Descobertas



– Pensei que Córmaco fosse um cara legal! – disse uma Ginny espantada.


– Legal ele era, só não prestava.


Hermione e a amiga estavam em uma lanchonete conversando. A morena confidenciou à Ginny que o ex-marido era um ladrão salafrário.


Completava exatamente duas semanas desde que Rose adoecera, mas por sorte foi apenas um susto, e ela se recuperou logo, como o médico disse "com amor e carinho tudo se resolve”. Isso que Hermione e Ron fizeram, deram muito mais amor e carinho para a filha.


– Eu nunca imaginaria isto dele.


– Muito menos eu.


– Pretende fazer alguma coisa?


– Vou denunciá-lo. – disse decididamente. – É a coisa certa a fazer.


– Com licença. – o jovem garçom do local aproximou-se da mesa que as meninas ocupavam. – O pedido de vocês.


Ele depositou uma bandeja na frente delas.


– Já estava na hora, estou morrendo de fome. – disse a ruiva olhando para tudo com cobiça.


– Gi, eu sei que você está grávida e tal, mas isso é exagero.


– Nossa amiga, eu pensei que você fosse mais esperta quanto a estar grávida. Se juntar a gravidez do James e do Alvo, devo ter engordado uns quinze quilos, mas como sou uma mulher atlética já perdi tudo.


– Quando eu estava grávida fiquei normal. Às vezes tinha desejo de algo, mas me controlei.


Gina mal escutou o que Hermione disse, estava concentrada demais em comer esfirras de frango.


– Estão deliciosas. – declarou. – Você quer?


– Acho que sim, estou um pouco faminta.


As duas pediram mais uma rodada de mini pizzas, só assim se sentiram satisfeitas.


– Espero ter uma menina, outro menino seria ter sérios problemas.


– Também com dois travessos em casa, quem não gostaria de ter uma menina. – brincou Hermione. – Se por acaso for menino, já pensou em um nome?


– Ainda não, além do mais, se for menino Harry escolherá seu nome. Se for menina, acho que farei outra homenagem, mas desta vez à minha querida sogrinha, Lily, estou esperando essa oportunidade faz tempo.


– Uhum. – a morena concordou sem fazer ideia do que a amiga falava.


– Hermione, está me escutando?


– Claro.


– Harry comeu uma cobra ontem no jantar, inteira. – disse provocando.


– Jura? – perguntou em um misto de susto e confusão.


– Não, né bobinha! – Ginny rolou os olhos. – Mais tarde eu passo lá na sua casa.


– Aquela casa não é minha.


– Que seja, mais tarde eu passo onde você está morando, quero ver minha sobrinha, vou mimá-la, amo aquela coisa fofa chamada Rose.


Despediram-se e cada uma foi-se para seu canto.


Rose estava com o pai, Ron, passeando em um parquinho. Era um jeito de deixá-los mais próximos para não ter o mesmo problema da outra vez. Essa era uma ótima oportunidade para que Hermione tratasse de assuntos sérios e delicados, como, por exemplo, conversar com um advogado, que não fosse Harry, sobre sua situação a respeito de Córmaco.


– Vitor! – sorriu Hermione ao rever o ex-namorado. – Entre, entre.


Vitor Krum foi namorado de Hermione antes de Rony, mas a relação não deu certo, pois ele era muito controlador e ciumento. Quando ele arrumou outra namorada os dois se tornaram bons amigos.


– Como vai Hermione? – Krum aproximou o rosto dela, como se fossem namorados por pouco a beijou, prevendo a atitude do ex, Hermione virou o rosto e ele acabou beijando sua bochecha.


– Muito bem obrigada.


Embora o lugar não fosse muito propicio, eles foram para o antigo escritório de McLaggen.


Hermione mostrou a Vitor tudo o que tinha de incriminátorio de Córmaco, e segundo Krum isso seria mais que suficiente para fazê-la ganhar fortuna.


– Aposto que Córmaco não fez isso sozinho, talvez alguns funcionários da empresa tenham o ajudado. Com isso – Vitor indicou papéis na mesa. – Com isso você pode até fechar a empresa dos McLaggens.


– Nossa. – surpreendeu-se.


Conversaram sobre mais algumas coisas do processo que ela abriria, até que a presença de mais alguém fez Hermione se sobressaltar.


– Não acha um tanto suspeito estar sozinha em casa com outro cara Hermione? – Ron estava no batente da porta.


– Rony, o que faz aqui?


Hermione, que estava sentada em uma cadeira de frente para a porta, foi ao encontro do ruivo.


– Vim trazer nossa filha de volta, não sou do tipo que sequestra. Força de vontade não me falta, principalmente pela mãe dela. – Hermione corou de leve.


– Mamãe, mamãe – Rose entrou em cena com algo peludo, no tom amarelo, nos braços. – Papai “adoto” um au-au “plá” eu! É “mutu” fofinho! – completou sorrindo. Isso explica o “algo peludo nos braços”. – É um “fiotinho”.Papai disse “tê” é um “godi” “retlive”! 


– Ronald, por que você comprou um cachorro para minha filha? – perguntou Hermione indignada.


– Primeiro, eu não comprei, eu adotei, segundo, ela não é só sua filha e terceiro, não pude resistir à carinha que ela fez. – Ron olhou a filha com carinho lembrando-se de quando ela pediu o cachorrinho. – Ela disse que você não a deixava ter um, mas como eu sou um bom pai dei o que ela queria.


– Ron...


– Hey, vocês dois, eu ainda estou aqui! – Vitor chamou atenção para si. – Poderiam discutir em outra hora?


– Por que não vai embora? – sugeriu Ron sarcasticamente.


– Só vou embora se a dona da casa me mandar ir.


– Vitor, será que você pode voltar outro dia?


– Mas Hermione...


– Por favor.


– Tudo bem. – ele suspirou e foi-se.


Hermione esperou até ter certeza que Krum tinha ido para retomar o “bate-papo”.


– Diga o que disser você tem que devolver esse cachorro.


– Hermione!


– Mas papai, “voxê” “dixê” “tê” a mamãe ia “dexá”! – Rose choramingou.


– E ela vai deixar, é só. A gente vai conversar. Vai lá brincar com o “au-au” no seu quarto e tome cuidado. – pediu o ruivo sem saber direito o que fazer.


Fazendo Hermione levar um susto, Ron a colocou sentada na mesa, e derrubando alguns papéis.


– O que significa isso? – ela indagou.


– A deixe ficar com o cachorrinho.


– Não!


– Por quê?


– Ela é muito novinha, não tem responsabilidade e eu não tenho paciência com animais. Por que você acha que nunca tive um?


– Eu ajudo a cuidar, mas não me faça devolvê-lo.


– Sinto muito. Essa é minha última palavra. – Hermione cruzou os braços.


– Não me faça ter que usar das minhas artimanhas.


– Artimanhas? – ela riu pelo nariz. – Essa eu quero ver.


– Foi você quem pediu. – ele deu de ombros. Foi até a porta e a trancou.


– O que você pensa que está fazendo?


– Usando minhas artimanhas. – sorriu maroto.


Sem prévio aviso, novamente, ele a pegou no colo, colocou deitada em um sofá que tinha e se sentou sobre sua cintura.


– Ronald saia de cima de mim agora! – ela bradou.


– Só se você deixa-la ficar com o “au-au”. – Hermione teve que segurar-se para não rir.


– Ron sai de cima de mim. – pediu tentando transparecer que estava calma.


– Vai, deixa! – o ruivo resolveu provocar dando mordidinhas no pescoço dela.


– Para Rony.


– Por quê? Eu sei que você está gostando. – provocou.


– Não estou não!


– Admita Mione, diga que sim.


– Não! E é bom você tirar o cavalinho da chuva, porque não vai acontecer nada entre a gente.


– Hermione, eu só quero que você deixe a Rose com o cachorrinho, por favor. – Rony estava fazendo carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudanças, Hermione evitou olhá-lo nos olhos, pois cairia em tentação se o fizesse.


– Eu não vou cuidar dele.


– Isso é um sim? – Ron a encarou esperançoso.


– É. – disse se rendendo.


– Eu não ouvi direito. Ela pode ficar com o cachorro?


– Pode. – falou como um sussurro.


– Ainda não escutei.


– Não força a barra Ron!


– Eu não escutei. - fingiu não escutá-la.


– Eu disse que pode. Ela pode ficar com o cachorrinho, mas eu não quero nem saber o que vai acontecer. Não me responsabilizo por nada. Você vai cuidar dele.


– Obrigado Mione, você merece uma recompensa. - Ron curvou-se sobre ela e deu um selinho que mais tarde desencadeou um beijo. No início Hermione tentou de todas as maneiras resistir, mas acabou por sucumbir. Era quase impossível resistir aos beijos de Rony, sempre envolventes, cheios de paixão e sedutores.


– Hey, vocês dois, saiam dai, tem criança na casa! - uma voz muito conhecida gritou do outro lado esmurrando a porta.


– Não está acontecendo nada aqui Ginevra.


– Sei, então por que a porta está trancada?


– Pergunte ao seu irmão. Da pra você sair de cima de mim Ronald, eu já pedi! – Rony bufou, mas a obedeceu.


Quando a porta foi aberta Hermione passou como um furacão em direção ao quarto da filha, parando na porta ao ouvir o que ela dizia.


Rose estava deitada no chão com as pernas para cima balançando fazendo cafuné no “au-au”.


– “Tomala” “tê” “mia” mamãe “dexa” “voxê” fica. Eu “quelia” alguém “plá” “bica”!


– Rose – falou Hermione após bater na porta. – Por acaso você já escolheu um nome para o seu novo amiguinho?


– Ele “podi” fica? – seus olhinhos brilharam em expectativa.


– Sim, mas seu pai e você vão cuidar dele.


– “Bigada” mamãe! – Hermione se abaixou e Rose a abraçou. – Pichitinho!


– O que?


– Pichitinho é o nome do meu au-au! – Rose rolou os olhos como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.


– Pichitinho? Tem certeza? – Hermione não sabia se ria do nome, que era muito estranho, ou se tinha pena do animal que sofreria bulliyng.


– Aham!


Enquanto isso na sala Gina e Rony conversavam...


– E ai maninho, como vão os preparativos para ficar preso?


– Preso? – perguntou confuso. – Ah, sim, preso, claro. Acho que estão indo bem, não faço questão de saber o que Lilá faz. Além do mais você sabe que não quero me casar com ela, meu coração pertence a uma única mulher.


– Queria que o Harry fosse assim. – Gina começou a chorar. – Ele é insensível às vezes. Se você não fosse meu irmão, Rony, eu adoraria ser sua namorada.


– Calma Gi, chora não que pode fazer mal ao bebê.


– O que você fez pra Ginny? – Hermione apareceu na sala com Rose nos braços, não por muito tempo, pois a colocou no colo de Ron e foi acudir à amiga.


– Nada, não fiz nada. – defendeu-se Ron.


– Ele não fez nada mesmo. Mione, um conselho: Segure esse homem, ele te ama muito, mesmo que você não mereça – brincou. – Eu furaria seu olho se eu não amasse Harry e esse ruivo cabeça oca não fosse meu irmão. – completou secando as lágrimas.


Hermione, um pouco constrangida, sentou entre os irmãos no momento que seu celular tocou.


– Alô?


– Alô, Hermione? – a voz do outro lado respondeu.


– Pode falar, é ela.


– É a Claire, lembra?


– Ah, sim, sim, claro, não poderia esquecer. – Hermione afastou-se um pouco de Ron e Ginny. - Alguma novidade?


– Sim, eu consegui o que você queria.


– Jura? Sério mesmo? – a euforia tomou conta dela.


– É, consegui sim.


– Preciso desses papéis o quanto antes. Muito obrigada mesmo, não sabe o quanto está me ajudando. Você merece uma recompensa.


– Nã-não, que isso. Temos que combinar de nos encontramos em algum lugar, não pode ser no hospital.


– Que tal no restaurante Subway daqui à uma hora?


– Certo, nos vemos em uma hora então.


– Até.


– Gente, eu preciso dar uma saída. Podem cuidar de Rose? – pediu ao retornar.


– Aonde você vai? – perguntou Rony deixando transparecer ciúmes.


– Isso só diz respeito a mim, Ronald.


Ele bufou e resmungou:


– A gente cuida sim.


– Ótimo perfeito. – sorrindo se dirigiu ao seu quarto.


Hermione trocou de roupa e literalmente voou para o restaurante. Quando chegou Claire ainda não estava lá. Pediu um sanduiche e aguardou.


– Desculpe a demora. – Claire sentou-se na frente de Hermione.


– Não tem problema. – sorriu de lado.


– Bom, não foi nada fácil conseguir isso... – Claire mostrou um enorme envelope.


– Eu imagino.


– Pois é, e acho que o que diz ai vai te surpreender muito.


– Por quê? – perguntou Hermione em um misto de curiosidade e ansiedade.


– Veja você mesma.


Hermione pegou o envelope que Claire lhe passava, e ao fazer isso percebeu que suas mãos tremiam, mas não sabia o motivo. Várias folhas, contudo, ela precisava de apenas duas.


Passou os olhos rapidamente nas palavras até chegar às que lhe interessavam.


“(...) O teste feito com o senhor Ronald Weasley e Evangeline Brown apresentou resultado negativo. Os genes são incompatíveis...”.


Sorriu ao poder ler essas palavras. Era de um alívio enorme, mesmo que lá no fundo sempre soubesse que tinha algo de errado em toda essa situação.


A outra folha que procurou foi a do verdadeiro pai da garota, pois provavelmente ele também tinha participado dessa trama, fornecendo seu sangue para o teste positivo.


“(...) O teste feito com Evangeline Brown e _______ _______ (isso é de proposito) apresentou resultado positivo. Os genes são compatíveis...”.


– O quê? Espera, tem certeza disso? – perguntou Hermione alarmada, o sorriso a pouco formado tinha se transformado.


– Absoluta. Tudo o que você leu é verídico, embora chegue a ser espantoso.


– Mas... Então quer dizer que...


– Sim. – Claire respondeu sem dar chance de Hermione completar a frase.


– Obrigada pela ajuda, foi de grade tamanho, espero poder te recompensar um dia.


– Vá atrás do seu homem. Se vocês ficarem bem depois de tudo isso eu ficarei feliz em poder ter ajudado!


– Obrigada, muito obrigada.


“Ele? Logo ele?” Essa frase rondava a cabeça de Hermione. “Podia ter sido qualquer outra pessoa, menos ele!”


– Por acaso você já fez aquele exame que eu recomendei?


– Fiz, e o resultado chegou hoje, sabe, mas eu não abri. Coincidentemente está aqui na minha bolsa. Só um instante. Prontinho. – disse Hermione ao achar o exame, “perdido”, dentro da bolsa.


Por cinco minutos Claire leu o resultado e pareceu se surpreender com o veredito.


– Só a título de curiosidade, ãn, não que seja da minha conta, mas você e Ron se encontraram recentemente?


– Algumas vezes sim, posso saber o por quê?


– Veja, é que de acordo com isso, – balançou o papel na mão. – você está grávida.


– O quê?


– Grávida de quase doze semanas.


– Não, não. Tem que ter alguma coisa errada ai. Eu não posso estar grávida.


– Mas está.


– Grávida, eu?


Hermione entrou em devaneio lembrando-se de uma conversa que teve com Rose há dias atrás...


“- Mamãe? – a pequena foi ao encontro da mãe na cozinha.


– Fale.


– Eu “poxo” “tê” um “imãozinho”?


Hermione, que tomava chá no momento, quase engasgou.


– Um irmãozinho?


– Ou uma “imazinha”.


Ela ficou um tempo calada sem ter uma resposta para a menina. Como explicaria a ela que bebês não crescem em árvores?


– Filha...


– Mamãe “pó favô”! O James tem o Alvo de “imão” e a tia Gina tá “gávida”


– Querida, as coisas não são assim.


– E “comú” é?


– Você precisa ter maturidade para certas coisas.


– Eu “tenhú” “matúlidade”!


– Você sabe o que é maturidade? – Rose balançou a cabeça negativamente e olhou para o chão com o semblante triste. – Entenda meu amor, a vida não é como queremos...


– Tá bem. – respondeu ainda encarando o chão.


– Não fique assim. – Hermione abaixou-se para abraçá-la. – Quem sabe um dia. – disse a aninhando em seus braços. – Perdoa a mamãe?


– Num tem o “té” “pedôa”.”.


– Você tem certeza absoluta mesmo? – precisa ter certeza disto.


– Absoluta. Exames de sangue não mentem!


Um sorriso brincou em seus lábios e sem notar pousou uma de suas mãos na barriga.


Dizem que as mulheres sabem dessas coisas, e, não que Hermione duvidasse do exame (não duvidasse muito), mas com esse simples gesto confirmou o confirmado...

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    OMG UM IRMÃOZINHO PRA ROSE?? D+ :)))))))))))) #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3  LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3  

    2013-01-09
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