coração e almas perdidas



   Rose caminhava agora pesadamente, tendo Lily e Chloe ao seu encalço, ela havia realmente se estressado com Scorpio, mas ele a deixava fora do serio, isso todos sabiam, mas ela se surpreendera com ela mesma quando o estuporara e dera aquele soco nele. Lily simplesmente comentava aquele ato, enquanto Chloe simplesmente ficava a tentando repreender a amiga, dizendo que não era algo para se achar engraçado, e após algum tempo andando ambas encararam um rapaz que esperava debaixo de uma das arvores do jardim, o sol que entrava por entre as brechas dos galhos iluminava o seu rosto muito branco como se feito e neve, e seus cabelos loiros como o ouro brilhavam reluzentes, Louis Weasley sorrira para as meninas com seus dentes tão brancos que chegavam a ofuscar. Rose parara e o encarara, respirara fundo se voltando para as garotas, iria pedir para que elas a deixassem a sós com ele, mas, no entanto isso não foi necessário.

_ vocês poderiam... – disse Rose, mas fora interrompida por Lily.

_ deixar vocês sozinhos? – disse Lily – claro, já estávamos indo mesmo, eu odeio quando ele começa esse lance de veela, mesmo não sendo afetada, eu simplesmente não gosto – ela se voltara para a loirinha ao seu lado que parecia um pouco hipnotizada pelo charme de Louis, ficando um tanto atordoada com um rosto levemente corado, e um ar de apaixonada, tudo sintomas causados pelos poderes especiais do loiro – e também tenho que levar a senhorita Skeeter antes que ela fique em pior estado... Não é mesmo Chloe?

_ hã... O que? – disse Chloe despertando do transe – desculpe, mas eu não ouvi o que você disse...

_ achei que não fosse ouvir – disse Lily revirando os olhos e a pegando pela mão – venha, vamos deixar a Rose e o Louis sozinhos – Chloe assentira com a cabeça e a Corvinal se voltou para a prima - nos vemos no trem, boa sorte.

_ tem certeza de que vai ficar bem sozinha? – disse Chloe antes de saírem.

_ tudo bem, não se preocupem, nos vemos no trem – disse Rose e as duas primaristas se retiraram deixando a ruiva sozinha, e esta caminhou até Louis com passos lentos, e ele fez o mesmo, ambos acabaram por se encontrem um de frente para o outro, e o loiro sorriu levemente enquanto a encarava nos olhos, eram diferentes tons de azul se encarando, cuidadosa a ruiva deu alguns passos para trás, estava um pouco tremula mas tentara achar as palavras certas para aquela hora – o-olá... – ela gaguejara, mas pelo menos dissera alguma coisa, melhor do que ficar calada pensara.

_ olá – disse Louis se aproximando dela – eu queria falar com você hoje sobre um assunto que a tempos venho pensando, mas acho que deveríamos nos sentar – ele fizera um sinal com a cabeça indicando a sombra da arvore onde se encontrava anteriormente – o que você acha? – ele lhe estendera a mão, que ela aceitara, apesar de que estava um pouco tremula e nervosa, o loiro sorrira para ela e a puxara para que se sentassem na grama sob a sombra, e assim fizeram.

_ acho que sabe o porquê de eu ter te chamado aqui não é mesmo Rose? – disse Louis olhando para o lago a alguns metros a frente deles para então encarar novamente a ruiva ao seu lado que encarava a grama sob seus pés quando percebera os olhos dele sobre si, voltara um olhar confuso para ele – você é inteligente e esperta, sempre foi, não me diga que não percebeu meus sentimentos por você?

_ Louis, eu... Eu vou ser sincera com você – disse Rose com a voz tremula – eu percebi, desde que chegamos o que você... O que você sente ao meu respeito – ele sorrira – mas não sei se posso retribuir...

_ pensei que fosse me dizer isso – disse Louis suspirando – e já que foi sincera, acho que seria bom que eu dissesse para você o que a muito tempo guardo só para mim...

_ Louis, eu... Não precisa... – disse Rose com certo receio do que estava por vir.

_ há tempos sinto algo especial por você... Um carinho, uma devoção, para não dizer uma paixão que foi crescendo com o tempo – disse Louis – todas as namoradas que eu tive, nunca nenhuma delas me fez sentir como se eu estivesse com você... Tenho tentado esquecer, por muito tempo tentei, mas não consegui... Porque é a você que quero Rose, e a mais ninguém.

_ Louis, eu peço desculpas, mas não sei se posso sentir algo por você alem de uma amizade – disse Rose vendo um pouco de decepção no rosto do rapaz – você é um garoto maravilhoso, com muitas qualidades, qualquer garota ficaria feliz de estar ao seu lado... Mas não sei se eu posso – eles ficaram um tempo em silencio com o loiro a encarar o lago, parecendo refletir sobre as palavras ditas – não quero que fiquemos mal por conta disso.

_ você o ama não é mesmo? – disse Louis encarando Rose que parecia confusa – o Malfoy... Você o ama, deu para perceber isso pelo modo como o protegeu de mim hoje.

_ eu gostar do Malfoy? – disse Rose rindo levemente – você está brincando não é mesmo? Eu não o amo... nos dois nos odiamos, estamos sempre brigando.

_ é eu sei disso – disse Louis um pouco rude – sei que vivem brigando, no entanto isso não impede que você o ame, o que não entendo é o fato de você poder amá-lo do modo que ele te trata, como pode gostar de alguém que faz você chorar, que briga com você desse modo, eu tento entender isso mas não consigo.

_ você está enganado, eu não amo o Malfoy – disse Rose falando cada palavra pausadamente.

_ não minta para mim, não quando a verdade esta tão evidente – disse Louis se voltando para ela – eu posso fazer você esquecê-lo se quiser, as brigas de vocês dois ficariam para trás, assim como as lagrimas... – ele levara a mão ao rosto da garota e brincara com seus cabelos, deslizando os dedos por eles – prometo que nunca te farei chorar ou sofrer como ele faz... Apenas me dê à oportunidade de provar que o que sinto é verdadeiro.

_ Louis... – disse Rose o encarando nos olhos, mas não conseguira dizer o que queria, pois fora interrompida por ele, que a beijou nos lábios, era doce, seus narizes se roçavam uns nos outros e ela sentiu as mãos dele em sua cintura, e ele deitando seu corpo delicadamente na grama, por uma estranha razão não sentira que fosse ele que a beijava, sentia como se fosse Scorpio ali no lugar daquele outro loiro, ela demorara a corresponder o beijo, mas acabara por fazer, talvez o medo de não saber o que fazer por ser o seu primeiro beijo a tenha feito não agir antes, ela sentira suas mãos nos cabelos dele e em seu pescoço, sentira as pernas de ambas entrelaçadas e o corpo dele deitado ao seu lado, suas bocas finalmente se separaram.

_ você gostou? – disse Louis e quando ela abriu os olhos se surpreendeu com o que viu, pois durante o beijo havia visto Scorpio e não o loiro, o que era aquilo, alguma maneira de sua cabeça lhe mostrar que o que estava fazendo era errado, ela não pode deixar de esconder sua face coberta pela surpresa e incredulidade, para não se dizer chocada, e ela se arrastou para longe do loiro com certo medo – Rose? O que aconteceu... – ela já havia se levantando da grama e começara a andar um pouco tonta para longe do garoto – para onde você...

_ desculpe Louis, mas eu tenho que ir... – disse Rose e ela correra deixando Louis ainda estirado na grama a pensar no que havia acontecido de errado, o porquê de ela ter ido embora daquela maneira assustada.

Rose chegara ao trem e correra para seu dormitório, queria ficar sozinha um pouco e sabia que as colegas de quarto não deveriam retornar muito em breve já que fora Alice as outras duas garotas com quem dividiam o quarto, uma da Corvinal e outra da Lufa-lufa, ambas estavam saindo com alguns garotos de Beauxbatons, e deviam estar por ai com eles. Quando entrara em seu quarto olhara confusa com o que havia encontrado, diferente do que esperava havia pessoas ali, na verdade suas três amigas que a encararam quando entrara, o que fez a ruiva tentar melhorar a cara um pouco, pois não queria falar o que acabara de acontecer a elas, no entanto as meninas não pareceram se importar com Rose, pois suas atenções estavam em uma outra garota jogada em uma das camas com o rosto escondido no travesseiro e com um cobertor a lhe cobrir até mesmo a cabeça, por julgar pelo choro a Grifinoria supôs se tratar de Alice. Lily estava sentada ao seu lado na cama, enquanto Chloe a encarava de pé assim como Rose e ambas se encararam , a ruiva encarara a loira em busca de respostas e essa parecera notar, pois acabara respondendo.

_ Ao que parece a Alice teve uma briga com o Alvo – disse Chloe retornando seus olhos para a cama onde Lily tentava animar à amiga.

_ os dois brigaram? – disse Rose – nossa, pensei que veria o inferno congelar antes de algo desse tipo acontecer.

_ Por favor, Rose, agora não – disse Lily seria – e você... – ele voltara seu olhar para a Lufa-lufa ali escondida debaixo das cobertas - vamos lá, saia daí debaixo Alice – ela tentara descobri-la, mas a morena puxara com mais força – vamos, você não precisa ficar assim por causa do idiota do meu irmão, ele não merece que você chore por ele.

_ Alice, somos nós, estamos aqui para te ajudar – disse Rose se sentando ao lado da amiga na cama – mas não podemos fazer isso se você não colaborar, sabe que pode contar com a gente com o que precisar – isso parecia ter feito efeito, pois a garota descobriu a cabeça, revelando seu rosto pálido, com algumas lagrimas ainda a escorrer por ele, e olhos muito inchados pelo choro – me diz o que ele fez?

_ o que ele fez? - disse Alice rindo amargamente – nada, ele não fez absolutamente nada, e é por isso que estou chateada e triste – ela suspirara se sentando na cama e limpando o rosto, enquanto Rose e Chloe sentavam ao seu lado – sabe aquela historia de provocar ciúmes no Alvo, aquela idéia que a Lily disse para que eu fizesse...

_ você não... – disse Rose espantada e a morena concordara com a cabeça – Alice isso é...

_ errado – completara Chloe – é muito errado... você não pode fazer isso, provocar ciúmes intencionalmente em alguem...

_ pois eu discordo, achei que funcionou muito bem – disse Alice mas antes que alguma delas a interrompesse ela completara – ouçam primeiro o que tenho a dizer, depois vocês podem criticar minha atitude, falar que estou errada, e me dar sermão, combinado? – nenhuma delas falara nada, o que a morena considerou um sim – bem, outro dia o Nick veio falar comigo, dizendo o que eu já sabia, que ele estava interessado, e me perguntou o porquê de fugir dele, de evitá-lo e ignorá-lo.

_ pergunta, desde quando vocês são tão íntimos para você o chamarele de Nick? – disse Lily e Alice revirara os olhos – certo, depois você explica isso, foi apenas uma curiosidade que surgiu.

_ como ia dizendo, ele me perguntou essas coisas – disse Alice – e depois me pediu uma oportunidade para que ele me conquistasse, queria permissão para me provar que gostava de mim, e disse que caso não desse certo isso que aceitaria apenas ser meu amigo.

_ ele parece sincero, não acredito que está brincando com os sentimentos dele – disse Rose recriminadora.

_ eu não estou brincando com o sentimento dele, ele disse que caso não desse certo que queria ser apenas meu amigo, não vejo mal algum nisso – disse Alice – mas voltando, disse que iria pensar sobre isso, e hoje fui procura-lo para dar a ele a resposta, conhecê-lo melhor, falar com ele... e o acompanhei até castelo.

_ meu irmão viu não é? O Alvo viu vocês dois juntos pelo que parece – disse Lily já compreendendo um pouco aquela historia toda.

_ ele estava me seguindo com a capa da invisibilidade – disse Alice sorrindo levemente – o surpreendi, não posso negar que gostei de saber que ele estava tão enciumado a ponto de me seguir.

_ ele está ficando paranóico isso sim – disse Chloe timidamente – uma pessoa que faz uma coisa dessas não está no juízo perfeito.

_ meu irmão nunca esteve em seu juízo perfeito Chloe – disse Lily rindo – mas continue, o que aconteceu?

_ ele veio com um monte de desculpas, querendo que eu me afastasse do Nick – disse Alice e todas as outras três garotas sorriram – mas vocês me conhecem, sabem que não gosto de desculpas esfarrapadas, que prefiro a verdade acima de tudo – os sorrisos das garotas se extinguiram.

_ você encostou ele na parede não foi? – disse Rose.

_ exigi dele a verdade – disse Alice suspirando tristemente – e ele veio se fazer de desentendido, que não sabia o que eu estava dizendo, da para acreditar, eu juro para vocês, que se ele continuar assim acho que vou desistir dele, pois é difícil esperar que o Alvo tome alguma atitude, e eu sinceramente estou começando a ficar cansada de esperar, já sofri demais durante muito tempo esperando que ele me notasse, que visse que eu gosto dele e nos dois pudéssemos ficar juntos, no entanto ele não... não faz nada para isso acontecer.

_ meu irmão é lerdo nesses assuntos – disse Lily revirando os olhos e se deitando ao lado de Alice na cama – isso é um fato, a verdade é que em casos assim é a garota que muitas vezes tem que tomar a atitude...

_ eu não vou falar com seu irmão, não vou chegar nele e falar de uma hora para a outra que gosto dele – disse Alice mal humorada – se ele gosta de mim, me quer ao lado dele que venha, pois eu não vou me rastejar ao encontro dele.

_ não é se rastejar, é tomar a atitude, qual é, vai me dizer que você ainda acredita que apenas os homens que podem tomar a iniciativa? – disse Lily olhando incrédula – por Merlin, eu, por exemplo, se gostasse de algum menino acho que tomaria a frente sim... Se ele fosse tão lerdo e tapado como meu irmão... Direitos iguais para os dois lados, isso é o que acho...

_ só que você esquece Lily, que a Alice é como essas donzelas a moda antiga, românticas que esperam que os homens tomem a atitude – disse Rose – você realmente imagina ela chegando para o Alvo e se declarando?

_ é, faz sentindo – disse Lily – é estranho imaginar, e também creio que meu irmão teria um choque... o que seria bem interessante de se ver – as garotas riram.

_ você disse que se gostasse de um menino se declararia a ele – disse Chloe um pouco receosa – mas... você não gostava do Scorpio?

_ Scorpio? A sim... Eu gostava dele, mas por uma estranha razão acho que não daria certo com ele – disse Lily e Rose escondera um sorriso de felicidade - desisti dele, acho que foi uma atitude inteligente, depois que vi que não tínhamos muito em comum, e que ele não me via de outra forma se não como a irmã do melhor amigo dele.

_ entendo – disse Chloe sorrindo timidamente, ela teria que falar isso com o Lorcan, o garoto dissera que Lysander gostava de Lily, talvez fosse gostar de saber uma informação dessas – então... o que vamos fazer?

_ como assim? – disse Rose um pouco confusa – sobre o que?

_ bem... É que... A-achei que podíamos fazer algo para animar a Alice – disse Chloe corando um pouco e se sentindo extremamente sem graça com os olhares das três garotas – ou tirar a cabeça dela do Alvo...

_ não é uma má idéia, acho que poderíamos fazer uma noite do pijama que tal? – disse Rose - Chamarmos algumas outras garotas, como a Roxanne, Raven, Narcisa e quem sabe até a Dominique, poderíamos comprar algumas coisas no restaurante e passar o dia em claro... – todas pareciam animadas com a idéia, mas a ruiva acabara por se lembrar de um detalhe – a é, hoje é domingo, amanhã é segunda-feira e temos aula, acho que não iria dar para passarmos a noite inteira acordadas.

_ você realmente é muito CDF Rose – disse Lily rindo levemente – mas gostei dessa idéia, talvez possamos fazer isso no meu aniversario que é no próximo mês, o que acham? – todas concordaram – mas enfim, teríamos que bolar outra idéia para melhorar o clima aqui – todas as encararam automaticamente, sendo que Rose possuía um sorriso maroto no rosto – o que foi?

_ faz tempo que você não toca um pouco de piano para a gente não é mesmo Lily? – disse Rose sorrindo – desde o natal passado que não ouvimos você...

_ nem pensar – disse Lily ruborizando – eu não vou tocar...

_ nossa Lily, eu nunca te vi tocar piano – disse Chloe timidamente com uma voz delicada – eu gostaria tanto... de te ver tocar – a ruivinha a encarara para então suspirar sentindo-se derrotada.

_ ok, mas não espere nada alem de uma musica – disse Lily – e você senhorita Skeeter, nunca mais me olhe com essa cara de autopiedade, por favor...

As garotas riram enquanto todas se levantaram da cama, e Rose puxou uma desanimada Lily em direção ao vagão de musica onde se encontrava um piano de cauda que algumas semanas elas haviam visto de relance quando passaram por ali.

Os sonserinos entraram no vagão de musica, estava escuro, mas com um aceno de varinha de Scorpio as cortinas que fechavam as janelas se abriram e a luz do sol inundou aquela sala reluzindo nos vários instrumentos musicais até então intocados, haviam varias prateleiras com vários instrumentos de sopro e alguns objetos em seus devidos estojos protetores, tais como um contrabaixo, violinos, entre outros, num dos cantos da sala ocupando muito espaço estava um grande piano de cauda cuja a madeira negra envernizada reluzia uma forte luz. Lorcan tirara um par de baquetas do bolso, e se dirigira para uma bateria negra, se sentando no pequeno banco que ficava atrás dela. Lysander entrara e após dar uma volta pela sala seus olhos caíram em um baixo branco marfim devidamente colocado em pé em um suporte, ele o tirara o pegara em mãos ainda o admirando, ele voltara seus olhos para Scorpio que parecia analisar algumas guitarras em duvida de qual usaria, acabou optando por uma verde escuro, se voltando para os outros amigos para ver se estavam preparados, Alvo parecia preparar todo o equipamento de som, e um microfone devidamente.

_ não é a minha Les Paul Gibson, mas dá para o gasto – disse Scorpio se referindo à guitarra – então, vocês estão preparados? – ele se voltara para os outros três, os gêmeos concordaram com a cabeça – e você Al?

_ Preparado – disse Alvo ajustando o ultimo microfone, de três que ele havia preparado – vai cantar dessa vez Scorp?

_ se você não se importar – disse Scorpio dando de ombros – eu canto – o moreno sorrira dando espaço para que o loiro pegasse o microfone central – hei, Al, o que você está fazendo? – ele se voltara para Alvo que pegava uma gaita – o que vai fazer com isso?

_ tocar, ou espera que me arrisque na guitarra? – disse Alvo com um olhar questionador.

_fala serio, claro que quero, você é um bom Guitarrista, tanto quanto eu... – disse Scorpio e Alvo o olhara confuso – o que foi?

_ você nunca me deixou tocar a sua guitarra, sempre disse que eu não tinha jeito, e agora vem dizer que eu sou bom? – disse Alvo arqueando a sobrancelha – você está me zoando não é?

_ bem, na verdade sempre achei você bom, mas é que eu apenas não queria que você tocasse a minha guitarra – disse Scorpio e Alvo revirara o olhos – você entende não é mesmo? Afinal de contas, a minha guitarra é uma das coisas mais importantes para mim.

_ ela é apenas um instrumento musical Scorp – disse Lysander encarando o amigo com uma voz tediosa – não uma garota, não precisa ter tanto ciúmes dela, o Alvo não vai destrui-la, já te disse isso muitas vezes.

_ então você sabia dessa historia? Grandes amigos são vocês – disse Alvo se fazendo de inconformado se dirigindo a Scorpio e pegando a guitarra dele – e como essa não é sua você não vai se importar de eu usa-la? – o loiro fizera um sinal negativo com a cabeça ao mesmo tempo que exibia um sorriso maroto – francamente... - enquanto Alvo retornava para sua posição ao lado direito do loiro, que o olhara e depois olhara Lysander ao seu lado esquerdo.

_ prontos? – disse Lysander, todos assentiram e Lorcan erguera as baquetas no ar.

_ 1... 2... 3... – disse Lorcan batendo as baquetas uma contra a outra pela primeira, segunda e terceira vezes seguidas – vai... – e eles começaram a tocar os instrumentos em um solo instrumental primeiramente, próprio deles.

Alvo começara tocar a guitarra, ele era realmente bom, logo Lorcan entrou com a bateria e Lysander com o baixo, eles realmente eram muito bons juntos, ficaram um tempo assim apenas no instrumental quando finalmente Scorpio começara a cantar, diferente do moreno, o loiro cantava de olhos fechados, era um modo de se concentrar mais nos sons dos instrumentos ao seu redor, um modo de entrar no mesmo ritmo da musica, poder senti-la de verdade, haviam combinado a musica quando caminhavam para a sala de musica, aquela musica era a favorita dele, e os motivos eram de que a musica dizia tudo que ele sentia. Ele então começara a cantar.



I lose control because of you babe
I lose control when you look at me like this
There's something in your eyes that is saying tonight
I'm not a child anymore, life has opened the door
To a new exciting life

(Eu perco o controle por sua causa, meu bem
Eu perco o controle quando você me olha deste jeito
Há algo em seus olhos que está dizendo que esta noite
Eu não sou mais uma criança e a vida abriu a porta
Para uma nova e incrível vida)




Alvo o acompanhava de mansinho com a guitarra, enquanto ele começava a cantar, ao mesmo tempo em que algumas garotas surgiam na porta do vagão, mas não entraram, quando perceberam que havia alguem ali, Rose se surpreendera quando ouvira Scorpio cantando, não imaginara que sua voz era tão bela assim. E as garotas ficaram balançando de um lado ao outro no ritmo da musica.


I lose control when I'm close to you babe
I lose control don't look at me like this
There's something in your eyes, is this love at first sight
Like a flower that grows, life just wants you to know
All the secrets of life



(Eu perco o controle quando estou perto de você, meu bem.
Eu perco o controle não me olhe deste jeito
Há algo em seus olhos, isso é amor à primeira vista?
Como uma flor que cresce, a vida só quer que você saiba
Todos os seus segredos)






Alice se surpreendera um pouco vendo Alvo tocar guitarra, ela não sabia daquele talento dele, o garoto parecia tão concentrado no instrumento que não percebeu a garota que o assistia. Rose, no entanto estava um pouco abalada com tudo aquilo, que musica era aquela e por que diabos Scorpio a escolhera para cantar, ela não queria admitir, mas via muita semelhança dela com a aquela letra, não só dela como o loiro em si, aquela musica dizia exatamente como era a situação dos dois, pelo menos fora o que pensara.


It's all written down in your lifelines
It's written down inside your heart

You and I just have a dream
To find our love a place, where we can hide away

(Está tudo escrito nas linhas de sua vida
Está tudo escrito dentro do seu coração)

(Você e eu temos apenas um sonho
Para encontrar para o nosso amor, um lugar onde nós podemos nos esconder)






Lorcan percebera que as garotas observavam e piscou para Chloe que corara fortemente chegando a ultrapassar a cor dos cabelos de Lily. Rose ainda estava um pouco chocada, aquela letra, por Merlin, era o que ela sentia quando estava com Scorpio, o que ela queria fazer, fugir de todos para ter ele só para ela, mas não queria admitir a si mesma aquilo.


You and I were just made
To love each other now, forever and a day

(Você e eu fomos feitos apenas
Para amar um ao outro agora, para sempre e um dia)






Alvo parecera então notar a presença de Alice e sorrira para ela, no entanto a garota desviou o olhar, ela ainda parecia chateada, e com razão, pensara o moreno, que suspirara fundo retornando a sua guitarra. Lily já cantarolava a musica, fora quando Lysander a olhou, ela era realmente muito linda, ele adorava vê-la assim, feliz, alegre, enquanto a observava quase perdeu o ritmo que estava no baixo, mas conseguiu mante-lo fazendo assim que ele e os outros continuassem em harmonia.


I lose control because of you babe
I lose control don't look at me like this
There's something in your eyes that is saying tonight
I'm so curious for more just like never before
In my innocent life

(Eu perco o controle por sua causa, meu bem
Eu perco o controle não me olhe deste jeito
Há algo em seus olhos que está dizendo que esta noite
Eu estou tão curioso para ter mais como nunca estive antes
Em minha vida inocente)






Scorpio continuava de olhos fechados enquanto cantava, ele o imaginava cantando em um grande salão vazio, onde apenas Rose estivesse, pois aquela musica era para ela, era o que ele sentia por ela, o que os dois haviam passado juntos, mostrava toda a importância daquela ruiva mal humorada, sabe tudo irritante que ele tanto gostava, queria que ela sentisse o mesmo por ele, mas isso se mostrava quase impossível, e ele sabia muito bem o porquê, afinal agora não era apenas ele e a Rose tinha mais uma pessoa entre eles. Rose agora se lembrava da briga dos dois aquele dia, de como fora pior que todas, de como ela dera um soco e que no final das contas o loiro acabara estuporado no lago, e sentia um pouco culpada do que aconteceu, mas não ia dizer isso a ele.




It's all written down in your lifelines
It's written down inside your heart

You and I just have a dream
To find our love a place, where we can hide away


 


(Está escrito nas linhas de sua vida
Está escrito dentro do seu coração)

(Você e eu temos apenas um sonho
Para encontrar um lugar para o nosso amor, onde possamos nos esconder)






Outras pessoas chegavam ao escutar a musica, parando na porta do lado oposto ao que as garotas estavam, eram essas pessoas Tiago, que encarava com um sorriso os sonserinos que tocavam, piscando levemente para o irmão quanto esse o viu. Do outro lado, surgira em meio das meninas mais uma garota, esta loira, ele reconheceu Narcisa que parecia sorrir vendo o irmão cantar, como ele gostava daquele sorriso, ele queria pelo menos uma vez que um deles fosse dirigido a ele, somente a ele.






Rose sentira Alice a encarar com um olhar malicioso, a verdade é que a morena já havia entendido o porquê daquela musica, e sabia exatamente o quanto ela se assemelhava a ruiva e a Scorpio, sendo muito semelhante ao que os dois sentiam, a convivência dos dois, e isso se confirmou com a face corada da Grifinoria que a denunciou. Alice novamente encarara a banda, e seus olhos pararam no guitarrista, ela ainda estava chateada com ele, mas não com raiva, sabia como às vezes era difícil achar as palavras certas, mas por Merlin ele podia ter dito apenas três palavras, as mais importantes, aquelas que ela precisava ouvir ele dizer.


You and I were just made
To love each other now, forever and a day

(Você e eu fomos feitos apenas
Para amar um ao outro agora, para sempre e um dia)


 


Time stands still when the days of innocence
Are falling for the night
I love you girl I always will
I swear I'm there for you
Till the day I die

(O tempo pára quando os dias de inocência
Estão caindo pela noite
Eu te amo menina, E sempre amarei
Eu juro, Estou aqui por você
Até o dia que eu morrer)






Scorpio sorrira quando cantara aqueles versos, ele estaria para Rose sempre ali com ela, ao seu lado seja para discutir, seja para beijá-la e dizer que a amava, ele sempre estaria ali, até o dia que morresse, e ele sabia que faria de tudo por ela sempre. Rose saira dali sem que ninguém notasse, a passos curtos, retornando pelo corredor, ela sabia que a musica estava próximo do final e não queria que Scorpio a visse.


You and I just have a dream
To find our love a place, where we can hide away
You and I were just made
To love each other now, forever and a day

(Você e eu temos apenas um sonho
Para encontrar um lugar para o nosso amor, onde possamos nos esconder
Você e eu fomos feitos apenas
Para amar um ao outro agora, sempre e um dia)






Scorpio terminara de cantar, mas permanecera de olhos fechados, agora imaginado Rose correndo até ele e lhe beijando os lábios, ao mesmo tempo em que os amigos finalizavam os últimos acordes na guitarra e baixo, e o ultimo movimento de baquetas de Lorcan na bateria. As garotas e Tiago bateram palmas, o que veio fazer Scorpio a abrir os olhos assustado, e olhando para aqueles que agora invadiam a sala de musica para parabenizá-los, ele ainda não conseguia entender quando foi que tanta gente chegara assim, e de onde elas vieram. Lily viera lhe dá os parabéns e um forte abraço, e o loiro sentiu o olhar fuzilador de Lysander sobre suas costas.

_ você tem uma bela voz Scorp, tão boa quanto a do meu irmão se não melhor – disse Lily sorrindo ao que Alvo ouviu e a encarou.

_ obrigado irmãzinha, é bom saber que é isso que pensa de mim – disse Alvo rindo.

_ cuidado Al, o Malfoy canta bem ele pode acabar roubando seu posto de cantor da banda – disse Tiago abraçando o irmão pelos ombros e lhe bagunçando os cabelos.

_ até parece que o Scorpio ia abandonar a guitarra – disse Lysander se aproximando deles – é algo impossível de se imaginar.

_ apesar de que o Alvo toca muito bem – disse Scorpio enquanto era abraçado por Narcisa – o que temos que admitir.

_ é agora ele admite isso – disse Alvo rindo para então se voltar para Alice que cumprimentava Lorcan na bateria.

_ vocês foram ótimos – disse Alice sorrindo.

_ obrigado Alice – disse Lorcan sorrindo para então se voltar para Chloe – gostou do nosso show?

_ v-vocês tocam... Muito b-bem – disse Chloe sem encarar Lorcan e com a mesma voz sussurrante de sempre – como sempre vocês foram ótimos.

_ é mesmo vocês já tocaram juntos – disse Lily se intrometendo na conversa deles – alias, Lorcan você podia ensinar a Chloe a tocar bateria não? – a loira a olhou chocada, com os olhos quase saltando das órbitas, e a boca se abrindo e fechando muitas vezes – o que acha? Ela me disse que queria aprender, e você é um ótimo baterista, seria um perfeito professor para ela.

_ serio? Você quer aprender a tocar bateria? – disse Lorcan se voltando para Chloe que então corara ao ver o sorriso dele – se quiser mesmo...

_ ela quer – disse Lily antes que Chloe pudesse dizer algo.

_ então certo, eu ensino você Chloe – disse Lorcan se levantando do banco da bateria – é só marcamos os dias de aula, que para mim está tudo bem.

_ c-certo – disse Chloe que então se voltou para Lily lhe puxando para longe do loirinho – o que você está pensando? – ela falara com uma voz farfalhante e esganiçada.

_ vai me agradecer depois, não agora, no futuro quando vocês estiverem juntos – disse Lily sorrindo marotamente e saindo de perto da amiga, e com alguns pequenos saltos indo cumprimentar Lysander.

_ olá – disse Lily cutucando o ombro do Sonserino e sorrindo ao que quando Lysander se virou levou um susto tremendo, não esperava que fosse ela, acabou por quase deixar seu baixo cair no chão – você está legal? – ela arqueara a sobrancelha com um ar questionador.

_ ah... C-claro, eu estou ótimo – disse Lysander sorrindo fracamente, imaginando que agora a garota o achava um idiota – então o que achou da nossa banda, porque agora oficialmente somos uma banda.

_ bem legal – disse Lily e um silêncio tenso de alguns segundos reinou sobre eles sem que nem dos dois dissesse nada, a não ser encarar um ao outro – então... quer dizer que você alem de medibruxo é musico...

_ é... – disse Lysander sem graça passando a mão pelos cabelos – acho que sou...

_ eu te agradeci por aquele dia não é mesmo? – disse Lily um pouco sem graça – é que, eu sou meio estabanada, e essas coisas as vezes acontecem comigo, na verdade mais vezes que com os outros.

_ entendo – disse Lysander e um novo silêncio reinou entre eles até que o garoto o quebrou – soube que toca piano, talvez um dia desses, você pudesse mostrar para a gente.

_ é quem sabe um dia desses – disse Lily sorrindo fracamente – enfim... – e novamente um silencio ainda mais tenso que os dois anteriores reinou sobre eles.

_ Alice – disse Alvo se aproximando da Lufa-lufa pelas costas, ela o encarara com um olhar frio que o despedaçara e o fez recuar alguns passos – será que podíamos...

_ não, não podemos nada Alvo Severo – disse Alice passando por ele, e esbarrando de propósito no ombro dele.

_ o que você fez? – disse Tiago espantado com o jeito como Alice havia tratado Alvo – a garota estava furiosa.

_ eu... Depois te digo o que aconteceu – disse Alvo ainda seguindo Alice que seguira para a frente do vagão e tirara a câmera fotográfica, nesse momento o garoto sorriu, pois fora ele que a presenteara com aquilo.

_ muito bem, vamos tirar uma foto para guardar esse momento – disse Alice pegando a câmera e ajustando o zoom – primeiro a banda, todos nas posições – todos da banda retornaram, e ficaram na formação que estavam quando tocavam e a garota batera a foto – muito bom, agora com os fãs da banda, todos para lá vamos... – dessa vez ela ajustara a câmera para que tirasse uma fotografia sozinha, no entanto quando todos já estavam em suas posições algo chamara sua atenção – onde está a Rose?

_ ela estava aqui? – disse Scorpio incrédulo, imaginando se ela havia ouvido a musica, e sentido que era para ela aquilo – ela ouviu a gente?

_ sim, ela estava aqui – disse Alice logo em seguida o flash da câmera disparou e ela andou até ela para ver como tinha ficado a foto – mas ela agora desapareceu, é estranho...

_ é... - disse Scorpio um pouco triste – muito estranho...

Os olhos castanhos demonstravam a sua exaustão, o suor escorria de sua testa sendo rapidamente secado por mãos tremulas que em seguida deslizava pelos cabelos castanhos em aflição, ele respirava fundo tentando retornar a concentração aos papéis e fotos que se encontravam sobre uma grande mesa de madeira negra que se encontrava em uma sala cinza lúgubre, com sua chaminé de pedras onde crepitava o fogo o único barulho existente na sala, fora a respiração agudamente desesperada do homem, estava nervoso, era verdade, afinal de contas podia ouvir os gritos femininos abafados vindos do piso inferior, eles transmitiam dor e o sofrimento que a sua esposa sofria na mão de seus seqüestradores, pois era desse modo que os comensais o obrigavam a trabalhar para eles, eles queriam que ele traduzisse algumas runas antigas que se encontravam em algumas fotos que ele julgou terem sido tiradas de uma espécie de tumulo branco. Desde que fora capturado, Richard Skeeter trabalhava incansável naquelas fotos e papeis, o que os comensais esperavam que ele fizesse não sabia ao certo, as palavras que até então havia traduzido se mostravam sem sentido algum, eram soltas, não formavam uma frase coerente, e podia estar cansado e com a mente exausta, e psicologicamente instável e debilitado, a verdade é que era impossível de ignorar os gritos de sua esposa Claire que era torturada diariamente no porão daquela estranha mansão localizada no alto de uma colina, nos primeiros dias era impossível se concentrar, ele se lembrava muito bem das vezes em que tentara arrebentar a porta e as janelas para escapar e poder ir socorrer sua esposa, mas era em vão mesmo arrebentando os vidros das janelas eles se recompunham a porta era firmemente reforçada incapaz de ser destruída facilmente, após horas de choro em desespero, depois de dias destruindo inúmeras vezes aquela sala e seus moveis e sendo punido por esses atos da mesma forma que os comensais da morte estavam tratando sua esposa, por meio da maldição da tortura Cruciatus, o pior de tudo é que ela chamava por seu nome enquanto faziam isso, suplicava por ele, e o homem não podia ficar ao lado de sua esposa, não podia protegê-la e livrar-la daquela angustia, mas ele podia sentir a mesma dor dela todas as noites quando ele mostrava ter falhado em sua tarefa, e era punido por isso. Seus olhos já pesavam afinal de contas passara a noite em claro, suas pálpebras lutavam para permanecer abertas enquanto ele continuava a buscava traduzir o que estava ali escrito, mas não conseguia, nunca se sentira tão frustrado e inútil como naqueles últimos dias, o peso da derrota nunca fora tão amarga e dolorosa para ele, Richard tirara então de um seus bolsos das vestes encardidas e fedidas que usava desde sua captura, por conta de que se encontrava em péssimas condições quase desumana nos porões daquela velha casa, no entanto não queria pensar em seu estado físico debilitado, em sua mão se encontrava a única razão para suportar tudo aquilo, ele desdobrara o papel gasto revelando ali uma fotografia, nela se encontravam quatro pessoas, ele, sua mulher Claire ao lado das filhas do casal, ambas loiras como a mãe, no entanto de idades diferentes, a mais velha Raven estava em seu quinto ano em Hogwarts enquanto a caçula, a sua pequena Chloe entrara no primeiro ano, ele sorrira para as meninas na foto, que retribuíram o sorriso, algumas poucas lagrimas desceram pelos seus olhos e deslizaram pelo seu rosto sujo, aquela era a razão para ele não ter desistido, sua família.

A algumas noites, ele fora informado pelos comensais de que se não obtivesse algum resultado em breve se encontraria com suas filhas, no entanto elas não estariam em melhor situação que ele e a esposa, ouvira do próprio Rodolfo Lestrange em meio sua punição após mais um dia sem sucesso, que enquanto ele gritava pela dor dilacerante que a maldição lhe causava, e que fora por seu torturador em meio a berros que em seu lugar em breve se encontraria uma de suas filhas, se ele não dissesse o que as malditas runas antigas daquelas fotos significavam. Era por essa a razão que ele não havia desistido, apesar de saber que sua esposa não deveria ter resistido a muito mais as torturas, que sua sanidade deveria ter se extinguindo pois a muito ela não gritava seu nome enquanto era torturada, ela apenas gritava e berrava pelas dores, mas não suplicava pela ajuda dele, era triste admitir mas ela havia se perdido, e mesmo sabendo disso, Richard não queria acreditar naquilo, no entanto não estava morta, pelo menos isso ele sabia mesmo que o índice disso viesse por seus gritos dos momentos de terror diários que ela vivia. Tornara a guardar a foto no bolso, e retornara os olhos cansados para as fotos tiradas de um tumulo branco desconhecido e onde ele tinha que fazer o que sabia de melhor que era a tradução das runas antigas. Ele começara a tentar por um pouco de organização nas fotos e folhas, fora quando uma lhe chamara a atenção, em uma das fotos havia talhada em mármore branco uma fênix, curioso, pensara, parece que tem algo inscrito nas penas da ave, fora quando pegara uma lente de aumento e aproximara, agora vendo com clareza algumas minúsculas runas antigas ali gravadas. Ele se voltara para a mulher que a vigiava, uma mulher baixinha e rechonchuda com um pescoço papudo e dedos grossos, assim como olhos esbulhados, ela lembrava muito um sapo, mas era na verdade Dolores Umbridge.

_ chame seu mestre – disse Richard roucamente, com uma voz que parecia estar a anos sem ser usada – eu acho que encontrei o que ele procura – a mulher rira como uma criança e voltara seus olhos para um outro homem que o vigiava na porta da sala, ele acenara positivo e se retirara.

De uma das sacadas da velha mansão Riddle, um bruxo vestindo uma capa negra encarava o vilarejo abaixo da colina, tão podre e fedido, era degradante para ele ver o quanto trouxas podiam destruir a si mesmos e suas cidades onde viviam, em sua estada ali enquanto vaculhava as ruínas da antiga propriedade dos Gaunt. Enquanto estivera naquele lugar que a mais de cinqüenta anos fora destruído conseguira informações sobre o passado mágico daquela família, sabia o quão Merope Gaunt era maltratada não só pelo pai e o irmão como pelos aldeões, simplesmente por sua aparência um tanto diferente, descobrira que nenhum trouxa se aproximava da propriedade com a má fama daquelas pessoas um pouco diferentes. E fora assim que aqueles bruxos, os últimos descendentes de Slytherin, como se proclamavam, viviam, após a morte de Marvolo e a ida de Morfino para Azkaban, os aldeões destruíram e depredaram aquele lugar, muitos bens antigos da família fora destruída. Ele levara mais uma vez o cálice a boca, e bebera um pouco de sua bebida enquanto ainda encarava o vilarejo, odiava aquele lugar, aquela casa que lhe mostrava que ele não era totalmente puro, que ele era um mestiço, descendente de um trouxa que abandonou a mulher quando descobriu que ela era uma bruxa, e a criança nascida desse relacionamento viria a se tornar o homem que ele mais admirava, aquele que muitos temeriam seu nome por anos, ele nunca chegaria a conhecer o próprio pai, não saberia quem sua mãe fora, sendo criado por pessoas que esconderam dele a verdade sobre sua origem, como odiara aqueles que se diziam seus pais quando viera a descobrir a verdade mais tarde, ele tornara a beber um pouco mais de fire Whisky, ouvindo a musica que tocava no velho radio do quarto de cama desarrumada e moveis negros. Alguém batera na porta, e após uma ordem para que entrasse alguem surgira, Rodolfo surgira, com seu olhar frio e duro que sempre usava, e caminhara até seu metre parando a sua frente se curvando em sinal de respeito.

_ desculpe por perturbá-lo Milorde – disse Rodolfo tonando a se colocar de pé – mas Skeeter teve resultados em sua pesquisa, ele disse que finalmente conseguira obter resultados e como o senhor disse para chamá-los quando ele conseguisse isso.

_ obrigado Rodolfo – disse o homem nem mesmo encarando o comensal, ainda de costas a esse – irei para o escritório daqui a alguns minutos.

_ senhor, se me permite gostaria de lhe perguntar os motivos de tudo isso – disse Rodolfo com um tom um pouco arrogante – creio que devemos saber, não?

_ nosso Lord não precisa dar explicações Rodolfo – disse um homem que adentrava o quarto, e o comensal encara por cima do ombro aquele que lhe dirigia a palavra, de cabelos compridos de um loiro quase branco o rosto pálido fino e um pouco enrugado que se destacava nas vestes negras que vestia, e os olhos azuis acinzentados – ele sabe o que faz, desse modo não devemos questiona-lo.

_ ora, Lucius – disse Rodolfo sorrindo arrogantemente – fazendo o que aqui? Não deveria estar pousando de pai de família em algum lugar? De cidadão modelo que se tornou após a guerra onde se mostrou um comensal arrependido do que havia feito.

_ sabe que sou bem útil não é mesmo Rodolfo? – disse Lucius – se não fosse por mim, vocês não teriam conseguido nem sequer sair de Azkaban.

_ lembre-se que foi Lucius que te mandou aquela varinha Rodolfo – disse o Lord – que foi ele que usou a imperius naquele funcionário que lhe fez entregar a varinha, os erros que ele cometeu no passado estão sendo redimidos agora – ele caminhara até os dois – não é mesmo?

_ sim Milorde – disse Lucius.

_ mas eu irei responder sua pergunta Rodolfo, se assim você desejar – disse o Lord – Richard Skeeter é um grande especialista na tradução de documentos e pergaminhos antigos, e as runas que se encontram no tumulo de Dumbledore são algo que demos saber o significado, é necessário que saibamos, pois são elas que guardam e selam a maldição jogada sobre aquela sepultura de mármore branco, se soubermos o que diz a maldição, as palavras certas dela, talvez possamos descobrir um modo de mover a pedra sem sermos afetados.

_ se a maldição foi deixada escrita sobre o mármore, isso quer dizer Milorde que é irrevogável – disse Rodolfo um pouco espantado e o Lord acenara positivamente – agora faz o sentido o motivo de termos o trazido aqui.

_ sim – disse o homem.

O Lord caminhando pelos corredores da casa com os dois comensais ao seu encalço para então abrir uma porta negra de carvalho que rangera e aos olhos do homem ele pode ver, havia mais alguns encapuzados na sala, e ao lado de Dolores Umbridge com suas feições que lembravam um grande sapo devidamente vestida de rosa se encontrava Richard Skeeter que estava por de atrás da mesa do escritório, ele parecia tremulo e nervoso, mas diferente do que se esperava o prisioneiro não desviara o olhar nem um segundo daquele que muitos naquela sala temiam. Os passos do homem podiam ser ouvidos enquanto ele caminhava, não se podia escutar nada vindo daqueles que ali estavam, nem sequer a respiração, ele parara de frente para seu prisioneiro que se levantara da poltrona e se erguera atrás da mesa encarando com certo ódio aquele a sua frente, o Lord rira do olhar que o era dirigido enquanto pegava algumas fotos sobre a mesa e as observava, e Rodolfo e Lucius tomaram suas posições na roda formada por comensais da morte. Fora quando Richard sentira os olhos azuis gélidos do homem a sua frente a encará-lo, por uma estranha razão sentiu-se acuado e com um temor enorme, um medo imenso o afligia aquele simples olhar era algo que ele não sabia ao certo o porquê daquilo, mas a verdade é que sabia que vinha do líder daqueles comensais.

_ o que você tem para mim? – disse o homem com uma voz simples, como se fosse apenas mais uma pergunta qualquer.

_ estavam errados desde o inicio – disse Richard mostrando as fotos tiradas da base do tumulo de Dumbledore – essas runas antigas, não são importantes, não dizem nada que possa ser sequer cogitado como uma frase coerente.

_ mais alguma coisa? – disse o homem com um tom calmo na voz.

_ sim, essas runas não se mostram importantes, no entanto – ele puxara uma foto tirada da fênix que fora talhada em mármore branco na sepultura – isto é o que procura, se olhar melhor para as penas da cauda, vera talhadas inscrições minúsculas aqui – ele usara uma lente de aumento para mostrar as pequenas inscrições – que são claramente um pequeno texto.

_ o que diz nessas inscrições? – disse o homem com uma voz casual.

_ não irei lhe dizer – disse Richard sorrindo sem graça – não até que eu veja minha mulher.

_ como é? Você não está em condições de fazer exigências aqui – disse Umbridge se alterando – seu traidor do sangue nojento, sabe com quem você está falando? Não é qualquer miserável como você... – a bruxa apontara sua varinha para Skeeter – Crucio – e ele caira no chão de joelhos, fazendo força para suportar aquela dor horrível que o alastrava.

_ eu apenas quero ver minha esposa – disse Richard quase gritando – saber se ela está viva.

_ Dolores abaixe a varinha – disse o Lord com uma voz autoritária, a bruxa tentou questionar, mas não adiantara e ela teve que obedecer – você tem razão em querer ver sua mulher, e é o que farei – ele se voltara para alguns comensais mascarados e encapuzados – mostrem a esposa desse homem.

Alguns comensais trouxeram uma mulher extremamente machucada e coberta de sujeira e sangue, parecia um pouco amedrontada de estar ali, ela esperneava e gritava enquanto Greyback a empurrava para dentro da sala, onde ela caira de joelhos ao centro como se fosse um animal qualquer, Richard quis ir ao seu encontro, mas não fora permitido por Umbridge que lhe apontara a varinha, a loira agora de cabelos gordurosos e pastados com as imundices que mostravam o quão desprezível era o modo como estava sendo tratada ultimamente, ele se levantara e olhara para todos, parecia querer encontrar um modo de fugir, mesmo quando ficara a encarar o marido pareceu não reconhecê-lo, e este suspirara tristemente ao ter seu pensamento confirmado, era com pesar que ele tinha que aceitar a verdade que era que Claire Skeeter agora era apenas a sombra do que um dia fora.

_ sua esposa senhor Skeeter como esperava – disse o Lord sorrindo simplesmente – ou talvez não... – Richard novamente fizera menção de se aproximar da esposa, não se importando para a varinha que Umbridge apontava para ele, fora então que parara quando uma dos comensais andara até sua mulher e lhe pegara por trás, apontando a varinha para o pescoço dessa, ele retornou a mesa mas ainda fitava furioso a comensal que fazia isso – estou esperando que me diga o que espero ouvir Senhor Skeeter – falara com uma voz tão casual que parecia tão comum para ele fazer coisas daquele tipo.

_ “apenas uma pessoa de coração puro poderá a pedra mover e então aqui escondido o tesouro se revelara e apenas poderá ser removido dali por aquele de nobres razões e motivos” – disse Richard com uma voz um tanto seria e sombria – e é isso... – ele se voltara para o homem a sua frente que parecia refletir sobre as palavras ditas.

_ entendo – disse o Lord dando alguns passos para trás voltando as costas para Richard – apenas alguem de coração puro poderá mover a pedra é isso? Apenas alguém de motivos e razões nobres poderá tirar dali o que está escondido...

_ sim senhor – disse Richard – exatamente isso... – ele olhara novamente a esposa – por favor será que...

_ oh, claro – disse o Lord se voltando para Umbridge – Dolores, deixe-o ir até a mulher, ele merece isso – a varinha foi abaixada e o homem correu até a esposa que fora libertada pela outra comensal e Claire então caiu no chão sendo amparada pelo marido.

_ Claire, meu amor, você está bem? – disse Richard a amparando no colo e sentando com ela deitada em seu peito no chão – fale comigo, eu vou cuidar de você, você vai ficar boa – ele deixava algumas lagrimas caírem, rolando sobre seus olhos.

_ Richard – disse Claire abrindo os olhos – Richard... – ela falara com a voz fraca.

_ meu amor, estou aqui – disse Richard apertando os dedos da esposa forte mente e lhe beijando a mão muitas vezes enquanto a outra limpava o sangue na testa da mulher – estou aqui...

_ me perdoe – disse Claire fraca – me perdoe... Pelo que vou fazer.

_ mas o que você... – disse Richard, mas ele não terminara a frase ambos havia desamparado.

_ depois um de vocês dessa lá embaixo e os tire de lá – disse o homem.

_ Milorde – disse a comensal encapuzada se aproximando do homem lhe encarando nos olhos, e o Lord a olhou em seus pronfudos olhos azuis cinzentos e brincara com seus cabelos loiros platinados – o que o senhor planejou fazer com eles após aquilo.

_ os mandarei para a Ordem, soube que eram membros dela – disse o Lord – e eu já te disse, para me chamar de Alaric – ele piscara para ela sorrindo, para então se dirigir a porta da sala – todos estão dispensados por hoje – ele saira do escritório deixando ainda um clima tenso naquele lugar.

A mulher aparatara com o marido ao seu lado os dois tornaram a aparecer, batendo fortemente contra um piso de cimento puro, o homem se levantara e encara a esposa em seus braços ela desmaiara, ele não entendia aquela atitude da mulher não sabia o porque dela ter pedido desculpas, os olhos do homem foram em direção aquele lugar onde sugira, e o reconheceu como sendo seu calabouço. Era sombrio como uma caverna com grandes pedras, havia algumas correntes e uma grande porta de ferro com pontas pontiagudas a cobrir a porta possuía um teto alto, era úmido, e com um cheiro horrível, no entanto havia algo que não estava acostumado, um medo, um frio imenso lhe percorrendo o corpo, da sua boca uma pequena fumaça saia, seu coração disparara, estava temeroso, se sentido na pior das depressões. Das sombras daquele lugar então surgiram os causadores daquilo, seres encapuzados, com capas que tremulavam sem vento, eles voavam em círculos sobre eles e um som um grito infernal se ouvira, eram berros agonizantes que pareciam ter vários anos, ele caira novamente amedrontado ao lado da esposa, olhando para ela e tentando entender o que ela havia feito, sobre sua cabeça então passara a idéia de maldição imperius, que se confirmara quando a esposa voltou a si, se espantando com aquelas criaturas e se abraçando fortemente ao pescoço do marido com medo, ele a envolvera com os braços sabendo que isso seria inútil mas tinha que fazer algo, fora então que aquelas criaturas começaram a mergulhar diante deles e atacá-los, Richard fechara os olhos quando uma delas viera a ele e tocara seu rosto com as mãos cadavéricas, e o capuz foi retirado, a sensação de se ter a alma sendo retirada de si não pode se explicada, é como se tudo que você tivesse dentro de sua mente, dentro de você de mais importante fosse arrancado, queimado e destruído até não sobrar nada, era isso o beijo do dementador. Richard Skeeter caira, ainda com a mulher nos braços enquanto os outros Dementadores se aproximavam aos poucos dela, a circulando e sugando suas lembranças lentamente, e a mulher se agarrava ao corpo do marido em meio as lagrimas, enquanto novamente um deles lhe proferia seu pior presente de todos, e o casal Skeeter perdera a sua alma.

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