Capítulo 23



Dias mais azuis e o céu sempre claro. Na maioria das vezes sem nuvens. De tempos nublados a ensolarados. Assim que tinha sido a vida de Ron e Hermione. Tempos conturbados, de altos e baixos, tão pouco tempo para várias coisas.


A senhora Granger, mãe de Hermione, tinha, pessoalmente, se oferecido para cuidar da menina Evangeline, mesmo que fosse fruto de uma traição, mesmo que essa traição tenha sido cometida por seu (futuro ex) marido. Não que os avôs maternos da garota não a quisessem, mas não tinham muitas condições de criá-la, principalmente agora, pois sua filha estava presa, precisavam de um bom advogado para seu caso e isto não sairia muito barato. Evangeline ficaria em boas mãos.


Hermione tratou de por Córmaco na justiça. Suas falcatruas não ficariam em branco, a empresa tivera que ressarcir todos os prejudicados. - Uma lista com quase dez nomes fora elaborada.


Ron continuava a trabalhar arquitetando projetos. Dividia seu tempo entre trabalho, Hermione, Rose, pagar algumas contas, Hermione, Rose, levar o carro para trocar o óleo, comprar algo que Hermione esqueceu, brincar de cavalinho com Rose, e… Ah, claro, Hermione e Rose.


Rose era como uma cola. Era o ponto de união do casal. Seus planos e atividades eram voltados para a ruiva. Ela era o centro das atenções. Se tossir, se espirrava, se caia. No fim do dia Rony e Hermione caiam exaustos na cama, a pequena não os deixava descansar por um minuto. Era mãe para lá, pai pra cá e não dava descanso para nenhum dos dois.


Os três estavam reunidos à mesa do café da manha, se preparando para mais um dia.


Rony e Hermione tinham criado uma rotina. Rotina que eles se adaptaram muito bem. Todos os dias acordavam exatamente às 07h30min. Hermione tratava de preparar o café da manha e Rony acordava, dava banho e vestia Rose. Ele mesmo que pediu isso. Queria recuperar o tempo que poderia tê-lo feito.


Enquanto Hermione, no capítulo anterior, precisou fazer uma última coisa, Rony também precisava, mas isso incluiria Hermione, então eles, juntos, precisavam fazer uma última coisa.


Era domingo. Ao terminarem o café da manha, vestiram roupas adequadas para o inverno mais que frio, e entraram no carro. Rose em uma cadeirinha alta, no banco de trás, Rony e Hermione no branco da frente.


A paisagem passava correndo pela janela do carro. Árvores e mato verde. Pareciam estar fazendo uma viagem para fora da cidade, por causa do cenário. Rose cantava fazendo Hermione rir algumas vezes…


– O “xapo” “num” lava o pé. “Num” lava “puque” “num” que. Ele “mola” lá na lagoa, “num” lava o pé “puque” “num” que, mais “ti” chulé!


– A “genti” já “chegô” papai?


– Não filha. - respondeu calmamente.


– A “genti” já “chegô” mamãe?


– Papai acabou de dizer que não!


– Ué, “maix” a “genti” pode te chegado “agola”.


Rony riu. Tão inocente, ela.


Depois de meia hora chegaram a seu destino.


Ron estacionou o carro um pouco distante de onde realmente iriam. Queria um tempo para pensar, e parar na frente da casa não era sua opção…


– Não sei se é uma boa ideia. - Hermione hesitou.


– Por que não? Aliás, um dia teríamos que vir aqui.


– É eu sei, mas vai ser estranho…


– Eles não mordem, e você sabe.


– Eu sei, eu sei, vamos indo. - Hermione arrumou Rose em seu colo e seguiram caminho.


Não era a primeira vez que iria vê-los, mas por que não se sentia confiante? Talvez porque tivesse sumido sem dar explicações, deixando seu filho arrasado.


Arthur e Molly Weasley não eram o tipo de casal que grita e bate em seus filhos. Tudo poderia se resolver com conversa.


Rony tocou a campainha da casa, aguardaram alguns segundo até escutar uma voz conhecida.


– Pois não.


– Mãe, adivinha quem é! - fazia tempo que Rony não falava com ela.


– Ronald, filho, por Deus. Lembrou que tem pais? Não vamos te dar dinheiro, se é o que quer.


– Não é isso mãe, eu vim fazer uma visita. Posso entrar?


– Claro.


A porta foi aberta e os três entraram. Ron não mencionou com quem vinha. Gostava de fazer surpresas.


– Ronald você merece umas boas palmadas. Parou de nos visitar, é como se tivesse esquecido que…


Rony e Hermione tinham entrado na sala. Molly veio logo em seguida acompanhada por Arthur, os dois pararam de supetão ao perceber que havia mais alguém no recinto.


Seus olhares foram de Ron, para Hermione e Rose em seu colo.


– Espera… - Molly tentou falar algo coerente. - Mas…


– Pai, mãe, você já conhecem Hermione, e está é Rose. Acho que não precisamos de muitas explicações.


– Rony, Hermione e…


– Rose. - Falou Hermione.


– É. Vocês, vocês precisam se explicar detalhadamente - era mais um decreto que um pedido.


– Pai…


– Agora! - disse Molly rigidamente.


– Senhora Weasley…


– A senhora está no céu. Quantas vezes venho dizendo para que me chame de Molly, é meu nome.


– Certo… Molly… Eu devo pedir desculpas. Aconteceram muitas coisas na minha vida, especificamente nesses dois anos…


– Percebe-se isso de cara. - falou olhando Rose.


– É… Vocês tem direito de conhecer sua neta. Rose, amor, diz oi pra vovó e pro vovô.


Rose tinha a cabeça deitada no ombro da mãe. Não que fosse tímida - e ela era -, mas naquele momento teve vergonha de falar com eles. Escondeu o rosto no pescoço de Hermione.


– Não faz isso. Fala com ele, eles querem te conhecer. - Hermione tentava incentivá-la. - Vai, só diga oi. O gato comeu sua língua, foi? Acho que comeu. Foi. Um gatinho veio e comeu a língua do meu bebê.


– “Naum”, “naum” comeu. - defendeu-se.


– Então fala com o vovô e a vovó.


Rose observou Molly e Arthur detalhadamente. Disse um rápido “oi” e voltou a afundar o rosto no pescoço da mãe.


Enquanto Rose estava distraída folheando o álbum de fotografias de Ron, os quatro adultos tiveram uma conversa.


Molly e Arthur ficaram indignados por não terem sido avisados de que tinham uma neta, mas foram bastante compreensíveis quando Hermione contou o que seu pai fez.


– Mas seu pai, ele sempre…


– Aparentou ser boa pessoa. É eu sei. - completou a fala de Molly. - Ele era, mas… Desde que Vítor e eu terminamos nosso namoro ele ficou estranho, e mais ainda quando eu namorei o Ron.


– Ora, mas ele sempre foi um bom amigo. O que será que aconteceu? - questionou Arthur.


Hermione não tinha contado a parte que seu pai tivera uma queda pela senhora Weasley. Eles não precisavam saber.


Ficaram bastante felizes ao saber que tinha mais uma criança a caminho.


– Mais uma criança significa casa cheia! - disse Molly sorridentemente.


Eles se habilitaram a ficar com Rose, pois Rony e Hermione precisavam de descanso e passar um tempo juntos. No começo Hermione não achou uma ideia muito boa, porque Rose não os conhecia direito, mas no fim acabou cedendo. Pensando bem, ela e Ron precisavam mesmo de um tempo a sós.


Naquela noite tiveram um dos últimos momentos íntimos juntos, pelo menos até a chegada do bebê. Quando estava juntos, nada mais importava. Se aquele fosse o fim do mundo, morreriam de uma bela forma. Morreria se amando.


“Até um pouco depois de o bebê nascer.” Era isso que eles pensavam!


Os dias e semanas estavam correndo. Pareciam apressados para algum compromisso bastante importante e inadiável.


Mesmo com essa correria, algumas vezes parecia que as horas nunca passavam, principalmente quando Hermione ou Rony estavam ansiosos para algo, mais especialmente quando a semana que descobririam o sexo do bebê chegou. Além de esperarem o mês todo, tiveram que esperar a semana toda por sexta-feira. O tempo é realmente imprevisível. De vez em quando, Hermione escutava Ron resmungar pela casa, e quando lhe questionava o porquê, ele respondia:


– “Por que sexta-feira não chega logo?”.


Hermione ria lhe beijava os lábios levemente e dizia:


– “A pressa é inimiga da perfeição, querido.”.


Enquanto não descobriam quem era o novo membro da família. Um membro muito importante acrescentaria mais um nome ao seu original…


– “Comu” “te” eu “vô” me chama “agola”?


– Rosalie Granger Weasley.


– É? - Rose parecia muito interessada no assunto.


– Sim. Você vai ter o sobrenome da mamãe e do papai. - explicou Rony.


Estavam em um processo para acrescentar o sobrenome de Rony ao nome de Rose. Não era uma coisa fácil. Por causa da burocratização, precisavam de variados documentos, advogados e outras coisas, parte da burocracia.


– Rose Granger Weasley, o que quer fazer agora?


– “A genti” pode canta “plo” meu “imãozinho”? – Rose quase pulava na cama dos pais.


– Podemos sim. Senta aqui. – Hermione indicou o espaço entre ela e Rony.


Rose sentou e encostou a cabeça na barriga da mãe. Hermione passou um braço envolvendo e filha e Rony tentou apoiar a cabeça no braço de Hermione. Não queria ficar sobrando…


– Que música a gente vai cantar?


– Num sei! - Rose deu de ombros.


– Música pra “mimi”?


– É…


– O papai vai cantar, né papai? – Rony, que estava perdido em pensamentos, foi trazido a realidade.


– Mas eu nem sei cantar.


– Aprende, ué!


Ele as adorava. Tinha família mais perfeita que essa? Não, para ele não tinha.


– O que o papai pode fazer pro neném nanar?


– Num sei.


– Primeiro a Rose vai dormir, tá? – ela assentiu e foi pro colo do pai. Rony a embalou cantarolando uma música que sua mãe cantava para ele quando pequeno. Não lembrava qual sua letra, apenas a melodia…


Rose ia fechando os olhos lentamente. Era uma experiência nova estar com o pai desse jeito. Estava adorando. Hermione observava os dois com ternura. Quando imaginou ver isso? Nem sonhava rever Ron novamente…


Rose adormeceu, Rony a levou para seu quarto cor-de-rosa. Seguindo as recomendações de mãe protetora, cobriu-a muito bem, pois segundo Hermione, Rose sentia muito frio a noite, e quando isso acontecia amanhecia com os pés gelados.


 


Quando voltou Hermione já dormia. Devia estar cansada. Rony deitou na cama tomando bastante cuidado para não acordá-la. Também estava cansado, aliás, qualquer um ficaria cansando quando se tem uma Rose em casa. Onde ela arranjava tanto folego? Corria, brincava, comia, mas não se cansava…


 


 


Para o dia das mães, as “tias” da creche tentaram fazer as crianças cantarem“Como É Grande O Meu Amor Por Você”, mas não deu nada certo. A maioria não sabia falar direito, quem dera cantar. O que se sucedeu foi uma sessão de risadas da plateia. Era impossível não rir. Rir ou achar aquilo muito fofo. Hermione fez questão de registrar aquele momento, quando Rose fosse bem mais velha mostraria o vídeo para ela.


 


Na mesma noite… (Melhor dizer, madrugada)


 


Era tarde da noite, todo estavam dormindo, todos menos Hermione. Um louco desejo a estava atormentando. E não dormiria até saciá-lo.


– Ron…


– Hum… - ele apenas resmungou.


– Acorda Ronald!


– O que foi Mione? - ele acendeu o abajur em sua mesa de cabeceira.


– Nada de mais…


– Hein?


– Quer dizer… Ron… Faz um tempinho que eu estou querendo uma coisa…


– Que coisa?


– Bom, um sanduiche com molho de bacalhau, alface, tomate, presunto, queijo, picles, batata palha e ketchup.


– O que?


– Você me escutou. Eu queria, sabe… Estou com fome, então, será que podia fazer o favor de comprar para mim?


– E onde eu vou comprar isso?


– Não sei, mas você não quer que o nosso bebê nasça com cara de um sanduiche com molho de bacalhau, alface, tomate, presunto, queijo, picles, batata palha e ketchup. Ou quer?


– Não, né, mas…


– Vai Ron, por favor, não me faça essa desfeita! É dia das mães.


– É dia das mães Mione, não das esposas, ou namoradas, e são três da manha, não pode esperar amanhecer?


– Não! - ela quase gritou. Esse desejo a estava assombrando. Queria comer agora!


– Mione… - ele tentou argumentar.


– Rony… - ela parecia uma criança tentando comprar os pais com uma carinha meiga.


– Tá bem, tá bem, eu vou, mas não sei quando volto.


– Não volte sem meu sanduiche!


Rony não sabia onde acharia esse sanduiche, mas tinha que achar de uma forma outra, se não o mundo teria um pai a menos…

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD TADINHO+PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3  LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3 MIONE DOIDA kkkkkkkkkkkkkkkk'POSTA + TOH CURIOSA PRA SABER COMO CONTINUA... 

    2013-01-09
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