Capítulo 18
Às vezes, quando estamos tentando esquecer alguém, ou simplesmente tentando nos afastar, coisas acontecem fazendo com que nós nos reaproximamos. É apenas o destino, dizendo que um não pode viver sem o outro.
O cheiro de medicamentos impregnava as narinas de Hermione com seu forte odor. O pior é que teve que aguentar isso por três dias. Será que existe lugar pior para se estar que a sala de espera de um hospital? Ainda mais quando se espera por noticias que parecem nunca chegar? Tem horas que os médicos parecem nem importar-se com seus sentimentos, é tudo profissionalismo, mas se fosse com os filhos deles iriam querer atenção.
Você pensa que certas coisas nunca acontecerão com você, até o dia em que acontecem e te deixam sem chão. Criar filhos já é difícil, criar filhos doentes é mais difícil ainda. Hermione estava angustiada, queria poder pegar sua menininha e vê-la com aquela expressão rosada e alegre, não pálida e agonizante. Estava se amaldiçoando internamente por não ter insistido mais para que Rose comesse, não insistiu porque a ruiva sempre chorava, e acabava devolvendo tudo ingerido. Tomava uma ou outra mamadeira, mas quando se tratava de outro alimento as coisas não davam muito certo. Devia ter engolido o orgulho estúpido e pedido para que Ron desse uma passada para ver Rose, mas era muito orgulhosa.
Estava enfurnada naquele hospital há três longos dias. Os médicos tentavam descobrir o que estava acontecendo com Rose, mas nada de darem um diagnostico concreto. Três dias? Como ficam examinando uma criança há três dias e não se descobre o que ela tem?
A culpa era a pior inimiga de Hermione, sempre a perseguindo.
Não tinha nada a fazer, apenas ficar sentada na cadeira fria da sala de espera, aguardando noticias que estavam perdidas nos corredores do enorme centro. Embora ficar lá, sentada, chegasse a ser nostálgico, faria isso pela filha sem arrepender-se, e se fosse preciso (esperava que não fosse) passaria por tudo aquilo novamente sem pensar duas vezes.
Chorava de cabeça baixa, com o rosto enterrado nas mãos. A culpa estava a dominando por completo e pensamentos nada convenientes assombravam sua cabeça.
Sentiu mãos macias acariciando seu cabelo. Conhecia muito bem aquelas mãos.
Levantou o rosto e ficou um pouco feliz por vê-lo ali...
– Ron, que bom que veio! - como ele tinha se abaixado para ficar perto dela, Hermione o abraçou pelos ombros.
– Teria vindo antes, mas estava viajando. Felizmente consegui voltar hoje. - Ron sentou-se ao lado dela.
– Ginny me contou sobre a viagem quando liguei para ela. - Hermione deitou a cabeça no ombro do ruivo, e ele, como se quisesse protegê-la, a abraçou pela cintura.
– Foi ela quem me avisou. Disse que você estava desesperada ao telefone.
– É, eu ainda estou. - choramingou.
– Se acalme, me diga exatamente o que aconteceu, por favor.
– Ah bem, deixa-me ver...
Flashback On (esse é pequeno)
"Era noite. Hermione estava pensando seriamente em mudar de casa. Não suportaria viver em um lugar que fora comprado com dinheiro de outros. Agradeceu internamente por sempre guardar seu próprio dinheiro e não ceder aos caprichos de Córmaco e de sua conta bancária gorda.
Escutou passos leves, muito leves, vindos das escadas.
– Mamanhê! - conhecia muito bem aquela voz manhosa.
– O que foi meu anjo? - por mais que Rose estivesse fazendo pirraça e tudo mais, sempre acabava rendendo-se a sua manha.
– "Num" tô bem. - disse com mais dificuldade que normalmente.
– Você está pálida. - Hermione a pegou no colo preocupada.
– Tá "dueno". – reclamou.
– Onde?
– "Ati". – indicou a região do tórax.
– Você está com febre. - falou após passar a mão na testa, bochecha e pescoço da pequena.
– "Num" "cunxigo" "lespilá" "dileito".
– Não? - a preocupação de Hermione aumentou.
Rose negou com a cabeça. Tinha a expressão triste, parecia a beira do choro.
– Quer comer? - ela negou novamente. - Vou te levar ao hospital. Está me deixando assustada Rose. Não quer comer, não dorme, não brinca...
– "Num" "telo" ir "nu" "hopital".
– Mas nós vamos.
Por sorte tinha um carro a sua disposição, ainda bem que tinha feito aulas de direção e tirado carteira de motorista.
Enquanto levava Rose ao automóvel percebeu que o coração da pequena estava acelerado e sua respiração era pesada e rápida, como se tentasse respirar a todo custo.
No hospital preencheu duas folhas de papelada burocrática, e além disto teve que escutar sua menininha chorando porque queria a mãe e porque tinha medo dos "homens de jaleco branco". Nunca fora tão difícil segurar a vontade de chorar.
Conversou com o pediatra da filha, lhe confidenciando os sintomas que a ruiva disse sentir e os que ela percebeu. Aguardou um diagnostico que não veio.
– O que o doutor acha que ela tem? - perguntou receosa com o silêncio do médico.
– Bom, há vários motivos que podem desencadear nos sintomas de Rosalie, como, algo simples, uma virose, ou algo mais complexo, um resfriado, ou até mesmo alergia. Alergia a comida é mais comum.
David, como o pediatra chamava-se, era um homem no auge dos 40 anos. Cabelos negros, pintados para esconder os brancos que começavam a crescer, sua aparência indicava alguém mais jovem. Alto, bem maior que Hermione e olhos castanhos.
– Deus queria que não, mas e se não for nem alergia, nem resfriado e nem uma virose?
– Bom, outras doenças mais sérias apresentam esses sintomas. Esperamos que não seja nada grave, mas Rose terá que ficar internada.
– Internada? - cada palavra que ele dizia o desespero subia. - Mas... É tão grave assim?
– Bom... - alguém bateu na porta e sem esperar resposta entrou.
– Desculpe interromper doutor Crews, mas precisamos do senhor na sala sete.
– Com licença, eu preciso ir...
– Mas...
– Conversamos depois.
Hermione ia acrescentar algo, mas viu que seria como falar para as paredes.
– Eu sou uma péssima mãe. - pegou o celular na bolsa e discou o número de Ginny apressadamente. - Atende, por favor.
– Oi Mione!
– Oi Gi, eu preciso de um favor seu.
– Diga.
– Liga pro seu irmão, por favor. Pede para ele vir ao hospital...
– Por quê? Você tá bem?
– Mais ou menos, é com Rose.
Hermione contou à amiga o que acontecera.
– Por que eu tenho que ligar para ele?
– Porque eu estou pedindo.
– Só vou ligar porque é algo com minha sobrinha
Uma hora de agonia para a morena. Ela esperava que fosse algo rápido, afinal, não devia ser tão difícil encontrar Ron...
Errado.
Após muito tempo de espera, seu telefone voltou a tocar, mas não era a pessoa com quem ela desejava falar.
Ginny trouxe a infeliz notícia que de Ron estava viajando e que não retornaria tão cedo, porém tentaria avisá-lo sobre a situação.
Embora fosse bastante orgulhosa, tinha que chamá-lo, era o pai dela. Precisava fazer parte de sua vida, querendo ou não... "
Flashback Off
– Há quanto tempo isso vem acontecendo? - o ruivo quebrou o silêncio que ficou após ela falar.
– Pensando bem faz mais ou menos uma semana. - respondeu pensativa. - Devia ter prestado mais atenção, sua professora, a senhorita Carla, me disse que ela havia apresentando um comportamento estranho. Andava meio triste, não queria brincar, dizia que estava cansando sem fazer nada... Como sou lerda!
– Pelo menos você percebeu alguma coisa, né. Antes tarde do que nunca...
– Verdade - quase deu um pulo da cadeira ao lembrar-se de algo. - Lilá sabe que você voltou?
– Ainda não, e não pretendo contar tão cedo, mas tenho quase certeza de que descobrirá mais cedo ou tarde. Melhor que seja mais tarde...
Hermione deitou no colo de Ron e ele afagou seu cabelo.
– Com licença - eles não perceberam a aproximação do pediatra, doutor Crews.
– Doutor, por favor, me diga alguma coisa. - pediu Hermione ao erguer a cabeça.
– Isso que vim fazer. Poderiam me acompanhar até minha sala, por favor?
Os dois assentiram e silenciosamente seguiram o doutor. Quando entraram na sala, Ron ajudou Hermione a sentar-se, pois ela estava um pouco desnorteada.
– Bom, sou o pediatra, David Crews, e você deve ser o pai de Rosalie, estou correto?
– Sim, sou Ronald Weasley senhor.
– Então, o estado de Rose é delicado...
– Delicado tipo grave? - perguntou Hermione.
– Não exatamente. A deixamos em observação neste tempo e chegamos a conclusão de que ela está com anemia, mas preciso de uma confirmação. Necessito da autorização dos dois...
– Autorização para que? - Ron o cortou.
– Para que façamos um hemograma, coleta de sangue. - disse calmamente. - Vai ajudar em um diagnóstico mais claro...
– Ela tem medo de agulha.
– O aconselhável é que você a acompanhe.
– Claro, quanto antes melhor, mas não diga em sua presença que precisam tirar seu sangue, por favor.
– Certo, vamos?
– Ron, você vem comigo, né? - era mais um afirmação que pergunta.
– Sim, vou...
Seguiram por praticamente todos os corredores onde passaram para ir até a sala do doutor. Viraram a esquerda, mudando o caminho, e novamente a esquerda, parando em uma porta.
Hermione pediu que entrasse sozinha, depois Ron e por último que o doutor Crews entrasse.
O quarto onde deixaram a menina em observação era médio, nem pequeno nem grande. Alguns aparelhos marcando números incertos, hora 80, hora 82, hora 81. Devia marcar os batimentos cardíacos de Rose, Hermione pensou. A ruiva estava deitada em uma cama no centro. A cama tinha grades, para impedir que os pacientes - no caso Rose - rolasse e consequentemente caíssem no chão.
Hermione aproximou-se de sua cama, abaixou umas das grades e sentou-se ao lado de uma Rose em um sono profundo, porém leve. Havia sido sedada.
Ainda estava pálida, e seu rosto marcado por lagrimas secas. Em um movimento de instinto materno, uma das mãos de Hermione foi para no rostinho delicado da menina fazendo caricias. Foi o jeito que ela encontrou para tentar amenizar a culpa que sentia, pois não tinha muitas opções.
Rose acordou assustada, mas logo tratou de acalmar-se quando viu que era sua mãe.
– Mamãe. - esticou os bracinhos na direção dela. - Eu "telo" colo!
Hermione mordeu o lábio inferior. Não podia negar colo a filha, mas também não podia dar, ela estava ligada à alguns aparelhos, impossibilitando-a de sair da cama.
– Como se sente? - perguntou mudando de assunto.
– "Du" "memu" "jeto". – respondeu tristemente.
– Tenho uma surpresa, aposto que você vai gostar.
– O "te" é? - curiosidade era vista brilhando nas pequenas orbitas oculares dela.
– Vou buscar a surpresa, mas não vale olha antes da hora.
– Tá bem! - tampou os olhos com as mãozinhas, deixando uma brechinhas para ver o que acontecia.
– Nada de espiar por entre os dedos mocinha! - Hermione advertiu e Rose gargalhou divertida.
Tinha um sorriso de orelha a orelha. Adorava surpresas e algo vindo de sua mãe seria mais que perfeito.
– Você está de olhos fechados, né?
– Sim! - exclamou animada.
– Tem certeza?
– Aham.
A porta rangeu ao ser aberta.
– Só mais um pouquinho. - rangeu, a porta, novamente, provavelmente sendo fechada. - Pode olhar agora.
Rose confiava em Hermione, estava curiosa, porém receosa, por isso o motivo de hesitar ao tirar as mãos dos olhos.
– Papai! - quase pulou cama. - Papai, papai! Vem "ati"! Vem "ati"! - pediu.
Ron foi até a filha, e mesmo com ela deitada a abraçou.
– Tudo bem princesa? - beijou os volumosos cabelos dela, sem conter um sorriso. Há muito tempo não se viam.
– "Melo" "agola"!– falou rindo.
Os dois ficaram um bom tempo brincando. Ron fazia de tudo para fazê-la rir. Hermione admirava isso nele.
O doutor entrou no quarto, Ron percebeu que era hora de fazer uma brincadeira para Rose não perceber que tiravam seu sangue.
Inventou qualquer coisa que a fez fechar o olhos, só os reabrindo quando o pediatra estivesse bem longe dali, mas no meio do caminho surgiu um pequeno contratempo.
– Da a mão pro papai. - ele pediu.
– "Pá" "te"?
– Uma brincadeira, mas você tem que fechar os olhos.
– Tá bem!
Ron passava os dedos levemente sobre a pele do braço dela, para que não sentisse a agulha entrando
Com um baque surdo Hermione caiu no chão desmaiada. Nunca tinha contado a ninguém, mas ver sangue a deixava de estômago revirado. Nunca tinha desmaiado antes, e não saberia responder se fosse questionada por ter desmaiado quando tiravam sangue de sua própria filha.
– Mione? - o cheiro inebriante do perfume de Ron era sentido, e dessa vez não causava náuseas a ela.
– O que aconteceu? - estava confusa e deitada em algum lugar que ainda não reconhecera.
– Você desmaiou.
Ela tentou levantar, mas se sentiu levemente tonta.
– Fique ai deitada.
– E Rose?
– Estão examinando seu sangue, disseram que esse tipo de exame sai rápido, em dez horas, mais ou menos.
– Isso é bom?
– Provavelmente, aproposito, tiraram o seu também.
– O meu o que?
– Sangue.
– Por quê?
– Ginny esteve aqui, não pode ficar muito tempo, ela mexeu na sua bolsa e achou um pedido de exame.
– Como aquela ruiva atreveu-se?
– Foi pelo seu bem...
Hermione ficou desmaiada por um pouco mais de uma hora. Acharam melhor deixá-la inconsciente, estava cansada por Rose e não dormia a mais de 48 horas.
Era muito cedo na manha seguinte quando Ron e Hermione foram avisados sobre o estado de Rose...
– A anemia é uma patologia onde ocorre a diminuição dos níveis de hemoglobina na circulação. A principal função da hemoglobina é o transporte de oxigênio dos pulmões para o conjunto de células. - o pediatra iniciou. Dependendo da gravidade pode apresentar vários sintomas, com fadiga, fraqueza, palidez, falta de ar, falta de apetite, entre outros. Rose apresentou todos esse que falei. Já desconfiava que era algo assim, e ela está realmente com anemia.
Hermione prendeu a respiração. Como deixara isso acontecer com seu bebê?
– Anemia pode levar a... - não teve coragem para terminar a frase.
– Levar à óbito? - Hermione assentiu. - Nos casos mais graves sim, pois se certas células não receberem oxigênio pode morrer.
Ron percebeu que Hermione não estava bem, não sabia exatamente o que tinha, mas não parecia nada bem.
– Ah... - ela disse confusa. Havia entendido as palavras de David, mas demorou um pouco para processar tudo. Óbito? Óbito? Parecia uma palavra distante. Sua filha corria risco de morrer por causa de seu orgulho?
– Mas no estado em que Rose está não corre risco de vida. - acrescentou percebendo que Hermione estava devaneando sobre essa pequena probabilidade.
– Isso tem tratamento, né? - sua fala foi lenta e um pouco demorada.
– Felizmente sim, e como está no começo ela logo ficará melhor. Vou passar uma lista com alimentos que podem ajudar em sua melhora. Com amor e carinho tudo se resolve. - sorriu passando segurança ao casal.
– Quase ia me esquecendo - Hermione fez uma careta. - é sobre o sangue que me foi coletado.
– Ah sim. Bom, esse exame é mais complexo, pode demorar semanas.
– Obrigada!
...
Hermione ficara feliz ao saber que poderia ficar no quarto com sua filha, não cogitava a ideia de separar-se dela novamente. A poltrona em que estava sentada era dura, mas não se importava com isso, desde que pudesse velar o sonho de quem tanto amava...
Ouviu a porta ranger. Era Ron, e trazia alguns balões de gás hélio muito coloridos, bichinhos de pelúcia e uma pequena mala com roupas, à pedido de Hermione.
– Para que isso? - ela perguntou referindo-se a todas aquelas coisas.
– É para alegrar o quarto. Não o acha um tanto triste? - deixou a mala perto de Hermione. Amarrou os balões na cama da filha e pôs o ursinho ao seu lado. - O doutor Crews disse que não teria problema. - ela revirou os olhos, mas nada disse.
Ron sentou-se no braço da poltrona onde Hermione se encontrava e ficou a encarando. Ela, por sua vez, fingiu não ter notado isso, continuando a mirar Rose, não por muito tempo. O olhar dele sobre ela estava começando a deixá-la constrangida.
– Perdeu alguma coisa? - as palavras lhe fugiram antes que pudesse as conter.
– Sim... Perdi você. - respondeu como um bobo apaixonado.
Hermione abriu a boca para dizer algo, mas não encontrava o que dizer. Ficou sem palavras.
– Te perdi porque fui um tolo... Às vezes, quando estou sozinho, penso em como queria voltar no tempo, mudar as coisas. Talvez fazer com que você me contasse que estava gravida e manipulada por seu pai, ou ter recusado aquela bebida... - suspirou. - Não quero me casar com Lilá, Mione.
– Ron, você confia em mim?
– Colocaria a mão no fogo por você. - ela sorriu com toda aquela confiança.
– Não confie tanto.
– Confio sim. - ele tomou o rosto dela entre suas mãos e a beijou.
Precisava disso. Precisava senti-la, e era sempre tão bom beijá-la, pois sempre parecia o primeiro beijo. Todos eram diferentes, a cada novo beijo uma nova sensação, uma nova descoberta.
– Ron, não vou deixar que se case com aquela coisa. - disse entre o beijo.
Ele parou o beijo de supetão.
– Como? - sua expressão era de assustado e confuso.
– Eu sei de coisas... - quase sussurrou.
– Que coisas?
– Não posso dizer, não agora.
– Você vai fazer alguma coisa? - ela assentiu.
– Tenho que consertar erros do passado. É culpa minha...
– Não, não é. - ele a fez levantar e a abraçou forte, muito forte. - Você tem que parar de se culpar.
– Não consigo. - disse com a voz embargada.
Ron sentou na poltrona, e Hermione sentou-se em seu colo apoiando a cabeça em seu peito. Ele era maior comparado a ela.
– Eu vou te ajudar se preciso, mas você vai parar de se culpar.
Estava tarde, eles dormiram assim, o que renderia uma grande torcicolo.
Comentários (1)
#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3 LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3 TADINHAAAAAAAAA DA ROSE :(((((((((
2013-01-09