Um dia inteiro no St. Mungus
Tiago estava ali, proximo a cama do irmão lhe vendo, Alvo parecia ter envelhecido muito rapidamente, estava palido, e na janela o sol nascia, invandindo aquele quarto naseantemente branco por entre as cortinas finas com sua luz, ele ainda não acreditava no que vira na floresta, de sua cabeça não saiam aqueles olhos, os olhos de Narcisa, seria ela? Poderia ser sua Narcisa a ter feito uma coisa daquelas, não, não poderia, ele não queria acreditar nisso. Ele passara a mão pelos cabelos do irmão, lhe beijando a testa, e desejando metalmente que ele acordasse logo.
Ao passar pela porta, dera com o corredor do St. Mungus repleto de pessoas conhecidas, Neville abraçava a filha que dormia, Alice ficara em um pessimo estado, abalada demais, fora necessario uma poção acalmante para que ela se tranquilizasse, mas mesmo sobre a poção ela chorara, como uma criança, estava assustada e com medo. Ele se sentara ao lado deles, a menina dormia feito um anjo, era uma bela visão aquilo. Fora a vez de Gina entrar para ver o filho, ela parecia não dormir a horas, estava entre as pessoas ali a que mais parecia merecer um descanso. Tiago via que a garota adormecida segurava contra o peito uma camera, a camera que Alvo lhe dera a alguns dias atrás, nos labios do ruivo surgira um sorriso. Ah... Alvo, se visse como essa garota ficou... se visse o estado dela, como ficou preocupada, veria como ela gosta de você..., fora o pensamento que surgira a mente do ruivo.
Ele olhara para as outras pessoas, Astoria parecia desolada, Draco a reconfortava, sua esposa estava com a cabeça apoiada no peito do marido que lhe acariciava os cabelos castanhos, quando uma enfermeira veio ao encontro do casal lhes dizendo que Scorpio acabara de acordar, ambos se levantaram apressados, entrando em um dos quartos do lado do que ficava Alvo. Ele fechara os olhos, queria descansar um pouco, estava exausto após uma noite inteira sem dormir.
Lysander se aproximara de Lily, a garota encarava pela janela, o sol que nascia no horizonte e que imundava o céu cinzento de Londres com um alaranjado e tons avermelhados em um amarelo ouro palido. Ela possuia os olhos vermelhos, era nitido quanto chorara, o irmão dela ainda não se recuperara. O loiro respirara fundo, olhara sua aparencia nos vidros de uma das janelas, não era das melhores, estava despenteado, e com uma cara fragil e doente, estava ainda com as vestes do hospital, um pijama cinza horrivel, e um cobertor xadrez nas cores azul e branco o envolvia os ombros, nas mãos trazia duas canecas de chocolate quente, ele se aproximara da sacada, e a garota lhe encarara com a pior das caras de cansaço, ele lhe oferecera uma das canecas e ela sorrira fracamente em agradecimento, pegando uma delas, só aquele sorriso já fizera os efeitos do ataque dos dementadores passar, nem precisava mais do chocolate. Lily bebera um pouco de chocolate, e o mesmo fizera Lysander, ambos ficaram alguns segundos assim, um do lado do outro, sem dizer nada, ele a encarava pelo canto dos olhos, ele delizava os olhos por cada detalhe de seu rosto, as sardas que lhe cobriam as bochechas e a pele clara e macia, seus olhos de um azul claro como oceano, e uma boca vermelha e pequena, tinha o formato de um coração, ele a observava mexer nos cabelos, Lysander já notara no passado que ela tinha a mania de brincar com os cabelos quando ficava preocupada ou nervosa com algo, ela agora deixava alguns fios lhe cairem sobre os olhos, ele não percebera mais sorrira, eram poucas vezes que ficava assim tão proximo de Lily e a primeira em que estavam sozinhos, fora quando uma voz lhe despertara de seu transe.
_ será que você poderia me responder uma coisa? – disse Lily simples voltando seu olhar questionador a Lysander.
_ hã... o que? Ah... c-claro, pode perguntar... – disse Lysander que fora despertado de seu devaneios, se perdara nos pensamentos que estava tendo, sua mente ainda estava naquela garota – p-pode perguntar, eu... eu respondo – ele desviara rapidamente seu olhar, ficara recentido se a garota notara que ele a observava.
_ o que você e os outros foram fazer na floresta no lugar de estarem dormindo? – disse Lily com uma voz rigida – sei que todos já te perguntaram a mesma coisa um monte de vezes, e eu ouvi a resposta que você deu, mesmo assim, não acredito.
_ m-mas é a verdade, nós fomos apenas passear, queriamos explorar o lugar – disse Lysander assustado e vacilante, não podia entregar o que realmente estavam fazendo – daí aqueles dementadores apareceram, e eu fui o primeiro a ser atacado mas...
_ olha, pare de mentir está legal? – disse Lily com um tom de voz duro e irritado – você contou a mesma historia para todos, mas acredita mesmo que eu vou engolir essa? Se fosse simplesmente conhecer o lugar vocês teriam deixado para o dia seguinte, quando ainda estava de dia, agora... deixaram para de noite, e outra, me olhe nos olhos quando for falar comigo – ela segurara seu rosto lhe fazendo a encarar – como quer que eu acredite em você se você não tem nem competencia para me olhar nos olhos? Você está mentindo, não sei porque mas esta...e eu vou descobrir o que vocês escondem, o que você está escondendo de mim.
_ o que importa o que fomos fazer naquela floresta? – disse Lysander, ele sentira a voz fraquejar frente ao fato que a ruiva lhe segurava o rosto, ela o tocava, ele tentara não demonstrar que estava nervoso, e tentara manter o tom serio que sempre possuia – não importa os motivos que nos levaram lá, importa as consequencias, fomos atacados por Dementadores – ela lhe soltara o rosto e ele já ia saindo de perto – agora se me dá licença, o Scorpio acabou de acordar e eu quero vê-lo.
_ ah... e acha que não sei disso? – disse Lily segurando Lysander pelo braço - Acha que eu não sei que vocês foram atacados por dementadores? acha que não me importo em saber o motivo pelo qual foram parar naquele lugar? Está enganado, eu me importo –agora realmente irritada, odiava quando lhe escondiam algo – meu irmão foi atacado por aquelas criaturas, e está lá ainda inconsciente, por Merlin, eu tenho direito de saber o que aconteceu com ele, por que esconde isso de mim? Qual é o seu problema? É assim tão egoista que não quer me dizer o motivo que levou meu irmão a quase morrer?
Lysander então despertara dentro de si uma furia, tudo aquilo que estava trazendo com ele desde que acordou, todo o emarranhado de sentimentos que o sufocava, por mais que gostasse daquela garota, não ia permitir que ela dissesse aquelas coisas.
_ acha mesmo que sou egoista? Acha mesmo que não estou setindo nada, que seu sofrimento é pior que o meu? – disse Lysander com a voz mais dura que já usara e fria – pois não é Lilian – falara duramente, ele a chamara pelo nome, em geral ninguem a chamava assim, os olhos da garota pareciam assustados com isso – não é, quero que se lembre, que você não é a única que tem um irmão internado, pois você não sabe mas, o Lorcan é o que de nos quatro se encontra em pior estado, Alvo pode está desacordado, mas mesmo assim está fora de risco, o mesmo não se pode falar do meu irmão, então, pare de ficar achando que é a única que sofre aqui, pare de pensar que é a única que tem um coração que chora, eu sofro, assim como você, não sou eu que sou egoista aqui Lilian, é você... você sempre pensando nos seus sentimentos antes dos sentimentos das outras pessoas, você é a egoista aqui Lilian, não eu – a garota lhe soltara o braço e ele a encarou, ela abaixara a cabeça, desviando o olhar, parecia bem pior do que já estava, o loiro começara a se sentir culpado, e com um remorso horrivel – m-me... me... desculpa, eu... n-não, não queria te fazer se sentir pior, desculpa... eu sei que...
_ eu que tenho que pedir desculpas – disse Lily – você está certo... só que eu estou com medo – a garota começara a esfregar os ombros, estava com frio, tambem estava apenas de pijama – eu amo muito meus irmãos, eles são muito importantes para mim, não sei o que faria se algo acontecesse, as vezes me esqueço das outras pessoas... – ela rira sem graça – mas não é de proposito, eu... sinto muito pelo estado do Lorcan, eu acho ele muito legal, não merecia está assim... desculpa se pareci ser egoista, ou me fiz parecer grossa, só me importando com o que eu queria... eu não sou assim, só estou preocupada com meu irmão.
_ eu sei que você não é assim – disse Lysander docemente – você é uma boa pessoa Lily, com um genio dificil, poucas pessoas o compreendem e conseguem fazer você se acalmar, sei que tem um bom coração, só precisa demonstrar mais isso as outras pessoas – ela sorrira e ele tambem, o loiro ainda não acreditava que estava tendo uma conversa civilizada com Lilian Luna Potter – desculpe se te chamei de egoista, você não é egoista, e se você ficou chateada comigo, pois eu fui meio duro com você, peço que me desculpe, você está pessima e eu só fiz piorar as coisas.
_ não tudo bem, você agiu certo, alguem precisava falar assim comigo, eu estava prestes a pirar – disse Lily sem graça e esfregando os ombros e o braço de frio, Lysander parecera notar e tirara seu cobertor dos ombros e jogara sobre ela, a ruiva parecera surpresa com a atitude do rapaz – você... não precisava fazer isso, eu ia ficar bem...
_ você precisa mais disso do que eu – disse Lysander simples – agora ruivinha, trate de descansar um pouco – ele sentara a garota em um dos bancos do hospital – o Al não vai gostar se souber que deixei a irmãzinha dele ficar nesse estado.
_ por favor, pare de dizer que eu sou a “irmãzinha” dele – disse Lily em tedio – odeio que digam isso, e vocês continuam dizendo... eu sou a irmã caçula dele, nada de “irmãzinha”, pode ser?
_ como queira, de qualquer forma... – disse Lysander pegando a caneca de Lily que estava na sacada e entregando nas mãos da ruiva – trata de descansar ok?
Lily rira, um riso doce que fizera o coração de Lysander se incendiar mais rapido que o dementador atigindo pelo lampião, ele sentira sua face corar um pouco.
_ sabe... você não é tão chato quanto pensava – disse Lily e os olhos de Lysander ficaram um pouco descepcionados, ela achava ele chato – a Rose tem razão quando diz que comparado ao Scorpio você é bem mais fofo e cavalheiro – ele sorrira corando – sabe o que acho? Que a Rose tem uma queda por você, se quiser posso te ajudar com ela, juntar vocês dois... – o garoto parecera desanimar, a garota por quem era apaixonado estava tentando juntar ele com uma amiga dela – ficariam muito lindos juntos.
_ é bem... – disse Lysander rindo sem graça – eu gosto de outra garota...não dá Rose – e levara sua caneca a boca.
_ ah... é de quem? – disse Lily com os olhos brilhando intensamente de curiosidade – é alguem que eu posso vir a conhecer? – Lysander começara a tossir, acabar de engasgar com o chocolate quente.
_ e-eu... eu preciso ir, quero ver como o Lorcan está – disse Lysander se levantando, deixando uma Lily confusa, quem seria a garota que ele gostava e não queria falar para ela.
Um homem estava sentado em uma poltrona negra de couro, atrás de si uma janela com um vitral, a luz do sol nascente passava por ele, iluminando a mesa e parte do assoalho com as cores vivas dos vidros, o garoto possuia os pés sobre a mesa negra de carvalho, sobre a mesa uma garrafa de fire Whisky com um copo pela metade que era bebido por um falcão peregrino, mapas magicos que mostravam varios lugares como o Beco Diagonal, Hogsmeade, Godric’s Hollow e Hogwarts, uma caixinha de prata e uma menor e chata, como uma cigarreira. O homem olhava para o quadro trouxa pendurado sobre a lareira, seus olhos pareciam estudar o rapaz ali retratado, e um odio lhe brotara o peito, aquele ali abandonara a mulher por causa dela ser uma bruxa, abandonou Merope Gaunt mesmo ela o amando, mesmo ela estando gravida de um filho seu. Aquele rapaz, era um dos motivos pelos quais odiava trouxas, por conta dele seu pai fora criado em um miseravel orfanato, capaz de nunca ter descoberto sua origem, de nunca ter se tornado o grande Bruxo que fora, o maior de todos em sua opinião, pois fora amedrontado por muitos, que por anos lhe temiam inclusive pronunciar seu nome, isso era algo que ele queria para ele, esse medo, ele queria alcançar o mesmo nivel de seu pai, mas não cometeria os mesmos erros que ele, isso não, alguem surgira a porta, e com um olhar intediado encarara o rosto armagurado de Rodolfo Lestrange, o comensal abrira uma porta e uma garota encapuzada aparecera, ela andara até o centro do escritorio e ficara ali parada, de cabeça baixa, a mulher parara bem sobre onde a luz do sol ainda batia, as varias luzes coloridas do vitral. O homem andara até ela, ele possuia a feição seria, quando ele se aproximara a mulher se ajoelhara a sua frente, era um sinal de respeito para com ele.
_ levante-se – disse ele com a voz suave e assim a garota fez – então... fez o que lhe foi ordenado? Você... atacou as crianças? Deu o sinal a eles? O sinal a Harry Potter de que seus filhos estão em perigo?
_ meu Lord, não tive chance de conjurar a marca negra no céu – disse a mulher vacilante e com a voz tremula – mas...os dementadores atacaram os quatro garotos, os Sonserinos, os Sonserinos meu Lord, Alvo Severo Potter e seus amigos devem estar em pessimo estado – ela sortara um riso simples – peço que me perdoe meu Lord, eu falhei em minha missão de iniciação, não conjurei a marca negra, e ninguem saiu morto nela – ela tornara a se ajoelhar.
_ sossegue criança – disse o homem se ajoelhando para ficar na mesma altura que a mulher, ele lhe erguera o queixo para que ela lhe encarasse nos olhos – você foi muito bem para uma primeira missão... logo será uma grande comensal da morte, assim como toda a sua familia, você tem um grande potencial a ser trabalhando garota – ele passara a mão sobre o rosto coberto da mulher e ela sorrira timidamente – e eu posso te ensinar tudo que precisa saber, e quem sabe um dia... venha a se tornar a rainha negra do meu imperio?
_ meu Lord... – a mulher parecera decepcionada e tirara a mão de seu mestre do seu rosto – eu... esqueci de contar uma coisa – ela suspirara desviando o olhar – Tiago Potter e aquele primo dele, Fred Weasley, me viram, eles me viram invocando os Dementadores, meu Lord, eu suplico que me perdoe, não cometerei o mesmo erro – a mulher parecia amendrontada e o homem parecera sentir graça, pois rira ele tornara a lhe tocar o rosto – sei que mereço ser punida por isso...
_ não... tudo bem, não há nada a se fazer agora – disse o homem docemente e com uma voz um tanto sedutora – você... não merece ser punida... não teve culpa do que aconteceu, e mesmo se eles te viram, o que iriam pensar? Que você era apenas uma bruxa que pratica magia negra e queria se vingar do chefe dos Aurores, atraves do filho, o que é verdade... você estava com o rosto coberto, eles não poderiam lhe reconhecer... afinal de contas, você conseguiu cumprir sua missão com sucesso – ele agora lhe limpando os olhos marejados por lagrimas – não chore meu anjo, você é bastante bonita, não quero lhe ver assim... já te disseram que seus olhos são lindos?
No quadro sobre a lareira agora mostrava um garoto ruivo de olhos castanhos, vestia as mesmas vestes trouxas, mas agora a cena se mexia como nas obras de arte magicas, o garoto retratado encostava as mãos na tela tentando sair, mas era impossivel. Ele então viu a sua frente, o homem se sentar ao lado da mulher no chão, e abaixar seu capuz revelando uma cabeleira loira platinada, ele dirigira a mão a mascara e a abaixara, mas não pudera ver o seu rosto, e então após um leve sorriso se inclinara e beijara a garota, um beijo que começara simples e romantico, mas que fora se intensificando, logo ele envolvia sua cintura com uma as mãos e a outra ia para a nuca da garota, ela no inicio na correspondia ao beijo, mas depois envolvera o pescoço do rapaz com os braços e se deixara deitar no chão por ele.
Tiago acordara de repente, olhara ao seu redor a vista ainda estava embaçada, mas pode notar que se tratava de um hospital, ele parecia nervoso com o sonho acabara de ver a garota, ouvira sua voz, era muito parecida com a de Narcisa, seu coração se partia, quem era aquele homem? Sonhava com ele, mas, nunca conseguira ver seu rosto claramente, era um borrão apenas, ele ordenara, ele ordenara o ataque as crianças, precisava falar com alguem, seu pai era a melhor pessoa para se falar sobre isso, ele afinal já tivera sonhos estranhos quando tinha a idade dele.
Alvo tambem acordara assustado, ele olhara ao redor, tivera a visão embaçada de borrões brancos, procurara seus oculos na mesinha de cabeceira e os colocara, pudera ver melhor o lugar que estava era um quarto de Hospital, seria o St. Mungus com certeza pensou, se sentara na cama e tentara dar alguns passos, fora então que caira no chão, sua perna, ela estava enfaixada e com talas que o impediam de se mover, ele tocara nas bandagens, estavam umidas com uma poção, ainda não inventaram um feitiço para isso pensou, fora então que se lembrara que o feitiço que imendava ossos, ele não era muito eficiente, era algo temporario, e aquela poção esquelece, ou algo do tipo, fazia com que os ossos se curassem mais rapido, e de forma mais resistente e permanente. Ele agora nesse momento se dobrava de dor no chão, fora então que alguem lhe ajudara a se levantar, ele olhara e dera de cara com seu melhor amigo, Scorpio lhe sorrira, estava com uma cara igualmente abatida a dele, mas não deixara de sorrir para ele.
_ calma ai Potter, você quer quebrar a outra perna? – disse Scorpio rindo e levando o amigo até uma cadeira de rodas proxima da porta – nada como Dementadores para acabar com as nossas férias não?
_ e os outros? – disse Alvo parecendo preocupado, ele ainda se lembrava do enxame de Dementadores que cobrira Lorcan e que Lysander não parecia nada bem quando o vira pela ultima vez – eles estão bem?
_ ah... o Lysander está melhor que a gente, foi o primeiro a acordar, mal chegou no hospital e já estava de pé – disse Scorpio rindo levemente e então tomara uma feição triste - já o Lorcan está muito mal, estão falando dele, dizem que é um milagre ele não ter perdido a alma, mas... isso ainda não tira ele do risco, ele está muito fraco...
Alvo parecera triste, ele temia pelo amigo, Lorcan fora atacado quando impedira o irmão de levar o beijo, mas com isso, acabara se condenando, ele suspirara fundo, ele encarara Scorpio, no rosto do palido do jovem Malfoy podia se ver sua preocupação, o sorriso já não mais existia, e em seu olhar não havia o brilho de sempre.
_ me leve a ele – disse Alvo por fim – quero ver o Lorcan, preciso vê-lo.
Scorpio empurrara Alvo na cadeira de rodas, e o levara por um corredor comprido, Lorcan estava em uma sala mais equipada, pois sofrera mais danos. Eles entraram em um quarto, era maior que o do moreno, mais espaçoso e Lysander estava ali ao lado do irmão, Scorpio aproximara com Alvo, ele encarara o loirinho adormecido, ele respiravava por tubos, e ao seu lado eram vistos alguns aparelhos que lhe mediam os batimentos cardiacos e outro lhe introduzia uma poção, que ele não sabia qual era, diretamente nas veias, não era muito diferente dos hospitais trouxas, pensou Alvo, que vira uma situação parecida em um filme. Lysander lhes sorrira, mas um sorriso triste, ele segurava a mão do irmão, estava ajoelhado ao lado da cama com a cabeça encostada no peito do outro gemeo, parecia ter chorado, pois estava com os olhos vermelhos.
_ vamos lá irmãozinho, olha quem está aqui, são o Al e o Scorp, eles vieram te ver – disse Lysander – faz a gente feliz e abre seus olhos vai, só para a gente poder deixar de ficar assim tão preocupado com você – ele agora encara o irmão lhe passando a mão pelos cabelos loiros – vamos...volta para a gente Lorcan – novas lagrimas surgiram nos olhos dele – eu... preciso de você do meu lado cara...
Os grandes olhos do gemeo se abriram lentamente, e sua boca se abrira respirando mais rapido, Lysander se erguera, lhe tirando a mascara Lorcan sorrira fracamente, apertando a mão do irmão muito forte, os oculos do outro gemeo já se encontravam embaçados pelas lagrimas, e um sorriso de alivio se formara. Lorcan então falara fracamente.
_ Andy? – disse Lorcan se virando para Lysander que acenara em resposta – e-e-eu posso te... te... t-te perguntar uma coisa? – disse com uma voz falhada e fraca – e... que-quero que você responda com sinceridade.
_ claro, eu vou responder – disse Lysander sorrindo levemente aliviado – pode perguntar.
_ aqui eles servem... pudim? – disse Lorcan mais animado e já se sentando na cama – se sim, me diz como é? Que sabores tem, nossa... estou com uma fome, seria capaz de comer a Lula-Gigante em forma de um grande sushi, mas prefiro pudim de chocolate ou creme, me diz tem ai ou a mamãe vai ter que trazer de casa?
_ Lorcan... – disse Lysander e o loirinho lhe sorrira feliz esperando pela sua resposta, seu rosto estava tomando um tom vermelho vivo e sua voz parecia sufocada – QUAL É SEU PROBLEMA? VOCÊ QUASE MORRE E ACORDA DESSE JEITO PEDINDO PUDIM? SABE O QUANTO ME DEIXOU PREOCUPADO MERDA... – todo o hospital parecia parar para ouvir os gritos do gemeo – MAS QUE DROGA LORCAN, EU AQUI MORTO DE PREOCUPAÇÃO, CHORANDO POR SUA CAUSA, ACHANDO QUE VOCÊ ESTAVA MORRENDO, E VOCÊ ESTAVA BEM SEU MALDITO, SABE O SOFRIMENTO QUE ME FEZ PASSAR? – alguem abrira a porta era uma enfermeira baixinha e gorducha com uma cara mal humorada, ela olhava reprovadora para os três.
_ você tem noção que está num hospital garoto? Aqui tem pessoas doentes querendo se recuperar, e você as está incomodando gritando dessa forma – disse a curandeira com uma voz esganiçada – agora tome a liberdade de se retirar desse quarto, todos vocês.
_ como queira – disse Lysander bufando e se dirigindo a porta ao lado dos amigos.
_ ah... e que bom que acordou meu jovem, vou mandar que tragam seu café da manhã – disse a curandeira – e sim, nos temos pudim aqui, prefere de chocolate ou creme?
Os grandes olhos azuis de Lorcan pareceram sintilar em um brilho alegre, e um sorriso infantil tomara conta de seu rosto. Lysander retorcera a cara em uma careta irritada, mas depois sua face tomara uma feição aliviada e um pequeno sorriso leve no rosto, ele ficara feliz por seu irmão ter se recuperado.
Tiago andava pelo corredor, quando avistara proximo a entrada de um dos elevadores uma garota loira estava ali parada, ele andara ao seu encontro, tendo que desviar de muitas pessoas que ficavam em seu caminho, quando se aproximou dela lhe tocara em seus ombros, ela se virara e quando lhe vira parecia assustada, o ruivo parecera se lembrar da mulher na floresta quando vira seus olhos, a mesma expressão de surpresa, ele não pode deixar de tomar uma feição de tristeza, ele não queria que fosse ela, mas, tudo dizia que era, assim tão proximo dela, dos seus olhos, ela sorrira para ele levemente, um sorriso um tanto timido que o garoto retribuira.
_ então, veio visitar seu irmão? – disse Tiago sem graça, e ela acenara positivamente que sim, ele então vira a pergunta estupida que acabara de fazer – eu não acredito que isso acabou de acontecer, parece quase surreal que eles tenham sido atacados por essas criaturas, é horrivel imaginar que crianças tão novas estejam passando por isso.
_ eles sabiam no que estavam se metendo quando entraram na floresta Potter – disse Narcisa com uma voz levemente descontraida, mas mesmo assim ele pode notar que estava tensa – ainda não vejo motivo para explorarem aquele lugar de noite, eles podiam ter esperado até o dia seguinte não acha? De qualquer forma, o importante é que estão bem, mamãe mandou uma coruja me avisando que o Scorp acabou de acordar, então decidi vir vê-lo, não vi antes pelo simples motivo de odiar hospitais, se ficasse esperando aqui acho que ficaria ainda mais preocupada, me sentindo uma inutil, sei que parece egoismo da minha parte, mas é isso que sinto.
_ não é egoismo, sei como é, só estou aqui mesmo por causa da minha mãe e da Lily – disse Tiago sorrindo fracamente, agora ele parecia mais a vontade para falar com Narcisa – não queria deixa-las sozinhas aqui, estão muito abaladas, meu pai está resolvendo o lance do ataque, ele e o tio Rony estão tentando descobrir quem invocou os dementadores.
_ é tem isso ainda, vocês sabem quem poderia ter sido? Digo, invocar dementadores não é algo que qualquer um possa fazer, é magia negra avançada, é necessario bastante treino e um grande conhecimento das artes das trevas para isso – disse Narcisa – Aurores estudam isso na academia, mas não chegam a pratica-lo, pois, dizem que quem invoca dementadores parece perder um pouco da sanidade, ou algo do tipo, foi meu pai que me falou isso.
_ seu pai? Por que ele te falaria uma coisa dessas? – disse Tiago parecendo não enteder muito bem, Draco estaria ensinando os filhos feitiços das artes das trevas, por que contaria algo desse tipo a filha? Tinha algo de realmente estranho naquela historia – meu pai é Auror, e até pouco tempo eu nunca imaginaria que fosse capaz de invocar dementadores assim com um feitiço, é realmente estranho... qual é o feitiço usado para invoca-los?
_ se chama Dementerius Invocarte – disse Narcisa com o tom mais normal possivel – mas há tambem o Dementerius Imperiato, esse serve para controlar dementadores, é muito usado por bruxos que resolvem usa-los como guardas de segurança, antigas familias bruxas são famosas por isso, esse ultimo feitiço não é considerado das trevas e serve tanto para Dementadores naturais quanto aos invocados, os invocados dependendo da pericia e força do bruxo que os invocou podem ser tão fortes quanto os originais, mas tambem podem ser facilmente destruidos por patronos, como foi o caso dos que atacaram nossos irmãos – Tiago parecia extremamente confuso com tudo aquilo – o que foi?
_ seu conhecimento sobre essas criaturas, é muito estranho... por que seu pai te falaria sobre tudo isso? – disse Tiago e Narcisa parecera ficar vacilante, um tanto sem graça – eu não entendo, ele não quer que vocês tenham contato com a Arte das Trevas e ficam ensinando essas coisas, falando sobre feitiços negros e maldições. Que razão ele teria para tudo isso?
_ Potter... – disse Narcisa em tedio – meu pai me contou isso pois eu pedi, gosto desse assunto, sempre me interessou muito, eu acho facinante – ele parecera se espantar, ela estava admitindo que gostava de Arte das Trevas? Ele só podia está sonhando, não podia ser verdade – será que não percebeu que ano passado eu sempre era a ultima a sair da classe da professora Alexandra Moonstar? ( professora de DCAT que substituiu Draco Malfoy) - Defesa contra a Arte das Trevas é minha materia favorita, se é que não notou isso ainda Potter... mas para aprendermos a nos defender temos que ter conhecimento de maldições e feitiços das trevas, e a propria Arte das Trevas em si... sabe, eu tenho pensado em seguir na carreira – Tiago parecera mais aliviado, sorrindo fracamente, agora olhava para aquela a sua frente com o mesmo olhar de sempre, o mesmo facinio, a mesma admiração que sempre tivera por ela – pode parecer ridiculo para você mas pretendo ser uma Auror – Tiago não pode deixar de evitar uma cara de espanto – sei que alguem como eu, vinda da familia que venho, tão suja com um passado sombrio, de uma familia com comensais da morte nela... – ela o fuzilara com os olhos, sempre se lembrava de suas palavras aquele dia anos atrás no Beco Diagonal, aquelas palavras ainda a magoavam quando se lembrava delas – pode parecer piada, mas é verdade... quero ser uma Auror, Potter...
_ eu não disse nada, estava apenas querendo saber desse seu interesse nas trevas – disse Tiago sem graça e corando um pouco de vergonha, ela ainda se lembrava do que ele havia dito quando ambos se conheceram – mas tem razão, e pode ter certeza que se dará muito bem nessa carreira, será uma otima Auror, meu pai precisa de gente disposta a enfrentar o mal – ele sorrira e ela tambem, ele passara a mão sobre seu rosto e ela parecera se assustar um pouco com a atitude – e sei que é dedicada e talentosa, tera um grande futuro em qualquer caminho que quiser seguir, eu te conheço muito bem e sei disso – ela sorrira docemente, e ele pode notar um tom rosa tomar-lhe a face palida, ele era muito bom em flertar com ela, agora que descobrira uma forma dela não notar que era essa a intensão dele, mas logo o sorriso dela sumira de sua face e uma feição triste surgira – o que foi?
_ tenho que te dizer uma coisa Potter... – disse Narcisa tristemente mas fora interrompida por alguem que acabara de chegar.
Tiago olhara para o rapaz que acabara de chegar saido do nada, ele era um moreno de cabelos castanho escuro penteados em um topete, rosto palido e com uma cicatriz sobre seu nariz originaria de um balaço que recebera a alguns anos o que restara de uma fratura do osso quebrado, era alguns centimetros mais alto que o ruivo e um pouco mais forte tambem, de olhos verdes escuros profundos, e um sorriso maroto no rosto, ele colocara o braço em volta do pescoço da loira, ele vestia uma jaqueta negra de couro de dragão sobre uma camiseta verde com o brasão da Sonserina, com jeans preto, o garoto o reconhecera, era um dos melhores jogadores de quadribol que já encontrara, aquele era Eduard Zabini. Tiago ainda se perguntava o que o batedor da Sonserina estava fazendo ali, no St. Mungus, e ainda por cima abraçando sua Narcisa, a loira parecia um tanto envergonhada com a situação, o moreno encarava o ruivo com um sorriso amigavel como lhe saudando, Tiago pensava em uma boa razão para não ensinar a ele uma lição por se aproximar tanto assim da sua garota, ele agora lhe chegarava os cabelos, o ruivo buscava nos olhos da garota alguma explicação para tudo aquilo quando o Sonserino se manifestou.
_ olá Potter, desculpe, acho que interrompi a conversa que vocês dois estavam tendo – disse Eduard – enfim, Cissa estava com seu pai agora pouco, eles falaram que já estão tratando da papelada para levar seu irmão para casa, a proposito Potter, como vai o Al? Ele já se recuperou? Soube que quebrou a perna, é verdade?
_ O Alvo está bem melhor agora, já acordou pelo que sei, mas não totalmente como você disse a perna dele foi quebrada e mesmo com magia, ossos quebrados tendem a demorar para se curarem – disse Tiago com um tom meio mal educado, ele ainda encarava o braço do garoto ao redor do pescoço de Narcisa – será que você poderia me explicar o que está fazendo aqui Zabini? – Tiago falara simples, tentando usar agora de um tom educado e gentil, mas saiu um pouco rude o que dissera – Sabe, você não tem nada haver com eles, não foi seu irmão que foi atacado que eu saiba – certo, pensou Tiago, isso sim foi muito rude.
_ não disse a ele ainda Amor? – disse Zabini encarando Narcisa com uma cara de ponto de interrogação.
_ dizer o que? E Narcisa, você realmente vai deixar esse cara te chamar de amor? – disse Tiago agora perdendo a paciencia, era muita ousadia daquele idiota, onde havia conseguido tanta liberdade.
_ Potter... tem uma coisa que ainda não disse a meu respeito, pois bem, era isso que ia te contar quando o Ed chegou – disse Narcisa, Tiago agora era quem parecia confuso, com uma cara de quem queria respostas, e de onde ela tirara tanta intimidade com o Sonserino para chama-lo daquela forma? – nas férias de verão passadas nossas familias passaram juntas na França, nos criamos uma amizade muito forte já que praticamente não podiamos sair das terras do meu pai e conhecer a cidade trouxa proxima a ela, era apenas eu e ele, e acabamos por perceber que tinhamos muito em comum, então voltaram as aulas, e continuamos nos falando, não tanto quanto nas férias, afinal, somos de casas diferentes, e não sou a mais popular entre os Sonserinos que me consideram uma traidora por ter entrado na Grifinoria, e vocês não gostavam muito da minha amizade com ele, por fim... – ela respirara fundo e encarara Tiago com um olhar de pena, que ele nunca vira nos olhos dela – Ed me pediu em namoro no final do nosso Sexto Ano, após ele me beijar quando deu a noticia de que a Sonserina vencera no quadribol contra a Lufa-lufa... – os olhos do ruivo pareceram surpresos e uma feição de decepção tomou conta de seu rosto, ele não conseguia acreditar no que ouvia, como assim ela estava namorando? Ela beijara o Zabini no final do ano que se passou, e não lhe dissera, ela não se preocupara em dizer a ele para desistir dela, pois ela estava afim de outro, aceitara namorar outro em seu lugar, ele voltara o olhar para o Sonserino que agora a abraçava por trás, com as mãos bem firme ao redor de sua cintura – e essa foi a razão por eu não ter ido passar as férias com vocês... eu... estava passando com o Ed e a familia dele...
_ então estão namorando? – disse Tiago disfarçando sua voz angustiada e tristonha sem muito sucesso – Parabéns Zabini – ele erguera a mão que fora apertada pelo moreno, o ruivo a apertara fortemente desejando que conseguisse quebrar os dedos dele para que ficasse um bom tempo sem jogar quadribol, mas não surtira efeito – você é um cara de sorte, conseguiu uma grande garota – ele olhara para Narcisa, a garota notara um brilho em seus olhos, seriam lagrimas que estavam nascendo ali? Tiago Sirius Potter estava segurando o choro? O coração dela se partira aquele momento, o garoto morria por dentro por causa daquela noticia, e era por culpa dela – dê valor a ela, são poucos que conseguem conquista-la, e muito mais ainda aqueles que conseguem ganhar seu coração, ela é uma garota incrivel Zabini, e merece que a façam feliz e deem o melhor a ela, espero que esteja preparado para isso... – ele soltara um sorriso amigavel falso e batera no ombro dele enquanto saia rumo ao lado de fora do hospital – ah... o quarto do Scorpio é no setimo andar ataques de criaturas das trevas, quarto 21 – ele apenas olhara por cima do ombro, Narcisa agora podia ver que uma lagrima rolava finamente pelo seu rosto, o casal entrara no elevador.
Tiago se sentara sobre degraus de marmore branco que levavam ao predio do hospital, um grande predio branco com colunas de marmore e paredes brancas de gesso com detalhes em ouro, St. Mungus havia tido outras sedes criadas pelo país pelo Ministro Kingsley que pensava que um hospital não era o suficiente para cuidar de toda a população bruxa britanica e alguns outros pacientes que eram transferidos para a Inglaterra para tratamento especializado, por isso criara aquele hospital que ficava nas proximidades de Godric’s Hollow, quem passasse pelo lado de fora do predio, sendo um trouxa veria uma grande construção abandonada e em risco de desabamento, alem daquele e do primeiro ainda havia mais três St. Mungus em areas proximas as consentrações da população magica.
Mas Tiago não estava nem ai para a maldita historia daquele lugar, o que Narcisa tinha na cabeça para namorar Eduard Zabini? Ela se esquecera dele, se esquecera que Tiago Sirius Potter, um garoto que sempre tentara conquista-la, ganhar o seu carinho, sua atenção, que sempre desde que a conhecera era apaixonado por ela, que a amava e não se cansava de repetir isso a ela, é pelo jeito esquecera, ou a ela aquilo não importava, não importava o que haviam passado juntos naqueles ultimos dois anos, ao que parecia ela preferia qualquer outro a ele, o primeiro que apareceu, um romancizinho de férias na França, e ele fora esquecido por alguem que não seria capaz de fazer nem a metade do que ele seria por ela, não, ele, Tiago arriscaria a vida, se mataria por ela, para salva-la, para ter certeza de que ficaria bem, e ele, Eduard Zabini, o que fez até hoje por ela? Nada, era injusto aquilo, era injusto ter que perder o amor de sua vida para outro, e ter que sorrir para o mais novo casal, e dar os parabéns a ele por ter a conquistado, ter roubado sua garota dele, Narcisa não poderia ter o deixado daquela forma, ela nem conseguira olha-lo nos olhos quanto contava a historia dos dois, e o olhar que dirira a ele, era um olhar de pena, Tiago não queria sua pena, era muito doloroso já sem ter que vê-la com aquela feição, era como se pedisse desculpas a ele, mas ele não podia perdoa-la, não pelo sofrimento que ele estava sentindo naquele momento. Tiago se deitou nos degraus da escada, seu rosto frustado e um ar de derrota lhe consumia, quem o vira pensaria que se tratava de um mendigo pela forma como praticamente estava jogado ali nos degraus, sem se importar com quem passava e lhe lançava olhares reprovadores, sem se importar se não podia estar ali sentado, ele não se importava com nada mais, apenas com as lembranças que lhe cortavam a alma, fora então que um trovão rugira nos céus, e as nuvens cinzas cobriram no sol de Julho, logo a chuva caira, as gotas de chuva caiam fortemente sobre o solo, o ruivo sentira suas vestes se molharem rapidamente, sentira as goticulas de agua lhe ensolpando o cabelo e o rosto, a ele não importava se molhar, naquele momento o que mais lhe importava era a dor que sentia, lagrimas lhe escorriam pelo rosto fracamente se misturando com a agua da chuva, ele finalmente chorava, não conseguia mais segurar aquilo, estava chorando.
Fred acabara de chegar ao local, aparatara proximo aos jardins do St. Mungus e caminhava rapidamente pelo caminho de pedras, estava chovendo, ele abrira o guarda-chuva negro que trazia no bolso, ele era especial, possuia um feitiço que permitia ao moreno não se molhar, ele reprimia qualquer gota d’agua que viesse de qualquer uma das direções possiveis, não só de cima, ele mesmo o modificara, e sorrira ao se lembrar disso, sempre gostara de inovar e inventar novos objetos, não só logros para a loja de seu pai, mas coisas que pudessem ser usadas para o dia-a-dia. Ele subia rapidamente a escadaria de marmore, tomando cuidado para não escorregar, e se puxando a lapela da sua capa numa tentativa de se proteger do vento, fora quando vira alguns degraus abaixo dele, uma cabeleira ruiva familiar, retornara a descer os degraus que já subira e se proximara do rapaz que reconhecera como seu primo e melhor amigo, Tiago Potter.
_ Tiago, o que você está fazendo aqui fora cara? – disse Fred gritando, o barulho da chuva que caia parecia mais forte que sua voz – você quer pegar uma gripe ou um resfriado seu louco? Pneumunia de Unicornio ou Febre de Dragão? Eu não sou medibruxo nem curandeiro mas posso te grantir que isso não faz muito bem a saude não... Vamos sair logo daqui antes que acabe doente – ele tentara levantar o primo do chão lhe puxando pelo braço, mas o ruivo tirara se recusando a aceitar a ajuda do primo, permanecendo sentado, Fred lhe encarara confuso – o que foi? Aconteceu alguma coisa?
_ e-ela... e-ela... me esqueceu Fred... Narcisa Malfoy não me ama nem nunca amou – disse Tiago encarando o primo nos olhos, e o moreno então notara que ele chorava – e cabe a mim esquece-la tambem, e deixar de ama-la, mas é dificil... não sei se vou conseguir... é maior do que eu o que sinto por ela... é um amor que acho que nunca deixarei de sentir... mas... eu tenho... tenho de esquece-la.
Fred se sentara ao lado do primo, pouco se importando com a chuva que agora lhe molhava, ele queria saber toda aquela historia, que fora narrada pelo ruivo, com a maior tristeza que poderia haver em seu coração.
A Floresta do Deão era um local trouxa, pouco conhecido pelos bruxos, as criaturas ali eram simples animais populares daquele lugar, e nenhum deles possuia qualquer habilidade magica, Hermione contara as crianças uma vez sobre suas férias naquele lugar quando criança, dos acampamentos que faziam com os pais, Alvo e os outros então motivados e animados com o que lhes fora contado, tiveram a ideia de que aquele lugar, seria ideal para um acampamento, nenhuma das crianças nunca haviam acampado antes, quem diria o que era para ser um momento de diversão ia por acabar de forma tão tragica, com quatro crianças acabando de ir para o St. Mungus após o ataque de dementadores.
Por entre as arvores de galhos frondosos de tronco esguio e copas a cobrir o céu, andavam um pequeno grupo, eles buscavam naquele lugar entre arbustos e folhas secas que cobriam o chão alguma pista que os levassem a quem havia execultado o Dementerius Invorcate aquela noite, Harry estava parado, ainda se lembrava de que alguns dias atrás seu filho estava sendo atacado naquele lugar, ele pensara o que teria acontecido com Alvo se o patrono de Teddy não tivesse destruido o dementador, o Auror ainda se lembrava de como ficara quando pegara o filho nos braços e o vira em um estado que ainda o deixava muito mal, ele poderia ter o perdido, se deixassem aquela criatura agir ainda mais, ele perderia a alma. Rony se aproximara do amigo, o moreno se sentara encostado a uma arvore, ele estava se sentindo pessimo pelo que acontecera, como se sentisse culpa pelo que não sabia que ia acontecer, esse sempre seria o mal de Harry Potter, sempre pensar que se algo desse errado, era porque ele não agira certo.
_ Harry? – disse Rony se aproximando do amigo – tudo bem cara? – ele lhe encarara, seus olhos verdes lhe denunciaram que acabara de ser despertado de um transe – você não pode se culpar Harry, ninguem pode, a única culpada disso tudo é a garota que conjurou os dementadores, quando a encontrarmos teremos o prazer de vê-la em Azkaban, e ai tudo estara acabado.
_ eu sei que não sou o culpado Rony... mas se eu não fosse o chefe dos Aurores, minha familia não correria tanto risco quanto tem corrido nesses ultimos anos, eu vi duas vezes em apenas três anos e ficar muito proximo de perder o Al, eu ainda me pego as vezes com a lembrança de vê-lo sendo torturado na minha frente e eu impotente, sem poder ajuda-lo... não há nada pior para um pai do que ver o filho sofrer... – disse Harry – e quanto a garota, quando Tiago veio falar dela para mim parecia nervoso, parecia me esconder algo, acho que ele reconheceu a garota, não sei porque digo isso mas sinto que ele sabe quem é mas não quer me dizer.
_ e que motivos ele teria para esconder isso de você Harry? – disse Rony com uma cara questionadora – se ele sabe, o que duvido muito, teria te contado, o que levaria Tiago a proteger uma pessoa que invoca Dementadores que atacaram o irmão e os amigos dele? Ele não sabe quem fez isso, ele não protegeria uma bruxa das trevas, não mesmo. Agora, vamos continuar com isso, quero terminar logo para poder ir para casa, Gina deve estar nos esperando para comemorar – o ruivo rira levemente, então encarara o amigo - ainda irá comemorar seu aniversario né Harry?
_ Gina me mataria se não comemoracemos, ela se esforçou muito para que a festa acontecesse – disse Harry rindo levemente – ano passado não pudemos passar juntos por conta que eu estava em missão, quando retornei ela ficou uma semana sem falar comigo, o que ela queria que eu deixasse de lado meu trabalho, para ficar com ela?
_ cara, nem era o aniversario de casamento de vocês, imagina se fosse... – disse Rony rindo da cara horrivel que Harry fez – mas tente entender, a Gina se sente carente as vezes, os filhos em Hogwarts, principalmente agora que Lily vai tambem, você em missões onde ela nem sabe se você vai ou não voltar, e tem aquele trabalho que começou a se tornar insuportavel para ela, a Rita Skeeter estando como editora chefe, anda a tocar o terror no Profeta Diario, ela mesmo amando escrever sobre Quadribol não vai aguentar muito mais, ela tem pensado muito em voltar a jogar Harry... – o moreno encarava o ruivo com uma cara interrogativa – o que foi?
_ como sabe de tudo isso? Ela te falou? – disse Harry interessado.
_ não, ela nunca diria isso para ninguem, eu conheço minha irmã Harry, sei quando não está bem... – disse Rony que completara – e tambem ela ter a Hermione como confidente ajuda muito... – ambos riram, e Harry se levantara olhando para a floresta atrás de sim, fora então que tirara sua varinha – o que você vai fazer cara?
_ vou tentar um feitiço para ver a cena da perseguição de Tiago a garota – disse Harry e Rony parecera não entender muito bem – Hermione me ensinou um feitiço muito util nessas horas.
Ele erguera a varinha e começara a pronunciar um feitiço em Latim, pelo menos era isso que o ruivo conseguia pensar que fosse, era uma canção muito estranha que criava um brilho nos olhos e na varinha de Harry, um brilho de um azul intenso, ele apontara a varinha e raio saira de sua varinha em direção aos céus, quando ocorrera isso, uma grande explosão luminosa com um ruido trovejante e após o clarão diminuiu, e Rony agora encarava boqueaberto a cena que surgira, primeiro apenas passaros e animais e animais, a cena parecia correr em camera acelerada, era como se fosse um filme e o estivessem adiantando, logo apareceram as crianças que passaram por ali, Alvo e Scorpio iam na frente sendo seguidos pelos gemeos, os três agora tinham uma aparecia espectral, eram transparentes e possuiam uma incrivel luz azulada. Mas alguns minutos se passaram quando alguem aparatara, era a bruxa responsavel pelo ataque, era uma garota encapuzada, ainda parecia jovem pois não tinha a aparencia de uma mulher mais velha que uns vinte anos, ela estava em pé diante deles, a alguns metros de distancia, com a varinha em punho e dela saira uma fumaça densa que viriam a ser os dementadores, a aparencia da garota não era normal, ela tinha um ar fantasmagorico, era de uma transparencia azulada e inluminada, o moreno sorrira, ele execultara o feitiço corretamente, conseguiria agora ver o que ocorrera aquela noite.
_ Ha-Harry, o que é isso? Como que... – disse Rony abismado e o moreno rira – o que há de engraçado?
_ esse feitiço se chama Sanctus praeteritorum – disse Harry – que significa olhos do passado, permite uma pessoa ver uma cena que ocorreu no passado.
Eles observavam na escuridão de trás de uns arbustos e das sombras de uma arvore surgir outro brilho azulado, e então ele se aproximara e puderam indentificar a forma fansmagorica de Tiago, que surpreendia a garota lhe fazendo parar o feitiço Dementerius Invorcate, ele lançava feitiços contra ela, mas era em vão, a garota começara a correr, passando por Rony, que sentira um vento gelido lhe atravessar o corpo, ele reprimia uma careta, aquela era uma pessima experiencia, que não recomendaria a ninguem, era como se acabasse de ser mergulhado em um lago congelado. Harry rira da cara do amigo, e dera passagem ao vulto azulado de Tiago que passava correndo por eles, o garoto trazia a varinha em punho e dava tudo de si para alcançar a mulher, os dois Aurores seguiram os fantasmas passados da bruxa perseguida e de seu perseguidor, não era dificil de vê-los pois brilhavam mais que luzes de um farol a noite, chegaram em outra caleira, a ponto de ver Tiago a derrubando, Harry sorrira, seu filho lançara um feitiço não-verbal, ela caira e ambos se encararam por um tempo. Harry e Rony se dirigiram cada um proximo a eles, agora observavam a cena toda por de trás dos ombros de Tiago, o ruivo pode perceber que a luz que emitiam era fria, não quente como parecia. Harry não entendia porque seu filho não a capturava, não a desarmava ou lançava um feitiço que a impedisse de escapar, Tiago possuia um olhar surpreso e confuso, o moreno não entendia, ele estava tão perto de captura-la e não fazia nada para isso, ele parecia em choque, Harry desviou seus olhos para a garota caida no chão e via que possuia um olhar assustado, ela estava com medo. A varinha do garoto caira a imagem da garota desaparecia, ela aparatara, Harry agora demonstrava uma feição decepcionada, não compreendia a atitude do filho, era algo imperdoavel deixar uma criminosa como aquela escapar após ela usar dementadores para atacar seu irmão, fora então que novamente Rony sentira como se acabasse de receber um jato de vento frio, era a imagem fantasmagorica de Fred que lhe cruzara, Tiago caira de joelhos e Fred se ajoelhou ao seu lado, fora então que um som saira de sua boca, sua voz estava estranha, semelhante a um eco em uma caverna silenciosa, era a melhor forma que teriam para escutar as palavras.
_ você, você está bem Tiago? – disse Fred sua voz soara como um eco no silencio profundo da mata, Harry pode perceber que ele era cuidadoso com as palavras, e que usava um tom de voz que mostrava sua preocupação – aconteceu alguma coisa?
_ e-e-era... era ela Fred, aquela garota... era... – disse Tiago, sua voz igualmente ecoando pela floresta, mas em um tom mais baixo que o de Fred, Harry pode perceber que uma lagrima rolara pela sua face – aquela garota era... Narcisa – ambos pareceram entrar em choque com aquilo que fora contado, o ruivo encarava o amigo em busca de respostas, Harry agora entendia o motivo de Tiago não ter atacado a garota se ela era parecida, ou se era a verdadeira Narcisa Malfoy, a garota que o seu filho mais velho amava, ele não iria ter coragem de lhe lançar um feitiço, não teria coragem de apontar contra ela a varinha.
_ Harry... você acha mesmo que era a filha do Draco? – disse Rony confuso – mesmo odiando admitir o Malfoy soube criar a filha dele, não pode ser a garota, ela não seria capaz de fazer uma coisa dessas – Harry ficara calado, parecia não prestar atenção no que o amigo falava e o moreno se abaixara – o que esta fazendo?
Harry se ajolhara no mesmo local que a imagem do filho estava a momentos atrás, ele agora via o brilho do sol que entrava por entre os galhos das arvores na clareira, a luz refletia entre as folhas secas no chão algo, ele pegara em mãos. Não era maior que um galeão, era dourado feito inteiramente de ouro, possuia um M bem trabalhado com duas serpentes o contornando, eram prateadas e com olhos de esmeralda, no outro lado vinha uma grande Serpente com o corpo inteiramente coberto por pequenas pedras preciosas de um verde intenso, a vibora formava um S, a mesma posição de uma cobra prestes a dar o bote. O medalhão fora aberto por Harry, e em seu interior vinha a foto da familia de Draco, ele, a esposa, os três filhos e ainda seus pais, Lucius e Narcisa Malfoy I.
_ eu não teria tanta certeza assim da inocencia da garota Rony – disse Harry que mostrava ao amigo o medalhão com o brasão dos Malfoys e com a foto da familia – se eles não estão envolvidos nisso, a alguem querendo incrimina-los, ou infelizmente todos nos enganamos quando pensamos que as pessoas poderiam mudar.
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