu passei nos últimos minutos.
Ouvi James bufando. Ele faz muito isso, principalmente quando a Lily está presente. O que, infelizmente, não é o caso.
- Bem, eu vou ver se a Katherine já desceu. – disse Remus, provavelmente já se retirando. – Você cuida do Sirius.
Ah, sempre sobra para o Potter.
Narrado por Remus Lupin
Cheguei ao Salão Principal, animado com perspectiva de ver Kate. Eu sei que ando pensando demais nela, mas não é uma coisa que eu consiga evitar. Acho que gosto mais dela do que realmente deveria. Mas isso não é uma coisa que ela precise saber.
Isto é, eu diria à Katherine que... bem... sentia alguns... arrepios quando estava perto dela. Porém tenho a impressão de que sou apenas mais um amigo em sua vida.
O que é estranho, porque às vezes parece que ela sorri de um jeito diferente para mim. De um jeito que nunca sorri para os outros. É como se... ela guardasse aquele sorriso para mim. Como se soubesse que adoro aquele sorriso especifico.
Ora, mas qual era o sentido de ficar pensando nessas coisas? Kate é uma amiga. A-m-i-g-a. Eu deveria arrumar uma namorada, isso sim, em vez de pensar tanta besteira.
Andei até a mesa da Grifinória, procurando as Marotas com os olhos. Encontrei... duas delas?
- Onde está Kate? – perguntei, me sentando de frente para as duas.
Lily pulou de susto, como se estivesse dormindo e acordasse do nada, derrubando o copo de suco em si mesma.
- Droga! – esbravejou, agarrando um guardanapo e tentando se limpar, esquecendo que era uma bruxa e que poderia, perfeitamente, usar a varinha.
E ignorando a minha presença.
Mas essa eu deixo passar.
E por falar em deixar passar, Marlene está completamente desmaiada ao lado de Lily, com a cabeça apoiada na mesa. A mesma cutucou a amiga com o dedo indicador, tentando acordá-la.
Não funcionou. Bufando, impaciente, Lily tentou de novo:
- MARLENE! – berrou no ouvido da garota.
Lene se levantou de um salto, derrubando o segundo copo de suco do dia. O que é isso, algum tipo de competição?
- Droga, veada. – xingou Marlene, pegando outro guardanapo para se limpar.
Sinceramente, para que servem as varinhas no fim das contas?
- É corça. – corrigiu Lily, sem muito entusiasmo.
Não entendo uma palavra do que elas dizem quando tem essas conversas estranhas. Mas, enfim...
Olhando bem, elas parecem péssimas. Provavelmente devem ter ido dormir tarde ontem. Ou passado a noite toda rondando pelos corredores embaixo da capa da invisibilidade da Lily. Ou devem ter aprontado alguma.
Há olheiras profundas nos olhos das duas, como se não dormissem à dias. Os óculos de Lily estão tortos e os botões da camisa de Marlene estão nos buracos errados.
E Katherine não está aqui.
- Onde está Kate? – perguntei de novo, ciente de que desta vez elas me ouviriam.
Lily sorriu de leve.
- Oi, Remus, estamos bem sim, obrigado por perguntar. – resmungou, censurando minha falta de tato.
Abaixei a cabeça, envergonhado.
- Oi, meninas. – cumprimentei. - Desculpem a falta de jeito. Tudo bem com vocês?
Marlene soltou um resmungo sonolento e caiu deitada na mesa de novo. Lily bocejou e fez que sim com a cabeça, aparentemente morrendo de sono.
- Estamos bem. – respondeu, no final do bocejo. – E você?
Eu sou tudo, menos burro (e não ouse discordar). Era óbvio que aquelas duas não estavam nem um pouquinho bem (é claro que você deve ter percebido isso, não?).
- Bem. – o que volta à questão anterior. – Onde está Kate?
Sabe, eu normalmente não sou assim. Costumo ser educado, cavalheiro e gentil, mas, se eu aprendi uma coisa em todos esses anos, é que quando Lily e Lene estavam naquele estado de animo e Katherine não aparece para as refeições, é porque tem alguma coisa errada.
- Ele não desiste! – resmungou Marlene, a voz abafada pela mesa.
Lily a encarou por dois segundos, como se ela fosse um alienígena, e finalmente respondeu:
- Kate passou mal de noite. – explicou. - Tivemos que leva-la para a Ala Hospitalar e passamos a noite com ela.
Passou mal... de novo?!
- Passou mal de novo? – estranhou Sirius, chegando do nada, me matando de susto e se sentando ao meu lado. – O que há com ela? – perguntou, se referindo à Marlene, desmaiada.
Faço minhas as palavras dele.
- Pois é. – respondeu Lily. – E não há nada com ela. Marlene é naturalmente desequilibrada.
Houve um gemido de defesa vindo de Marlene, mas ela não levantou a cabeça. Lily revirou os olhos.
Sirius deu de ombros e mordeu um pãozinho.
- É impressão minha... – comecei. – Ou Kate sempre dá um jeito de ficar mal todo mês?
Cara, não é possível. Nenhuma pessoa tem a saúde tão frágil à esse ponto.
- É, aquela loira só me dá trabalho. – reclamou Lily, mas não parecia realmente se importar. Para falar a verdade, parecia ligeiramente desconfortável, como se eu tivesse dito uma coisa que não deveria.
Dei de ombros, fazendo uma nota mental de visita-la na Ala Hospitalar mais tarde e de súbito notei que havia mais alguém faltando.
- Sirius, onde está James? – questionei. Espera-se que Sirius se atrase e não James.
Meu amigo lançou um olhar culpado à Lily, antes de informar:
- Deixei ele em um corredor qualquer junto com a Blake.
N/A: eita, demorou, mas ficou pronto! Eu sei que ficou horrível, mas o capítulo não acaba aqui. Eu pausei ele, porque se não ia ficar muito grande e vocês iam ter preguiça de ler.
O resto devo postar o mais rápido possível, se houver alguns comentários. E por falar em comentários, aqui vai a resposta:
Neuzimar de Faria: ora, Neuzimar, e quem é que gosta de couve-flor?! E, sim, todos somos obrigados a comer e engolir várias Annes por ai, não? Mas não acho que ela vai se preocupar em sumir por uns tempos. Nesse capitulo ela deu as caras e acho que ninguém vai gostar muito disso, inclusive a Lily.
Maria_Fernandes_99: TÁ VIVA, TÁ VIVA, TÁ VIVA!! Que bom, achei que seria um leitor a menos nessa bosta. Eai, mulhézinha? Gostou dessa primeira parte de capítulo? Eu sei que está parada e sem graça, mas vai ficar melhor, acredite em mim MUAHAHAHAAHA [risada maléfica]. A próxima cantada da Lily vai vir só na próxima parte, então aguarde. Sim, o Chapéu Seletor com certeza aceita subornos. E fique tranquila minha mãe me olha como se eu fosse um ET com mais frequência do que você imagina.
MackDC: um homem? Você é um homem? Ou é uma garota? Se for um homem, vou acabar doido, porque você é o primeiro homem que lê uma fanfic minha. Mas, se for garota, oi, amiga, chega mais! É claro que vou continuar a escrever, não é uma coisa que eu possa controlar. Ah, me diz o que achou dos capítulos, gosto de saber a opinião dos leitores.
Lenah Weasley: você por aqui! Poxa, obrigado por visitar a fanfic, não sabia se você ia gostar, só sugeri por sugerir. E obrigado ainda mais pelos elogios, é tudo o que a gente precisa para continuar escrevendo. Achou mesmo que está engraçada? Isto é mais uma tentativa de humor fracassada, não sabia que estava conseguindo alguma coisa com isso. Você, que é muito criativa, podia me dar sugestões. Provavelmente ia ajudar na melhoria da fic. Esse capítulo não está lá grande coisa, mas o resto dele eu só vou dar se receber bons comentários, se não vou deixar essa coisa chinfrim pelo resto da fanfic.
Enfim, comentem! E se eu receber bons comentários, posto daqui a dois dias ou até menos hein!
Comentários (5)
A Lily dança *-------------* tipo, o James fica impressionado por que ela dança? É assim que começa... JYSADYUSDA Eu já disse que essa tal de Blake é uma vaca? Deveria ter dito. Nao vou com a cara dela u.uCoitada da Kate... sério. E depois o James diz que a Lily nao presta... espero que joue na cara dele depois. Coitado do Remus também... E eu morri com o Sirius USDARUDSYUDF (ele ainda é seu, Lana).Amando!
2013-04-14Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh \o/ Eu amei o capitulo. Eu ri horrores aqui. As meninas aprontam... Coirda da Kate nesse periodo de Lua Cheia :/ O bom é que o Remus tá ai para ela... O James ainda vai pirar a Lily com essa coisa de dar mole para a Blake tanto é que aposto que a Lily vai fazer o maior barraco com isso, se ela descobre que eles ficaram... Tufos de cabelos loiros irão voar. Eu acho que a Kate vai reconsiderar - ou as meninas farão com que ela reconsidere - e cante no recital de natal... Ou em sei lá o que que elas farão a Kate cantar coitada kkkkkkkkk A cena final das meninas no salão principal foi muito boa. A Lene praticamente desmaiada e a Lily quase dormindo no salão principal... Eu morri de rir com elas, quer dizer, mais a Lily do que a Lene tentando entreter o Remus - ou apenas perturbar, se tratando dessas duas eu não sei - para não falar da Kate kkkk as meninas são onda. Beijoos!
2013-03-15Discordo de você: nem sempre se é obrigado a comer o não gosta (a não ser que a fome seja grande).No mais, bom te-lo de volta às postagens! Capítulo divertido e bem escrito como sempre. Tomara que o próximo não demore. Até lá!
2013-03-12O FeB te paga para me fazer passar mal de rir, por acaso? Sério, você escreve bem demais, o que é isso! E esse James, hein? Ri muito! A fic está excelente, e se você não continuar vai partir o pobre coração de uma leitora capaz de passar um dia pensando nas coisas que você escreve. E... criativa, eu? Fico muitissímo feliz com o elogio (até hoje só a minha mãe disse que eu sou uma pessoa de fato criativa). E se quiser mesmo alguma dica (o que não acho necessário, já tudo o que você escreve é perfeito) eu tenho uma página no facebook dedicada a malhora e a divulgação de fanfics, então é só nos mandar uma pergunta. E se puder, faça propaganda da página para outros leitores, para ajudar a divulgar fics de outro aoutores. Estou super anciosa para o próximo cap! Link da página: http://www.facebook.com/DivulgacaoDeFanfics Estou só começando, e espero um novo cap logo, logo. E parabéns!!!!
2013-03-12AMEI!!!Tu deves estar habituada, se houver um pouco de dislexia da minha parte é que eu estou a comer pipocas e tenho os dedos cheios de açuçar.Há tempo que não postavas, depois perguntas se eu sou a morta, tás a minha frente não te preocupes!!James, eu a pensar que ele era um santinho, mas não é bastante perverso, mas também James Potter que é James Potter é perverso e não é poucoEu agora vou patar de escreber que tenho mal às mãosBjs
2013-03-11