Professores novos em Hogwarts



 Alvo não contara a ninguém sobre o que acontecera no Duende Irlandês, não queria voltar a cantar em publico, a cerca de 1 ano quando ele visitara a casa de Scorpio onde passara boa parte das férias descobriu que o melhor amigo tinha tudo o que um garoto pudesse querer em sua casa, a Mansão Malfoy, não a mesma em que Draco fora criado, aquela pertencia aos seus pais, ele escolhera uma propriedade distante da deles, em uma florestas próximo a uma cidade trouxa pequena e miserável, a casa era grande e cinzenta, possuía um ar medieval, ela estava sobre o feitiço fidelius o que a tornava invisível a qualquer um que não tivesse sua localização revelada pelo fiel do segredo, no caso, Draco Malfoy. Alvo e os gêmeos haviam sido apresentados pelo jovem herdeiro dos Malfoys a sua sala de musica, com instrumentos musicais de todos os tipos, no passado Astoria era uma grande violinista e se tornaria uma bruxa muito famosa se tivesse seguido na carreira, mas seus pais que vinham de uma família de bruxos tradicionais não a permitiam, queriam que ela seguisse na mesma profissão que todos os membros de sua família seguiam, e sendo assim ela se tornara curandeira do St. Mungus, mas segundo Scorpio, sua mãe tinha esperanças que um dos filhos seguisse pelo caminho da musica, o que era quase certo dele fazer, o Sonserino sonhava em um dia ser um grande cantor e guitarrista bruxo, para desespero do pai. Ele ainda se lembrava dos berros de Draco quando o quarteto sonserino iniciara naquelas férias durante o dia os ensaios da banda, ou aulas de musica como diziam já que não se consideravam uma banda, e ao anoitecer treinavam animagia escondidos.
Alvo rira das férias do ano passado, haviam sido melhores que as daquele ano com toda a certeza, e mesmo que odiasse admitir fora uma grande noite que tivera no dia anterior, tocar ao lado dos amigos parecia ter salvado suas férias, teria que agradecer a Tiago e Fred de alguma forma, mas não sabia como. Ele descia as escadas da sua casa, quando avistara Tiago que tinha a mão tratada por Gina, o rapaz a cortara na noite anterior, a ruiva parecia repreender o filho por conta daquilo.

_ olhe para isso Tiago, está totalmente inflamado – ela passava uma poção que fazia o ruivo se contorcer em uma careta, aquilo ardia, mas fazia o inchaço desaparecer muito rapidamente – como aconteceu isso?

_ eu já disse, quebrei sem querer uma garrafa de cerveja amanteigada, acho que apertei demais – disse Tiago, ele olhara significativamente para Alvo, esperando apoio do irmão, o moreno sabia exatamente o que levara o rapaz destruir a garrafa, ciúmes e sua causadora atendia pelo nome de Narcisa Malfoy – parece que terá uma pequena vantagem no primeiro jogo de quadribol em Al? – o grifinorio rira, e Alvo sorrira ao ver os olhos da mãe se revirarem com as palavras do filho mais velho, ela ainda não entendia essa competição boba no quadribol – não se preocupe, a Lily joga no meu lugar, vou mandar o Wood nomear ela apanhadora substituta, ele vai aceitar quando a vir voando – Alvo contorcera a cara, ele odiava o ar de segurança que Tiago emitia, nada garantia que Lily iria para a Grifinoria, nada, ele para todos os aspectos seria um grifinorio, mas caira na Sonserina e se orgulhava de pertencer a essa casa.

Lily entrava na sala, ela vestia as vestes novas de primaristas de Hogwarts e os cabelos ruivos soltos e com pequenos cachos nas pontas ele caia pelas costas em cascata até a altura da cintura, arrastava ao seu lado o grande malão tradicional dos alunos da escola desde a sua fundação, com as iniciais “LLP” gravadas, e em seu ombro, Harvey, o antigo corvo de Lorcan que ele dera a garota após perceber o quanto ele se afeiçoara a ela e ela também a ele. Ela sorrira para todos, e a ave soltara um alto berro enquanto abrias suas asas as esticando gloriosamente.

_ está linda filha, agora retire essas vestes, você não pode ir com elas até a estação – disse Gina que terminara de enfaixar a mão de Tiago e Lily lhe olhara confusa, já ia questionar sua ordem quando ela a interrompera – porque os trouxas não estão acostumados a ver coisas desse tipo por ai, muito menos um corvo no ombro de uma garota de 11 anos – a ruivinha parecera ainda não se dar por vencida e uma pequena discussão se criou entre as duas ruivas, de mesmo temperamento, e que Alvo e Tiago ficaram olhando calados e com cara de tédio, sabiam muito bem o que ia acabar acontecendo.

Lily e os irmãos seguiam pela plataforma com Gina um pouco atrás, ela ainda estava um pouco irritada, isso era notado ao fato que a ruiva possuía a face ainda um pouco vermelha depois da discussão que tivera com a filha, e o pequeno furacão ruivo ia a frente com suas vestes de primaristas e um sorriso maroto que às vezes se voltava para a mãe que parecia ainda ressentida de perder uma briga para uma menina tão nova. Mas teve a sua vingança ao fazer a filha corar de vergonha na despedida, quando Gina lhe começara a ajeitar as roupas e a capa, lhe limpando o rosto com um lenço, e arrumando o cabelo da garota, coisa que ela não permitia a ninguém fazer, e antes dela entrar o trem ainda a beijou e se deixara explodir em lagrimas, dessa vez eram sinceras, afinal, agora via ali sua menininha inda para Hogwarts, mesmo e ainda parecendo muito nova para isso, a ruivinha parecera sem jeito frente ao pranto da mãe, e fizera a única coisa que naquele momento parecia o certo, abraçara Gina, um abraço forte que demonstrava que estava preparada para partir, e que não queria que ela sofresse.
Tiago observava a cena da despedida da mãe e da irmã sorrindo, ele também sofrera muito no seu primeiro ano, a ausência dos pais, especialmente de Harry que alem de pai era um grande amigo seu, tinha sido uma separação muito difícil. O ruivo estava em uma pilastra a ver em sua mão uma miniatura de moto, em seus lábios um sorriso maroto surgira, fora então que a lembrança de Fred e ele usando o feitiço de redução viera a sua mente, eles não iam deixar, como o próprio Weasley disse, o grande tesouro deles e sua maior obra prima em quesitos modificações especiais, assim em casa, não, eles iriam usá-la na escola, e a cabeça a imagem dele andando na moto em Hogsmeade deixando um monte de garotos de queixo caído e garotas suspirando, ele descobrira que as jovens bruxas adoravam rapazes de moto, pois parecia que ela dava um ar rebelde e perigoso a ele. Ele olhara alguns metros adiante Eduard Zabini que embarcava a sua mala e a de Narcisa num dos vagões, o ruivo não pode deixar de retorcer a cara, eles nunca mais iriam se separar, pensou, fora então que notara a cara emburrada de Scorpio que assim como ele parecia não gostar do namorado da irmã, o que não era grande coisa em vista que o jovem Malfoy odiava a todos que se aproximavam dela com segundas intenções, como era o caso de Tiago. Astoria e Draco se despediam dos garotos, a morena enchera o rosto do filho de beijos deixando Scorpio muito sem graça, abraçara a filha e a beijara e o mesmo fez com o Batedor da Sonserina, Draco abraçara o filho e lhe bagunçara os cabelos, e novamente o garoto parecera corar, ele também entendera, aquilo era coisa que se faz com crianças de 8 anos, Draco abraçara a filha, e apertara a mão de Eduard falando alguma coisa para o garoto que confirmou com a cabeça, fazendo a todos ali rirem com exceção de Scorpio que ainda parecia emburrado, fora quando de trás de Draco surgira uma terceira pessoa, a qual o ruivo não via desde que ela se formara em Hogwarts. Luciana Malfoy estava um pouco diferente desde que saira da escola, ela parecia mais madura aos olhos de Tiago, a garota vestia jeans negro e uma blusa de gola alta por de baixo de uma jaqueta de couro de dragão, seus cabelos estavam curtos e repicados na altura dos ombros, dando um ar mais rebelde a mais velha dos três irmãos. Ela abraçara Scorpio e o beijara, fazendo o mesmo com Narcisa, quando foi se despedir de Eduard ficara a encará-lo por alguns segundos antes de abraçá-lo. Os três finalmente entraram e os Malfoys remanescentes caminharam, passando perto de Tiago, o ruivo recebera um olá de da mãe de Narcisa, e Draco lhe lançara um olhar gentil, o que deixou o rapaz espantado, mas ai caira a ficha que talvez ele estivesse zombando do ruivo, por ele ter perdido sua filha para outro, ele acenara de volta para o ex-professor, e o casal de mãos dadas aparataram.

_ devia ter pena de você mesmo Potter – disse uma voz sarcástica e ele olhara para Luciana Malfoy – sabe, você não pensou mesmo que minha irmã acabaria ficando com você né? – ela soltara um riso debochado – logo você que odeia nossa família...

_ eu não os odeio – disse Tiago desviando olhar ao perceber que a garota o encarava – tinha uma opinião errada sobre sua família, mas ela se modificou quando os conheci melhor, seu irmão apesar de irritante é um bom amigo, e o Al gosta muito dele, os dois se dão muito bem, seu pai foi um bom professor, apesar de graças a ele a Grifinoria ficou em ultimo na competição das casas aquele ano, mesmo assim ele ensinou muito bem, mesmo pegando no meu pé e no do Fred, sua mãe é muito simpática e uma mulher muito boa, nem preciso falar que acho a sua irmã linda, inteligente entre varias outras qualidades que eu teria o prazer de citar para você, mas tenho um trem para embarcar – disse Tiago já desencostando da pilastra e se dirigindo ao grande expresso vermelho.

_ que lindas as suas palavras Potter, mas do que elas adiantam agora que minha irmã namora o Zabini, hein? – disse Luciana que fizera o ruivo parar a meio caminho do trem, ele a encarara sobre o ombro e a vira colocar os óculos escuros lhe sorrindo com desdém – sabe, posso não concordar com a minha irmã em muitas coisas, mas o que posso dizer é que ela tem um ótimo gosto para namorados, e fez uma boa escolha ao escolher Ed no seu lugar – aquilo parecera como uma faca sendo fincada no peito de Tiago.

_ ele não a merece... Não é bom o bastante para ela – disse Tiago entre dentes o que fez Luciana soltar uma risada sinistra – qual é a graça? Você realmente acha que sua irmã pode se apaixonar por alguém como ele? – novamente Tiago percebera o quanto essa pergunta fora estúpida, e Luciana rira mais ainda, o ruivo se voltou para encará-la.

_ Sabe, Potter, você se acha melhor que muitos por ai não? – disse Luciana se aproximando do ruivo – mas eu tenho uma novidade para você, que descobri há muito tempo atrás, Tiago Sirius Potter não é perfeito, sabe qual é seus piores defeitos Potter? O Orgulho e a Vaidade, você sempre espera que os outros vejam você como exemplo, sempre espera que as pessoas te adorem e te achem o tal, espera que qualquer garota babe por você e te deseje, e quando se vê que não consegue o que quer, que uma garota tem bom senso suficiente para cair nos seus truquinhos você se sente atraído por ela, não por amor, mas como um desafio, uma forma de se por a prova, você não a ama Potter... – Luciana se aproximou de seu ouvido e sussurrou – e nunca amara, ninguém alem de você mesmo... Pergunta-se o motivo de minha irmã te desprezar e não querer namorar com você... Então, o motivo é esse, ela sabe que você não a ama.

_ se engana... Eu a amo mais que tudo – disse Tiago encarando a loira a sua frente – nunca amei outra garota como ela, não posso ser uma pessoa tão horrível quanto você diz, e Narcisa sabe disso, ela está com esse cara por motivos que desconheço, mas ainda irei provar meu amor por ela... Que é verdadeiro.

_ oh... Claro e como faria isso? Morreria para provar seu amor a ela? Arriscaria sua vida por ela? – disse Luciana que encarava o garoto por sobre os óculos em busca de uma resposta que não veio, ela os repôs e sorriu vitoriosa – como arriscaria sua vida por alguém que nem tem coragem de dizer “Eu te Amo”, sim Potter, eu sei que você não disse nunca uma vez sequer essas palavras para a minha irmã... E sabe por que Potter? Você não a ama de verdade... Zabini diz isso sempre para ela, sempre busca a tratar como ela merece, e daria a vida pela Narcisa, agora me diga, quem é digno de ser amado de vocês dois? Quem merece o amor dela? - ela agora o puxava para dar lhe um pequeno selinho nos lábios, Tiago sentira a boca fria lhe tocar, era como mármore pela frieza daquele ato, um beijo sem vida e sem amor, era um beijo zombeiro, que caçoava do sofrimento do ruivo naquele momento, um beijo que fora a forma de Luciana marcar a conversa que acabaram de ter, para que ele nunca esquecesse, apesar que mesmo sem aquilo, as palavras da loira ainda estariam marcadas,ela então se afastara, com um sorriso maroto – tenha um bom retorno as aulas Potter... tenho certeza que esse ultimo ano será inesquecível – Luciana aparatara, deixando Tiago ainda a pensar sobre o que haviam conversado.

Os três irmãos entraram no trem, mas não sem antes se despediram da mãe e dos tios que acenavam para eles da plataforma que ia se distanciando, Tiago se despedira dos irmãos ao chegar a uma cabine onde Fred o esperava, não entenderam muito bem o motivo para os dois se separarem assim do grupo, ao que parecia precisavam conversar, então, Alvo caminhara em busca dos amigos, pelo estreito caminho que se mostrava quase impossível pois vários alunos ainda buscavam cabines para que pudessem se instalar, ele tinha Lily que o seguia, ele agarrara a irmã pelas mãos mais a ruivinha logo soltara dizendo que já estava muito velha para ser guiada daquele jeito, fora então que ouvira Scorpio que os chamava, sua cabeça podia ser vista para fora de uma cabine ao fundo do vagão, ele andava ao encontro do irmão quando uma garota lhe tocara os ombros, ele olhou encarando uma garota loira e muito bonita do quinto ano, ela já vestia as vestes da Sonserina e trazia um distintivo de monitora no peito, ele reconhecera a então batedora do time de quadribol de sua casa, Raven Skeeter.

_ olá Raven, parabéns por ter se tornado monitora – disse Alvo, ele temia que ela falasse algo da apresentação deles na noite anterior, quando ele cantara para um enorme grupo de pessoas – você quer me dizer algo?

_ quero te pedir uma coisa Al – disse Raven que então olhara para trás e Alvo pode notar encolhida atrás da garota uma que se assemelhava em muito com ela, era sua irmã caçula que o garoto conhecera na noite anterior – sabe, a Chloe não conhece muitas pessoas, e não gosto da idéia dela ficar numa cabine com pessoas que não conhece, eu ficaria com ela, mas tenho que patrulhar o trem durante a viagem, e não confio muito nos meus amigos, eles poderiam judiar muito dela, eles fazem umas brincadeiras que acho que minha irmã não ia gostar, e também eles não gostam muito dela pelo jeito dela de ser... E por causa do gato – a monitora encarara Sir Tood que estava em uma gaiola próximo aos seus pés lhe encarando com os enormes olhos amarelos - então, será que não seria muito incomodo ela ficar com você e os outros na cabine de vocês? Você é alguém em quem posso confiar Alvo, e acho que sua irmã se daria bem com a minha – Lily encarara Chloe e as garotas trocaram sorrisos – o que me diz?

_ claro, sem problemas – disse Alvo simples com um sorriso – ela pode vir com a gente.

_ obrigado Al – disse Raven se inclinando e beijando o garoto que corou um pouco – você é muito fofo, nos vemos em Hogwarts Chloe – ela beijara a testa da irmã e abraçara – veja se vai se comportar, e não deixe Sir Tood solto, deu o maior trabalho nos livrarmos do corpo da ultima vitima dele.

_ pode deixar – disse Chloe e Raven saira caminhando pelo corredor, e os três se encararam por um tempo até que Alvo fez um sinal para que a garota os seguisse.

Alvo mesmo antes de abrir a porta da cabine notara algo de diferente, ao que parecia Rose e Scorpio já discutiam, o que fez os olhos verdes do garoto se revirar, eles haviam começado cedo esse ano. Ele abriu e então viu, Scorpio e Rose ambos um de frente para o outro no centro da cabine, os outros ocupantes da cabine pareciam indiferentes a cena, Lysander lia o Profeta Diário, que tinha como capa a reportagem que trazia na capa fotos de Dragões Noruegueses, e o titulo “Os mistérios por trás da morte de Cassandra Moonstar”, ele soubera na noite anterior que a antiga professora de Defesa contra a Arte das Trevas morrera na Romênia ao que tudo indicava atacada por Dragões na Reserva Natural. Lorcan brincava com Andy Jr., seu único sapo remanescente de todos que pegou em seu primeiro ano. Alice estava deitada no banco da cabine e parecia se divertir com a briga dos dois, ela tinha em mãos a câmera que Alvo lhe dera e tirava algumas fotos deles, Rose estava com o rosto vermelho de raiva, e Scorpio parecia achar graça da irritação da ruiva, pois sorria, cinicamente, mas sorria, ele tinha uma cara indiferente a tudo.

_ o que está havendo aqui? – disse Alvo passando pela porta da cabine e se aproximando dos dois – não me digam que estão brigando antes mesmo de chegarmos a escola? – os dois o encararam o que deixou o garoto um pouco amedrontado com os olhares raivosos que recebeu.

_ eu não me meteria Al – disse Lysander sem tirar o rosto de trás do Profeta – deixe que os dois se matem... Nos os ignoramos na condição de que assim eles caiam em si que isso é uma infantilidade e parem, apesar de muitas pessoas não estarem colaborando muito para isso – ele olhara por cima do jornal Alice que ainda fotografava a cena – quer parar com isso? Está apenas piorando as coisas...

_ oi Al – disse Alice sorrindo para ele que retribuiu o sorriso, e ela batera uma foto dele, quase o cegando com o flash da maquina – não se importa né? Estou querendo montar um álbum com fotos nossas, é aquele álbum que veio com a câmera sabe? – ele acenara positivamente – pois bem, acho que ficou boa essa foto... não se importa que eu tire fotos de você não?

_ tire quantas fotos quiser – disse Alvo esfregando os olhos quando se sentava ao lado dos gêmeos – só avise antes... Estou quase cego – a garota parecera ficar sem graça com aquilo – essa é a Chloe Skeeter, os garotos devem se lembrar dela de ontem a noite.

Lysander abaixara o Profeta e dera um leve aceno de cabeça cumprimentando a garota, e quando notara o gato na gaiola seus olhos se cerraram por um tempo, assim como os olhos amarelos e grandes do felino que soltara um rosnado arrepiando os pêlos e tentando arranhar o gêmeo mesmo a distancia, Sir Swenney Tood odiava o loiro por motivos desconhecidos. Lorcan agora com o sapo no ombro se levantara do banco se dirigindo a garota, ela perdera a cor quando o loirinho lhe apertara a mão e a cumprimentara, mas a deixou mesmo sem condição para falar foi ouvi-lo falar seu nome. Ela tentara sair da cabine, mas quando olhou de esguelha para a porta, vira Lily a trancando, então decidiu por ficar por ali. Ela se sentou ao lado da ruiva no banco ocupado pela morena da câmera que teve que se sentar direito para que as outras duas pudessem ocupar seus lugares.

Scorpio e Rose pareciam não notar a presença dos três que acabaram de entrar na cabine, ainda estavam parados de pé, e a ruiva encarava o loiro enraivecida, mas tentando parecer calma.

_ explique por uma ultima vez Weasley, por que não deviamos estar nessa cabine? – disse Scorpio com um tom sacana e com um sorriso debochado, o que fizera a ruiva parecer ainda mais furiosa e após uma bufada e respirar fundo ela respondeu.

_ não devíamos estar aqui Malfoy, já tem alguém nessa cabine – disse Rose apontando para a mochila velha semelhante as que os militares trouxas da segunda guerra usavam, muito parecidas com as dos antigos filmes – e quando retornar estaremos em graves problemas... Eu não sei você, mas eu não estou me sentindo nem um pouco satisfeita em ficar em um lugar a onde não fui convidada a estar, estamos invadindo Malfoy... De acordo com Hogwarts, uma historia, no capitulo que fala de regras e direitos diz que o professores tem direitos a cabines especiais, se assim desejarem, durante a viagem no Expresso de Hogwarts.

_ agora vou tornar a dizer algo que parece que você ainda não entendeu Weasley – disse Scorpio com seu tom falsamente amigável e companheiro, lançando a garota um olhar cretinamente arrogante - os professores de Hogwarts tem seu próprio vagão Weasley, por que eles iriam querer ficar em uma cabine comum como está? Esse novo vagão existe desde 1911 quando houve uma curta proibição do ministério da magia que nenhum transporte mágico como vassouras, Pó de Flu, chaves de Portal, entre outros poderiam ser usados, pois estava havendo uma greve entre os membros do setor de “Regulamentação e Supervisão de Transportes Mágicos” isso está caso não sabia no...

_ a Historia do Ministério da Magia Britânico, volume 4, historia contemporânea 1900 aos dias atuais – disse Rose com seu tom de sabe-tudo irritante - no capitulo que fala sobre greves ministeriais... Mas também, você se esquece que em 1920 após uma briga entre Dark Shadowood e White Lightheart dois professores muito respeitados, sendo cada um o Diretor da sua casa, Dark da Sonserina e White da Grifinoria, ambos travaram um duelo que quase fez o trem descarrilar, desde então o professor que desejar por qualquer motivo que seja ficar em uma cabine separada dos outros professores tem esse direito, e se ele quiser se manter isolado dos alunos, isto também esta em seu direito... – disse Rose com um sorriso triunfante esperando o garoto retrucar mas ele apenas a encarava.

_ cara... Vocês dois me dão medo – disse Lorcan – nem o Andy cita livros e se lembra de tanta coisa assim deles... – o outro gêmeo fuzilara o irmão com os olhos – ora... É verdade Andy.

_ eu não sei vocês, mas vou ficar aqui esperando o tal professor chegar – disse Scorpio se jogando ao lado dos amigos no banco – se quiser continuar ai em pé Weasley... Fique a vontade, só que vou avisando que suas pernas iram doer – a ruiva olhara para todos, esperando que alguém falasse algo, mas ninguém se pronunciou, ela fuzilara Malfoy e ele lhe sorrira cinicamente, o mesmo sorriso que sempre lhe dirigia.

_ agora, vamos começar a falar de assuntos mais interessantes? – disse Alice e todos pareceram concordar com exceção de Rose que parecia emburrada – pois então sobre o que iremos... - Os olhos de todos se voltaram para Chloe que parecera corar, segurando ainda mais forte a gaiola de Sir Tood contra o peito, como se aquilo fosse salva-la de algo – acalme-se menina, nos apenas queremos te conhecer melhor, ok? Fale um pouco sobre você...

_ Bem, eu moro em Clover’s Luck com meus pais, moramos em frente ao Duende Irlandês, também moro com a minha irmã mais velha, que conhece o Al, pois os dois jogam quadribol pela Sonserina, ela é batedora... – disse Chloe quando foi interrompida por Scorpio.

_ eu e o Lorcan também jogamos, ele é goleiro e eu sou artilheiro, não me diga que você é irmã da Raven? – disse Scorpio e a garota confirmara – vocês são muito parecidas, então, será uma Sonserina assim como ela?

_ não sei ao certo, papai era Sonserino – disse Chloe com os olhos em Scorpio tentando evitar olhar para seu lado esquerdo onde Lorcan estava sentado – e minha mãe era da Grifinoria, meu pai se chama Richard Skeeter e é tradutor de manuscritos e pergaminhos antigos, mas também é o responsável por traduzir livros de outros idiomas para o inglês, ele é muito inteligente, não houve um documento ou livro que chegasse a suas mãos que ele não conseguisse traduzir, ele saber ler Runas Antigas, Hieróglifos Egípcios, Grego, Latim, entre varias outras línguas... Até as mais difíceis como mandarim, Japonês, Russo, Árabe entre outros... – a garota tinha nos olhos um brilho incrível quando falava do pai.

_ e sua mãe? – disse Lysander – o que ela faz?

_ minha mãe joga quadribol, seu nome é Claire Skeeter – disse Chloe – e joga pelas Harpias de Holyhead, como apanhadora, sendo uma das cotadas para jogar pela seleção Britânica na próxima copa – Lily dera um grito que fizera todos os olhos se voltarem para ela, agora era a ruivinha que tinha nos olhos um brilho mágico, ela encarava a loira ao seu lado como se ela tivesse acabado de dizer alguma coisa fantástica – o q-que foi?

_ Você é filha de Claire Skeeter, a melhor apanhadora das Harpias desde século, retentora do Recorde de tempo da captura de um pomo em jogo com 1 minuto e meio, ganhadora do Pomarim Dourado cinco vezes seguidas, premio dado ao melhor apanhador da liga – disse Lily quase sem respirar e Chloe a encarara acenando positivamente a cabeça lentamente a olhando com um olhar de como a garota tivesse pirado – sua mãe é incrível, eu sou uma grande fã do trabalho dela, será que você poderia me apresentá-la algum dia?

_ C-claro, vai ser um prazer – disse Chloe vacilante ainda olhando para Lily como se ela fosse uma doida, mas parecera gostar da garota – sua mãe também jogava não? Lembro-me da minha mãe falando de uma tal de Potter... Que era uma fantástica artilheira, mas que se aposentara antes dela entrar no time.

_ minha mãe, Gina Potter, ela jogava pelas Harpias até meu irmão mais velho nascer – disse Lily desanimada, ela ainda tinha esperanças da mãe voltar a jogar – ela era incrível também, a melhor artilheira que já conheci... Eu me inspiro nela sabe? – ela rira sem graça se sentindo culpada pela briga que sua mãe e ela tiveram aquela manhã - Mesmo meu pai achando que devia ser apanhadora que levo jeito para isso, eu quero ser artilheira como minha mãe, não chegar a profissional, mas no time da escola mesmo, pela minha casa – ela então reparara que Scorpio sorria para ela e corara um pouco, não sabendo mais o que falar, decidiu mudar um pouco o rumo da conversa - minha mãe parou de jogar após um jogo contra os Cannons, ela passou mal durante ele e teve que ser socorrida, fora então que descobrira que estava grávida de três semanas do meu querido irmãozinho Tiago - todos riram, Alvo se lembrara da sua mãe contando essa historia e dizendo que Harry ficara desesperado nos primeiros meses, pedira dispensa e ficara ao lado dela lhe tratando pior do que se ela fosse feita de vidro.

Em meio aos risos a porta da cabine se abrira rangendo fortemente, todos a olharam, fora então que notaram quem estava ali parado e Alvo notara bem aquele homem, pois nunca esqueceria sua aparência. Vestia uma sobretudo negro aberto revelando uma camiseta e colete da mesma cor, sendo o colete feito de couro de dragão, seus cabelos estavam despenteados, eram loiros acobreados, seu rosto era comprido e bruto, de queixo forte e quadrado, nariz reto e uma boca fina, tinha a barba por fazer e profundas olheiras de noites mal dormidas, seu rosto apesar de belo, ainda possuía algumas marcas que o deixam com um ar sinistro, eram suas cicatrizes. Não eram como as de Gui Weasley, que lhe cobriam o rosto quase sem deixar espaço, eram apenas três grandes e profundas que lhe cortavam o rosto em diagonal da direita para a esquerda, sendo que uma delas passava por sobre seu olho esquerdo que era branco e sem vida, diferente do direito que era num azul elétrico, Alvo pensara então que ele fosse cego parcialmente, a outra lhe cortava a bochecha do nariz a orelha e a ultima lhe pegava o canto da boca e o queixo. Ele olhou ao redor da cabine, os rostos espantados daquelas crianças lhe faziam tão bem, se havia um sentimento que Salazar Salvatore gostava de provocar era o medo, ele então entrara na cabine, e pode sentir o ar pesado que estava naquele lugar, e todos o encaravam, curiosos, ou talvez fosse a sensação de horror que suas marcas de cerca de cinco anos como Auror deixaram em seu rosto, ele encarara a garota ruiva que vestia vestes de primarista e se dirigiu a ela.

_ algum problema garota? – disse e sua voz soara rouca e profunda, como a de um morto, era fria e sem vida transmitindo um desprezo horrível por tudo que existe, Lily balançara a cabeça negativamente – pois... Eu vejo um problema, é que... Existem crianças em minha cabine, vocês não deveriam está aqui, não tem permissão para ficarem nesse lugar – ele olhara a todos parando sobre um Sonserino de olhos verdes, o único que parecia não estar amedrontado com ele ali - o respeito pelo que pertence aos outros deveria ser trazido de casa, com os pais, mas parece que as crianças de hoje se mostram piores do que antes, não respeitando o que é dos outros, não respeitando a privacidade, invadindo a privacidade das pessoas... Desafiando os mais velhos – ele se aproximara de Alvo perigosamente – como se pudessem enfrentá-los de igual para igual, mas não podem... pois são vermes cabeças ocas, e eu ainda aceitei o desafio de tentar encher essas suas cabeças com algum tipo de conteúdo – o moreno encarava com os olhos quase cerrados e o homem sorrira salientando suas cicatrizes, em especial a próxima a sua boca – possui a mesma ousadia do pai, o mesmo olhar desafiador, mas sabe de uma coisa, você não me mete medo Alvo Severo Potter... Mas devia ter medo de mim...

_ pare de tentar fazer o garoto ter medo de você Salazar – disse uma voz vinda da porta da cabine, e Salvatore retorcera a cara, ele reconhecia aquele tom brincalhão irritante – o Pai desse garoto viu diversas vezes o medo e desespero de verdade, e esse garoto herdou do Harry suas principais qualidades e defeitos, você deve ter lido a noticia no Profeta Diário não? – o homem fechara a cara, e seus olhos se cerraram e ele respirou fundo – ele enfrentou Dementadores de perto, ele e esses garotos, todos eles são heróis, todos eles merecem pelo menos seu respeito, não acha isso Sal?
Parada na porta da cabine uma jovem exótica de traços finos e delicados, intensos verdes destacados pelo contorno negro, sua boca era fortemente avermelhada. Possuía os cabelos lisos, negro e volumosos. Ela trajava um vestido com uma saia longa e que parecia ter varias camadas de diferentes tecidos, o espartilho era preto com detalhes em vermelho. Sobre tudo havia uma capa de viagem que esvoaçava conforme o vento batia. Alvo não onde deixar de notar que ela sorria quando falava, e que sua voz saia com leve tom brincalhão e desafiador, imediatamente lhe veio a idéia de que ambos se conheciam, o que era quase certeza pelo modo como ela o chamara. Salvatore então encarara a mulher por sobre o ombro, ele possuía um olhar assassino, que só um louco poderia desafiar talvez aquela mulher fosse essa pessoa.

_ heróis? Eu só vejo crianças, crianças que apenas tiveram o azar eminente de encontrarem Dementadores, e uma sorte maior ainda de terem alguém para salva-los, quando a falta de juízo supera o bom senso, é que vemos o quanto atos idiotas podem custar a vida de uma pessoa... Aprendi isso há muito tempo, e está mais que na hora de ensinar isso a essas crianças... – disse Salvatore com uma voz rouca e fria – essas crianças estão longe de serem ou se tornarem heróis, elas não tem respeito para com nada, respeito que viria a ser a coisa mais simples que se pode ter, essas crianças deveriam aprender a respeitar os outros – ele olhara para todos da cabine – eles invadiram minha cabine sem permissão, viram que havia alguém aqui e entraram, sem pedir, não existe pior primeira impressão a deixar a uma pessoa do que essa...

_ como você mesmo disse são crianças Salvatore – disse a mulher parecendo tentar colocar um pouco de razão na cabeça do homem – eles não sabiam que não ia querer dividir a cabine com eles, agora busca expulsa-los de sua cabine dessa forma, pondo medo nessas crianças, as tratando como lixo, apenas por suas desavenças com Harry Potter? Você não é mais um Auror, Salazar... Você agora é um professor e esses são seus futuros alunos... Eles não sabiam que não queria companhia, alias o que faz aqui se temos um vagão apenas para nós?

_ não tem nada haver com o Potter... Apenas não gosto de ser desafiado como essas crianças fizeram eu me sentir, eu fui pego de surpresa, não gosto que invadam meu espaço, se os tratei dessa forma foi por uma justa causa, eles me tiraram do serio com essa simples atitude... e quanto a não se um Auror esta enganada, quando se entra nessa vida, nada te faz sair dela... Eu sempre serei um Auror – disse Salvatore agora encarando a mulher de frente - e o vagão dos professores, é deprimente, eu prefiro ficar sozinho... Do que ficar em companhia de vocês. Por isso, faça um favor a mim Glanvill, tire essas crianças daqui... Leve-as para o seu vagão, aposto como o seu companheiro de viagem não vai se importar de tê-los lá.

_ é uma boa idéia, pelo menos lá elas vão ter uma viagem melhor do que em sua companhia – disse Glanvill com um tom rude, e se voltara para as crianças – venham, vamos até o vagão dos professores – ela fizera sinal para que eles a acompanhassem e assim foi feito, todos saíram da cabine rapidamente, ainda sentindo calafrios ao perceber que Salvatore encarava cada movimento deles.

Guiados pela mulher, Alvo e os outros caminhavam, pelo corredor, ele ainda digeria a antipatia do professor Salvatore, e pensar que teriam que aturá-lo aquele ano, imaginava a conversa que tivera a noite anterior, seu pai parecia não se dar bem com ele, e isso seria agora refletido nele, e conseqüentemente nos irmãos, todo o ódio de Salazar, agora rezava para que ele virasse comida de alguma criatura mágica, não que ele tivesse desejado isso a Cassandra Moonstar. A professora era uma bruxa na faixa dos trinta anos, e era de descendência francesa, possuindo um sotaque muito encantador, lembrava vagamente a Alvo sua tia Fleur, talvez fosse pelas duas possuírem sangue de veela, mas sua tia ainda vencia a professora no quesito beleza, pois Moonstar não era das mulheres sempre preocupadas com a aparência, sendo às vezes descuidada com ela mesma, ela era ótima quando lecionava, e tinha um ótimo coração, ela era um pouco desastrada e possuía um ar de criança curiosa, mas mesmo assim não merecia um fim daqueles, agora mais que nunca sentia falta da professora morta. Ele olhava a sua frente, o moreno vira Rose lançar a Scorpio um olhar vitorioso, ela mostrara que estava com razão afinal, o que deixara o loiro com a cara mais fechada que nunca, Lorcan agora falava que o novo professor tinha muitos Zonzubulos na cabeça, e Lysander parecia não dar confiança as palavras do irmão, diferente de Chloe que parecia atenta ao que o loirinho dizia, mesmo permanecendo calada. Alice ia ao lado de Alvo como sempre, ela o olhava preocupado, afinal, fora a ele que o professor se dirigiu diretamente, e com aquelas palavras tão duras, ele sorriu a garota mostrando que estava bem, e que não havia problemas para ela se preocupar, Lily ao contrario do irmão parecia furiosa, Alvo pode ver em seu rosto levemente vermelho, e a feição na sua face, não entendia os motivos para o pequeno furacão ruivo não ter despejado toda sua fúria enquanto estavam na cabine, talvez por se tratar de um professor ela não quis se meter em problemas, e teve que controlar o humor.
Eles finalmente chegaram, estavam no vagão dos professores e a mulher que os guiava abriu a porta e deixou que as crianças entrassem primeiro, dando a elas passagem, o vagão dos professores parecia enormemente maior que os vagões comuns, aquilo segundo Rose era um feitiço simples de expansão interno, como os usados em barracas como as que viram no acampamento, ela sussurrara isso apenas para Alvo ouvir, mas Scorpio também ouvira e a repreendendo dizendo que esse feitiço serve para isso mesmo e que a maioria das pessoas já sabia, dissera Scorpio no mesmo volume que ela e ainda completara com ela devia parar de falar coisas que as pessoas já sabem, se não estivessem na presença da gótica Alvo pensou que os dois iniciariam uma outra discussão. O Vagão dos professores não se assemelhava em nada aos dos alunos, uma das coisas nítidas nisso era o fato de não haver cabines privadas, o que fora o motivo para Salazar Salvatore não querer ficar ali, no lugar das cabines havia uma grande replica de uma sala, com estantes de livros nas paredes, que eram enfeitiçadas para imitar as paredes de um castelo, uma escrivaninha de carvalho assim como todos os moveis ali, com cadeira de veludo vermelho, e sobre a escrivaninha tinteiros, penas e pergaminhos, e uma mesa comprida de oito lugares, todas no mesmo estilo, e ao centro da mesa havia alem de um castiçal uma garrafa de licor de cereja e alguns cálices finos de vidro, havia um tapete sobre o piso do vagão, eles agora se sentavam em seus lugares, não era como se estivessem no Expresso de Hogwarts, era como esta em uma das salas do castelo, em um dos cantos para surpresa de Alvo havia uma lareira de pedra como as do salão comunal, e nela um pequeno bule fervia o que ele reconheceu como o cheiro de chá de hortelã e erva doce, ele olhara assustado para as janelas que agora eram grandes como as de Hogwarts para constatar se a paisagem ainda estava em movimento, e constatou que sim. A mulher servia os garotos, ela parecia não se importar com os olhares curiosos que eles a dirigiam, foi então antes que qualquer um falasse algo, Lily perguntou:

_ quem é a senhora? A senhora vai dar aulas em Hogwarts? – disse Lily ao que a mulher soltara um pequeno riso, e olhara para a ruiva e lançara um sorriso a ruiva enquanto lhe servia chá.

_ primeiramente, sem formalidades, não me chamem de senhora, não sou tão velha assim – disse Glanvill – e respondendo suas perguntas, me chamo Stella, Stella Glanvill e darei aulas de feitiços em Hogwarts – isso não diminuira os olhares confusos, agora todos se encaravam, como assim ela daria aula de feitiços? – sei o que estão pensando, como posso lecionar essa matéria, então vou explicar como consegui esse emprego, Filius Flitwick é meu tio, ele me criou desde que meus pais morreram durante a segunda guerra bruxa, quando comensais da morte invadiram nossa casa, eu ainda era muito nova, pouco mais de 1 ano, ele me ensinou muita coisa sobre feitiços e inspirada nele pensei em um dia me tornar professora, então quando meu tio veio a se aposentar esse ano, eu assumi suas aulas assim como a diretoria da Corvinal e a regência do coral de Hogwarts. Antes disso tudo, trabalhava para o ministério, no setor de acidentes mágicos e feitiços involuntários, que é o setor responsável por limpar a sujeira que crianças descuidadas menores de idade fazem, e encobrir dos trouxas a existência do nosso mundo, é bem interessante se for ver que podemos achar de tudo, desde um garoto que encolheu a cabeça de um garoto que lhe infernizava ou uma garota que dá vida a plantas, até um garoto que transforma toda a água de um clube em gelatina ou uma garota que faz um cachorro ficar com mais de sete metros de altura – ela rira – claro, em nosso trabalho alteramos a lembrança dos trouxas, imagine você se lembrar que um cachorro quase do tamanho de um prédio de quatro andares mastigando seu carro como se fosse um brinquedo – todos riram fora quando Teddy entrara no vagão – olá Teddy... – ele parecera não entender o porquê de haverem tantas crianças assim no vagão dos professores – algum problema?

_ o que eles estão fazendo aqui? – disse Teddy – sabe que nenhum aluno nunca entrou nesse vagão né? Espero que tenha um bom motivo para ter feito isso – disse Teddy se sentando à mesa se servindo de chá.

_ e tenho – disse Stella – quer que eu te conte? – e o professor acenara positivamente.

Na cabine de Tiago e Fred, ambos ainda discutiam o mesmo assunto que conversavam desde que da hora do embarque, que era Narcisa Malfoy. A cabine possuía o feitiço Abbafiato que impedia que qualquer um que passasse próximo escutasse o que conversavam, tudo que ouviriam era um zumbido vindo da cabine, mas não identificaria as vozes e sobre o que falavam. Tiago estava deitado no banco e encarava o teto da cabine, Fred saira para comprar doces do carrinho que passara pelo corredor e eles não haviam notado, o ruivo bebia um gole de cerveja amanteigada que o primo sempre trazia na mala, se perguntando se eles não estavam bebendo demais para pessoas de apenas 17 anos.

Six, a moto que ganhara de seu pai, em sua miniatura corria pelo chão da cabine, esquentando seus motores, e soltando baixos sons de aceleração, ele achava graça daquilo, mas nem isso ele conseguia tirar a idéia de Narcisa está namorando Zabini, e das palavras de Luciana na cabine. Fred voltara a cabine, estava abarrotado de doces como se acabasse de assaltar a Dedos de Mel, ele mastigava o restante de uma varinha de alcaçuz e ruivo pode notar um brilho alegre no rosto do primo, o moreno jogara um bolo de caldeirão para ele que pegara no ar como o bom apanhador que era. Enquanto comiam Fred pode notar o olhar distante do primo, ele estava ainda muito abalado com o que ele descobrira recentemente, também ele compreendia, ele amava aquela garota isso era fato, e vê-la com outro acabava com sua alma, o batedor da Grifinoria nunca amara ninguém, certo ele amava seus pais, sua irmã e toda a sua família, mas não era o mesmo. Fred nunca amara uma mulher, nunca sentira o que Tiago sentia por Narcisa, ele compreendia a intensidade que era aquilo, e a importância, mas nunca se imaginara amando alguém, para ele era ridículo pensar nisso, assim como anos atrás ele pensava a mesma coisa do primo, Fred tivera varias namoradas, sim ele não podia negar isso, mas nunca dissera amava nenhuma, amar era uma palavra que ele achava muito forte, talvez porque para bruxos essa palavra tenha ainda mais importância que para os trouxas, ele não sabia ao certo. O Grifinorio então resolvera que não suportaria ver o primo ficar com aquele ar tristonho até a chega em Hogsmeade, teria que buscar melhorar o humor dele.

_ Tiago – disse Fred demora alguns minutos para o ruivo despertar do transe – pensei que fosse esquecer isso...

_ não há como esquecer... – disse Tiago – parece que sempre algo tem que me lembrar dela, parece que o destino está me torturando, me fazendo me encontrar com os dois.

_ não, não é o destino, é você, você fica com isso na cabeça por tanto tempo e tão fixamente que acaba atraindo isso para você – disse Fred parecendo irritado – você não tinha nada que ficar observando os dois embarcando, esse encontro você podia evitar, alias todos você podia evitar, bastava virar as costas e ignorar...

_ não me diga para ignorar está bem – disse Tiago se erguendo do banco e encarando o primo nos olhos – tem coisas que não se pode ignorar, e essa é uma delas, você entenderia o que sinto se um dia tivesse amado alguém, então não pode saber o que sinto, pois você nunca sentiu amor.

_ é tem razão nunca senti – disse Fred com uma voz amargurada e fria, pouco comum de se ouvir saindo dele – mas vendo você assim, as vezes me pergunto se vale apena amar.

_ desculpe, estou irritado, e estou descontando em você, mas você também tem que medir suas palavras Fred – disse Tiago arrependido do que dissera – não é tão simples assim esquecer alguém, não quando esse alguém é tão presente em sua vida – ele suspirara – e você não devia pensar que não vale apena amar, certo, você sofre as vezes por amor, mas no final vale apena, pois não há nada no mundo mais forte que isso, não tenho como te explicar isso, você saberá o que é quando encontrar alguém por quem sinta algo assim.

_ é você tem razão, se essa pessoa existir, pois não sou o tipo de cara com quem uma mulher se casaria – disse Fred rindo triste, ele queria casar, ter sua própria família, mas temia nunca conseguir isso, era esse um dos piores defeitos dele, a insegurança – mas desviamos do rumo da conversa, que era o namoro da Narcisa, sabe o que acho?

_ diga – disse Tiago.

_ acho que a Cissa não está feliz namorando esse cara – disse Fred não se importando com a cara que o ruivo fizera quando ele chamara a garota pelo apelido – sei lá, ela parece diferente, confusa, não parece ser a mesma de antes, ela tem um ar triste, e você disse que quando ela te apresentou o idiota, ficou com uma cara não muito boa, como se estivesse triste de fazer aquilo.

_ eles estavam se divertindo no Duende Irlandês – disse Tiago passando os dedos sobre a mão enfaixada, se lembrando de como ela ria enquanto dançava com Zabini – eu não chamaria aquilo de estar mal Fred.

_ mas ela fica triste quando te olha, parece sentir sua dor – disse Fred e Tiago soltou um risinho pelo nariz – vai me dizer que não é verdade? Vai me dizer que todas essas vezes que se encontraram e ela viu você, ela não pareceu mal, não pareceu confusa, ou triste?

_ ela não sente minha dor, ela tem pena de mim, ela sente que ainda gosto dela Fred – disse Tiago levando a garrafa de cerveja amanteigada a boca – e eu odeio isso, odeiam que sintam pena de mim, não sabe o quanta raiva estou sentindo dela nesse momento – ele tomara mais um gole – talvez seja verdade o que a Luciana diz, talvez ela mereça o Zabini – ele suspirara – não sou o homem que é digno de alguem como ela.

_ está brincando? O Zabini é um idiota, qualquer uma teria a sorte de ter você como namorado, eu mesmo se fosse mulher acho que seria afim de você – disse Fred e o ruivo olhara surpreso para o primo por conta de seu ultimo comentário – você é um ótimo cara, é o melhor apanhador que a Grifinoria já teve desde o seu pai, é um irmão incrível, e um ótimo amigo... Eduard Zabini mesmo sendo líder do time de Quadribol da Sonserina, batedor e monitor chefe, mais popular que você, tirar boas notas...

_ isso era para me deixar melhor? – disse Tiago rindo.

_ o que importa tudo isso que ele tem se não tem o mais importante... E que você tem – disse Fred.

_ ele tem a Narcisa o que é mais importante que isso? – disse Tiago parecendo confuso.

_ eu como primo, melhor amigo e conselheiro – disse Fred que abrira um grande sorriso convencido que fez Tiago rir.

_ você não existe, mas não sei no que pode me ajudar – disse Tiago se deitando novamente no banco com a mesma cara tristonha.

_ hei, levante seu folgado – disse Fred que jogara no primo um pacote de feijõezinhos de todos os sabores que fora pego pelo ruivo que olhara ameaçador para ele – eu não terminei de falar, sabe o que eu tenho pensado...

_ novidade você pensar – disse Tiago tornando a se sentar e abrindo o pacote e jogando um monte de feijõezinhos na boca – mas fale, talvez dessa vez saia algo que preste.

_ vai começar? – disse Fred lançando um olhar assassino falso ao primo e lhe apontando a varinha o ameaçando atacar para logo abaixar – enfim, tenho pensado que o Zabini pode ter usado de meios um pouco incomuns para fazer da Narcisa a namorada dele, não seria o primeiro cara que usa uma poção do amor para conquistar uma garota, certo que isso é muito ridículo, pois é coisa de garota desesperada que não consegue conquistar um homem... Não sei se ele usaria algo do tipo, se ele viesse de uma família de comensais da morte ou qualquer passado com as trevas, eu diria que é a maldição imperius, agora ele pode ter alterado a mente dela... não seria o primeiro caso disso.

_ sabe de uma coisa Fred, você tem razão – disse Tiago sorrindo.

_ como sempre – disse Fred.

_ e também é um grande amigo – disse Tiago – e sei que vai ficar ao meu lado sempre.

_ sempre cara – disse Fred rindo – agora vamos parar com isso antes que você me faça chorar – ele fizera uma cara falsa de choro e os dois riram.

Teddy ouvira toda a historia sobre o encontro das crianças com Salvatore, ele parecia já esperar por aquilo, o que surpreendeu Alvo, será o metamorfomago parecia conhecer bem o jeito do novo professor, como se o conhecesse de outros tempos, mas isso não deixou que ele ficasse serio enquanto ouvia a narrativa de Stella. O restante da viagem foi tranqüilo, a conversa ficou animada, e os professores contavam historias engraçadas, os dois haviam estudado no mesmo ano em Hogwarts mas em casas diferentes mas isso não impedira que fossem amigos, Stella deixara Teddy encabulado quando contara algumas coisas ao seu respeito, como por exemplo, quando ele se declarara apaixonado por Victorie em meio a um jogo de Quadribol, voando até a torre de narração onde ela narrava o jogo e a beijando após ele ter capturado o pomo de ouro dando a vitoria do campeonato a Lufa-lufa aquele ano, as garotas suspiraram e encararam o professor com o olhares doces o que fez ele ficar sem graça e corar um pouco e seu cabelo ficara levemente rosa claro, o que fez os garotos rirem, e ele recuperou o tom dos cabelos que antes estavam em um verde água. Mas não fora ele a apenas ficar sem graça naquela viagem, Alvo também ficara, em meio a conversa todo o segredo do moreno e dos colegas da noite anterior fora revelado por Teddy, que tentava desviar o assunto que até então era ele e sua noiva, o jovem professor contara para todos imaginando que todos já soubessem, o que foi um grande erro. As garotas insistiam para que Alvo cantasse e ele tomara tons vermelhos, e após muita insistência quando o Sonserino estava se dando por vencido, eles finalmente estavam chegando a estação em Hogsmeade, ele suspirara aliviado, por enquanto conseguira fugir.
Quando saíram do trem, desceram na plataforma de Hogsmeade que rapidamente se tornou um mar de alunos, com um meio-gigante que ainda sacudia a frente dos alunos uma lanterna, era Hagrid que buscava organizar os alunos do primeiro ano para o tradicional passeio de barco pelo lago negro, mas Alvo pode notar que ele não estava tendo existo nisso, todos os alunos parecera não lhe dar ouvidos, mesmo os mais velhos não deixavam a plataforma rumo as suas carruagens, algo estava de muito errado, pois todos pareciam olhar para um ponto em comum, os quatro sonserinos e as garotas seguiam ao lado de Stella, fora quando ele se deparara com o que chamava tanto a atenção de todos, em outros trilhos da pequena estação do vilarejo, em uma plataforma ao lado da que estava o Expresso de Hogwarts, o que fizera Alvo lembrar que ela não existia na ultima vez que estivera ali, estava um trem, semelhante a locomotiva vermelha que o trouxera, seriam idênticas se não fosse a cor, ela era negra como a noite, e ele brilhava com a luz da lua, de sua chaminé saia uma fumaça branca densa que se espalhava pelo ar noturno, e também o tamanho, o trem negro alem de ter vários vagões no que parecia não ter fim, era também mais largo e alto que o rubro. Alvo ainda admirava como os demais a nova plataforma e seu trem negro, quando alguém lhe tocara o ombro, era Teddy, o rapaz sorria marotamente e ao ouvido do Sonserino sussurrara.

_ te disse que seria um ano com varias surpresas e aventuras não? Que seria especial para todos – disse Teddy – então, essa é uma das surpresas, a que mais me deu trabalho nesses meus dias extras em Hogwarts. 

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