Em Territorio Francês
Alvo estava ao lado dos amigos tomando café da manhã, ele tomava um pouco de chocolate quente com croissant, enquanto observava o nascer do sol que o salão principal representava, diferente do de Hogwarts este não possuía apenas o teto, mas também as paredes enfeitiçadas mesmo estando dentro do castelo, parecia que estavam em um jardim, e então o moreno se lembrou do costume que os franceses tinham de comer ao ar livre, talvez aquele lugar tivesse sido feito assim para passar essa sensação. Ele buscara em outras mesas as pessoas conhecidas, vira Narcisa e Eduard em uma mesa um pouco distante, ele brincava com ela, brincadeiras bobas como roubar as torradas dela, ou coisa parecida, ela ficava brava, mas ao mesmo tempo ria com ele, o moreno sabia que Zabini era diferente do irmão caçula, ele era legal, inteligente, e não ficava se achando melhor que os outros nem infernizando a vida de ninguém como Zack fazia, mas isso não o impedia de sentir uma certa raiva dele, já que o Sonserino roubara a garota de quem seu irmão gostava. Fora então que se lembrara do estudante de Durmstrang que estava observando Alice na noite anterior, ele procurou a garota e a encontrou sentada ao lado das amigas, para quem acenou, e por sorte o tal Karkaroff não estava por ali. Fred terminara de tomar seu café da manhã e se levantara se despedindo dos sonserinos que ficavam, Alvo sentira algo diferente no primo, mas não sabia ao certo o que seria, ele parecia triste ou chateado com algo, e quando perguntara de Tiago, ele dissera apenas que ele ainda dormia, algo estranho em vista que em geral era o ruivo que acordava antes, e quando isso não acontecia o primo o acordava, algo que não aconteceu, estariam brigados um com o outro? Pensou Alvo. A correspondência chegara pelas corujas que entraram em revoada pela porta principal do salão, deixando cair sobre as mesas as cartas de todos, três corujas aterrissaram na mesa dos sonserinos, a primeira era negra e de olhos amarelos e parara a frente de Scorpio, ela trazia um pequeno pacote que o loiro pegara e abrira revelando se tratar de alguns doces que sua mãe lhe mandara, ele guardara para mais tarde, presos ao pacote haviam cartas que ele guardou no bolso. A segunda aterrissara entre ambos os gêmeos esta possuía a cara achatada e era acinzentada com olhos negros, ela trazia um pacote em forma de cilindro, e Lysander tirara dela enquanto Lorcan dava a ela parte de seu sanduiche, a ave levantara vôo assim como a coruja negra dos Malfoys, a ultima que pousara era Mercúrio, a coruja de Tiago, ela havia ficado em casa para que Gina pudesse mandar cartas aos filhos, já que Harry se recusava a comprar uma coruja para ele, dizendo que nunca encontraria nenhuma igual a Edwiges. Não havia muito ali, apenas uma carta para ele da mãe que dizia que estava com saudades e perguntando como tinha sido a viagem para a França e como era ali, a coruja depois voou até a mesa das garotas e deixara uma carta para Lily, havia outra carta com a ave que certamente devia pertencer a Tiago, mas como ele não se encontrava no salão principal ela seguiu para fora dele, o procurando.
_ Lorcan isso é para você – disse Lysander tirando um exemplar O Pasquim do cilindro que a coruja trouxera – alem da revista também recebemos uma edição do Profeta Diario e... uma carta do nosso Pai?
_ legal – disse Lorcan que comia um croissant – o que ele diz?
_ bem, vejamos, ele esta retornando da Romênia, onde foi ver alguns dragões que estavam doentes e morrendo, descobriu que eles haviam sido envenenados... – disse Lysander – como se nos interessasse saber que lagartos gigantes estão morrendo...
_ não seja tão insensível Andy, Dragões são criaturas fascinantes e ameaçadas da extinção sabia? Apenas existem três reservas conhecidas, uma que fica na Romênia, outra que fica na China, e uma terceira que fica na Austrália – disse Lorcan - É natural que fiquem preocupados.
_ certo, estava apenas brincando Lorcan – disse Lysander – sei que Dragões são importantes, e que a morte deles é um problema e tanto para a comunidade mágica, e um problema ainda maior para as reservas.
_ meu tio Carlinhos deve esta desesperado, primeiro a morte da professora, agora Dragões morrendo – disse Alvo – o que mais seu pai diz na carta?
_ diz que os Dragões são os mesmos que atacaram a professora, e que a causa da morte foi definida por causa do veneno presente no cadáver dela – disse Lysander em meio a caretas – ele diz que mamãe está bem, e que ela e vovô Lovegood estão trabalhando a toda n’O Pasquim, e manda o Lorcan dar uma olhada na nova edição...
_ já estou olhando – disse Lorcan que lia O Pasquim – olha tem uma foto da Floresta Proibida de Hogwarts... ou o que fora um dia um pedaço dela – o garoto virara mostrando na capa uma foto aérea tirada da floresta que mostrava um grande circulo completamente desertificado e as legendas da manchete dizia “ o Espaço faz contato: Pleadianos tentam mandar mensagens aos bruxos? – eles estão tentando fazer contato sem duvida... eu já falei deles para vocês não? Os Pleiadianos? Devo ter falado também dos Reptilianos que são inimigos deles e conhecidos como devoradores dos mundos... – Alvo suspeitava que aquela parte desertificada tivesse outra causa, na verdade sabia, ele tivera um sonho em que aquela cratera surgia no meio da floresta, sabia que aquilo se devia a uma explosão mágica, a ultima forma de um escudo tentar proteger algo, no caso um tumulo de mármore branco.
_ Lorcan, por favor, não comece – disse Lysander com uma voz cansada – vejamos, ele manda que fiquemos longe das Veelas para que não sejamos atraídos pelo charme delas, manda que continuemos estudando e tiremos boas notas, e não quer saber de detenções antes do mês acabar – ele lia com uma voz em tédio - entre varias coisas – ele de repente mudara sua expressão - ele diz que vem para Beauxbatons.
_ o que ele vem fazer aqui? – disse Lorcan com os olhos brilhando.
_ parece que vem tratar de assuntos relacionados a primeira prova do torneio – disse Lysander – falou que chega em uma semana, e que devemos esperá-lo a meia-noite próximo da arena.
_ arena? – disse Scorpio surpreso – não vimos arena alguma.
_ ele diz que será construída para o torneio tribruxo – disse Lysander – e é isso, ele termina a carta dizendo que tem uma surpresa para nos, espero que não seja igual a ultima que foram aqueles unicórnios selvagens – Lorcan rira se lembrando do irmão tentando cavalgar mas perdendo o controle do animal – não ria Lorcan, não tenho o mesmo talento que você para animais.
_ se você pelo menos tentasse se acostumar com eles, procurar entendê-los, conversar com eles – disse Lorcan – talvez consiga lidar com eles.
_ acho que devemos ir para a aula – disse Lysander se levantando – vocês vêem ou não?
Os três se levantaram, seguindo para o lugar que teriam aula, em um dos vagões do trem negro, eles teriam aula de Defesa Contra a Arte das Trevas com Salazar Salvatore, por isso de certa forma precisaram correr, estavam um pouco atrasados para isso, na verdade não apenas os Sonserinos como também as garotas estavam, pois ao vê-los sair Rose puxara Alice e as duas seguiram ao lado deles. Seis Terceiristas agora corriam pelos jardins, a Lufa-lufa acabara por tropeçar, ao voltar-se para tentar levantar a garota, Alvo se deparou com alguém que já fazia isso, era Nickollaus Karkaroff, por que ele sempre tinha que estar por perto? Pensou Alvo, ele teria parado e retornado para tentar saber o que ele queria, mas Scorpio o puxara para que continuasse. Quando chegaram ao Trem e seguiram apressados para o vagão que era a sala de DCAT, encontraram Teddy e Salvatore conversando a porta, e ao vê-los o professor rira arrogante como sempre fazia.
_ os seis estão atrasados – disse Salvatore com um sorriso arrogante – se fosse eu que ia dar a aula agora não permitiria que a assistissem – ele dissera com um olhar frio – se não podem mostrar respeito e chegarem na hora certa, certamente não merecem participar... mas como terei que me ausentar, e o Theodor me substituirá – Teddy fechara a cara ao ser chamado pelo nome – e em vista de que vocês são os favoritos dele, acho que ele não deixara vocês de fora de sua sala, não é mesmo Lupin? – ele encarara o professor que não dissera nada – foi o que pensei, então, até logo – ele aparatara deixando um clima pesado no ar como sempre acontecia.
Os seis encararam Teddy que ainda olhava para o lugar que Salazar estava há segundos atrás, quando notara que seus alunos o observavam o metamorfomago sorrira levemente e abrira a porta, fazendo sinal com a cabeça para que todos entrassem, a sala estava enfeitiçada para lembrar um castelo, possuía um feitiço de ampliação interna que a fazia ficar ainda maior, e essa sensação era nítida quando ali se encontravam poucos moveis, havia alguns alunos já ali dentro, eram cerca de sete alunos, quatro da Corvinal e quatro da Lufa-lufa e Colin Creveey o único Grifinorio alem de Rose a ser selecionado para vir. A sala estava quase que vazia se não fosse por algumas cadeiras, e um armário antigo no centro, ele estava preso por correntes e com grandes cadeados que prendiam as amarras, e o barulho frenético das correntes de metal chocalhavam conforme a criatura presa ali dentro se debatia.
_ acho que já que estamos todos aqui podemos começar com nossa aula – disse Teddy – o professor de vocês não poderá dar essa aula por alguns motivos, e isso fez com que eu viesse substituí-lo - ele andara até próximo a sala e chamara todos para perto – vamos lá, se aproximem – todos aos poucos iam se aproximando, até que todos formaram um meio circulo – muito bem, agora, digam o que vocês pensam que pode haver ai dentro?
_ essa é fácil, um bicho papão – disse Scorpio.
_ muito bem Scorpio – disse Teddy agora andando próximo aos alunos – e vocês podem me dizer qual é a forma de um bicho-papão? – Rose levantara a mão mais rápido que qualquer um e já ia dizendo.
_ um bicho-papão também pode ser conhecido por sem forma, que é outro de seus nomes – disse Rose – ele é um transmorfo, capaz de se transformar naquilo que a pessoa a sua frente mais teme, sua verdadeira forma é desconhecida, o modo de se afastar um bicho-papão é o riso, ele os afasta.
_ perfeito Rose – disse Teddy – como a colega de vocês disse, o bicho-papão se afugenta com o riso, desse modo eu os pergunto como podemos rir do nosso próprio medo? Bem eu os respondo, existe um feitiço, que transforma o seu alvo numa coisa mais, digamos, inofensiva, o nome desse feitiço é Riddikulus, todos repitam comigo mais uma vez o nome do feitiço.
_ Riddikulus – disseram todos – ótimo – disse Teddy pegando sua varinha – prestem atenção no movimento da varinha – ele movimentara mais uma vez a varinha e dissera o feitiço novamente – agora, mais uma vez repitam esse feitiço e o movimento que fiz – todos fizeram o que fora pedido – pois bem, temos algum voluntario? – ninguém parecia suficientemente confiante para enfrentar um bicho-papão – muito bem, formem uma fila, vamos lá... – ninguem se manifestou – vejo que terei que escolher alguem... – ele falara sem animo – você, Alfonse – ele apontara para um garotinho gordinho escondido atrás de todos seus colegas da Lufa-lufa, ele se aproximara – vamos lá rapaz... você consegue... me diga o que você mais teme?
Alvo reconhecera o garoto, nunca mais o vira desde a seleção do primeiro ano, era Alfonse Armstrong, o professor encarara o garoto que parecia nervoso, então Teddy se aproximara dele e perguntara alguma coisa, que ele respondeu no mesmo tom, ele dissera alguma coisa antes de sair, ele fizera um aceno dizendo que abriria, do armário sairia uma criatura, era cinzenta e cadavérica, magra e ratiquitica, com o olhar morto e um cheiro de podridão, o Sonserino reconheceu de fotos do seu livro de DCAT, e dos quadros na sala do professor, aquilo era um Inferi, um cadáver humano que nada mais era que uma marionete da arte das trevas.
_ vamos Armstrong – disse Teddy – diga o feitiço.
_ Riddikulus – disse o garoto firmemente e o Inferi ganhara uma saia de capim e colar havaiano e começara a dançar hula, todos riram e a criatura voltara para o armário – eu consegui – o garoto sorrira olhando para o professor – eu consegui Professor Lupin.
_ muito bem Alfonse, agora todos formem uma fila, vamos – disse Teddy que fizera um aceno fazendo uma musica animada tocar no local, era uma musica instrumental que Alvo indentificou como sendo dele e dos sonserinos – vamos lá, formem uma fila – o professor sorrira para o moreno fazendo sinal para que ele entrasse na fila.
Uma fila se formou, Alvo se encontrava entre os gêmeos, e a aula prosseguiu, com o Sonserino pensando o que ele realmente temia, ele nunca tivera medo de nada, ou pelo menos não se lembrava. Ele podia ouvir Lorcan dizer alguma coisa como, vou tirar esse sorriso do seu rosto idiota, ou algo do tipo, a verdade é que nunca os Sonserinos haviam dito do que tinham medo um para o outro, nunca haviam tido essa conversa, Scorpio parecia um pouco tenso, mas mesmo assim comentava com o garoto o fato de Rose que estava a sua frente esta falando sozinha, e o moreno pudera ouvir alguma coisa como, mostre para aquele ser desprezível o verme que ele é, arranque as pernas dela, o garoto rira, sabia que do que a prima tinha medo. Ele vira o bicho-papão tomar varias formas, como a de um trasgo montanhês quando um garoto da Corvinal ficou a sua frente, logo o fazendo dançar balé com um colan e um tchu-tchu, fazendo os garotos rirem muito, ou então um grande sapo quando ficara na frente de uma garota da Lufa-lufa, o que fez Lorcan cochichar algo como, isso não dá medo, o sapo de repente ficara de pé e começara a sapatear e cantar, e novamente a sala se enchera de risos com aquilo, mais alguns alunos, e após alguns diabretes da Cordoalha se transformarem em pássaros, e um espírito agourento se transformar em um monte de balões de gás, chegara a vez de Alice, o bicho-papão acabara de retornar para o armário. Ela respirara funda, e retirara a varinha das vestes se preparando para enfrentar seu maior medo. O armário se abrira e de dentro saira, em meio a risos um casal de garotos, ambos vestiam brancos sendo que a garota estava com um vestido muito bonito, o garoto era moreno com os cabelos bagunçados e olhos verdes, já a garota era ruiva com os cabelos em cachos e pele muito clara e com algumas sardas no rosto. A expressão no rosto da Lufa-lufa fora de surpresa, e a sala inteira fazia alguns comentários, para então encher de risos quando o casal de branco começou a se beijar fervorosamente.
_ mas o que? – disse Alvo que encarara Rose que estava com a mesma expressão, ela parecia corar de vergonha com os comentários maldosos que as garotas da Corvinal faziam, afinal, era ela e o primo ali se beijando na frente de todo mundo.
_ olha só, Alvo Severo Potter – disse Lorcan com um tom de voz maldoso – que garanhão – ele rira e Lysander fez o mesmo.
_ Alvo e Rose? Fala sério que ela tem medo que os dois fiquem juntos? – disse Lysander levantando a sobrancelha – que inesperado.
_ ainda quer mais provas que ela sente a mesma coisa que você sente por ela Al? – disse Scorpio um pouco sério demais, não podendo tirar os olhos da cena do beijo que continuava.
_ Riddikulus – disse Alice e o casal se separou do beijo, e Rose tirara da manga um bastão de Quadribol e começara a bater em Alvo com toda a força, em meio a gritos de dor do falso Sonserino e dos risos da turma a criatura retornou para o armário – acho que acabei – ela sorrira se retirando, dando passagem para Rose.
_ muito bem – disse Rose respirando fundo e erguendo a varinha – vamos lá, é hora do show – o armário se abrira novamente, e algumas garotas gritaram, pois uma grande acromantula saira, a garota ficara pálida por alguns instantes, ela olhava nos oito olhos da aranha e em suas pinças, finalmente engolira em seco e saira do choque apontando para a varinha para a criatura e gritando o feitiço - Riddikulus – a aranha de repente caira desmembrada, e suas oito patas agora decepadas assim como a cabeça e o tronco saltitavam, arrancando poucas gargalhadas, não muitas pois alguns ainda estavam um pouco chocados com a cena – próximo... – ela se voltara sorrindo para então notar que era Scorpio – ah... é você... – ela falara com um tom de desgosto, e o garoto lhe fizera uma careta, a ruiva saira dando espaço a ele que agora sorrira a arrogante.
_ vamos saia, seja lá o que for – disse Scorpio apontando a varinha e o armário saira e dele algo inesperado, um homem alto vestindo vestes negras, possuía um rosto pálido e cabelos loiros, a semelhança dele com o Sonserino eram muito grandes – p-pai? O q-que o senhor faz aqui? – o homem agora possuía um sorriso arrogante, e um olhar frio.
_ pai? - ele rira- Você não digno de me chamar assim, um verme imundo como você não serve para ser um Malfoy – disse Draco e sua voz ecoava pela sala – uma vergonha para nosso nome, uma desgraça para a família, você Scorpio sempre foi tudo o que mais odeio, você só me trouxe tristezas desde que nasceu... Sempre tão diferente de nós, você nunca foi um de nós, não importa as semelhanças físicas que tem comigo, você nunca será meu filho – ele gritara essa ultima parte, todos olhavam para Scorpio que possuía a cabeça abaixada, e Alvo pode ver algo em seus olhos, certo brilho, como se estivessem marejados – você me dá nojo, sempre foi um lixo inútil e miserável, sem talento, sabe que surpreendi quando vi que você não era um Aborto? Apesar de que eu preferia ter um como filho no seu lugar, nada me trás mais tristeza nesse mundo do que ter você como filho, se unindo com traidores do sangue e sangues ruins, você é a pior coisa que poderia ter acontecido comigo, amaldiçôo o dia em que sua mãe te colocou no mundo... Mas o que eu posso esperar de você outra coisa que não seja decepções? Parei de esperar grandes feitos de você a muito tempo, a muito tempo, você é fraco, sem talento e um covarde maior ainda... Até seus amigos sabem disso, até ela sabe disso, ela tem pena de você, você sabe que é verdade... – Draco se aproximava de Scorpio que de repente levantara os olhos e o encarara em furia lhe apontando a varinha – o que pensa que está fazendo?
_ você mente, tudo o que diz é mentira – disse Scorpio entre dentes – e não é bom contar mentiras – ele apontara a varinha para ele e acenara gritando o feitiço – Riddikulus – Draco Malfoy explodira em uma fumaça negra e densa – o próximo... – ele dissera frio, virando as costas, a sala estava mais tensa que nunca agora.
_ Colin – disse Teddy chamando a atenção de todos – é sua vez rapaz – o grifinorio seguira para frente do armário e a fumaça que um dia fora Draco Malfoy fora se juntando e formando uma bola que então ficara solida, era uma grande e pesada bola de ferro, era um balaço de Quadribol, a sala rira antes mesmo de o garoto usar a azaração – vamos lá Colin, você consegue – o balaço começara a voar rápido pela sala, quicando nas paredes e passando perigosamente perto do garoto que desviava apavorado.
Alvo se lembrara que era Colin que narrava os jogos de Quadribol, e sabia quantas vezes ele havia sido acertado na torre de narração por um balaço, era normal ter certo trauma, pelo menos era o que ele pensara. A bola agora voava sem rumo pela sala, varias garotas gritavam desesperadas e Teddy gritara para que todos se jogassem no chão para se proteger, Alvo se jogara para cima de Alice quando o balaço veio na direção da garota, fazendo com que ambos caíssem no chão, um sobre o outro, eles ficaram se encarando por um tempo, para então perceberem que a bola voltava em direção a eles, por sorte Lysander se colocara na frente e rebatera o balaço usando uma cadeira que se despedaçou com o golpe, o balaço se prendera a parede.
_ muito bem Lysander – disse Teddy quase sem fôlego se levantando ao lado de algumas garotas que ele estava protegendo – agora é sua vez, vai lá... – o gêmeo o encarara e andara até a bola de ferro presa a parede que tremeu e se desfez, se transformando em algo que foi tomando forma, de repente a sua frente estava alguem caído, estava coberto de sangue e cheio de cortes, sua roupa encharcada e suja, estava fragelado e horrível, como se tivesse sofrido muito, muitos ali começaram a cochichar, pois a frente de Lysander surgira uma pessoa idêntica a ele, mas que se mostrava a beira da morte.
_ Andy... – dissera a figura ferida se afogando no próprio sangue – m-me... ajuda irmão... – ele erguera a mão em suplica, e Lysander recuara para trás atordoado, estava em choque com aquilo, não podia ser Lorcan, não, não podia ser ele, mas estava ferido – A-Andy... p-por favor, me ajude... estou com f-frio – ele chorava, e coração do gêmeo parecia morrer frente aquilo, e de seus olhos saiam lagrimas – por favor, me salve...
_ N-não, não v-vou te salvar você n-não é... – disse Lysander gaguejando e com a mão tremula – R-Rid-di-di-kulus – Lorcan dera lugar a uma mulher loira e alta, muito bela e igualmente ferida, os garotos sabiam que era a Luna, mãe dos gêmeos – Rid-di-ku-kulus – Luna dera lugar a um homem adulto muito semelhante a Lysander e Lorcan, era Rolf Scamander, o pai deles – Ridi-i-di-ku-kulus – Rolf dera lugar então a uma garota ruiva de cerca de doze anos, ela estava muito ferida e coberta de sangue, com um grande corte na garganta – NÃO – ele gritara quando a garota se levantara e andara em sua direção – RIDDIKULUS – ele gritara a figura da garota se desfizera, se transformando um monte de pétalas de flores que caíram no chão.
_ Lily? – disse Alice um pouco surpresa encarando Alvo que parecia estático e em choque – o que sua irmã estava fazendo ali?
_ Andy? – dissera Lorcan finalmente se aproximando do irmão que não dissera nada apenas virara as costas, deixando o irmão com uma cara triste, a frente dele o bicho-papão tomava uma nova forma – o q-que? – a frente dele surgira uma figura alta e magra, vestida com um grande casaco roxo e uma camisa verde, uma calça vermelha e grandes sapatos, em seu rosto a maquiagem borrada, o rosto coberto por uma camada de branca de maquiagem, e um grande sorriso vermelho borrado, em suas vestes haviam algumas manchas de sangue e seu rosto possuía poucos respingos do mesmo, seus cabelos eram verdes e arrepiados e um sorriso psicopata dominava seu rosto enquanto ele ligava uma moto-serra igualmente ensangüentada.
_ é hora da diversão – disse o palhaço ligando a serra elétrica com um grande ronco – qual é seu problema garotinho? Não gosta de se divertir? – ele se aproximara de Lorcan que recuara – vamos sorria, por que não está sorrindo? – ele erguia a serra ainda ligada e tentara golpear Lorcan que desviara - você... Tem medo de palhaços? - ele parara e encarara o rosto de medo de Lorcan - Pois tem razão em ter medo... – ele erguera a serra ameaçadoramente para o garoto que apontara sua varinha para ele – mas o que é isso?
_ Riddikulus – disse Lorcan e o palhaço se desfizera em um monte de sapos, e as garotas gritaram histéricas enquanto o loiro sorria aliviado – consegui... – ele caira exausto no chão.
_ acho que já tivemos muita emoção por hora – disse Teddy passando a mão pelos cabelos – aula encerrada, podem se retirar – muitos ali resmungaram saindo da sala de aula.
Tiago acordara aquela manhã, havia uma coruja lhe bicando a orelha, ele acordou assustado, a espantando dali, era Mercurio, sua coruja, ela saira brava, mas deixara uma carta em sua cama, era de seu pai, mais tarde leria, a guardou no criado mudo. E logo percebeu que Fred não estava ali, o que era um pouco difícil de pensar já que ele não gostava de acordar cedo, ele se levantara de sua cama e caminhara até o banheiro para tomar banho, enquanto a água caia sobre seu corpo se lembrava do que acontecera ontem a noite, do beijo que dera em Dominique, ele sorrira ao lembrar. Ele gostara do beijo, e sabia que ela também devia ter sentido o mesmo, afinal, ela gostava dele desde os onze anos, ou menos até, pensara o ruivo, talvez namorar-la lhe ajudasse a esquecer Narcisa, a coisa que ele mais queria, é isso, tomara sua decisão. O Grifinorio saira do banho se secando e vestira as vestes de escola, seria o primeiro dia de aula que teriam em Beauxbatons, mas ele não estava animado com isso, para ele pouco importava, de seu ponto de vista não havia muitas diferenças entre os professores da França com os da Inglaterra, certo, devia haver certas coisas que eram diferentes. Ele seguira para a escola, e seguindo as orientações do mapa do castelo que fora dado a ele e aos outros alunos pelos professores, seguiu rumo a sua primeira aula, era Poções e quem lecionava era Gabrielle Delacour, quando entrara na sala notara que devia estar muito atrasado pois a professora o encarara assim como todos os alunos, com exceção de Fred que ignorara, o garoto parecia mais interessado nas palavras que eram escritas no quadro negro e anotava em seu pergaminho, ao que o ruivo estranhou, afinal o Grifinorio não costumava a fazer anotações. Gabrielle fizera sinal para que Tiago se sentasse, o fuzilando com os olhos afinal interrompera sua explicação, quando ele finalmente resolvera se sentar, em uma das mesas vazias a frente, se sentaria ao lado de Fred, mas ele estava em uma mesa ao lado de Roxanne, Diana Thomas e Sandy Finnigan, e outros alunos de Hogwarts que ele reconheceu como sendo da Lufa-lufa, ele respirara fundo, pensando se por algum estranho motivo o primo poderia estar bravo com ele, mas não se lembrara de ter feito nada que pudesse fazê-lo ficar assim. Tiago encarou Dominique mais a frente, ela o encarava e o ruivo sorriu para ela que desviou o olhar, suas colegas de mesa soltaram pequenos risinhos ao perceber o garoto que encarara a ruiva, e modo como ela ficara sem graça. A professora falava sobre a poção e como prepará-la, claro que em francês, e no quadro negro o giz escrevia o que era dito em inglês para que os alunos britânicos entendessem e outra língua para que os de Durmstrang pudessem entender também. Tiago preparara as coisas que estavam em sua mesa, para iniciar o preparo da poção, quando um aluno assim como ele se chegara atrasado, este não pertencia a sua escola, e sim a outra visitante, o garoto de cabelos negros bagunçados e vestes negras se sentara de frente para ele, assim que se sentara o garoto o cumprimentara estendendo a mão.
_ olá me chamo Nickollaus Karkaroff – disse o garoto que o ruivo reconheceu da noite anterior, era ele que fora o responsável pelo ataque de ciúmes do Alvo – é um prazer conhecê-lo.
_ Tiago Potter – disse Tiago – então acho que seremos uma dupla hoje não é mesmo? – o Búlgaro ficara um pouco receoso quando o ruivo falara o nome, mas procurara não demonstrar isso, algo que foi inútil já que o Grifinorio acabara notando – algum problema?
_ você por acaso seria filho de Harry Potter? – disse Nickollaus – ou algum parente próximo dele?
_ sou o filho mais velho dele – disse Tiago – por que, algum problema com meu pai?
_ não, seu pai é um grande homem, um herói – disse Nickollaus – ele derrotou o Lord das Trevas, e foram duas vezes – ele rira levemente – até membros de famílias como a minha sabem quem é Harry Potter...
_ família como a sua? – disse Tiago confuso – como assim?
_ meu avó era um comensal da morte Potter, seu nome era Igor Karkaroff – disse
Nickollaus – mas quando o Lord das Trevas caiu, meu avô para permanecer longe de Azkaban fez um acordo com o ministério de que entregaria noticias informações, depois disso retornou para a Bulgaria, país de nossa família onde se tornou professor em Durmstrang e logo em seguida diretor.
_ não vejo mal algum em sua família, Karkaroff, você não é culpado das coisas que se seu avô fez no passado – disse Tiago – vocês não pensam do mesmo modo que ele pelo que percebi, isso já mostra que são diferentes dele.
_ obrigado Potter – disse Nickollaus – você parece um cara legal, alias, não precisa me chamar de Karkaroff, pode me chamar de Nickollaus ou Nick, é assim que meus amigos de Durmstrang me tratam.
_ tudo bem Nick, e você pode me chamar de Tiago, ok? – disse Tiago ao que o garoto confirmou com a cabeça – agora vamos fazer logo essa poção antes que a Delacour faça algo contra nós – ele olhara de esguelha para Gabrielle que andava pela sala supervisionando os alunos.
Os dois começaram a fazer as poções, e enquanto isso iam conversando, falaram sobre muitas coisas entre elas Alice, e Nickollaus perguntara se o ruivo a conhecia, e quando respondera que sim começara a fazer algumas perguntas, aos quais Tiago tentava desviar e não respondia muito claramente, não o ajudaria a conquistar uma garota de que seu irmão Alvo gostava, quando o Búlgaro percebera que o rapaz não diria nada nem responderia suas perguntas decidiu para deixar o assunto para lá e tentar realizar a poção corretamente. Enquanto o ruivo lia as instruções ele foi as executando e logo tinham em frente a eles uma poção revigorante perfeita, capaz de animar qualquer um que esteja cansado. Logo dera o final da aula e os alunos saíram, Tiago tentara alcançar Fred, mas ele parecia não ter o escutado pois seguiu pelos corredores e o Grifinorio o perdera de vista, o que era aquilo, o primo o estava ignorando? Teria que ter uma conversa mais tarde para saber o motivo. Nick lhe chamara, convidando-o para andar com seus amigos, e assim ele fez.
Alvo saira da sala de Defesa contra a Arte das Trevas, um pouco chateado, afinal ele não pudera enfrentar seu maior medo, na forma do bicho papão, eles seguiram para as próximas aulas que teriam no castelo, ao lado dos amigos, e entre eles um clima tenso reinava, ele tinha certeza de que os sonserinos estavam a imaginar e a relembrar da aula, ele pelo menos não podia esquecer o que vira, Lysander tinha medo de perder algum ente querido, até mesmo Lily, ele ficara nervoso quando vira a irmã, seria o seu medo o mesmo que o dele? Perder alguém que ama? Talvez fosse isso, quem sabe. Scorpio parecia um pouco armagurado e pensativo, o moreno sabia que o amigo estava remoendo as palavras que o bicho-papão na forma de seu pai o havia dito, foram palavras cruéis e maldosas, o garoto sabia que o ex-professor não diria aquelas palavras nunca para o filho, mas para o loiro tudo que fora dito ali soara ainda pior, pois aquelas cena tinha lhe assombrado as noites em pesadelos. Eles haviam acabado de entrar na sala de poções ao lado de alguns alunos de Beauxbatons e Durmstrang. Alvo vira então seu irmão seguir mais a frente no corredor ao lado de alguns alunos Búlgaros, coisa que ele estranhou, mas o que mais lhe surpreendeu foi o fato de um desses alunos ser Nickollaus Karkaroff. Eles entraram, e se sentaram nas mesas para a aula de poção, durante toda a aula Alvo parecera não prestar atenção, talvez por realmente não estar nem ai para a poção que fazia, talvez fosse essa falta de atenção que fez que ele e Scorpio explodissem o caldeirão deles, é com certeza foi isso.
Logo era hora do almoço, e o quarteto Sonserino se dirigia ao trem, comprariam alguma coisa para comer no vagão restaurante, não estavam bem dispostos para irem até o salão principal comerem alguma coisa, então comprariam alguns doces e comeriam nos jardins. Enquanto seguiam para o vagão restaurante, estava quase vazio se não fosse por duas primaristas, eram Lily e Chloe ambas estavam sentadas em uma das mesas, comendo enquanto a loira lia o Profeta Diário com uma expressão séria, ela parecia nervosa com alguma matéria escrita, e a ruiva tentava acalmá-la, mas parecia não ter muito sucesso. Os sonserinos estavam fazendo seus pedidos, com cada um comprando alguns bolos de caldeirão e sapos de chocolate, alem de suco de abobora, quando estavam a caminho dos jardins, encontrariam algum lugar sossegado para comerem, de repente alguém passara por eles, os garotos identificaram como sendo Chloe, ela parecia que estava chorando, pois não olhou para nenhum deles e continuou o seu caminho, andava muito rápido quase como se estivesse correndo, todos os quatro voltaram olhares confusos para Lily e seguiram até a mesa onde anteriormente era ocupada por duas garotas, e perguntara o que acontecera.
_ A Chloe viu essa matéria do Profeta Diário – disse Lily entregando a eles o exemplar que estava sobre a mesa – olhem na pagina 3 e vejam se ela não tem razão para estar chorando.
Alvo pegara o Profeta e o abrira na pagina que a irmã dissera, ali havia algumas matérias sobre uma visita que o ministro Kingsley Sharkebolt faria a Beauxbatons para assistir ao Torneio Tribruxo ao lado do ministro francês Pierre Le Pearce, uma entrevista com Slughorn que tentava explicar sobre o que havia acontecido na Floresta Proibida de Hogwarts, cuja uma cratera surgira no meio dela, em uma explosão que havia sido escutada em Hogsmeade, fora então que os garotos viram, uma matéria colocada com displicência no centro da pagina, trazia uma foto bruxa que se movia, mostrando uma casa destruída com alguns Aurores a vasculhar os destroços enquanto outros tentavam manter a distancia os curiosos, aquela rua era familiar para todos, era Clovers Luck, o vilarejo irlandês subterrâneo que se encontrava no centro de Londres, o titulo da matéria dizia: “Propriedade dos Skeeters destruída” então mudara para,” Casal Skeeter desaparecido” o subtítulo também mudava, “Aurores iniciam as buscas” ia para “segundo informações, é quase improvável a chance de que possa haver sobreviventes”.
_ cara, isso é mal – disse Scorpio encarando Alvo – os pais da Chloe desaparecidos.
_ mal? É péssimo Scorpio – disse Lily – só eu sei o que senti quando papai foi levado pelos comensais àquela vez de Godric’s Hollow – ela maneara a cabeça – foi àquela imagem dele sendo levado, dele se despedir de nós que fez com que... que eu visse que a vida era cruel, e que apenas os fortes sobreviviam, e que eu tinha que ser forte e amadurecer, pois eu não sabia se ele ia voltar – todos ficaram calados a encarando por um tempo – vou atrás da Chloe, vou ver se conversando com ela as coisas melhoram.
_ vou com você – disse Lorcan e os quatro o encararam – não gosto de ver ninguém triste e chorando assim, vocês sabem disso.
_ sei – disseram os outros sonserinos.
_ vai nessa – disse Lysander dando uns tapinhas no ombro do irmão – nos vemos na próxima aula.
_ é, vai lá ajudar a Chloe – disse Scorpio sorrindo – faça aquela garota parar de chorar e coloque um lindo sorriso naquele rosto.
_ farei isso – disse Lorcan olhando para Lily – vamos e os dois saíram – quando já tinham sumido os três sonserinos restantes se encararam.
_ ele está apaixonado – disse Alvo – mas ainda não percebeu – disseram os três ao mesmo tempo.
Lily e Lorcan encontraram a garota nos Jardins de Beauxbatons, mas precisamente na ponte do lago, ela estava sentada e encarava o lago. Lily fizera menção de se aproximar da amiga, mas Lorcan lhe segurara pela mão, lhe fazendo um sinal para que saísse. A ruiva lhe encarara por um tempo, como não entendo o porquê de ter que fazer isso, no entanto se deu por vencida e caminhou para longe, deixando os dois loiros a sós. O Sonserino se aproximara da ponte e se encostara nela, na borda oposta da que Chloe encarava o lago, ele encarava a garota pelas costas, ela era baixa batendo em seu ombro, e tinha os cabelos loiros curtos na altura dos ombros, ele gostava da garota, era uma boa ouvinte, não falava muito, mas isso não importava para alguém tão comunicativo como ele, mas devia importar?Pensara, ela não falava com ele, sempre fugindo de e dos outros garotos quando não tinha nenhuma de suas amigas por perto, ele rira, algo fazia que ele gostasse daquela garota, da companhia dela, mesmo que por vezes falara sozinho e ela apenas ouvira, mesmo que ela nunca tenha o encarado nos olhos. Ela chorava baixo, ele não teria percebido que continuava chorando se ela não tivesse se voltado e o encarado, pela primeira vez, seus olhos se encontraram, ela parecera assustada com ele ali, seria surpresa de que fosse ele e não Lily naquele lugar?Sim, deveria ser, pensou. Ela dera alguns passos até encostar na borda que cercava a ponte, do contrario ela cairia no lago, o que não seria bom para ela, pénsara a garota, não sabia nadar e não seria conveniente para ela se afogar na frente do garoto que ela gostava, apesar de que se ela caísse ele talvez a salvasse, mas não iria arriscar, concluira mentalmente, o que mais lhe surpreendia era o fato dele esta ali, tão próximo dela, a encarando, quando fora que ficaram sozinhos?Tentava se lembrar, nunca, fora sua resposta mental. Ele a encarava com seus grandes olhos azuis celestes, e isso a isso a fazia tremer até as bases, o que ele queria ali? Estava para perguntar isso quando ele se pronunciara antes.
_ eu... vi aquela matéria no Profeta Diário, falava dos seus pais – disse Lorcan um pouco sem jeito, ele nunca fora muito bem com as palavras, não como Lysander, pensara, o irmão saberia falar melhor que ele em situações daquele tipo – bem, eu queria dizer que sinto muito pelo que aconteceu com sua casa, sabe ela foi destruída, o que não é muito legal – ele passara a mão nos cabelos, o que era aquilo?Nervosismo?De onde viera?Ele nunca ficara assim antes, estranho, pensara – mas construções podem ser reerguidas... – por que diabos ele estava falando da casa dela?Não era por causa da construção que ela estava assim, vamos lá, seja direto, pare de enrolar, e seja mais firme com as palavras, uma voz soara na sua cabeça, uma voz muito parecida com Lysander – mas sei que não é por causa da sua casa que está assim, o que é ter a casa destruída quando se tem os pais desaparecidos? Nada é mais importante do que uma pessoa que amamos – bom, mandou bem Lorcan, dissera a voz parecida com a de Lysander na sua cabeça – então, o motivo para eu ter vindo até aqui é que queria saber como você está? – ah, claro, como imagina que ela está? Claro que está péssima – que pergunta idiota – e realmente é uma pergunta idiota – em todo o caso, queria saber se você vai ficar bem... – consegui, concluira mentalmente, respirou fundo encarando a garota, sim conseguiu, respondera a voz.
_ v-você veio aqui para saber se eu vou ficar bem? – disse Chloe com um rosto mostrando sua surpresa, e corara um pouco, e num tom de voz normal, não o quase sussurro que sempre usava – ah, bem, acho que sim, só estou um pouco abalada com o que aconteceu, não é todo o dia que você vê no jornal que seus pais estão desaparecidos.
_ você sabe quem poderia ter feito aquilo com sua casa e seqüestrado seus pais? – disse Lorcan – quero dizer, algum motivo que pudesse fazer alguém ter uma atitude dessas?
_ bem, não, quero dizer, não temos muito dinheiro, diferente das famílias sangue puros tradicionais, nós os Skeeters nunca tivemos o que se pode chamar de uma grande fortuna para ser passada de geração em geração, para dizer a verdade parte do patrimônio atual foi obtido por trabalho duro de seus membros – disse Chloe se voltando de costas para Lorcan e se pondo a encarar o lago, o loiro se aproximara dela e se se encostara à borda ao seu lado – a pessoa mais rica da família é minha tia Rita, dona do Profeta, meu pai ganha bem, ele é tradutor de pergaminhos antigos, e minha mãe é jogadora de Quadribol, ela tem feito sucesso agora que a carreira dela esta no ápice... Poderia ser dinheiro, sim, deve ser dinheiro quase que certeza, logo irão mandar o pedido de resgate.
_ não sei o que poderia fazer agora para te ajudar – disse Lorcan – mas tudo que posso dizer é para confiar nos Aurores, eles sabem fazer o trabalho deles, e logo seus pais estarão com você e sua irmã – ele sorrira para ela que também sorrira depois, um sorriso tímido, ele gostara de vê-la sorrir – devia sorrir mais vezes sabia? Você tem umas covinhas muito belas – covinhas muito belas? Dissera a voz de Lysander, sim, não enche, respondeu ele em pensamento a voz em sua cabeça. Chloe corara ainda mais com o comentário de Lorcan.
_ o-ob-brigada – disse Chloe com a voz vacilante e um tom de surpresa – você é muito gentil Lorcan.
_ apenas disse a verdade – disse Lorcan e ela corara ainda mais, por que ela faz isso? Se perguntara mentalmente, não sabia porque, mas gostava do tom vermelho que a pele muito branca da loirinha tomava – então, o que quer fazer? – disse ele se afastando da borda e se espreguiçando.
_ c-como assim? Fazer o que? – disse Chloe um pouco receosa e novamente com a voz em tom de sussurro, dando alguns passos para trás – o que pretende fazer?
_ o que quiser, estou aqui para te animar – disse Lorcan sorrindo – o que é isso? – ele apontava para um caderno nas mãos de Chloe que o abraçara contra o peito, como para protegê-lo, ou impedir o garoto de pegar-lo – é o tal caderno que em geral vejo você desenhando? - ela corara um pouco mais e apertara ainda mais o caderno contra o peito – calma, eu não vou roubar ele de você...
_ é que, nunca deixei ninguém alem da minha irmã ver meus desenhos – disse Chloe encarando os próprios pés – a Lily viu os desenhos quando mexia nas minhas coisas sem permissão – ela rira levemente – e disse que era muito boa desenhando, e falou que eu deveria mostrar para os outros, mas não sei, não me acho boa o bastante, e tenho medo da opinião das pessoas, delas serem cruéis como sempre são – ela então o encarara para saber sua reação e ele parecia refletir sobre o que ela dizia.
_ você me acha uma pessoa cruel? – disse Lorcan e a garota balançara a cabeça negativamente – não há motivos então para não me deixar ver seus desenhos, mas se não quiser mostrar respeito sua opinião.
_ promete que não vai rir? Pois francamente, me considero uma péssima desenhista – disse Chloe estendendo o caderno a que Lorcan pegara e abrira, ao contrario do que a garota dissera, ela não era uma péssima desenhista, tinha talento, era muito boa com traços fortes e leves, e a maioria de seus desenhos estava só no grafite, e outros em preto e branco, sendo a maioria deles de animais, o que fizera Lorcan sorrir, ela gostava de animais como ele, havia desenhos de pássaros de todos os tipos, cães de grande e pequeno porte, cavalos, sapos apesar de que muitos dos sapos pareciam o mesmo, e o sapo desenhado parecia Andy Jr., gatos, sendo que a maioria dos desenhos feitos eram do Sir Todd, ele sorrira quando terminara de ver as gravuras, que em sua opinião deveriam ilustrar algum livro ou estar emoldurados e colocados em alguma parede – então? O que achou? Seja sincero.
_ você é muito talentosa – disse Lorcan sorrindo entregando o caderno a ela que pegou com a mão tremula – você gosta de animais pelo que vi...
_ muito – disse Chloe sorrindo timidamente, ela sabia que ele amava animais – são uma das minhas grandes paixões.
_ legal – disse Lorcan que aumentara o sorriso e ele dissera a palavra animado se aproximando dela que dera alguns passos para trás – eu também adoro animais, são criaturas mais fantásticas que existem, todas elas, cada uma tanto mágica quanto não mágica tem algo que a torna única, e isso é muito interessante.
_ sim, é muito interessante – disse Chloe – animais não tem maldade no coração como os seres humanos, só atacam se forem ameaçados, maltratados ou para se protegerem, são criaturas puras – Lorcan arregalara os olhos, de onde ela saiu? Pensara, o que acabara de dizer era algo que ele pensara e já dissera varias vezes para Lysander e os seus amigos – algum problema?
_ não, nenhum, você quer dar uma volta? – disse Lorcan estendendo a mão – vou te mostrar uma coisa – ela o olhara receosa ao que ele sorrira – não confia em mim?
_ você é uma das poucas pessoas que sei que é certo confiar – disse Chloe dando a mão a ele – a onde vamos? Estamos em cima da hora para a aula...
_ vamos matá-la – disse Lorcan simples dando de ombros – sei que vou levar um sermão do Andy, falando que o estudo é importante e tal... Mas eu sinto que você precisa mais de mim nesse momento do que de qualquer outro – ele corara, por que diabos ele corara?Pensou, e por que disse isso? Chloe corara assim como ele.
_ o-onde você vai me levar? – disse Chloe com a voz quase sem sair de tão baixa.
_ surpresa – disse Lorcan a puxando pela mão e ambos adentraram no jardim.
Eles caminharam por um tempo, até que Lorcan para com ela em frente a algumas arvores e a dirigira para debaixo de uma grande e velha. Ela o olhara confuso, ainda mais quando ele começou a escalar a arvore, quando já estava confortavelmente sentado em um dos fortes galhos, encarara a garota confusa que permanecera ainda em solo e que parecia tentar compreender o que o gêmeo pretendia com aquilo. Ele lhe retribuira o olhar confuso, era obvio para ele o que a garota tinha que fazer.
_ você não vai subir? – disse Lorcan e a garota piscara algumas vezes como se não tivesse entendido o que ele disse.
_ subir ai? – disse Chloe sem acreditar e ele acenara positivamente – por que? – ela parecera ainda mais confusa.
_ tem uma coisa aqui que quero te mostrar – disse Lorcan – você não tem medo de altura como o Andy tem?
_ Lysander tem medo de altura? – disse Chloe.
_ você não sabia? – disse Lorcan surpreso – não diga a ele que te contei...
_ certo, mas como espera que eu suba ai? – disse Chloe – eu vou cair.
_ não vai... – disse Lorcan – confia em mim.
Chloe respirou fundo e arremessara o caderno de desenho para Lorcan que o pegara no ato, e após pensar varias vezes que era loucura o que estava fazendo, ela nunca subira em uma arvore, mas o que faria agora?Daria meia volta e deixaria o garoto que gosta decepcionado, pensando que ela não gosta dele, ou não confia nele. Ela tornara a respirar fundo quando tirara os pés do chão, e quando sentiu sua mão escorregar Lorcan a segurara, fazendo que ela não caísse, e a puxando para se sentar no mesmo galho que ele, na sua frente e de costas para ele, o loiro então lhe entregara o caderno e ela mais pálida que nunca passara a mão pelos cabelos. A garota o encarou por sobre os ombros, com uma cara de ponto de interrogação.
_ olhe – disse Lorcan apontando com a ponta dos dedos um ninho que estava sobre eles, onde um pássaro acabara de pousar, ele trazia comida para os filhotes – não é a coisa mais linda que já viu? – ela lhe encarara, ele sorria e em seus olhos havia um forte brilho, garotas comuns não ficariam nada felizes de serem obrigadas a subir em uma arvore para ver pássaros, mas ela achara lindo a atitude dele de tentar anima-la, e ainda achava fofo o jeito que ele olhava para os pássaros.
_ é lindo – disse Chloe sorrindo para ele que sorriu de volta – vou desenhar eles posso? – e ele assentira, a garota começara a desenhar, se concentrando nos pássaros que nem notou que estava se encostando contra o corpo de Lorcan, quase deitando sobre ele, o loiro ficara levemente sem jeito com essa proximidade, mas não pode deixar de gostar um pouco, ele podia sentir o cheiro dos cabelos dela, flores do campo, esse era o cheiro – eu terminei... – ela então notara uma mão sobre sua cintura, eram as mãos dele, quando ele ficara tão próximo? – v-v-você quer ver? – ela dissera e ele assentiu, a loira erguera o caderno mostrando um desenho, quase tão perfeito quanto uma fotografia.
_ gostei, você é muito boa nisso – disse Lorcan com a cabeça sobre o ombro dela para ver melhor o desenho, a garota corara furiosamente com essa proximidade – agora acho que devíamos voltar, está muito tarde, acho que devíamos...
_ o que vocês estão fazendo ai em cima? – disse Lysander debaixo da arvore, ao seu lado Lily olhava sorrindo para o casal, Chloe se assustara com aquilo e se desequilibrara do galho, Lorcan tentou segura-la, mas ambos acabaram por cair no chão, o loirinho caira por baixo, amaciando a queda da garota.
_ vocês estão bem? – disse Lily preocupada andando até eles e ajudando Chloe se levantar – o que estavam fazendo lá em cima?
_ o Lorcan me mostrou um ninho de passarinho e eu estava desenhando ele – disse Chloe simples, enquanto Lysander ajudava o irmão a se levantar – ele viu meus desenhos.
_ ninho de passarinho? – disse Lysander com uma voz de descrença – você matou aula para mostrar um ninho de passarinho para ela?
_ sim, algum problema? – dissera Lorcan com uma voz ingênua enquanto o irmão revirava os olhos.
_ você mostrou seus desenhos para o Lorcan? – disse Lily sorrindo marotamente enquanto a loira corava fortemente, nesse momento ela confirmara sua idéia sobre ela está gostando dele – certo, isso já é um avanço.
_ venham, vamos jantar – disse Lysander – e avisar aos outros que achamos vocês.
_ sim, vamos – disse Lily colocando o braço ao redor dos ombros da amiga, no entanto deixara os gêmeos irem na frente, quando estavam numa distancia considerável voltou seu olhar para a amiga e perguntara – então como foi?
_ como foi o que? – disse Chloe corando.
_ como foi a tarde com o Lorcan – disse Lily sorrindo maliciosa.
_ boa – disse Chloe, boa não, perfeita, pensara, mas não falara.
_ boa? Sei... – disse Lily – interrompemos alguma coisa?
_ não – disse Chloe – somos apenas amigos.
_ vocês se beijaram? – disse Lily.
_ NÃO – disse Chloe em um quase grito que chamou a atenção dos gêmeos, mas que logo desviaram a atenção – que parte do, somos apenas amigos você não entendeu?
_ certo se você diz – disse Lily sorrindo – Lorcan Scamander é? Você tem um bom gosto para garotos.
_ Lilian – disse Chloe séria e surpresa ao mesmo tempo, e agora seu gosto estava mais vermelho que a cor dos cabelos da amiga.
_ certo, parei – disse Lily – mas vou querer saber depois como foi a tarde, em detalhes.
_ e eu vou te contar – disse Chloe – vamos logo para o castelo certo? – ela acenara positivamente, e após todos se encontrarem eles seguiram para o castelo de Beauxbatons para o jantar.
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